Sendo os homens, por natureza, todos livres, iguais e independentes, ninguém pode ser expulso de sua propriedade e submetido ao poder político de outrem sem dar consentimento. A maneira única em virtude da qual uma pessoa qualquer renuncia à liberdade natural e se reveste dos laços da sociedade civil consiste em concordar com outras pessoas em juntar-se e unir-se em comunidade para viverem com segurança, conforto e paz umas com as outras, gozando garantidamente das propriedades que tiverem e desfrutando de maior proteção contra quem quer que não faça parte dela. LOCKE, J. Segundo tratado sobre o governo civil. Os pensadores. São Paulo: Nova Cultural, 1978.
Segundo a Teoria da Formação do Estado, de John Locke, para viver em sociedade, cada cidadão deve
manter a liberdade do estado de natureza, direito inalienável.
concordar com as normas estabelecidas para a vida em sociedade.
abrir mão de seus direitos individuais em prol do bem comum.
renunciar à posse jurídica de seus bens, mas não à sua independência.
abdicar de sua propriedade e submeter-se ao poder do mais forte.
A justiça e a conformidade ao contrato consistem em algo com que a maioria dos homens parece concordar. Constitui um princípio julgado estender-se até os esconderijos dos ladrões e às confederações dos maiores vilões; até os que se afastaram a tal ponto da própria humanidade conservam entre si a fé e as regras da justiça. LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano . São Paulo: Nova Cultural, 2000 (adaptado).
De acordo com Locke, até a mais precária coletividade depende de uma noção de justiça, pois tal noção
identifica indivíduos despreparados para a vida em comum.
contribui com a manutenção da ordem e do equilíbrio social.
estabelece um conjunto de regras para a formação da sociedade.
determina o que é certo ou errado num contexto de interesses conflitantes.
representa os interesses da coletividade, expressos pela vontade da maioria
TEXTO I
Não é sem razão que o ser humano procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade. LOCKE, J. Segundo tratado sobre governo: ensaio relativo à verdadeira origem, extensão e objetivo do governo civil. São Paulo: Abril Cultural, 1978 (adaptado). TEXTO II
Para que essas classes com interesses econômicos em conflitos não destruam a si mesmas e à sociedade numa luta estéril, surge a necessidade de um poder que, na aparência, esteja acima da sociedade, que atenue o conflito, mantenha-o dentro dos limites da ordem. ENGELS, F. In: GALLINO, L. Dicionário de sociologia. São Paulo: Paulus, 2005 (adaptado).
Os textos expressam duas visões sobre a forma como os indivíduos se organizam socialmente. Tais visões apontam, respectivamente, para as concepções:
Igualitária, baseada na filantropia — Complementar, com objetivos comuns unindo classes antagônicas.
Liberal, em defesa da liberdade e da propriedade privada — Conflituosa, exemplificada pela luta de classes.
Heterogênea, favorável à propriedade privada — Consensual, sob o controle de classes com interesses comuns.
Libertária, em defesa da razão humana — Contraditória, na qual vigora o estado de natureza.
Compulsória, na qual as pessoas possuem papéis que se complementam — Individualista, na qual as pessoas lutam por seus interesses.
A maneira pela qual adquirimos qualquer conhecimento constitui suficiente prova de que não é inato. LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1988.
Com base no texto, o empirismo, corrente filosófica da qual Locke fazia parte,
afirma que o conhecimento não é inato, pois sua aquisição deriva da experiência.
é uma forma de ceticismo, pois nega que os conhecimentos possam ser obtidos.
aproxima-se do modelo científico cartesiano, ao negar a existência de ideias inatas.
defende que as ideias estão presentes na razão desde o nascimento.
TEXTO I
A teoria do conhecimento exposta em Ensaio sobre o entendimento humano constitui uma longa, pormenorizada e hábil demonstração de uma tese: a de que o conhecimento é fundamentalmente derivado da experiência sensível. Fora de seus limites, a mente humana reproduziria, por si mesma, ideias cuja validez residiria apenas em sua compatibilidade interna, sem que se possa considerá-las expressão de uma realidade exterior à própria mente. LOCKE, J. Ensaio acerca do entendimento humano. São Paulo: Nova Cultural, 1999. TEXTO II
Experienciei algumas vezes que os sentidos são enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez. DESCARTES, R. Meditações metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979.
Em se tratando do papel dos sentidos na obtenção do conhecimento, os pensadores acima
concordam na confiabilidade da experiência sensível para adquirir conhecimento.
defendem o emprego fundamental dos sentidos na obtenção da verdade.
expressam opiniões divergentes sobre a função dos sentidos na obtenção de conhecimento.
admitem juízos céticos sobre a eficácia da experiência sensível para chegar à verdade.
afirmam a capacidade da razão de gerar conhecimento ao contrário dos sentidos.
Texto 1
O Estado nasce do interior da sociedade, mas ele se eleva acima dela. Antes do seu advento imperava o “estado de natureza”, a guerra de todos contra todos. Assim, ele surge como manifestação da evolução humana, cujo sinal é a consciência da necessidade de um poder superior, absoluto e despótico, voltado para a defesa da sociedade. Essa consciência origina um contrato pelo qual os homens abdicam da sua liberdade anárquica em favor do Estado, afim de evitar o caos. A figura bíblica do Leviatã representa o Estado: um monstro cruel que, no entanto, impede que os peixes pequenos sejam devorados pelos maiores. (www.cefetsp.br. Adaptado.) Texto 2
No estado natural do homem ele possuiria direitos naturais que não dependeriam de sua vontade (um estado de perfeita liberdade e igualdade). Locke afirma que a propriedade é uma instituição anterior à sociedade civil (criada junto com o Estado) e por isso seria um direito natural ao indivíduo, que o Estado não poderia retirar. “O Homem era naturalmente livre e proprietário de sua pessoa e de seu trabalho”. (www.brasilescola.com)
A partir da leitura dos textos, assinale a alternativa correta.
O texto 2 apresenta ideias opostas ao individualismo burguês.
Os dois textos apresentam a mesma concepção de Estado.
O texto 1 contém argumentos favoráveis ao Estado Absolutista.
O texto 1 representa a concepção do Estado, segundo a ótica liberal.
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