Assentado, portanto, que a Escritura, em muitas passagens, não apenas admite, mas necessita de exposições diferentes do significado aparente das palavras, parece-me que, nas discussões naturais, deveria ser deixada em último lugar. GALILEI, G. Carta a Dom Benedetto Castelli. In: Ciência e fé: cartas de Galileu sobre o acordo do sistema copernicano com a Bíblia. São Paulo: Unesp, 2009 (adaptado).
O texto, extraído da carta escrita por Galileu (1564-1642) cerca de trinta anos antes de sua condenação pelo Tribunal do Santo Ofício, discute a relação entre ciência e fé, problemática cara no século XVII. A declaração de Galileu defende que
as diferentes exposições quanto ao significado das palavras bíblicas devem evitar confrontos com os dogmas da Igreja.
o significado aparente daquilo que é lido acerca da natureza na bíblia constitui uma referência primeira.
a bíblia deve receber uma interpretação literal porque, desse modo, não será desviada a verdade natural.
os intérpretes precisam propor, para as passagens bíblicas, sentidos que ultrapassem o significado imediato das palavras.
a bíblia, por registrar literalmente a palavra divina, apresenta a verdade dos fatos naturais, tornando-se guia para a ciência.
A filosofia encontra-se escrita neste grande livro que continuamente se abre perante nossos olhos (isto é, o universo), que não se pode compreender antes de entender a língua e conhecer os caracteres com os quais está escrito. Ele está escrito em língua matemática, os caracteres são triângulos, circunferências e outras figuras geométricas, sem cujos meios é impossível entender humanamente as palavras; sem eles, vagamos perdidos dentro de um obscuro labirinto. GALILEI, G. O ensaiador. Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1978.
No contexto da Revolução Científica do século XVII, assumir a posição de Galileu significava defender a
oposição da nova física quantitativa aos pressupostos da filosofia escolástica.
continuidade do vínculo entre ciência e fé dominante na Idade Média.
inadequação da matemática para elaborar uma explicação racional da natureza.
importância da independência da investigação científica pretendida pela Igreja.
necessidade de o estudo linguístico ser acompanhado do exame matemático.
O Italiano Galileu Galilei foi responsável pelo advento da concepção moderna de ciência. A ele atribui-se:
A confirmação do geocentrismo.
A criação da alquimia.
A crítica ao empirismo.
A criação do método científico.
A sustentação teórica do teocentrismo.
Atente ao texto a seguir sobre o nascimento da Ciência Moderna:
O nascimento da Ciência Moderna fica incompreensível sem o trabalho crítico dos filósofos, que desmontaram as ideias teóricas do aristotelismo e do geocentrismo ptolomaico, rompendo com esses esquemas considerados caducos para quem precisava definir o homem por sua liberdade ou autonomia. (JAPIASSU, Hilton. Como Nasceu a Ciência Moderna. Rio de Janeiro: Imago, 2007, p. 37.)
O texto acima retrata, com clareza, a significância do trabalho crítico dos filósofos no plano do conhecimento científico moderno. Sobre esse assunto, assinale a alternativa CORRETA.
O trabalho crítico da revolução galileana no âmbito da ciência da matemática, em oposição às ideias do aristotelismo, configura-se como o nascimento da Ciência Moderna.
As ideias teóricas do aristotelismo estão fincadas no heliocentrismo.
O nascimento da Ciência Moderna ocorreu com as ideias teóricas do geocentrismo ptolomaico frente ao sistema heliocêntrico, formulado por Nicolau Copérnico.
O geocentrismo de Ptolomeu enfatizava que a natureza está escrita em linguagem matemática e que o conhecimento científico é uma dádiva de Deus para o homem.
Com as ideias de Ptolomeu, abriram-se novos horizontes no plano do conhecimento científico, e a ciência teria proclamado sua autonomia.
Em 1632, o matemático, astrônomo e filósofo italiano Galileu Galilei (1564-1642) publicou o Diálogo sobre os dois principais sistemas do mundo, no qual três personagens, de nomes Sagredo, Salviati e Simplício, debatem sobre a cosmologia copernicana e a cosmologia aristotélica. Ainda no mesmo ano, Galileu foi intimado a comparecer à Congregação do Santo Ofício em Roma, acusado de defender as ideias de Copérnico, consideradas heréticas pela Igreja.
Considerando o contexto histórico do processo e da condenação de Galileu Galilei pela Inquisição de Roma, assinale a alternativa correta.
A Inquisição proibiu os livros de Nicolau Copérnico, relacionando-os ao Index Librorum Prohibitorum, por divulgarem a heresia protestante.
Após o Concílio de Trento, os doutores da Igreja procuraram estabelecer uma atitude de conciliação e diálogo com os filósofos naturalistas e matemáticos, com a finalidade de controlar o conhecimento da Natureza.
O processo contra Galileu foi além de uma admoestação, ordenando que abjurasse da teoria heliocentrista defendida por Copérnico e não a divulgasse e nem a ensinasse.
Os inquisidores descobriram, nos diálogos entre as personagens do livro de Galileu Galilei, passagens em defesa da magia como uma forma legítima de conhecimento do mundo natural, motivo para proibição do livro.
O livro de Galileu Galilei foi motivo de escândalo e condenação, por submeter a teologia à filosofia natural, questionando os dogmas religiosos e a verdade revelada pelas Escrituras.
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