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Questões sobre o conceito de estética
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Pensemos um pouco sobre arte como uma forma de o homem marcar sua presença, criando objetos (quadros, filmes, músicas, esculturas, vídeos etc.) que oferecem uma interpretação do mundo tanto quanto uma frase. Só que, em vez de dizer que as coisas são assim, ele mostra, por meio de sua criação, que as coisas podem ser assim. TEXTO II
[O termo "estética"] foi usado pela primeira vez em forma latina como título de dois volumes, Aesthetica, de Alexander Baumgarten (1714-1762). O novo uso adotado por Baumgarten fazia parte de uma ênfase na atividade sensorial subjetiva e na criatividade humana especializada na arte, que se tornou dominante nesses campos e herdou a palavra-título da obra.
O termo "estética" dá nome ao campo filosófico que discute arte e literatura, uma abordagem que pressupõe a expressão artística como
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conjunto de objetos sem finalidades pré-definidas, mas que são representações do belo.Essa alternativa está incorreta. Enquanto algumas obras de arte não têm finalidades utilitárias específicas, a definição apresentada é limitada e simplista. A arte não é apenas uma busca do belo, mas também uma forma de expressão que pode envolver o questionamento do belo, apresentar o feio, o desconfortável, e fornecer um novo olhar sobre o mundo.
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essência verdadeira do ser humano no tempo presente.Essa alternativa está incorreta. Embora a arte possa ser considerada uma expressão profunda da humanidade, dizendo algo sobre o que significa ser humano, afirmar que é a "essência verdadeira do ser humano no tempo presente" é muito abrangente e ambicioso. A essência humana é um termo vasto e não pode ser reduzido apenas à arte ou à expressão estética.
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representação simbólica de um sentido possível atribuído à realidade.Essa é a alternativa correta. O texto sugere que a arte oferece não apenas uma interpretação do mundo, mas possibilidades de como o mundo "pode ser assim". A arte, então, se apresenta como uma representação simbólica que carrega múltiplos significados que o artista ou o observador podem atribuir à realidade. Isso se encaixa com a definição da estética como um campo que lida com a expressão subjetiva ligada à arte.
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manifestação de um artista consagrado pela sua capacidade de copiar a realidade.Essa alternativa está incorreta. A ideia de que a arte é a capacidade de copiar a realidade é uma concepção que reflete uma visão bastante restrita e datada (por exemplo, a mimese na arte clássica). Arte não é apenas imitação; como mencionado no TEXTO I, arte é uma forma de interpretar e mostrar possibilidades, não apenas replicar o que já existe.
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retrato fiel da realidade traduzida pelo artista para o público.Essa alternativa está incorreta. A arte não se limita a traduzir a realidade de maneira fiel. Como o TEXTO I sugere, e as correntes mais modernas da estética sustentam, a arte pode reinterpretar, distorcer e oferecer novas perspectivas que vão além de simplesmente copiar a realidade. Muitas vezes, seu valor reside em sua capacidade de trazer à tona visões alternativas e subjetivas.
No passado, o significado de estética era um pouco diferente do que se tem hoje, ela indicava
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a compreensão do mundo pelo seu aspecto sensível.Correta. No passado, a estética tinha um foco na percepção sensível, ou seja, na maneira como experimentamos o mundo através dos sentidos. Essa é uma ideia que remete ao conceito original de estética como "percepção sensível" ou "aísthesis" em grego. Para Platão, a estética não estava separada da experiência sensorial; ele via o mundo sensível como uma cópia imperfeita do mundo das ideias. Estudar a estética, nesse sentido, estava relacionado a como percebemos ou apreendemos o mundo que nos cerca através dos sentidos.
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a conduta e as relações humanas no mundo inteligível.Incorreta. Esta alternativa confunde estética com ética e com o mundo inteligível das ideias de Platão. Platão realmente dividia o mundo em inteligível e sensível, mas a estética focava principalmente no mundo dos sentidos, não no inteligível. A ética estaria mais próxima do estudo da conduta e das relações humanas.
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a sapiência do mundo pela aparência racional.Incorreta. Esta alternativa mistura elementos contraditórios e confusos. A estética no sentido platônico ou medieval não estava ligada a uma "aparência racional" do mundo. Em vez disso, ela era mais sobre a experiência do belo através dos sentidos e não pela razão abstrata.
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uma ideia imposta pela razão com relação às emoções.Incorreta. Esta afirmação sugere que a estética é uma ideia imposta pela razão sobre as emoções, mas isso não está correto no contexto da estética clássica. Na antiguidade, a estética estava mais ligada à percepção sensível do que a uma imposição racional sobre as emoções.
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uma visão empirista em contrapartida à visão idealista de Platão.Incorreta. Platão era um idealista, acreditando que o mundo real é uma pálida cópia do mundo das ideias. Empirismo é uma filosofia que coloca ênfase na experiência sensorial como base do conhecimento. No contexto da estética antiga, ela não era uma "visão empirista", mas sim sobre como o sensível auxilia na compreensão do belo em contraste ao mundo ideal das ideias.
Podemos dizer que, no contexto da chamada “modernidade”, em seu conceito filosófico, a ciência passa a gozar de grande prestígio como forma de conhecimento rigoroso. Vários estudiosos de epistemologia afirmaram que, nesse período, as diferentes formas de conhecimento passaram a almejar a condição de ciência. Por volta de 1750, Baumgarten falou de uma “ciência da arte e do belo”. Tal definição tornou-se clássica para designar uma das formas de expressão do saber construído pela humanidade. Escolha abaixo a alternativa que corresponde à forma de conhecimento referida por Baumgarten.
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Física.A Física é uma ciência natural que se preocupa com o entendimento das leis e fenômenos do universo físico. Quando Baumgarten fala de uma “ciência da arte e do belo”, ele não está se referindo a fenômenos físicos que são o foco da física. A busca de Baumgarten era aprimorar um campo filosófico de estudo que se focasse mais nas questões do gosto e da beleza.
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Filosofia.A Filosofia é o estudo das questões fundamentais relativas à existência, conhecimento, valores, razão, mente e linguagem. Ela inclui muitas áreas de estudo, uma das quais poderia teoricamente se aplicar ao conceito de que Baumgarten introduziu. No entanto, Baumgarten estava buscando se referir a um ramo específico da filosofia que se concentra no conceito do belo e da arte.
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EstéticaEstá correto afirmar que Baumgarten estava se referindo à Estética. Este campo filosófico é o que trata da natureza e apreciação da beleza e da arte. Baumgarten é geralmente considerado o fundador desse campo, e sua intenção era elevar a discussão sobre o gosto e o belo ao nível das demais ciências, com um enfoque rigoroso e metodológico.
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Literatura.Literatura refere-se às obras escritas, especialmente aquelas consideradas de mérito artístico ou intelectual. Embora a literatura esteja relacionada às práticas artísticas que Baumgarten estaria analisando, o termo "ciência da arte e do belo" não se enquadra diretamente na definição de literatura. Baumgarten estava procurando criar uma estrutura filosófico-científica específica para entender e categorizar a beleza e o gosto, que vão além das expressões literárias.
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Matemática.A Matemática é, de fato, uma forma de conhecimento com forte rigor cientifico, mas não é a disciplina que Baumgarten estava mencionando. Ele estava interessado em explorar o campo do "belo" e das artes, que não são o foco principal da matemática. Baumgarten estava mais relacionado ao estudo da experiência e apreciação estética, que não é o objeto de estudo desse campo matemático.

I. A noção de estética formulada por Baumgarten afirma que o belo e a verdade se equiparam; a charge de Henfil pode ser pensada em analogia de modo que a água é a lógica do pensamento racional e científico e a pessoa, a lógica da imaginação.
II. Baumgarten retoma, com o conceito de estética, a assertiva aristotélica de que a arte é poiesis; a charge de Henfil parece representar essa ideia, a do ser humano que valoriza o conhecer em detrimento da expressão.
III. Baumgarten adotou a palavra “estética” para significar a “ciência do belo” ou investigação sobre os motivos do ato artístico com o objetivo de definir o conceito de belo absoluto.
IV. Baumgarten apresenta a tentativa sistemática abrangente de idear uma lógica da imaginação distinta da lógica do pensamento racional e científico.
Assinale a alternativa correta.
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Somente as afirmativas I, II e III são corretas.Esta alternativa está incorreta porque a afirmativa II não está correta. Embora possa ser feita uma comparação com poiesis, não é apropriado dizer que Baumgarten a vinculou como valoração do conhecimento racional em detrimento da expressão artística.
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Somente as afirmativas III e IV são corretas.Esta alternativa está correta. As afirmativas III e IV estão alinhadas com as ideias de Baumgarten sobre estética. Na III, ao dizer que Baumgarten usou 'estética' para significar ciência do belo, é correto, pois ele realmente inaugurou a estética como uma disciplina filosófica que investiga a beleza e a arte. Na IV, a tentativa de Baumgarten de criar uma lógica da imaginação é precisa, pois ele tentou sistematizar o conhecimento sensível em contraste com a lógica tradicional, que se centrava no conhecimento racional.
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Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.Esta alternativa está incorreta porque a afirmativa II está incorreta pelos motivos já discutidos: ela não reflete apropriadamente a contribuição de Baumgarten nem a ideia transmitida pela charge no contexto da relação entre arte e conhecimento.
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Somente as afirmativas I e IV são corretas.Esta alternativa está incorreta pois a afirmativa II é incorreta. Na I, a ideia de lógica da imaginação sendo ilustrada pela charge é válida numa interpretação, mas a II erra ao sugerir que a estética valoriza o conhecimento racional em detrimento da expressão artística sensível.
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Somente as afirmativas I e II são corretas.Esta alternativa está incorreta. A afirmativa I está parcialmente correta, pois embora Baumgarten tenha vinculado beleza e verdade, a charge refere-se a um modo análogo e não explicitamente. A afirmativa II está incorreta porque não coloca a expressão artística em segundo plano em relação ao conhecimento, mas, sim, destaca a importância do conhecimento sensível e da lógica da imaginação.
Kant definiu a Estética como sendo ciência. E completando, Alexander Baumgarten a definiu como sendo a teoria do belo e das suas manifestações através da arte. Como ciência e teoria do belo, a Estética pretende alcançar um tipo específico de conhecimento que é aquele captado
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pela razão.A razão sugere um tipo de conhecimento mais racional, que é central no sistema filosófico de Kant, mas quando falamos de Estética, especialmente no contexto kantiano, estamos tratando de como experimentamos e apreciamos a beleza, o que envolve mais a percepção sensorial do que a razão pura em si. Portanto, a razão não é o meio primário através do qual captamos a Estética como discutido aqui.
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pela alma.A "alma" é um conceito que pode ser associado a uma ideia espiritual ou metafísica de percepção. No entanto, não é um termo técnico usado na filosofia de Kant ou na teoria estética de Baumgarten para descrever como percebemos o belo ou a arte. Kant, em particular, teria utilizado conceitos mais claros e empíricos, como a experiência dos "sentidos".
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pelos sentidos.Tenha em mente que a Estética, no contexto de Kant e Baumgarten, lida muito com a percepção sensorial do belo e das manifestações artísticas. Quando falamos sobre como captamos ou experimentamos algo belo, geralmente estamos nos referindo à maneira como os nossos sentidos nos ajudam a perceber as qualidades estéticas das coisas. Por isso, entre as alternativas oferecidas, "pelos sentidos" seria a mais acertada, especialmente considerando a influência de Kant nas teorias estéticas, que trata da "Estética Transcendental", onde se investigam as faculdades sensoriais como vias de acesso à experiência estética.
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pela emoção.A ideia de que a Estética é captada pela emoção é uma interpretação comum, já que a arte frequentemente evoca sentimentos fortes em quem a aprecia. No entanto, a questão está buscando entender através de qual mecanismo ou faceta do conhecimento humano nós percebemos o belo e a arte, especificamente no contexto de Kant e Baumgarten. A emoção não é um modo de conhecer direto, mas um resultado dos estímulos sensoriais que interpretamos. Então, a emoção por si só não é a resposta correta.
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pela lógica.A lógica refere-se ao raciocínio estruturado e matemático, muito associado à filosofia analítica, matemática, ou ciência, e não diretamente à Estética segundo Kant ou Baumgarten. Portanto, o conhecimento estético não é captado pela lógica, já que este tipicamente opera sobre verdades universais e objetivas, enquanto a arte e o belo são interpretados de maneira mais subjetiva.
Segundo o filósofo, a dimensão estética da obra de arte caracteriza-se por
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subordinar-se aos imperativos políticos e materiais de transformação da sociedade.Esta alternativa está incorreta. Segundo Herbert Marcuse, a dimensão estética da arte não deve subordinar-se diretamente a objetivos políticos ou materiais de transformação. Ele argumenta que o potencial revolucionário da arte está na sua capacidade de, através de sua própria dimensão estética, romper com a realidade social e abrir horizontes de libertação. Quando a arte se subordina diretamente a imperativos políticos, ela perde parte de seu poder subversivo.
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comprometer-se com as necessidades de entretenimento dos consumidores culturais.Esta alternativa está incorreta. De acordo com Marcuse, a essência subversiva da arte não reside em satisfazer as demandas do mercado ou em servir como mero entretenimento. Quando a arte se orienta estritamente pelo entretenimento, ela corre o risco de se tornar parte da estrutura que mantém a ordem social inalterada, em vez de desafiá-la.
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apresentar conteúdos ideológicos de caráter conservador da ordem burguesa.Apesar de a arte muitas vezes refletir os valores dominantes da sociedade, esta alternativa está incorreta no contexto da tese de Marcuse. O filósofo não afirma que a essência estética da arte é conservar a ordem burguesa, mas sim, que ela tem o potencial de ser revolucionária e subverter a realidade social petrificada. Ao focar na estética, a obra de arte pode transcender o imediato e desafiar a ordem estabelecida.
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estabelecer uma relação de independência frente à conjuntura política imediata.Esta é a alternativa correta. Segundo Marcuse, a arte verdadeiramente subversiva é aquela que mantém sua independência em relação ao contexto político imediato. É na autonomia da arte, em sua capacidade de romper com a normatividade social através do impacto estético, que reside seu potencial revolucionário. Quando a arte se engaja diretamente com a política, ela pode perder essa capacidade de desafiar e transformar radicalmente a sociedade.
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contemplar as aspirações políticas das populações economicamente excluídas.Esta alternativa está incorreta. O texto de Marcuse sugere que a arte não deve, necessariamente, contemplar ou encaixar-se diretamente com as aspirações políticas de grupos específicos. Ao focar estritamente nessas ideias, há um risco de se perder o potencial estético e subversivo da arte. Segundo Marcuse, é a dimensão estética autônoma que permite à arte desafiar estruturas sociais, e não um compromisso direto com um objetivo político ou econômico específico.
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