Questões sobre o conceito de falácia

Qual das alternativas a seguir diferencia corretamente uma falácia de uma mentira?

Uma falácia envolve premissas falsas, enquanto uma mentira apresenta uma estrutura lógica inválida.

Esta alternativa está incorreta. O erro aqui é confundir o que constitui uma falácia com o que caracteriza uma mentira. Premissas falsas podem estar presentes tanto em falácias quanto em mentiras, mas a falácia, por si só, envolve um erro na estrutura do raciocínio lógico, que pode ocorrer mesmo quando todas as premissas são verdadeiras. Uma mentira, por outro lado, é uma declaração feita com a intenção de enganar, independentemente da lógica envolvida.
Uma mentira é uma afirmação falsa, já uma falácia é um erro de raciocínio que pode ser intencional ou não.

Esta alternativa está correta. Uma mentira é uma declaração contrária à verdade com o propósito de enganar, uma afirmação propositalmente falsa. Já uma falácia é um erro de raciocínio ou lógica, que pode ocorrer intencionalmente ou de maneira acidental. Enquanto a mentira diz respeito ao conteúdo da declaração, a falácia se refere à forma como o raciocínio é conduzido.
Uma mentira engana pela aparência de verdade, enquanto uma falácia se baseia em premissas falsas para enganar.

Esta alternativa também está incorreta. Uma mentira pode, de fato, enganar pela aparência de verdade, mas isso não diferencia adequadamente uma mentira de uma falácia. Além disso, não é preciso que uma falácia se baseie em premissas falsas; uma falácia é, na verdade, um erro no processo lógico, e pode ocorrer mesmo quando as premissas individuais são verdadeiras.
Uma falácia é um argumento verdadeiro, mas que induz ao erro, enquanto uma mentira é uma conclusão equivocada.

Esta alternativa está incorreta. Não é correto afirmar que uma falácia é um argumento verdadeiro, já que falácias são por definição erros de raciocínio. Além disso, mentiras não necessariamente se referem apenas a conclusões, mas podem envolver qualquer tipo de declaração enganosa. A definição correta de falácia envolve um erro na lógica, não importa se a conclusão ou as premissas são verdadeiras ou falsas.

O argumento "se médicos podem consultar seus livros durante uma cirurgia, estudantes também deveriam poder consultar seus livros durante uma prova" é um exemplo de falácia da falsa analogia. Em qual dos exemplos a seguir há uma falácia semelhante?

"Se os médicos receitam medicamentos com base em pesquisas, as pessoas também podem diagnosticar doenças com base em pesquisas."

Essa alternativa é um exemplo de falsa analogia. Assim como no enunciado, estamos comparando duas situações que não têm a mesma justificativa. Os médicos utilizam pesquisas no contexto de um vasto conhecimento acadêmico e experiência clínica, enquanto sugerir que qualquer pessoa pode diagnosticar doenças da mesma forma ignora a complexidade do treinamento médico profissional. Portanto, mesmo sendo superficiais as semelhanças, as diferenças importantes descartam este raciocínio.
"Se todos os meus amigos gostam de pizza, então todos os brasileiros gostam de pizza."

Nesse argumento, há um salto inadequado de uma observação particular para uma conclusão geral. Conhecer os gostos de um grupo pequeno – como seus amigos – não é suficiente para concluir algo sobre todos os brasileiros. Isso é mais um exemplo de generalização apressada do que uma falsa analogia, pois não depende da comparação de duas situações diferentes.
"Se atletas olímpicos treinam todos os dias, qualquer pessoa que treina diariamente se tornará um atleta olímpico."

Aqui observamos um argumento que sugere uma relação errônea entre treino e sucesso olímpico. A realidade é que nem todos que treinam diariamente têm o talento ou a circunstância necessária para se tornarem atletas olímpicos. Assim como no exemplo, esse argumento contém uma confusão entre condições necessárias e suficientes, mas não tem o componente de analogia falaciosa que comparamos. É um exemplo mais de uma simplificação exagerada do que uma falsa analogia.
"Se empresários de sucesso acordam cedo, todos que acordam cedo terão sucesso nos negócios."

Aqui observamos uma conexão inadequada entre duas situações. Apenas porque os empresários de sucesso acordam cedo, não significa que simplesmente acordar cedo tornará qualquer pessoa bem-sucedida nos negócios. Tal argumento ignora outros fatores essenciais que contribuem para o sucesso, como habilidades, conhecimento ou oportunidades precisas de negócios. Essa maneira de pensar leva a uma supergeneralização, mas é mais próxima de uma falácia causal do que uma falsa analogia.

A imagem acima é uma propaganda da marca Red Bull, com o slogan "Red Bull te dá asas". Ela pode ser considerada uma falácia?

Não, pois é apenas uma maneira criativa de expressar que a bebida energiza o consumidor.

Esta alternativa está incorreta. Ainda que o uso criativo de "te dá asas" possa ser interpretado como uma metáfora, a natureza do marketing é justamente a de provocar uma sensação específica no consumidor, o que pode ser visto como enganoso. Algo é uma falácia quando um raciocínio ilógico é usado para convencer, e neste caso, a linguagem exagerada cumpre esse papel.
Sim, por se tratar de um argumento falho ao supor que humanos podem desenvolver asas.

Esta alternativa está correta. O argumento de que o Red Bull permite o surgimento de asas nos humanos é falho por natureza, já que contradiz o conhecimento científico de que humanos não desenvolvem essas estruturas anatômicas. A suposição errônea e implausível leva a uma falácia, porque parte de uma premissa estritamente falida.
Sim, pois sugere que beber Red Bull permite que as pessoas voem, o que não é verdade.

Esta alternativa está correta. A sugestão de que as pessoas podem voar após beber Red Bull utiliza uma ideia claramente impossível, explorando a imaginação e os desejos das pessoas. Isso significa que está induzindo a um entendimento literal que não condiz com a realidade. Ao se basear em premissas falsas, essa afirmação pode ser vista como uma falácia.
Não, pois é só uma afirmação metafórica, sem qualquer argumento para tentar justificá-la.

Esta alternativa está incorreta. Apesar de a imagem ser metafórica, o contexto em que é inserida tem um caráter persuasivo e pode induzir ao erro, o que caracteriza uma falácia. Ela utiliza uma brincadeira de linguagem para atrair a atenção, mas não retira o aspecto falacioso que é a sugestão irreal de que o consumidor vai adquirir uma habilidade fantástica.

Por que o argumento "se médicos podem consultar seus livros durante uma cirurgia, estudantes também deveriam poder consultar seus livros durante uma prova" é considerado uma falácia?

Porque assume que o nível de dificuldade e complexidade é o mesmo em uma prova feita na escola e em uma cirurgia que salva vidas.

Essa explicação está parcialmente correta. Realmente, o argumento assume uma similaridade onde pode não haver uma. A complexidade e as consequências associadas a uma cirurgia são muito diferentes das de uma prova escolar. No entanto, o cerne do porquê esse argumento é uma falácia está mais relacionado à diferença de propósito entre provas e cirurgias, conforme explicado na alternativa correta.
Porque sugere que consultar livros é igualmente aceitável em todas as profissões e situações nas quais possam haver dúvidas sobre o que fazer.

Esta alternativa não está correta, pois ela tenta generalizar a ideia de consultar livros muito além do contexto dado. O problema do argumento não é que ele sugira que estudantes possam consultar o tempo todo, mas sim a confusão de finalidades entre contextos diferentes, conforme descrito anteriormente.
Porque ignora a diferença de propósito entre uma prova, que testa conhecimentos, e uma cirurgia, que aplica conhecimentos já aprendidos.

Esta é a explicação correta. A falácia aqui se baseia em ignorar a diferença fundamental entre o propósito de um exame acadêmico e uma cirurgia. Uma prova tem o objetivo de avaliar o que o estudante já sabe sem consultar materiais, enquanto uma cirurgia se preocupa com a aplicação prática e imediata de conhecimentos para o benefício do paciente, onde o objetivo não é testar o médico, mas sim garantir o melhor resultado possível para o paciente, ocasionalmente com consultas a materiais se necessário.
Porque afirma falsamente que os médicos consultam livros durante uma cirurgia, o que na verdade não ocorre.

Esta alternativa não está totalmente correta. Na prática, médicos podem sim consultar materiais de referência, mas geralmente não durante uma cirurgia em si, e sim antes ou após a operação. A questão não é se médicos realmente consultam livros durante a cirurgia, mas sim as finalidades diferentes de provas e processos cirúrgicos.

Qual é a principal falha no raciocínio do argumento "Se engenheiros podem consultar manuais técnicos em seu trabalho, estudantes deveriam poder consultar anotações durante provas"?

Supõe que a dificuldade de uma prova e o trabalho de um engenheiro são diretamente comparáveis.

Essa alternativa está incorreta. O problema do argumento não é que ele supõe que a dificuldade de uma prova e o trabalho de um engenheiro são diretamente comparáveis. A falha está realmente em não perceber que o objetivo de uma prova - que é avaliar o aprendizado de um aluno - é fundamentalmente diferente do motivo pelo qual engenheiros consultam manuais, que é aplicar seu aprendizado na prática.
Baseia-se na ideia de que todo o aprendizado deve ser apoiado por materiais externos, tanto para estudantes quanto para profissionais.

Essa alternativa está incorreta. O argumento se concentra mais na permissão ou não do uso de recursos durante atividades específicas e a justificativa disso, ao invés de se basear na ideia mais ampla de que todo aprendizado deve ser sempre apoiado por materiais externos.
Confunde a necessidade de avaliação de aprendizado com a aplicação de conhecimentos em um contexto profissional.

Essa alternativa está correta. A principal falha no raciocínio reside em comparar situações que têm propósitos diferentes: provas são ferramentas para avaliar quanto um estudante aprendeu e assimilou sobre determinado conteúdo, enquanto a consulta a manuais por engenheiros durante seu trabalho visa à aplicação prática de conhecimentos para resolver problemas reais de engenharia. A comparação ignora que a natureza de provas e prática profissional são diferentes em intenções e necessidades.
Ignora que engenheiros têm mais experiência e, portanto, não precisam ser avaliados como os estudantes.

Essa alternativa é incorreta. A experiência dos engenheiros não necessariamente nega a necessidade de serem avaliados, mas isso não é a questão em jogo aqui. O argumento tenta comparar a função de manuais técnicos em um ambiente de trabalho com o uso de anotações em exames, não a nível de experiência ou necessidade de avaliação dos profissionais versus estudantes.

Recursos para ensinar filosofia

Questões sobre o conceito de falácia

Você não está logado

Questões de Filosofia do ENEM