O termo injusto se aplica tanto às pessoas que infringem a lei quanto às pessoas ambiciosas (no sentido de quererem mais do que aquilo a que têm direito) e iníquas, de tal forma que as cumpridoras da lei e as pessoas corretas serão justas. O justo, então, é aquilo conforme à lei e o injusto é o ilegal e iníquo. ARISTÓTELES. Ética à Nicômaco. São Paulo: Nova Cultural: 1996 (adaptado).
Segundo Aristóteles, pode-se reconhecer uma ação justa quando ela observa o
compromisso com os movimentos desvinculados da legalidade.
benefício para o maior número possível de indivíduos.
fundamento na categoria de progresso histórico.
interesse para a classe social do agente da ação.
princípio de dar a cada um o que lhe é devido.
TEXTO I
O Heliocentrismo não é o “meu sistema”, mas a Ordem de Deus. COPÉRNICO, N. As revoluções dos orbes celestes [1543]. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1984. TEXTO II
Não vejo nenhum motivo para que as ideias expostas neste livro (A origem das espécies) se choquem com as ideias religiosas. DARWIN, C. A origem das espécies [1859]. São Paulo: Escala, 2009.
Os textos expressam a visão de dois pensadores — Copérnico e Darwin — sobre a questão religiosa e suas relações com a ciência, no contexto histórico de construção e consolidação da Modernidade. A comparação entre essas visões expressa, respectivamente:
Poder secular acima do poder religioso — defesa dos dogmas católicos.
Autonomia do pensamento religioso — fomento à fé por meio da ciência.
Moral católica acima da protestante — subordinação da ciência à religião.
Articulação entre ciência e fé — pensamento científico independente.
Ciência como área autônoma do saber — razão humana submetida à fé.
Hobbes realiza o esforço supremo de atribuir ao contrato uma soberania absoluta e indivisível. Ensina que, por um único e mesmo ato, os homens naturais constituem-se em sociedade política e submetem-se a um senhor, a um soberano. Não firmam contrato com esse senhor, mas entre si. É entre si que renunciam, em proveito desse senhor, a todo o direito e toda liberdade nocivos à paz. CHEVALLIER, J. J. As grandes obras políticas de Maquiavel a nossos dias. Rio de Janeiro: Agir, 1995 (adaptado).
A proposta de organização da sociedade apresentada no texto encontra-se fundamentada na
alteração dos direitos civis e na representatividade do monarca.
imposição das leis e na respeitabilidade ao soberano.
cooperação dos súditos e na legalidade do poder democrático.
mobilização do povo e na autoridade do parlamento.
abdicação dos interesses individuais e na legitimidade do governo.
O contrário de um fato qualquer é sempre possível, pois, além de jamais implicar uma contradição, o espírito o concebe com a mesma facilidade e distinção como se ele estivesse em completo acordo com a realidade.
Que o Sol não nascerá amanhã é tão inteligível e não implica mais contradição do que a afirmação de que ele nascerá. Podemos em vão, todavia, tentar demonstrar sua falsidade de maneira absolutamente precisa. Se ela fosse demonstrativamente falsa, implicaria uma contradição e o espírito nunca poderia concebê-la distintamente, assim como não pode conceber que 1 + 1 seja diferente de 2. HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado).
O filósofo escocês David Hume refere-se a fatos, ou seja, a eventos espaço-temporais, que acontecem no mundo. Com relação ao conhecimento referente a tais eventos, Hume considera que os fenômenos
ocorrem de maneira necessária, permitindo um saber próximo ao de estilo matemático.
exigem previsões obtidas por raciocínio, distinto do conhecimento baseado em cálculo abstrato.
propiciam segurança ao observador, por se basearem em dados que os tornam incontestáveis.
acontecem de forma inquestionável, ao serem apreensíveis pela razão humana.
devem ter seus resultados previstos por duas modalidades de provas, com conclusões idênticas.
A substância é um Ser capaz de Ação. Ela é simples ou composta. A substância simples é aquela que não tem partes. O composto é a reunião das substâncias simples ou Mônadas. Monas é uma palavra grega que significa unidade ou o que é uno. Os compostos ou os corpos são Multiplicidades, e as Substâncias simples, as Vidas, as Almas, os Espíritos são unidades. É preciso que em toda parte haja substâncias simples porque sem as simples não haveria as compostas, nem movimento. Por conseguinte, toda natureza está plena de vida. LEIBNIZ, G. W. Discurso de metafísicas e outros textos. São Paulo: Matins Fontes, 2004 (adaptado).
Dentre suas diversas reflexões, Leibniz voltou sua atenção para o tema da metafísica, que trata basicamente do fundamento de realidade das coisas do mundo. A busca por esse fundamento muitas vezes é resumida a partir do conceito de substância, que para ele se refere a algo que é
desdobrado no composto, em vez de gerá-lo unindo-se a outras substâncias simples.
complexo por natureza, constituindo a unidade mínima do cosmo.
estabilizador da realidade, dada a exigência de permanência desta.
essencial na estrutura do que existe no mundo, sem deixar de contribuir para o movimento.
considerado simples e múltiplo a um só tempo, por ser um todo indecomponível constituído de partes.
TEXTO I
Não é sem razão que o ser humano procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade. LOCKE, J. Segundo tratado sobre governo: ensaio relativo à verdadeira origem, extensão e objetivo do governo civil. São Paulo: Abril Cultural, 1978 (adaptado). TEXTO II
Para que essas classes com interesses econômicos em conflitos não destruam a si mesmas e à sociedade numa luta estéril, surge a necessidade de um poder que, na aparência, esteja acima da sociedade, que atenue o conflito, mantenha-o dentro dos limites da ordem. ENGELS, F. In: GALLINO, L. Dicionário de sociologia. São Paulo: Paulus, 2005 (adaptado).
Os textos expressam duas visões sobre a forma como os indivíduos se organizam socialmente. Tais visões apontam, respectivamente, para as concepções:
Libertária, em defesa da razão humana — Contraditória, na qual vigora o estado de natureza.
Igualitária, baseada na filantropia — Complementar, com objetivos comuns unindo classes antagônicas.
Liberal, em defesa da liberdade e da propriedade privada — Conflituosa, exemplificada pela luta de classes.
Heterogênea, favorável à propriedade privada — Consensual, sob o controle de classes com interesses comuns.
Compulsória, na qual as pessoas possuem papéis que se complementam — Individualista, na qual as pessoas lutam por seus interesses.
Mas, sendo minha intenção escrever algo de útil para quem por tal se interesse, pareceu-me mais conveniente ir em busca da verdade extraída dos fatos e não à imaginação dos mesmos, pois muitos conceberam repúblicas e principados jamais vistos ou conhecidos como tendo realmente existido. MAQUIAVEL, N. O príncipe. Disponível em: www.culturabrasil.pro.br. Acesso em: 4 abr. 2013.
A partir do texto, é possível perceber a crítica maquiaveliana à filosofia política de Platão, pois há nesta a
idealização de um mundo político perfeito existente no mundo das ideias.
explicitação dos acontecimentos políticos do período clássico de forma imparcial.
investigação das constituições políticas de Atenas pelo método indutivo.
utilização da oratória política como meio de convencer os oponentes na ágora.
elaboração de um ordenamento político com fundamento na bondade infinita de Deus.
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