Sentimos que toda satisfação de nossos desejos advinda do mundo assemelha-se à esmola que mantém hoje o mendigo vivo, porém prolonga amanhã a sua fome. A resignação, ao contrário, assemelha-se à fortuna herdada: livra o herdeiro para sempre de todas as preocupações. SCHOPENHAUER, A. Aforismo para a sabedoria da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2005.
O trecho destaca uma ideia remanescente de uma tradição filosófica ocidental, segundo a qual a felicidade se mostra indissociavelmente ligada à
busca de prazeres efêmeros.
Esta é incorreta porque Schopenhauer está criticando precisamente a busca de prazeres efêmeros. No trecho, ele compara a satisfação de desejos com esmolas que apenas prolongam a fome, sugerindo que o prazer imediato é temporário e insatisfatório a longo prazo. Portanto, a felicidade, para ele, não está ligada na busca pelos prazeres efêmeros.
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liberdade de expressão religiosa.
Liberdade de expressão religiosa não se relaciona com o trecho discutido. Schopenhauer não está falando sobre religião ou a liberdade de expressar crenças no trecho em questão. Ele fala sobre desejos, resignação e a busca por uma vida sem preocupações, o que tem mais a ver com a autossuficiência emocional e mental.
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consagração de relacionamentos afetivos.
A consagração de relacionamentos afetivos não é o foco do trecho de Schopenhauer. O autor está falando sobre como lidamos com nossos desejos e fala sobre a resignação como um caminho para a liberdade duradoura. Embora relacionamentos possam ser uma parte da vida plena e significativa, eles não são abordados nesse contexto como representação da felicidade segundo Schopenhauer.
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administração da independência interior.
Esta é a alternativa correta. A ideia central de Schopenhauer no trecho é que a verdadeira felicidade vem da capacidade de ser independente dos desejos que nunca terminam e que são como esmolas, sempre nos deixando com fome novamente. Quando ele fala sobre resignação, ele sugere que ao controlar nossos desejos e não ser escravos deles, conseguimos uma paz duradoura. Isso se alinha à administração da independência interior, onde a verdadeira liberdade está em não depender dos prazeres efêmeros do mundo.
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fugacidade do conhecimento empírico.
Essa alternativa fala sobre o conhecimento empírico, que é o conhecimento que adquirimos através da experiência dos sentidos. No trecho que trazemos de Schopenhauer, a discussão central está relacionada a como lidamos com nossos desejos e a felicidade que buscamos. O autor argumenta que a satisfação de desejos é temporária, um alívio momentâneo. Não há uma conexão direta com o conhecimento empírico aqui, portanto, essa alternativa não é a correta.
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Nossa felicidade depende daquilo que somos, de nossa individualidade; enquanto, na maior parte das vezes, levamos em conta apenas a nossa sorte, apenas aquilo que temos ou representamos. Pois, o que alguém é para si mesmo, o que o acompanha na solidão e ninguém lhe pode dar ou retirar, é manifestamente mais essencial para ele do que tudo quanto puder possuir ou ser aos olhos dos outros. Um homem espiritualmente rico, na mais absoluta solidão, consegue se divertir primorosamente com seus próprios pensamentos e fantasias, enquanto um obtuso, por mais que mude continuamente de sociedades, espetáculos, passeios e festas, não consegue afugentar o tédio que o martiriza. (Schopenhauer. Aforismos sobre a sabedoria de vida, 2015. Adaptado.)
Com base no texto, é correto afirmar que a ética de Schopenhauer
realiza um elogio à fé religiosa e à espiritualidade em detrimento da atração pelos bens materiais.
Também incorreta. Schopenhauer não está realizando um elogio à fé religiosa específica ou à espiritualidade como formas de substituir a atração por bens materiais. Ele está falando mais da capacidade interior, intelectual e do pensamento reflexivo que alguém carrega, capazes de trazer uma satisfação pessoal que independem das posses materiais ou da aparência social. Portanto, não é uma crítica direta aos bens materiais através da fé religiosa especificamente.
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valoriza o aprimoramento formativo do espírito como campo mais relevante da vida humana.
Esta alternativa está correta. Segundo o texto, Schopenhauer valoriza o que a pessoa é em sua essência, no seu interior, refletindo sobre a importância do enriquecimento pessoal e interior, um aprimoramento do seu espírito. Ou seja, ele enfatiza que é mais importante a riqueza espiritual e intelectual que as posses materiais ou status. Esse foco no "aprimoramento formativo do espírito" está alinhado com a ênfase de Schopenhauer na verdadeira natureza da felicidade.
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prioriza a condição social e a riqueza material como as determinações mais relevantes da vida humana.
Essa alternativa está incorreta. Schopenhauer claramente valoriza mais aquilo que somos em nosso interior, e não a riqueza material ou status social. Ele indica que o verdadeiro mérito está na maneira como alguém lida consigo mesmo em solidão, em vez de como é percebido por outros ou quanto possua em termos materiais.
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valoriza preferencialmente a simplicidade e a humildade, em vez do cultivo de qualidades intelectuais.
Embora a simplicidade e a humildade possam ser valores apreciados, esta alternativa está incorreta porque Schopenhauer não menospreza propriamente as qualidades intelectuais. Na verdade, ele ressalta o valor do enriquecimento interior e da habilidade de entreter-se com seus próprios pensamentos, algo que se conecta com a riqueza intelectual e espiritual, até mesmo na solidão. Ele não sugere que a simplicidade e humildade devem ser priorizadas em detrimento de qualidades intelectuais.
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corrobora os padrões hegemônicos de comportamento da sociedade de consumo atual.
Essa alternativa está incorreta. Schopenhauer está, de fato, criticando a primazia da posse material e do status social sobre a felicidade e o bem-estar espiritual. Ele enfatiza a importância do que a pessoa realmente é, além das aparências exteriores e dos padrões consumistas. Ou seja, a visão dele vai contra a ênfase no consumo como um meio para a felicidade, que é característica da sociedade de consumo atual. Então, a ética dele não corrobora esses padrões, mas justamente os questiona.
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Manipulando as palavras, é possível construir falácias e sofismas a fim de superar nossos adversários no campo da argumentação. Adotando certas atitudes que desestabilizam emocionalmente nossos antagonistas, parecemos estar cobertos de razão. São expedientes que muitas vezes, até por instinto, acabamos por utilizar em conversas e discussões. Por uma questão de honestidade intelectual, porém, precisamos tomar consciência de que somos algozes e vítimas nesse jogo sujo.
O pensador alemão Arthur Schopenhauer (1788-1860), apoiando-se em sua observação e inspirando-se nas lições de Aristóteles, denunciou várias estratégias que, com maior ou menor brilhantismo, nós empregamos todos os dias, não propriamente para descobrir e divulgar a verdade, mas neutralizar e desmerecer o discurso do nosso interlocutor.
O que Maquiavel (1469-1527) pretendeu com O Príncipe, ao descrever o que se deve fazer para conquistar e preservar o poder político, assim Schopenhauer fez com relação às disputas verbais. O objetivo é defender-se das ameaças externas e ganhar a briga na base da palavra e da instauração de um clima emocional perturbador, deixando claro quem tem a mente mais arguta e a língua mais afiada, mesmo que seja necessário atropelar os escrúpulos e esmagar a ética.
(...) (Gabriel Perissé, prof. da Universidade Católica de Santos, revista Língua, set.2014)
Depreende-se do texto que:
lançar mão de sofismas e falácias é um jogo desonesto que vitima as pessoas sem idoneidade.
Esta alternativa está incorreta. O texto refere-se ao uso de falácias e sofismas como um jogo desonesto que vitima todas as partes envolvidas, ou seja, tanto quem usa quanto quem é alvo dessas estratégias. Não se limita a pessoas sem idoneidade, já que argumenta que todos podem ser algozes e vítimas deste "jogo sujo".
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usar falácias e sofismas passa necessariamente pela manipulação de palavras o que compensaria a falta de argumentação convincente.
Esta alternativa contém uma parte correta e uma parte incorreta. Embora o texto mencione que o uso de falácias e sofismas passe pela manipulação de palavras, ele não sugere que isso compense a falta de uma argumentação convincente de uma forma válida ou elogiável. Pelo contrário, sugere uma crítica a essa prática.
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utilizar-se de falácias e sofismas seria um instrumento válido para provocar raiva no adversário e desestabilizá-lo numa discussão.
Esta alternativa está correta. O texto discute como o uso de falácias e sofismas pode ser uma estratégia para provocar emoções negativas, como raiva, no adversário e desestabilizá-lo em uma discussão. Esta é uma prática destacada no texto como um meio de "ganhar a briga" ao invés de buscar a verdade.
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manipular palavras é a forma mais racional para derrotar o adversário num debate ou discussão.
Esta alternativa está incorreta. O texto não diz que manipular palavras é a forma mais racional de derrotar adversários. Na verdade, ele critica o uso da manipulação de palavras como um meio de vencer discussões, sugerindo que é uma prática desonesta e não inteiramente racional.
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desestabilizar o adversário emocionalmente é um recurso instintivo que acaba ganhando âmbitos de honestidade intelectual.
Esta alternativa está incorreta porque o texto não afirma que desestabilizar emocionalmente o adversário é um recurso que se torna honesto. Pelo contrário, o texto sugere que, mesmo sendo um impulso instintivo, tal prática é desonesta e não reflete honestidade intelectual.
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Pensar por si mesmo
A mais rica biblioteca, quando desorganizada, não é tão proveitosa quanto uma bastante modesta, mas bem ordenada. Da mesma maneira, uma grande quantidade de conhecimentos, quando não foi laborada por um pensamento próprio, tem muito menos valor do que uma quantidade bem mais limitada, que, no entanto, foi devidamente assimilada. Pois é apenas por meio da combinação ampla do que se sabe, por meio da comparação de cada verdade com todas as outras, que uma pessoa se apropria de seu próprio saber e o domina. Só é possível pensar com profundidade sobre o que se sabe, por isso se deve aprender algo; mas também só se sabe aquilo sobre o que se pensou com profundidade.
A leitura não passa de um substituto do pensamento próprio. Trata-se de um modo de deixar que seus
pensamentos sejam conduzidos em andadeiras por outra pessoa. Além disso, muitos livros servem apenas para mostrar quantos caminhos falsos existem e como uma pessoa pode ser extraviada se resolver segui-los. Mas aquele que é conduzido pelo gênio, ou seja, que pensa por si mesmo, que pensa por vontade própria, de modo autêntico, possui a bússola para encontrar o caminho certo.
Assim, uma pessoa só deve ler quando a fonte dos seus pensamentos próprios seca, o que ocorre com bastante frequência mesmo entre as melhores cabeças. Por outro lado, renegar os pensamentos próprios, originais, para tomar um livro nas mãos é um pecado contra o Espírito Santo. É algo semelhante a fugir da natureza e do ar livre seja para visitar um herbário, seja para contemplar belas regiões em gravuras. (Adaptado de: SCHOPENHAUER, A. A arte de escrever. Trad. de Pedro Süssekind. Porto Alegre: L&PM, 2013. p. 35-38.) De acordo com o filósofo Schopenhauer:
I. a leitura é o meio mais eficaz para adquirir e fixar o conhecimento.
II. não se deve substituir os próprios pensamentos pela leitura.
III. a leitura é uma forma de pensar conduzida por outra pessoa.
Assinale a alternativa correta:
As afirmativas II e III estão corretas.
As afirmativas II e III estão corretas. Schopenhauer não apenas critica o ato de ler como substituto do pensamento próprio, mas também caracteriza a leitura como "uma forma de pensar conduzida por outra pessoa". Assim, a ideia de que se deve manter seus próprios pensamentos originais e que a leitura guia nosso pensamento está alinhada com a crítica que ele faz no texto, tornando ambas as afirmativas II e III corretas.
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Somente a afirmativa II está correta.
A afirmativa II está correta. Schopenhauer enfatiza que não se deve substituir os pensamentos próprios pela leitura, ato que ele vê como um "pecado contra o Espírito Santo", sugerindo que devemos valorizar nossos próprios pensamentos originais. Portanto, a alternativa que diz que apenas a afirmativa II está correta está parcialmente certa. Porém, não é a única correta (ver explicação da afirmativa III).
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Somente a afirmativa III está correta.
A afirmativa III está correta. Schopenhauer descreve a leitura como "um modo de deixar que seus pensamentos sejam conduzidos em andadeiras por outra pessoa", o que significa que a leitura é uma forma de pensarmos com a condução de outro, já que seguimos o raciocínio do autor do texto. Seja correto afirmar isso, mas a afirmativa II também está correta, então essa alternativa não estaria correta.
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Todas as afirmativas estão corretas.
A afirmativa I não está correta, tornando impossível que todas as afirmativas estejam corretas. Schopenhauer não apresenta a leitura como o meio mais eficaz para o conhecimento, mas sim como algo que deve complementar o pensamento próprio. As afirmativas II e III estão corretas por capturarem bem a crítica do filósofo à substituição do próprio pensamento pela leitura e sua caracterização da leitura como pensar conduzido por outra pessoa.
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As afirmativas I e II estão corretas.
A primeira afirmativa é que a leitura é o meio mais eficaz para adquirir e fixar o conhecimento. No texto, Schopenhauer parece criticar a leitura quando esta substitui o pensamento próprio, dizendo que "a leitura não passa de um substituto do pensamento próprio". Portanto, a ideia de que ela é o meio mais eficaz vai contra o que o filósofo argumenta, tornando a afirmativa I incorreta. Já a afirmativa II está coerente com o pensamento de Schopenhauer, que é contrário a substituir pensamentos próprios pela leitura, então está correta.
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