TEXTO I
A melhor banda de todos os tempos da última semana
O melhor disco brasileiro de música americana
O melhor disco dos últimos anos de sucessos do passado
O maior sucesso de todos os tempos entre os dez maiores fracassos
Não importa contradição
O que importa é televisão
Dizem que não há nada que você não se acostume
Cala a boca e aumenta o volume então. MELLO, B.; BRITTO, S. A melhor banda de todos os tempos da última semana. São Paulo: Abril Music, 2001 (fragmento). TEXTO II
O fetichismo na música e a regressão da audição
Aldous Huxley levantou em um de seus ensaios a seguinte pergunta: quem ainda se diverte realmente hoje num lugar de diversão? Com o mesmo direito poder-se-ia perguntar: para quem a música de entretenimento serve ainda como entretenimento? Ao invés de entreter, parece que tal música contribui ainda mais para o emudecimento dos homens, para a morte da linguagem como expressão, para a incapacidade de comunicação. ADORNO, T. Textos escolhidos. São Paulo: Nova Cultural, 1999.
A aproximação entre a letra da canção e a crítica de Adorno indica o(a)
declínio da forma musical em prol de outros meios de entretenimento.
baixa renovação da indústria de entretenimento.
fusão entre elementos da indústria cultural e da cultura popular.
influência da música americana na cultura brasileira.
lado efêmero e restritivo da indústria cultural.
Se os nossos adversários, que admitem a existência de uma natureza não criada por Deus, o Sumo Bem, quisessem admitir que essas considerações estão certas, deixariam de proferir tantas blasfêmias, como a de atribuir a Deus tanto a autoria dos bens quanto dos males. Pois sendo Ele fonte suprema da Bondade, nunca poderia ter criado aquilo que é contrário à sua natureza. AGOSTINHO. A natureza do Bem. Rio de Janeiro: Sétimo Selo, 2005 (adaptado).
Para Agostinho, não se deve atribuir a Deus a origem do mal porque:
por ser bom, Deus não pode criar o que lhe é oposto, o mal.
o surgimento do mal é anterior à existência de Deus
Deus se limita a administrar a dialética existente entre o bem e o mal.
o mal, enquanto princípio ontológico, independe de Deus.
Deus apenas transforma a matéria, que é, por natureza, má.
A utilidade do escravo é semelhante à do animal. Ambos prestam serviços corporais para atender às necessidades da vida. A natureza faz o corpo do escravo e do homem livre de forma diferente. O escravo tem corpo forte, adaptado naturalmente ao trabalho servil. Já o homem livre tem corpo ereto, inadequado ao trabalho braçal, porém apto à vida do cidadão. ARISTÓTELES. Política. Brasília: UnB, 1985.
O trabalho braçal é considerado, na filosofia aristotélica, como:
atividade que exige força física e uso limitado da racionalidade.
condição necessária para a realização da virtude humana.
mecanismo de aperfeiçoamento do trabalho por meio da experiência.
indicador da imagem do homem no estado de natureza.
referencial que o homem deve seguir para viver uma vida ativa.
O filósofo Auguste Comte (1798 – 1857) preenche sua doutrina com uma imagem do progresso social na qual se conjugam ciência e política deve assumir o aspecto de uma ação científica e a política deve ser estudada de maneira científica (a física social). Desde que a Revolução francesa favoreceu a integração do povo na vida social, o positivismo obstina-se no programa de uma comunidade pacífica. E o Estado, instituição do “reino absoluto da lei”, é a garantia da ordem que impede o retorno potencial das revoluções e engendra o progresso. RUBY, C. Introdução à filosofia política. São Paulo: Unesp, 1998 (adaptado).
A característica do Estado positivo que lhe permite garantir não só a ordem, como também o desejado progresso das nações, é ser
agente repressor, tendo um papel importante a cada revolução, por impor pelo menos um curto período de ordem.
produto científico da física social, transcendendo e transformando as exigências da realidade.
espaço coletivo, onde as carências e desejos da população se realizam por meio das leis.
programa necessário, tal como a Revolução Francesa, devendo portanto se manter aberto a novas insurreições.
elemento unificador, organizando e reprimindo, se necessário, as ações dos membros da comunidade.
Após ter examinado cuidadosamente todas as coisas, cumpre enfim concluir e ter por constante que esta proposição, eu sou, eu existo, é necessariamente verdadeira todas as vezes que a enuncio ou que a concebo em meu espírito. DESCARTES, R. Meditações. Pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
A proposição “eu sou, eu existo” corresponde a um dos momentos mais importantes na ruptura da filosofia do século XVII com os padrões da reflexão medieval, por:
inaugurar a posição teórica conhecida como empirismo.
estabelecer um princípio indubitável para o conhecimento.
utilizar silogismos linguísticos como prova ontológica.
estabelecer o ceticismo como opção legítima.
questionar a relação entre a filosofia e o tema da existência de Deus.
Na sociedade democrática, as opiniões de cada um não são fortalezas ou castelos para que neles nos encerremos como forma de autoafirmação pessoal. Não só temos de ser capazes de exercer a razão em nossas argumentações, como também devemos desenvolver a capacidade de ser convencidos pelas melhores razões. A partir dessa perspectiva, a verdade buscada é sempre um resultado, não ponto de partida: e essa busca inclui a conversação entre iguais, a polêmica, o debate, a controvérsia. SAVATER, F. As perguntas da vida. São Paulo: Martins Fontes, 2001 (adaptado).
A ideia de democracia presente no texto, baseada na concepção de Habermas acerca do discurso, defende que a verdade é um(a)
produto da razão, que todo indivíduo traz latente desde o nascimento, mas que só se firma no processo latente educativo.
critério acima dos homens, de acordo com o qual podemos julgar quais opiniões são as melhores.
resultado que se encontra mais desenvolvido nos espíritos elevados, a quem cabe a tarefa de convencer os outros.
construção da atividade racional de comunicação entre os indivíduos, cujo resultado é um consenso.
alvo objetivo alcançável por cada pessoa, como agente racional autônomo.
A pura lealdade na amizade, embora até o presente não tenha existido nenhum amigo leal, é imposta a todo homem, essencialmente, pelo fato de tal dever estar implicado como dever em geral, anteriormente a toda experiência, na ideia de uma razão que determina a vontade segundo princípios a priori. KANT, I. Fundamentação da metafísica dos costumes. São Paulo: Barcarolla, 2009.
A passagem citada expõe um pensamento caracterizado pela:
comparação da ética a uma ciência de rigor matemático.
importância dos valores democráticos nas relações de amizade.
eficácia prática da razão empírica.
recusa em fundamentar a moral pela experiência.
transvaloração dos valores judaico-cristãos.
Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se estende sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá desde a infância, as pernas e o pescoço presos por correntes, de tal sorte que não podem trocar de lugar e só podem olhar para frente, pois os grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao longe, numa elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros, há um caminho ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno muro, semelhante aos tapumes que os manipuladores de marionetes armam entre eles e o público e sobre os quais exibem seus prestígios. PLATÃO. A República. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2007.
Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação cultural do pensamento grego antigo, cuja ideia central, do ponto de vista filosófico, evidencia o (a)
sistema político elitista, provindo do surgimento da pólis e da democracia ateniense.
sistema penal da época, criticando o sistema carcerário da sociedade ateniense.
vida cultural e artística, expressa por dramaturgos trágicos e cômicos gregos.
caráter antropológico, descrevendo as origens do homem primitivo.
teoria do conhecimento, expondo a passagem do mundo ilusório para o mundo das ideias.
Este é um recurso exclusivo para assinantes. Assinantes podem copiar e modificar mais de 500 textos e 2000 questões disponíveis no nosso banco de questões de Filosofia, além de milhares de questões de Sociologia, Geografia e História.