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Questões sobre Epicuro
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Alguns dos desejos são naturais e necessários; outros, naturais e não necessários; outros, nem naturais nem necessários, mas nascidos de vã opinião. Os desejos que não nos trazem dor se não satisfeitos não são necessários, mas o seu impulso pode ser facilmente desfeito, quando é difícil obter sua satisfação ou parecem geradores de dano. EPICURO DE SAMOS. “Doutrinas principais”. In: SANSON, V. F. Textos de filosofia. Rio de Janeiro: Eduff, 1974.
No fragmento da obra filosófica de Epicuro, o homem tem como fim
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aceitar o sofrimento e o rigorismo da vida com resignação.Epicuro não defendia aceitar o sofrimento como parte da vida. Na verdade, ele procurava minimizar o sofrimento e maximizar o prazer, embora de forma racional e moderada. Aceitar o sofrimento como parte inevitável da vida é mais um princípio estoico do que epicurista.
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alcançar o prazer moderado e a felicidade.Essa é a alternativa correta. Epicuro ensinava que o objetivo da vida é alcançar um estado de prazer duradouro e evitável, o que ele chamou de ataraxia, que significa uma tranquilidade imperturbável. Essa visão inclui a ideia de alcançar o prazer de forma moderada para evitar a dor futura, e isso está em linha com a busca pela felicidade.
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valorizar os deveres e as obrigações sociais.Essa alternativa também está incorreta. Epicuro não era um defensor dos deveres e das obrigações sociais como uma fonte de felicidade. Ele se concentrava mais na busca do prazer e na evitação da dor para o indivíduo. As obrigações sociais, na visão de Epicuro, eram secundárias e deveriam ser seguidas somente se contribuíssem para a paz e o prazer pessoal.
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defender a indiferença e a impossibilidade de se atingir o saber.Essa alternativa está incorreta. Epicuro não defendia a indiferença ou a impossibilidade de se atingir o conhecimento. Na verdade, ele acreditava na busca pelo conhecimento como um meio de alcançar a felicidade e evitar a dor em nossas vidas. A ideia de indiferença e impossibilidade de saber é mais compatível com o ceticismo pirrônico do que com o epicurismo.
A quem não basta pouco, nada basta. EPICURO. os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1985.
Remanescente do período helenístico, a máxima apresentada valoriza a seguinte virtude:
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justiça, interpretada como retidão de caráterJustiça é uma virtude importante, relacionada a ser justo e agir com retidão. No entanto, a frase de Epicuro não está relacionada a esse tipo de comportamento ou de ação moral em relação aos outros. Ao invés disso, ela está focada no controle e na moderação do próprio desejo pessoal.
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temperança, marcada pelo domínio da vontade.Temperança é a virtude que envolve moderação e domínio sobre os próprios desejos e prazeres, o que é exatamente o que a máxima de Epicuro exalta. Ele acreditava que para alcançar a felicidade era necessário controlar os desejos e ser capaz de se contentar com menos. Epicuro defendia a prática da temperança como um meio de encontrar o equilíbrio e a satisfação na vida, eliminando a necessidade incessante de querer mais. Por isso, essa é a alternativa correta.
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coragem, definida como fortitude na dificuldade.A coragem fala sobre enfrentar dificuldades com bravura. No entanto, a citação de Epicuro não se relaciona com a capacidade de enfrentar adversidades, mas com o controle do desejo e a moderação. Sua filosofia focava mais na autodisciplina e prazer inteligente do que na ideia de enfrentar perigos ou desafios.
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esperança, tida como confiança no porvir.A esperança refere-se a ter confiança ou expectativa positiva sobre o futuro. No entanto, a máxima de Epicuro não está falando sobre expectativas para o futuro, mas sim sobre contentamento e a capacidade de controlar desejos e vontades. Epicuro acreditava que a felicidade estava na satisfação com menos, e não na esperança para o futuro.
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prudência, caracterizada pelo correto uso da razão.A prudência realmente está relacionada com o uso da razão para tomar decisões sábias, mas a frase de Epicuro está mais relacionada ao autocontrole e à moderação, o que é característico de outra virtude. Epicuro geralmente enfatizava a importância de viver de uma maneira simples e com moderação para alcançar a felicidade, o que não se alinha diretamente com o conceito de prudência.
O prazer é o princípio e fim da vida feliz. Como o prazer é o primeiro e inato bem, é por este motivo que não escolhemos qualquer prazer. Antes, pomos de lado muitos prazeres quando, como resultado deles, sofremos maiores pesares; e, igualmente, preferimos muitas dores aos prazeres quando, depois de longamente havermos suportado as dores, desfrutamos de prazeres maiores. Convém, então, valorizar todas as coisas de acordo com a medida e o critério dos benefícios e dos prejuízos. EPICURO. Antologia de textos. São Paulo: Abril Cultural, 1973 (adaptado).
Segundo o texto, o filósofo helenístico considera que a felicidade é obtida por meio
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do recebimento de honrarias.O recebimento de honrarias, como fama ou reconhecimento social, não é algo que Epicuro considera essencial para a felicidade. Ele argumenta que tais honrarias podem trazer mais preocupações e instabilidade emocional, enquanto a verdadeira felicidade está ligada à paz de espírito e à ausência de medo e dor. Portanto, esta alternativa não está correta em relação ao texto apresentado.
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da aquisição de riquezas.A filosofia de Epicuro não vê a aquisição de riquezas como um caminho para a felicidade. Ele acredita que o foco em riquezas materiais pode levar a desejos insaciáveis e a mais infelicidade. A verdadeira felicidade, segundo Epicuro, vem da satisfação com o que se tem e da moderação dos desejos. Portanto, esta alternativa não está correta.
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da desvalorização da razão.Epicuro não defende a desvalorização da razão. Na verdade, ele valoriza o uso da razão para avaliar e escolher entre os prazeres e as dores, como mencionado no texto. A razão nos ajuda a determinar quais desejos devem ser buscados e quais devem ser evitados para alcançar a verdadeira felicidade. Assim, essa alternativa não representa corretamente o pensamento de Epicuro.
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da moderação dos desejos.Esta alternativa está correta. O texto de Epicuro fala sobre a importância de medir os prazeres e dores baseando-se nos benefícios e prejuízos que eles trazem. Isso implica em moderação e discernimento na satisfação dos desejos. Epicuro defende que a felicidade é alcançada pela moderação dos desejos, evitando excessos que podem levar a dores futuras e optando por prazeres que não tragam consequências negativas.
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do acúmulo de poder.Epicuro não argumenta que o acúmulo de poder leva à felicidade. Para Epicuro, o poder geralmente traz mais preocupações e responsabilidades, que podem resultar em ansiedade e infelicidade. Ele defende que a busca por uma vida feliz deve evitar excessos e preocupações desnecessárias. Por isso, a ideia de que a felicidade é alcançada pelo acúmulo de poder não está de acordo com a filosofia epicurista.
É preciso dar-se conta de que dentre nossos desejos uns são naturais, os outros vãos, e que dentre os primeiros há os que são necessários e outros que são somente naturais. Dentre os necessários, há os que o são para a felicidade, outros para a tranquilidade contínua do corpo, outros, enfim, para a própria vida. Uma teoria não errônea desses desejos sabe, com efeito, reportar toda preferência e toda aversão à saúde do corpo e à tranquilidade da alma, posto que aí reside a própria perfeição da vida feliz. Porque todos os nossos atos visam afastar de nós o sofrimento e o medo [...] (Epicuro, Doutrinas e máximas. In: VV.AA. Os filósofos através dos textos. São Paulo, Paulus, 1997, p. 43)
De acordo com o filósofo hedonista Epicuro (341-270 a.C) para garantir uma vida feliz e ter uma boa saúde é necessário cultivar o hábito de...
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... gozar todos os prazeres em todas as circunstâncias.Esta alternativa também está incorreta. Epicuro acredita que buscar todos os prazeres indiscriminadamente pode levar ao sofrimento. Ele vê o prazer como a ausência de dor e, por isso, defende a busca de prazeres que não causam perturbações futuras. Uma vida feliz, segundo Epicuro, envolve discriminação cuidadosa dos prazeres: escolher aqueles que não transtornam o espírito ou causam danos.
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... conquistar tudo o que se deseja e viver sem contrariedades.Esta alternativa está incorreta. Epicuro ensina exatamente o contrário: não é necessário conquistar tudo o que se deseja ou viver sem contrariedades para ser feliz. Na verdade, muitos desejos são vãos e, quando não alcançados, podem gerar sofrimento. A felicidade para Epicuro reside na capacidade de discriminar entre desejos realmente necessários e aqueles que, se perseguidos, trariam mais angústia do que prazer.
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... buscar o prazer nos exercícios espirituais e na mortificação do corpo.Esta alternativa está incorreta. Epicuro não defende a mortificação do corpo. Embora alguns possam pensar que os exercícios espirituais e a austeridade sejam caminhos para a felicidade, Epicuro valoriza o prazer como o bem supremo. No entanto, ele advoga por um prazer moderado e racional, de modo a não trazer sofrimento futuro. Ou seja, a filosofia epicurista não despreza o corpo nem propõe seu sofrimento como meio para a felicidade.
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... evitar as perturbações da alma, cultivar amizades e preservar a liberdade.Esta é a alternativa correta. Epicuro acredita que para alcançar a felicidade é necessário evitar perturbações da alma, que são causadas por desejos e temores excessivos. Cultivar amizades é importante, pois elas trazem segurança e apoio emocional, contribuindo para a tranquilidade da alma. A liberdade é vista como essencial, porque não estar submetido a desejos ou medos externos permite uma vida sem perturbações mentais. A saúde e a tranquilidade são, para Epicuro, fundamentais para a vida feliz.
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... rejeitar a maneira simples e pouco custosa de viver.Esta alternativa está incorreta. Epicuro sugere justamente o contrário: viver de maneira simples e pouco custosa. Ele argumenta que muitos desejos não são naturais e nos levam a sofrer desnecessariamente. A simplicidade é vista como uma forma eficaz de evitar o sofrimento, já que desejos simples são mais fáceis de satisfazer e menos propensos a gerar ansiedades.
Para Epicuro (341 – 270 a.C), a morte nada significa porque ela não existe para os vivos, e os mortos não estão mais aqui para explicá-la. De fato, quando pensamos em nossa própria morte, podemos nos imaginar mortos, mas não sabemos o que é a experiência do morrer.
Epicuro lamenta que
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a maioria das pessoas fuja da morte como se fosse o maior dos males.Essa é uma afirmação coerente com o pensamento de Epicuro. Epicuro argumentava que o medo da morte era irracional, pois a morte não é uma experiência que os vivos possam sentir ou compreender. Portanto, ele lamentava o fato de que muitas pessoas temem ou fogem da morte como se ela fosse o maior mal, quando na verdade não deveria ter sentido algum para nós enquanto estamos vivos.
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as pessoas amem a morte e a desejem.Também incorreto do ponto de vista de Epicuro. Ele não se refere ao amor ou desejo pela morte. Na filosofia de Epicuro, o foco está na superação do medo irracional da morte, em vez de nutrir qualquer sentimento positivo ou de desejo em relação a ela.
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as pessoas encarem a morte com coragem.Esta alternativa está incorreta no contexto do pensamento epicurista. Epicuro não lamenta que as pessoas encarem a morte com coragem, mas sim que a temam desnecessariamente. Para Epicuro, a morte não é algo que devesse ser recepcionado com coragem, mas sim um evento natural que não deveria ser temido.
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as pessoas aceitem a morte como seu destino final.Esta alternativa não está totalmente consistente com a preocupação central de Epicuro sobre a morte. Enquanto aceitar a morte como destino final pode estar parcialmente alinhado com o que ele acreditava, Epicuro não lamentava isto. O seu lamento estava voltado para o medo irracional da morte como um mal maior.
“Antes de mais, nada provém do nada, pois que então tudo nasceria sem necessidade de sementes. E, se se dissolvesse no nada tudo o que desaparece, todas as coisas seriam destruídas, anulando-se as partes nas quais se decompunham. E também é certo que o todo foi sempre tal como é agora e será sempre assim, pois nada existe nele que possa mudar-se.” Fonte: EPICURO. Antologia de Textos (Coleção Os Pensadores). São Paulo: Abril Cultural, 1973, p. 23.
Segundo o texto, é CORRETO destacar a seguinte tese de Epicuro:
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a completa recriação do mundo e a modificação de seus componentes.Esta alternativa está incorreta. No texto, Epicuro não está defendendo a ideia de que o mundo é completamente recriado ou que seus componentes são constantemente modificados. Pelo contrário, ele afirma que o universo sempre foi e sempre será da mesma maneira, sugerindo uma estabilidade e constância na natureza das coisas, ao invés de recriação e mudança completa.
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a falta de algo para sustentar a realidade e sua eterna mudança.A ideia apresentada por Epicuro, segundo o texto, não está relacionada à ausência de sustentação para a realidade ou à eterna mudança. Epicuro discute a permanência das coisas, afirmando que nada surge do nada e que tudo que existe é parte de um todo que sempre foi e será o mesmo. Portanto, esta alternativa é incorreta por distorcer a noção de constância apresentada no trecho.
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a presença de uma base para a existência eterna e invariável no mundo.Esta alternativa está correta. Epicuro sustenta a ideia de que o universo tem uma base permanente e que tudo que existe faz parte de um todo que é sempre igual a si mesmo. Nada vem do nada e nada desaparece completamente, conforme sua visão, o que reforça a existência de algo eterno e invariável no mundo. Isso reflete a tese de Epicuro de que o mundo é constante e imutável em sua essência.
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a efemeridade e o aspecto passageiro das coisas no mundo.Epicuro não está destacando a efemeridade ou o caráter passageiro do mundo. Pelo contrário, ele argumenta contra a ideia de que algo se dissolve em nada após desaparecer, reforçando que o universo é estável e duradouro. A tese central no texto é a permanência e a eternidade das coisas, não sua transitoriedade.
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