Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente. CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).
Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em
explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.
ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso.
oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos.
expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.
Francis Bacon (1561 – 1626) filósofo, escritor e político Inglês considerado um dos grandes precursores do método moderno de pesquisa científico afirmou: “Os ídolos e noções falsas que ora ocupam o intelecto humano e nele se acham implantados não somente o obstruem a ponto de ser difícil o acesso da verdade, como, mesmo depois de seu pórtico logrado e descerrado, poderão ressurgir como obstáculo à própria instauração das ciências, a não ser que os homens, já precavidos contra eles, se cuidem o mais que possam”. BACON, Francis. “Novum Organum” (versão eletrônica) XXXVIII . Disponível em: www.psb40.org.br/bib/b12.pdf Acesso em 20 de maio de 2015.
Segundo Bacon, “são de quatro gêneros os ídolos que bloqueiam a mente humana”, qual item abaixo não corresponde ao pensamento do filósofo:
Ídolos do teatro – as opiniões que se formam em nós em decorrência dos poderes das autoridades que nos impõem seus pontos de vista.
Ídolos do direito – as opiniões que se formam em nós por meio de decretos e leis que não podem ser questionados.
Ídolo da caverna – as opiniões que se formam em nós por erros e defeitos de nossos órgãos dos sentidos.
Ídolo da tribo – as opiniões que se formam em nós, por sermos da espécie humana, ou seja, em decorrência da natureza humana.
Ídolos do fórum – as opiniões que se formam em nós como consequência da linguagem e de nossas relações com os outros.
Para Francis Bacon, os ídolos da tribo, que “têm sua origem na uniformidade da substância espiritual do homem, ou nos seus preconceitos, ou bem nas suas limitações, ou na sua contínua instabilidade; ou ainda na interferência dos sentimentos ou na incompetência dos sentidos ou no modo de receber impressões” (Novum Organum, aforismo LII), são um dentre os quatro tipos de obstáculos que dificultam o acesso à verdade.
Sobre os ídolos da tribo, na concepção de Bacon, é CORRETO afirmar que
são oriundos dos preconceitos adquiridos na formação de cada ser humano.
são minorados em comunidades onde impera o pluralismo religioso.
inexistem em regimes democráticos estáveis.
sempre estão ligados ao fanatismo religioso.
são invariavelmente inerentes à natureza humana.
No seu Ensaio Novum Organum, o filósofo inglês Francis Bacon escreveu:
“Nosso método é, tão fácil de ser apresentado quanto difícil de se aplicar. Consiste no estabelecer os graus da certeza, determinar o alcance exato dos sentidos e rejeitar, na maior parte dos casos, o labor da mente, calcado muito de perto sobre aqueles, abrindo e promovendo, assim, a nova e certa via da mente, que de resto, provém das próprias percepções sensíveis.” A partir da leitura desse texto e do que você estudou sobre o problema do conhecimento, está correto dizer que
I – Bacon coincide com Descartes, ao afirmar que possuímos conhecimentos inatos que são necessariamente verdadeiros.
II – para Bacon o erro está nos sentidos e não na mente que julga sobre a informação que eles nos dão.
III – a posição de Bacon coincide com a de Locke ao afirmar que a certeza só pode provir das percepções sensíveis.
IV – Bacon pode ser considerado um filósofo empirista.
V – para Bacon a consulta aos escritos dos filósofos do passado nos conduz a resolver com certeza a maioria das questões de Filosofia.
Este é um recurso exclusivo para assinantes. Assinantes podem copiar e modificar mais de 500 textos e 2000 questões disponíveis no nosso banco de questões de Filosofia, além de milhares de questões de Sociologia, Geografia e História.