Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não chegaria ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido ao porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os homens de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade dos esforços e ações humanas comprova. Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim. AQUINO, T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado).
No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como o regime de governo capaz de
refrear os movimentos religiosos contestatórios.
dissociar a relação política entre os poderes temporal e espiritual.
promover a atuação da sociedade civil na vida política.
unir a sociedade tendo em vista a realização do bem comum.
reformar a religião por meio do retorno à tradição helenística.
Ninguém nasce mulher: torna-se mulher. Nenhum destino biológico, psíquico, econômico define a forma que a fêmea humana assume no seio da sociedade; é o conjunto da civilização que elabora esse produto intermediário entre o macho e o castrado que qualificam o feminino. BEAUVOIR, S. O segundo sexo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980
Na década de 1960, a proposição de Simone de Beauvoir contribuiu para estruturar um movimento social que teve como marca o(a)
pressão do Poder Legislativo para impedir a dupla jornada de trabalho.
oposição de grupos religiosos para impedir os casamento homoafetivos.
organização de protestos púbicos para garantir a igualdade de gênero.
estabelecimento de políticas governamentais para promover ações afirmativas.
ação do Poder Judiciário para criminalizar a violência sexual.
A natureza fez os homens tão iguais, quanto às faculdades do corpo e do espírito, que, embora por vezes se encontre um homem manifestamente mais forte de corpo, ou de espírito mais vivo do que outro, mesmo assim, quando se considera tudo isto em conjunto, a diferença entre um e outro homem não é suficientemente considerável para que um deles possa com base nela reclamar algum benefício a que outro não possa igualmente aspirar. HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
Para Hobbes, antes da constituição da sociedade civil, quando dois homens desejavam o mesmo objeto, eles
recorriam aos clérigos.
consultavam os anciãos.
exerciam a solidariedade.
entravam em conflito.
apelavam aos governantes.
Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais do que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos fornecem os sentidos e a experiência. Quando pensamos em uma montanha de ouro, não fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e montanha, que já conhecíamos. Podemos conceber um cavalo virtuoso, porque somos capazes de conceber a virtude a partir de nossos próprios sentimento, e podemos unir a isso a figura e a forma de um cavalo, animal que nos é familiar. HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995.
Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão ao considerar que
as ideias têm como fonte específica o sentimento cujos dados são colhidos na empiria.
os sentimentos ordenam como os pensamentos devem ser processados na memória.
o espírito é capaz de classificar os dados da percepção sensível.
os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na sensação.
as ideias fracas resultam de experiências sensoriais determinadas pelo acaso.
A filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário deter-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e, enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado de crisálida, está contido o pensamento: Tudo é um. NIETZSCHE, F. Crítica moderna. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
O que, de acordo com Nietzsche, caracteriza o surgimento da filosofia entre os gregos?
O impulso para transformar, mediante justificativas, os elementos sensíveis em verdades racionais.
A tentativa de justificar, a partir de elementos empíricos, o que existe no real.
A ambição de expor, de maneira metódica, as diferenças entre as coisas.
A necessidade de buscar, de forma racional, a causa primeira das coisas existentes.
O desejo de explicar, usando metáforas, a origem dos seres e das coisas.
Trasímaco estava impaciente porque Sócrates e os seus amigos presumiam que a justiça era algo real e importante. Trasímaco negava isso. Em seu entender, as pessoas acreditavam no certo e no errado apenas por terem sido ensinadas a obedecer às regras da sua sociedade. No entanto, essas regras não passavam de invenções humanas. RACHELS, J. Problemas da Filosofia. Lisboa: Gradiva, 2009.
O sofista Trasímaco, personagem imortalizado no diálogo A República, de Platão, sustentava que a correlação entre justiça e ética é resultado de
convenções sociais resultantes de interesses humanos contingentes.
sentimentos experimentados diante de determinadas atitudes humanas.
determinações biológicas impregnadas na natureza humana.
mandamentos divinos inquestionáveis legados das tradições antigas.
verdades objetivas com fundamento anterior aos interesses sociais.
Quanto ao “choque de civilizações”, é bom lembrar a carta de uma menina americana de sete anos cujo pai era piloto na Guerra do Afeganistão: ela escreveu que — embora amasse muito seu pai — estava pronta a deixá-lo morrer, a sacrificá-lo por seu país. Quando o presidente Bush citou suas palavras, elas foram entendidas como manifestação “normal” de patriotismo americano; vamos conduzir uma experiência mental simples e imaginar uma menina árabe maometana pateticamente lendo para as câmeras as mesmas palavras a respeito do pai que lutava pelo Talibã — não é necessário pensar muito sobre qual teria sido a nossa reação. ZIZEK, S. Bem-vindo ao deserto do real. São Paulo: Bom Tempo, 2003.
A situação imaginária proposta pelo autor explicita o desafio cultual do(a)
expansão da democracia.
exercício da alteridade.
conquista da autodeterminação.
universalização do progresso.
prática da diplomacia.
O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político. VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).
Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função
permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.
agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.
reunir os exércitos para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra.
congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.
constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade.
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