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Questões sobre Espinosa
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Os filósofos concebem as emoções que se combatem entre si, em nós, como vícios em que os homens caem por erro próprio; é por isso que se habituaram a ridicularizá-los, deplorá-los, reprová-los ou, quando querem parecer mais morais, detestá-los. Concebem os homens, efetivamente, não tais como são, mas como eles próprios gostariam que fossem. ESPINOSA, B. Tratado político. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
No trecho, Espinosa critica a herança filosófica no que diz respeito à idealização de uma
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manifestação do caráter religioso.A quarta alternativa relaciona a crítica de Espinosa à manifestação do caráter religioso. Embora a filosofia e religião possam se sobrepor, Espinosa está discutindo a abordagem filosófica em relação às emoções humanas e a tendência de idealizar como as pessoas deveriam ser. Não há um enfoque direto sobre religião, tornando essa alternativa incorreta.
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estrutura da interpretação fenomenológica.A segunda alternativa menciona estrutura da interpretação fenomenológica. Fenomenologia é uma abordagem filosófica que foca na experiência subjetiva. Porém, Espinosa não menciona nada sobre a estrutura da fenomenologia. Sua crítica está mais concentrada na forma como a filosofia tradicional entende as emoções humanas e não na análise fenomenológica. Por isso, essa alternativa também está incorreta.
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natureza do comportamento humano.A terceira alternativa fala sobre a natureza do comportamento humano, que é a resposta correta. Espinosa critica a filosofia por idealizar o ser humano, isto é, tentar entender e moldar o comportamento humano de acordo com padrões ideais, ignorando como as pessoas realmente são. Ele aponta que os filósofos frequentemente falham ao não considerar a verdadeira natureza das emoções e dos comportamentos. Assim, esta alternativa está correta.
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dicotomia do conhecimento prático.A primeira alternativa fala sobre dicotomia do conhecimento prático. Dicotomia é a divisão de algo em duas partes. Conhecimento prático refere-se a saberes aplicáveis no dia a dia. No entanto, a crítica de Espinosa não está relacionada a uma divisão do conhecimento em práticas distintas. Em vez disso, ele discute a compreensão dos filósofos sobre as emoções e a forma como eles idealizam o ser humano. Portanto, a alternativa não está correta.
Leia o texto a seguir.
Vimos, assim, que a Alma pode sofrer grandes transformações e passar ora a uma maior perfeição, ora a uma menor, paixões estas que nos explicam as afecções de alegria e de tristeza. Assim, por alegria, entenderei, no que vai seguir-se, a paixão pela qual a Alma passa a uma perfeição maior; por tristeza, ao contrário, a paixão pela qual a Alma passa a uma perfeição menor. (ESPINOSA, B. Ética. Trad. Antonio Simões. Lisboa: Relógio D’Água, 1992. p. 279).
Vimos, assim, que a Alma pode sofrer grandes transformações e passar ora a uma maior perfeição, ora a uma menor, paixões estas que nos explicam as afecções de alegria e de tristeza. Assim, por alegria, entenderei, no que vai seguir-se, a paixão pela qual a Alma passa a uma perfeição maior; por tristeza, ao contrário, a paixão pela qual a Alma passa a uma perfeição menor. (ESPINOSA, B. Ética. Trad. Antonio Simões. Lisboa: Relógio D’Água, 1992. p. 279).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o problema da paixão e da afecção em Espinosa, assinale a alternativa correta.
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Tristeza e alegria são denominadas paixões porque resultam da ação de distintas dimensões da alma, responsáveis pela produção dessas afecções.Essa alternativa está incorreta. Espinosa não descreve a tristeza e a alegria como resultantes de distintas dimensões da alma que produzem afecções. Para ele, as paixões são resultado de causas externas que afetam a nossa potência de agir. Alegria e tristeza são mudanças na nossa potência estimuladas por essas causas externas e não por dimensões internas ou diferenciadas dentro da alma.
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As transformações da alma, seja o aumento ou a diminuição de intensidade, fazem coexistir paixões contrárias.Essa alternativa está incorreta. Espinosa entende que as paixões ocorrem quando somos passivos, ou seja, sofrendo influências externas, e não coexistem simultaneamente como paixões opostas. A explicação adequada seria que as paixões são mudanças na nossa potência de agir, sendo que a alegria está associada a um aumento de potência e a tristeza, a uma diminuição. Elas não coexistem ao mesmo tempo, mas podem seguir uma a outra dependendo das circunstâncias externas e internas.
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A tristeza é uma ação da alma, consistente na afecção causada por uma paixão, por meio da qual a alma visa a própria destruição.Essa alternativa também está incorreta. Para Espinosa, a tristeza não é uma ação da alma. Espinosa faz uma distinção clara entre ações e paixões. As ações são associadas com a razão e o entendimento, enquanto as paixões são resultado de causas externas que afetam a alma. Portanto, a tristeza é considerada uma paixão passiva, que ocorre quando nossa potência de agir é diminuída por influências externas, e não tem a intenção explícita de levar à destruição da própria alma.
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O aumento de perfeição, característico de afecção da alegria, vincula-se ao esforço da alma em perceber-se com mais clareza e distinção.Essa é a alternativa correta. No contexto da filosofia de Espinosa, ele relaciona a alegria com o aumento da nossa potência de agir, o que implica um movimento em direção a uma maior perfeição. Este processo está vinculado ao esforço da alma em se perceber de forma mais clara e distinta, ou seja, em entender suas afecções e, assim, aumentar sua potência e a clareza das suas ideias.
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Se uma coisa aumenta a potência de agir do corpo, a ideia dessa mesma coisa diminuirá a potência de pensar da nossa alma.Essa alternativa está incorreta. Espinosa propõe que, se uma coisa aumenta a nossa potência de agir do corpo, geralmente isso corresponde a um aumento de nossa potência de pensar. Ou seja, mente e corpo são aspectos diferentes de uma mesma realidade (paralelismo psicofísico), de modo que um aumento de potência no corpo tende a ser acompanhado por um aumento de potência equivalente na mente.
Sobre a questão da liberdade em Spinoza, a filósofa brasileira Marilena Chauí afirma o seguinte: “[...] o poder teológico-político é duplamente violento. Em primeiro lugar, porque pretende roubar dos homens a origem de suas ações sociais e políticas, colocando-as como cumprimento a mandamentos transcendentes de uma vontade divina incompreensível ou secreta, fundamento da ‘razão de Estado’. Em segundo, porque as leis divinas reveladas, postas como leis políticas ou civis, impedem o exercício da liberdade, pois não regulam apenas usos e costumes, mas também a linguagem e o pensamento, procurando dominar não só os corpos, mas também os espíritos”. CHAUÍ, Marilena. Espinosa, uma subversão filosófica. Revista CULT, 14 de março de 2010. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/baruch-espinosa/.
O poder teológico-político é violento, porque
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recusa aos usos e costumes o papel de fundamento transcendente das ações políticas e leis civis dos homens.Incorreta. A alternativa parece confusa, pois mistura o conceito de transcendência com a função dos usos e costumes. Spinoza, na leitura de Chauí, critica o uso da transcendência como justificativa para a dominação política e não recusa que usos e costumes sejam considerados, mas sim que estes sejam impostos sob a ideia de uma verdade revelada transcendental, bloqueando a liberdade e racionalidade.
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transforma a linguagem e o pensamento dos homens em formas de libertação de corpos e espíritos.Incorreta. Essa alternativa afirma algo contrário à crítica de Chauí sobre o poder teológico-político. Chauí, ao se referir a Spinoza, destaca que esse poder não transforma a linguagem e o pensamento em formas de libertação, mas sim os utiliza como meios de controle e opressão dos corpos e espíritos. Portanto, a afirmação está em contradição com a perspectiva apresentada.
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submete os homens a leis supostamente transcendentes ao negar-lhes a imanência de suas próprias ações.Correta. A opção explica que o poder teológico-político submete as ações dos homens a leis que são vistas como transcendentes, ou seja, que vêm de algo além deste mundo. Ao fazer isso, retira dos homens a possibilidade de verem suas ações como algo que nasce de si mesmos, ou seja, de sua imanência. Spinoza criticava exatamente essa ideia de transcendência, pois para ele tudo era parte da natureza, e daí era essencial reconhecer essa imanência para a verdadeira liberdade humana.
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retira dos homens a esperança de que suas ações tenham como causa e fim a transcendência divina.Incorreta. Esta opção sugere que o problema principal do poder teológico-político seria retirar a esperança dos homens de alcançar a transcendência divina, mas isso não condiz com a visão de Spinoza, que não focava suas críticas em uma falta de esperança, mas sim na falsa crença na transcendência que impedia a liberdade e a compreensão adequada de sua própria natureza.
Leia com atenção a seguinte passagem:
“Diz-se livre a coisa que existe exclusivamente pela necessidade de sua natureza e que por si só é determinada a agir. E diz-se necessária, ou melhor, coagida, aquela coisa que é determinada por outra a existir e a operar de maneira definida e determinada”. SPINOZA, Benedictus de. Ética. Tradução e Notas de Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2007, parte I, definição 7, p. 13. – Texto adaptado. Sobre a questão da liberdade divina e humana em Spinoza, considere as seguintes afirmações:
I. Somente Deus é livre.
II. A liberdade de Deus consiste em determinar-se por si só a operar.
III. O homem é coagido, pois é determinado por outra coisa a operar de maneira definida e determinada.
“Diz-se livre a coisa que existe exclusivamente pela necessidade de sua natureza e que por si só é determinada a agir. E diz-se necessária, ou melhor, coagida, aquela coisa que é determinada por outra a existir e a operar de maneira definida e determinada”. SPINOZA, Benedictus de. Ética. Tradução e Notas de Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2007, parte I, definição 7, p. 13. – Texto adaptado. Sobre a questão da liberdade divina e humana em Spinoza, considere as seguintes afirmações:
I. Somente Deus é livre.
II. A liberdade de Deus consiste em determinar-se por si só a operar.
III. O homem é coagido, pois é determinado por outra coisa a operar de maneira definida e determinada.
É correto o que se afirma em
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II e III apenas.Esta opção diz que apenas as afirmações II e III estão corretas. A afirmação II está correta porque, de acordo com Spinoza, a liberdade de Deus consiste em determinar a si mesmo, ou seja, agir conforme a necessidade de sua própria natureza sem ser influenciado por nada externo. A afirmação III também está correta, pois o homem, segundo Spinoza, está inserido em uma rede de causas e efeitos, o que o faz ser determinado por outras coisas, diferentemente da liberdade de Deus. No entanto, esta opção está incorreta porque também a afirmação I é correta, pois na filosofia de Spinoza, Deus é o único ser verdadeiramente livre.
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I, II e III.Esta opção contempla as três afirmações como corretas. A afirmação I é correta porque, para Spinoza, Deus é o único ser que existe por si mesmo e é, portanto, verdadeiramente livre. A afirmação II está correta na medida em que expõe que a liberdade de Deus se refere à sua capacidade de agir de acordo com sua própria natureza. Por último, a afirmação III também está correta, pois destaca a coerção dos seres humanos que são influenciados por causas externas. Portanto, essa é a opção correta.
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I e II apenas.Esta opção sugere que somente as afirmações I e II estão corretas. A afirmação I é correta porque é consistente com a filosofia de Spinoza onde apenas Deus é livre. A afirmação II também está correta, pois descreve que a liberdade de Deus consiste em determinação própria. No entanto, a afirmação III também é correta na descrição da condição humana segundo Spinoza, portanto, esta alternativa está incorreta.
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I e III apenas.Esta opção diz que apenas as afirmações I e III estão corretas. A afirmação I está correta porque Spinoza afirma que apenas Deus é verdadeiramente livre. A afirmação III também faz sentido no contexto da filosofia de Spinoza, pois o ser humano é coagido, já que é sempre determinado por causas externas a ele. Assim, essa opção está correta, já que ambas as afirmações I e III argumentam que o ser humano não tem a liberdade que Deus possui.
Sobre o Saber Filosófico e o Estado Democrático, analise o texto a seguir:
O fim último do Estado não é a dominação; não é para reter o homem pelo temor e fazê-lo pertencer a outro que o Estado é instituído; ao contrário, é para libertar o indivíduo do temor, para que ele viva tanto quanto possível em segurança, isto é, conserve ao máximo seu direito natural de existir e de agir. (...) Na realidade, portanto, o fim do Estado é a liberdade. (COMTE-SPONVILLE, André. A Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 105.) O autor do texto retrata a singularidade do pensamento de Baruch de Spinoza, um dos grandes racionalistas e filósofos do século XVII. O Estado, se trilhar a ideia democrática e funcionar bem, só tende a propiciar o valor da pessoa humana.
O fim último do Estado não é a dominação; não é para reter o homem pelo temor e fazê-lo pertencer a outro que o Estado é instituído; ao contrário, é para libertar o indivíduo do temor, para que ele viva tanto quanto possível em segurança, isto é, conserve ao máximo seu direito natural de existir e de agir. (...) Na realidade, portanto, o fim do Estado é a liberdade. (COMTE-SPONVILLE, André. A Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 105.) O autor do texto retrata a singularidade do pensamento de Baruch de Spinoza, um dos grandes racionalistas e filósofos do século XVII. O Estado, se trilhar a ideia democrática e funcionar bem, só tende a propiciar o valor da pessoa humana.
Com relação a esse assunto, assinale a alternativa CORRETA.
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O pensamento de Spinoza preconiza que o Estado instituído tem condição de limitar a liberdade dos indivíduos.Esta afirmação está incorreta. Embora Spinoza reconheça que o Estado tem algum poder sobre os indivíduos, ele argumenta que a função principal do Estado é proteger e garantir a liberdade, não limitá-la. Ele acredita que o papel do Estado é criar um ambiente onde as pessoas possam exercer seus direitos e viver de acordo com suas próprias naturezas, tanto quanto possível. Portanto, a ideia de limitação da liberdade não se alinha com seu entendimento positivo do papel do Estado.
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No racionalismo de Spinoza, o Estado Democrático deve retirar os direitos inalienáveis.Esta afirmação está incorreta. Spinoza não defende que o Estado Democrático deva retirar direitos inalienáveis dos indivíduos. Em vez disso, ele argumenta que o Estado deve proteger esses direitos e maximizar a liberdade dos cidadãos. Spinoza acredita que a verdadeira função do Estado é assegurar a liberdade, não restringir direitos fundamentais.
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O filósofo Spinoza dimensiona que o Estado é a liberdade no âmbito da dominação.Esta afirmação está incorreta. Spinoza defende que o objetivo do Estado é garantir a liberdade dos indivíduos, não a dominação. Ele vê o Estado como um meio para proteger as pessoas do medo e da insegurança, assegurando que possam viver em liberdade. Dominação, por definição, implica controle e restrição, o que vai contra a concepção de liberdade que Spinoza defende.
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Para Spinoza, o Estado é amigo da dominação e deve conservar o mínimo de direito natural de existir e de agir.Esta afirmação está incorreta. Spinoza não acredita que o Estado deva ser amigo da dominação. Pelo contrário, ele vê o Estado como uma ferramenta para garantir a liberdade dos indivíduos. Na visão de Spinoza, o Estado deve maximizar a preservação dos direitos naturais dos cidadãos, que inclui o direito de existir e agir livremente.
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As ideias de Spinoza sobre o Estado Democrático enfatizam que este não é inimigo da liberdade.Esta afirmação está correta. Spinoza argumenta que o Estado Democrático, quando funciona adequadamente, não é uma ameaça à liberdade, mas sim seu protetor. Ele acredita que o Estado deve ser um instrumento para promover a segurança e a liberdade dos cidadãos, permitindo que eles exerçam seus direitos naturais. Isso está alinhado com a ideia de que a democracia deve valorizar e propiciar a liberdade humana, um conceito central no pensamento de Spinoza.
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