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Questões sobre Nietzsche
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NIETZSCHE apud FERRY, L. Aprender a viver: filosofia para os novos tempos. Rio de Janeiro: Objetiva, 2010 (adaptado).
Essa fórmula indicada por Nietzsche consiste em uma crítica à tradição cristã que.
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condena os modelos filosóficos da Antiguidade Clássica.Esta alternativa está incorreta. Embora Nietzsche tenha críticas à maneira como a tradição cristã interpreta certa parte da filosofia, o foco do conceito de 'amor fati' não é uma condenação aos modelos da Antiguidade Clássica, mas uma crítica ao modo como a tradição cristã lida com a questão da aceitação da realidade como ela é.
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consagra a realização humana ao campo transcendental.Esta alternativa está correta. Nietzsche critica a tradição cristã por focar excessivamente no transcendental – ou seja, no que está além deste mundo, como o céu e a vida após a morte – em vez de valorizar e amar a vida e o destino tal como eles são, aqui e agora. 'Amor fati' é exatamente o oposto: amar o destino e a realidade presente.
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associa os cultos pagãos à sacralização da natureza.Esta alternativa está incorreta. Associar os cultos pagãos à sacralização da natureza não está relacionado ao conceito de 'amor fati', que se centra na aceitação do destino e não está diretamente vinculado a práticas religiosas pagãs ou à crítica religiosa nesse aspecto.
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combate as práticas sociais de cunho afetivo.Esta alternativa está incorreta. O conceito de 'amor fati' de Nietzsche refere-se à aceitação e amor pelo destino e pelo que é inevitável em nossas vidas. Não tem relação direta com práticas sociais de cunho afetivo que poderiam ser promovidas ou combatidas pela tradição cristã.
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impede o avanço científico no contexto moderno.Esta alternativa está incorreta. A crítica de Nietzsche aqui não está focada na relação entre o cristianismo e o avanço científico. Embora Nietzsche critique a moral cristã, a questão não aborda diretamente a ciência moderna.
O texto exprime uma construção alegórica, que traduz um entendimento da doutrina niilista, uma vez que
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destaca a decadência da cultura.Esta alternativa também está correta. O texto destaca a decadência da cultura ao descrever um cenário em que as melhores obras são consideradas fúteis e todos os sentimentos de realização e progresso são percebidos como vazios e inúteis. Isso reflete um aspecto da crítica niilista, onde as estruturas, valores e realizações culturais estão em declínio, secando de todo sentido ou propósito, o que se alinha com a perspectiva de Nietzsche sobre a decadência dos valores culturais e a imprescindível busca por novos significados.
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exorta as relações de produção.Esta alternativa está incorreta. O texto não exorta as relações de produção. Ele aborda uma crítica mais ampla e existencial, centrando-se no sentimento de inutilidade e vazio que afeta a cultura de uma forma geral, possivelmente incluindo, mas não se restringindo a, fatores econômicos ou produtivos. O foco está mais na falta de propósito e no sentimento de decadência cultural do que em qualquer tipo de crítica direta às relações de produção econômicas.
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desvela os valores do cotidiano.Esta alternativa está incorreta. O texto não desvela valores do cotidiano de maneira reveladora ou positiva. O propósito do texto está mais voltado para refletir um sentimento de futilidade e desespero, não iluminando ou expondo valores cotidianos de forma a torná-los mais compreensíveis ou válidos. O niilismo, conforme descrito no texto de Nietzsche, questiona e eventualmente anula esses valores, em vez de desvelá-los.
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amplifica o sentimento de ansiedade.Esta alternativa está correta. O texto de Nietzsche, em "Assim falou Zaratustra", expressa um sentimento de desencanto e vazio existencial associado ao niilismo, que é uma doutrina ou crença de que a vida não tem propósito, sentido ou valor intrínseco. Isso pode, de fato, aumentar o sentimento de ansiedade, à medida que as pessoas podem se sentir perdidas ou sem orientação diante dessa percepção de que tudo é "oco" e "inútil". No texto, frases como "secamos de todo" e "cansamos o próprio fogo" transmitem uma sensação de cansaço extremo e falta de propósito, o que pode ser aterrador e gerar ansiedade para aqueles que buscam significado na vida.
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reforça a liberdade do cidadão.Esta alternativa está incorreta. O texto em questão não sugere que o niilismo reforça a liberdade do cidadão. Pelo contrário, ele descreve uma sensação de opressão e semelhante a uma prisão emocional, onde tudo parece vazio e sem sentido. O sentimento predominante é o de inutilidade e falta de propósito, o que não se alinha com uma ideia de liberdade, mas sim de desesperança.
O trecho contém uma formulação da doutrina nietzscheana do eterno retorno, que apresenta critérios radicais de avaliação da
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conveniência do cuidado da saúde física e espiritual.Incorreta. Embora a saúde física e espiritual possam ser aspectos importantes de nossa existência, a ideia do eterno retorno proposta por Nietzsche não foca na conveniência de cuidar desses aspectos. Em vez disso, ela serve como um critério para refletir sobre a plenitude e a satisfação com que vivemos.
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legitimidade da doutrina pagã da transmigração da alma.Incorreta. A transmigração da alma refere-se a ideias de reencarnação, que são mais características de tradições filosóficas e religiosas orientais. Nietzsche, neste contexto, fala sobre o eterno retorno, que é uma ideia cosmológica e existencial diferente, não relacionada à transmigração da alma.
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veracidade do postulado cosmológico da perenidade do mundo.Incorreta. A doutrina do eterno retorno de Nietzsche não se propõe a provar nada sobre a estrutura física do universo, como o postulado da perenidade do mundo. É mais uma ideia filosófica existencial sobre como deveríamos avaliar e viver nossas vidas, sem qualquer compromisso direto com a cosmologia científica.
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validade de padrões habituais de ação humana ao longo da história.Incorreta. A doutrina do eterno retorno questiona a validade de padrões habituais, pois sugere que devemos viver de maneira excepcional, que nos faça desejar reviver nossa vida eternamente, em vez de simplesmente seguir tradições ou hábitos históricos.
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qualidade de nossa existência pessoal e coletiva.Correta! Nietzsche propõe que devemos viver de tal forma que estaríamos dispostos a reviver nossa vida eternamente. Essa é uma forma radical de avaliar a qualidade de nossa existência, tanto em nível pessoal quanto coletivo, pois implica que devemos adotar um modo de vida que nos satisfaça plenamente a ponto de desejarmos repeti-lo indefinidamente.
Nietzsche desferiu golpes impiedosos a essas categorias da cultura ocidental, porque
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desmotivaram a vontade de potência humana, conforme paradigmas da filosofia e da ciência.Esta alternativa está incorreta. Embora Nietzsche criticasse a tradição filosófica e religiosa por seu efeito sobre a 'vontade de potência', a ideia de que elas 'desmotivaram a vontade de potência humana' não é precisa. Nietzsche via essas tradições como formas de limitar ou suprimir a vontade, mais do que simplesmente desmotivá-la. Ele acreditava que essas tradições promoviam um modo de vida que evitava o desenvolvimento pleno da vontade individual.
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impuseram uma moral de rebanho, capaz de atrofiar a vontade de potência dos indivíduos.Esta é a alternativa correta. Nietzsche é conhecido por sua crítica ao que chamava de 'moral de rebanho'. Ele acreditava que a moral imposta pela tradição socrático-platônica, pelo cristianismo e, em certa medida, pela ciência, limitava a expressão individual e a 'vontade de potência' dos indivíduos — um conceito central em sua filosofia que representa o impulso vital de autoafirmação e realização pessoal.
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preservaram a tradição atrofiando, consequentemente, a possibilidade de atualização de uma moral universal.Esta alternativa está incorreta. Nietzsche não via a tradição como responsável por atrofiar uma 'moral universal'. Na verdade, ele criticou a própria ideia de uma moral universal. Para Nietzsche, a moralidade era uma construção histórica e cultural, e ele defendia uma reevalução individual e crítica constante das normas morais, não sua atualização segundo uma moral universal. A preservação da tradição era criticada mais por limitar a expressão individual do que por impedir uma moral 'universal'.
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determinaram a ―morte de Deus‖, privando-se da competência de arrebanhar os homens.Esta alternativa está incorreta. Nietzsche não acusou essas tradições de determinar a 'morte de Deus'. Pelo contrário, ele proclamou a 'morte de Deus' como uma consequência do declínio da fé nas explicações religiosas no contexto da modernidade e da ciência. Essa 'morte' simboliza a perda de valores absolutos e a necessidade de reavaliar os valores ocidentais tradicionais.
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desarticularam a moral histórica, impedindo a vontade de potência subjetiva no ocidente.Esta alternativa está incorreta. Nietzsche não criticou a filosofia socrático-platônica, o cristianismo e a ciência por desarticularem a 'moral histórica'. Na verdade, ele argumentava que essas tradições impunham uma moral profunda e enraizada, que ele via como 'moral de rebanho'. Além disso, a 'vontade de potência' não estava sendo impedida por uma 'moral histórica', mas sim por essa moral coletiva que Nietzsche criticava.
Se observei corretamente, em geral “a não liberdade de arbítrio” é vista como problema por dois lados inteiramente opostos, mas sempre de maneira profundamente pessoal: uns não querem por preço algum abandonar sua “responsabilidade”, a fé em si, o direito pessoal ao seu mérito (os tipos vaidosos estão desse lado); os outros, pelo contrário, não desejam se responsabilizar por nada, ser culpados de nada, e, a partir de um autodesprezo interior, querem depositar o fardo de si mesmos em algum outro lugar. Estes últimos, quando escrevem livros, costumam agora tomar a defesa dos criminosos. (NIETZSCHE, F. Além do Bem e do Mal. São Paulo: Companhia das Letras, 2005. Aforismo 21. p.26.)
Considerando essa passagem, assinale a alternativa correta.
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O texto defende que os criminosos, na medida em que possuem o livre arbítrio, são culpados.A primeira alternativa está incorreta. O texto de Nietzsche não afirma que os criminosos são culpados por possuírem livre arbítrio. Na verdade, ele destaca que algumas pessoas preferem negar sua responsabilidade, jogando a culpa em fatores externos ou defendendo os criminosos para evitar o sentimento de culpa ou responsabilidade. A questão não é sobre culpar os criminosos, mas entender a psicologia de quem defende ou ataca a noção de livre arbítrio.
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O texto defende que o ser humano possui o livre-arbítrio.A terceira alternativa está equivocada. O texto não afirma que o ser humano possui livre arbítrio. Nietzsche aponta que existem lados opostos no debate sobre livre arbítrio, com algumas pessoas valorizando a ideia de liberdade pessoal e responsabilidade, enquanto outras preferem rejeitar a responsabilidade pelo desejo de evitar culpa. Ele descreve posturas e impulsos pessoais, mas não afirma que necessariamente possuímos livre arbítrio.
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O texto defende que o ser humano é determinado por causas materiais.Esta alternativa também está incorreta. Embora Nietzsche explore a questão do determinismo e do livre arbítrio, o texto não faz uma afirmação direta de que o ser humano é determinado por causas materiais. Ele discute mais sobre os motivos pessoais que levam as pessoas a aderirem a uma visão ou outra, mas não endossa diretamente o determinismo. A discussão está mais focada nas razões psicológicas e filosóficas por trás das posições sobre livre arbítrio.
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As teses que defendem o livre-arbítrio ou o determinismo têm origem na relação que o ser humano mantém consigo mesmo.Esta é a alternativa correta. O texto de Nietzsche destaca que as discussões sobre livre arbítrio e determinismo são fortemente influenciadas pelas motivações pessoais e pela relação que o indivíduo possui consigo mesmo. Ele descreve dois tipos de pessoas: aquelas que desejam carregar a responsabilidade pessoalmente e aquelas que preferem evitar a culpa. Assim, as teses não somente nascem de argumentos teóricos, mas de como os indivíduos entendem e se relacionam com suas próprias vidas e responsabilidades.
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A passagem explicita a superioridade científica das teses que defendem o livre-arbítrio em relação àquelas que defendem o determinismo.Esta alternativa está incorreta. Nietzsche não faz uma afirmação sobre a superioridade científica de teses pró-livre arbítrio em relação ao determinismo. Ele está mais focado em descrever as diferentes motivações pessoais para acreditar em uma ou outra visão. A passagem não aborda a questão da superioridade científica, mas sim a psicologia das crenças pessoais em relação à responsabilidade e culpa.
Para Nietzsche, uma educação superior da humanidade exigiria uma transvaloração de todos os valores que têm como frente de combate a transvaloração platônico-cristã. Em relação à transvaloração proposta por Nietzsche, nota-se que
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opera uma inversão de valores, na medida em que considera os valores vigentes como sintoma de decadência.Essa alternativa está correta. Nietzsche realmente propõe uma inversão de valores, pois ele vê a moralidade platônico-cristã como um sintoma de decadência. Para ele, essa moralidade inverte a ordem natural dos valores ao privilegiar a fraqueza e a submissão em vez da força e da vitalidade. Portanto, transvalorar os valores significa rejeitar essa inversão e afirmar valores que promovam a vida e o crescimento.
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implica uma valorização dos valores presentes eliminando a ideia de um mundo metafísico de verdades eternas.Essa alternativa está parcialmente correta, mas não é o foco principal da proposta nietzschiana de transvaloração. Nietzsche propõe rejeitar a noção de um mundo metafísico de verdades eternas, valorizando o mundo sensível e à vida. No entanto, o principal ponto de sua transvaloração é combater o que vê como os valores decadentes do platonismo e do cristianismo, não necessariamente apenas eliminar a ideia de verdade eterna.
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visa aprofundar a cisão platônico-cristã entre esse mundo (o empírico) e o outro mundo (o mundo-verdade).Essa alternativa está incorreta. Nietzsche não visa aprofundar a cisão platônico-cristã. Na verdade, ele critica essa própria cisão. Ele vê a divisão entre o mundo sensível e o mundo-verdade como uma ilusão criada pela moralidade platônico-cristã, que desvaloriza a vida real em favor de uma ideia abstrata e distante de verdade. Ele propõe unir o real e o valorativo no mundo sensível, rejeitando essa divisão.
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sustenta uma visão metafísica que valoriza e postula uma possível realidade para além do mundo sensível.Essa alternativa está incorreta. Nietzsche é um crítico feroz da metafísica tradicional, especialmente a que pósula realidades além deste mundo. Ele acusava o platonismo e o cristianismo de criarem a ideia de um mundo superior e verdadeiro, desvalorizando assim o nosso mundo sensível e concreto. Portanto, ele não sustenta uma visão metafísica que valoriza alguma realidade além do mundo sensível.
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visa retirar o homem da alienação na qual se encontra, mostrando que tudo já está decidido e escolhido para nós.Essa alternativa está incorreta. Nietzsche não acreditava que tudo já está decidido e escolhido para nós. Pelo contrário, ele era um firme defensor do conceito de "amor fati", ou seja, o amor ao destino e uma aceitação das nossas escolhas e circunstancias. Ele criticava a alienação, mas acreditava que a responsabilidade pelas nossas escolhas é nossa, e não que tudo já está determinado.
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