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A filosofia nasce do espanto segundo Aristóteles

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O trecho selecionado é da obra Metafísica de Aristóteles, onde ele discute a propensão natural dos seres humanos ao conhecimento. Aristóteles começa com a observação de que as sensações, especialmente a visão, são fontes de prazer, não apenas por sua utilidade, mas porque elas permitem a aquisição de conhecimento. Ele argumenta que a visão é preferida sobre outras sensações porque, mais do que qualquer outra, ela nos ajuda a descobrir e entender as diferenças no mundo ao nosso redor.

Este trecho revela a crença fundamental de Aristóteles de que o desejo de saber é inato em todos os seres humanos e que este desejo é a força motriz por trás da filosofia. Segundo ele, é o “assombro” diante do desconhecido e do incompreensível que inicialmente impulsiona as pessoas a buscar explicações, levando-as eventualmente a indagar sobre questões mais profundas e complexas, como a natureza do universo e os fenômenos celestes.

Texto de Aristóteles

Todos os homens tendem por natureza ao saber: sinal disto é o prazer produzido neles pelas sensações, já que estas, independentemente da sua utilidade, são amadas por si mesmas, e, mais do que todos, aquela que é produzida pelo olhar.

Pode-se dizer, de fato, que preferimos a visão a todas as outras sensações, não só quando temos um objetivo prático, mas também quando não pretendemos realizar qualquer ação. E o motivo é que essa sensação, mais do que qualquer outra, nos permite adquirir conhecimento e nos revela de imediato uma grande quantidade de diferenças…

Os homens no início como agora, encontram no assombro o motivo para filosofar, porque no início eles se maravilhavam diante dos fenômenos mais simples, dos quais não podiam dar-se conta, e depois, paulatinamente, se encontraram diante de problemas mais complexos, como as condições da Lua e do Sol, e as estrelas, e a origem do universo.

Referência

Aristóteles. Metafísica, São Paulo: Loyola, 2002.