Os filósofos concebem as emoções que se combatem entre si, em nós, como vícios em que os homens caem por erro próprio; é por isso que se habituaram a ridicularizá-los, deplorá-los, reprová-los ou, quando querem parecer mais morais, detestá-los. Concebem os homens, efetivamente, não tais como são, mas como eles próprios gostariam que fossem. ESPINOSA, B. Tratado político. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
No trecho, Espinosa critica a herança filosófica no que diz respeito à idealização de uma
natureza do comportamento humano.
estrutura da interpretação fenomenológica.
manifestação do caráter religioso.
dicotomia do conhecimento prático.
Leia o texto a seguir.
Vimos, assim, que a Alma pode sofrer grandes transformações e passar ora a uma maior perfeição, ora a uma menor, paixões estas que nos explicam as afecções de alegria e de tristeza. Assim, por alegria, entenderei, no que vai seguir-se, a paixão pela qual a Alma passa a uma perfeição maior; por tristeza, ao contrário, a paixão pela qual a Alma passa a uma perfeição menor. (ESPINOSA, B. Ética. Trad. Antonio Simões. Lisboa: Relógio D’Água, 1992. p. 279).
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o problema da paixão e da afecção em Espinosa, assinale a alternativa correta.
O aumento de perfeição, característico de afecção da alegria, vincula-se ao esforço da alma em perceber-se com mais clareza e distinção.
A tristeza é uma ação da alma, consistente na afecção causada por uma paixão, por meio da qual a alma visa a própria destruição.
Tristeza e alegria são denominadas paixões porque resultam da ação de distintas dimensões da alma, responsáveis pela produção dessas afecções.
As transformações da alma, seja o aumento ou a diminuição de intensidade, fazem coexistir paixões contrárias.
Se uma coisa aumenta a potência de agir do corpo, a ideia dessa mesma coisa diminuirá a potência de pensar da nossa alma.
Sobre a questão da liberdade em Spinoza, a filósofa brasileira Marilena Chauí afirma o seguinte: “[...] o poder teológico-político é duplamente violento. Em primeiro lugar, porque pretende roubar dos homens a origem de suas ações sociais e políticas, colocando-as como cumprimento a mandamentos transcendentes de uma vontade divina incompreensível ou secreta, fundamento da ‘razão de Estado’. Em segundo, porque as leis divinas reveladas, postas como leis políticas ou civis, impedem o exercício da liberdade, pois não regulam apenas usos e costumes, mas também a linguagem e o pensamento, procurando dominar não só os corpos, mas também os espíritos”. CHAUÍ, Marilena. Espinosa, uma subversão filosófica. Revista CULT, 14 de março de 2010. Disponível em: https://revistacult.uol.com.br/home/baruch-espinosa/.
O poder teológico-político é violento, porque
recusa aos usos e costumes o papel de fundamento transcendente das ações políticas e leis civis dos homens.
submete os homens a leis supostamente transcendentes ao negar-lhes a imanência de suas próprias ações.
transforma a linguagem e o pensamento dos homens em formas de libertação de corpos e espíritos.
retira dos homens a esperança de que suas ações tenham como causa e fim a transcendência divina.
Leia com atenção a seguinte passagem:
“Diz-se livre a coisa que existe exclusivamente pela necessidade de sua natureza e que por si só é determinada a agir. E diz-se necessária, ou melhor, coagida, aquela coisa que é determinada por outra a existir e a operar de maneira definida e determinada”. SPINOZA, Benedictus de. Ética. Tradução e Notas de Tomaz Tadeu. Belo Horizonte: Autêntica, 2007, parte I, definição 7, p. 13. – Texto adaptado. Sobre a questão da liberdade divina e humana em Spinoza, considere as seguintes afirmações:
I. Somente Deus é livre.
II. A liberdade de Deus consiste em determinar-se por si só a operar.
III. O homem é coagido, pois é determinado por outra coisa a operar de maneira definida e determinada.
É correto o que se afirma em
I e II apenas.
II e III apenas.
I, II e III.
I e III apenas.
Sobre o Saber Filosófico e o Estado Democrático, analise o texto a seguir:
O fim último do Estado não é a dominação; não é para reter o homem pelo temor e fazê-lo pertencer a outro que o Estado é instituído; ao contrário, é para libertar o indivíduo do temor, para que ele viva tanto quanto possível em segurança, isto é, conserve ao máximo seu direito natural de existir e de agir. (...) Na realidade, portanto, o fim do Estado é a liberdade. (COMTE-SPONVILLE, André. A Filosofia. São Paulo: Martins Fontes, 2005, p. 105.) O autor do texto retrata a singularidade do pensamento de Baruch de Spinoza, um dos grandes racionalistas e filósofos do século XVII. O Estado, se trilhar a ideia democrática e funcionar bem, só tende a propiciar o valor da pessoa humana.
Com relação a esse assunto, assinale a alternativa CORRETA.
Para Spinoza, o Estado é amigo da dominação e deve conservar o mínimo de direito natural de existir e de agir.
O filósofo Spinoza dimensiona que o Estado é a liberdade no âmbito da dominação.
No racionalismo de Spinoza, o Estado Democrático deve retirar os direitos inalienáveis.
O pensamento de Spinoza preconiza que o Estado instituído tem condição de limitar a liberdade dos indivíduos.
As ideias de Spinoza sobre o Estado Democrático enfatizam que este não é inimigo da liberdade.
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