Os estudantes de uma escola estão debatendo se devem ou não adotar uma nova política de uniforme escolar. Alguns argumentam que o uniforme é importante para promover a igualdade entre os estudantes e para aumentar a concentração durante as aulas. Outros argumentam que o uniforme limita a expressão individual e é desnecessário. Os estudantes precisam aplicar os conceitos do empirismo de Hume para chegar a uma decisão sobre essa política.
De acordo com os princípios do empirismo de Hume, qual das seguintes opções seria a mais adequada para os estudantes considerarem ao debater a política de uniforme escolar?
Rejeitar as afirmações sobre as limitações do uniforme escolar sem considerar sua veracidade, pois são afirmações que vão contra o senso comum.
Aceitar as afirmações sobre os benefícios do uniforme escolar sem questionar sua veracidade, pois são afirmações amplamente aceitas pela maioria das pessoas.
Considerar tanto as afirmações sobre os benefícios quanto as limitações do uniforme escolar, avaliando a veracidade dessas afirmações com base em experiências empíricas consistentes e fiáveis.
Rejeitar as afirmações sobre as limitações do uniforme escolar somente se elas forem baseadas em experiências empíricas consistentes e fiáveis.
Aceitar as afirmações sobre os benefícios do uniforme escolar somente se elas forem baseadas em experiências empíricas consistentes e fiáveis.
Adão, ainda que supuséssemos que suas faculdades racionais fossem inteiramente perfeitas desde o início, não poderia ter inferido da fluidez e transparência da água que ela o sufocaria, nem da luminosidade e calor do fogo que este poderia consumi-lo. Nenhum objeto jamais revela, pelas qualidade que aparecem aos sentidos, nem as causas que o produziram, nem os efeitos que dele provirão; e tampouco nossa razão é capaz de extrair, sem auxílio da experiência, qualquer conclusão referente à existência efetiva de coisas ou questões de fato. HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Unesp, 2003.
Segundo o autor, qual é a origem do conhecimento humano?
O desenvolvimento do raciocínio abstrato.
A vivência dos fenômenos do mundo.
A revelação da inspiração divina.
A potência inata da mente.
O estudo das tradições filosóficas.
Quando analisamos nossos pensamentos ou ideias, por mais complexos e sublimes que sejam, sempre descobrimos que se resolvem em ideias simples que são cópias de uma sensação ou sentimento anterior. Mesmo as ideias que, à primeira vista, parecem mais afastadas dessa origem mostram, a um exame mais atento, ser derivadas dela. HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
Depreende-se deste excerto da obra de Hume que o conhecimento tem a sua gênese na
elaboração do intelecto.
realidade trascendental.
convicção inata.
dimensão apriorística.
percepção dos sentidos.
TEXTO I
Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez. DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979. TEXTO II
Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita. HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).
Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume
concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos.
são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento.
atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento.
entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica.
defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo.
Todo o poder criativo da mente se reduz a nada mais do que a faculdade de compor, transpor, aumentar ou diminuir os materiais que nos fornecem os sentidos e a experiência. Quando pensamos em uma montanha de ouro, não fazemos mais do que juntar duas ideias consistentes, ouro e montanha, que já conhecíamos. Podemos conceber um cavalo virtuoso, porque somos capazes de conceber a virtude a partir de nossos próprios sentimento, e podemos unir a isso a figura e a forma de um cavalo, animal que nos é familiar. HUME, D. Investigação sobre o entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995.
Hume estabelece um vínculo entre pensamento e impressão ao considerar que
as ideias têm como fonte específica o sentimento cujos dados são colhidos na empiria.
o espírito é capaz de classificar os dados da percepção sensível.
os sentimentos ordenam como os pensamentos devem ser processados na memória.
as ideias fracas resultam de experiências sensoriais determinadas pelo acaso.
os conteúdos das ideias no intelecto têm origem na sensação.
O contrário de um fato qualquer é sempre possível, pois, além de jamais implicar uma contradição, o espírito o concebe com a mesma facilidade e distinção como se ele estivesse em completo acordo com a realidade.
Que o Sol não nascerá amanhã é tão inteligível e não implica mais contradição do que a afirmação de que ele nascerá. Podemos em vão, todavia, tentar demonstrar sua falsidade de maneira absolutamente precisa. Se ela fosse demonstrativamente falsa, implicaria uma contradição e o espírito nunca poderia concebê-la distintamente, assim como não pode conceber que 1 + 1 seja diferente de 2. HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999 (adaptado).
O filósofo escocês David Hume refere-se a fatos, ou seja, a eventos espaço-temporais, que acontecem no mundo. Com relação ao conhecimento referente a tais eventos, Hume considera que os fenômenos
acontecem de forma inquestionável, ao serem apreensíveis pela razão humana.
propiciam segurança ao observador, por se basearem em dados que os tornam incontestáveis.
exigem previsões obtidas por raciocínio, distinto do conhecimento baseado em cálculo abstrato.
devem ter seus resultados previstos por duas modalidades de provas, com conclusões idênticas.
ocorrem de maneira necessária, permitindo um saber próximo ao de estilo matemático.
Pode-se admitir que a experiência passada dá somente uma informação direta e segura sobre determinados objetos em determinados períodos do tempo, dos quais ela teve conhecimento. Todavia, é esta a principal questão sobre a qual gostaria de insistir: por que esta experiência tem de ser estendida a tempos futuros e a outros objetos que, pelo que sabemos, unicamente são similares em aparência. O pão que outrora comi alimentou-me, isto é, um corpo dotado de tais qualidades sensíveis estava, a este tempo, dotado de tais poderes desconhecidos. Mas, segue-se daí que este outro pão deve também alimentar-me como ocorreu na outra vez, e que qualidades sensíveis semelhantes devem sempre ser acompanhadas de poderes ocultos semelhantes? A consequência não parece de nenhum modo necessária.
HUME, D. Investigação acerca do entendimento humano. São Paulo: Abril Cultural, 1995.
O problema descrito no texto tem como consequência a
inviabilidade de se considerar a experiência na construção da ciência.
normatividade das teorias científicas que se valem da experiência.
correspondência entre afirmações singulares e afirmações universais.
universalidade do conjunto das proposições de observação.
dificuldade de se fundamentar as leis científicas bases empíricas.
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