Desde que tenhamos compreendido o significado da palavra “Deus”, sabemos, de imediato, que Deus existe. Com efeito, essa palavra designa uma coisa de tal ordem que não podemos conceber nada que lhe seja maior. Ora, o que existe na realidade e no pensamento é maior do que o que existe apenas no pensamento. Donde se segue que o objeto designado pela palavra “Deus”, que existe no pensamento, desde que se entenda essa palavra, também existe na realidade. Por conseguinte, a existência de Deus é evidente. Tomás de Aquino. Suma Teológica. Rio de Janeiro: Loyola, 2002.
O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de Aquino caracterizada por
explicar as virtudes teológicas pela demonstração.
justificar pragmaticamente crença livre de dogmas.
flexibilizar a interpretação oficial dos textos sagrados.
reiterar a ortodoxia religiosa contra os heréticos.
sustentar racionalmente doutrina alicerçada na fé.
Tomás de Aquino, filósofo cristão que viveu no século XIII, afirma: a lei é uma regra ou um preceito relativo às nossas ações. Ora, a norma suprema dos atos humanos é a razão. Desse modo, em última análise, a lei está submetida à razão; é apenas uma formulação das exigências racionais. Porém, é mister que ela emane da comunidade, ou de uma pessoa que legitimamente a representa. GILSON, E.; BOEHNER, P. História da filosofia cristã. Petrópolis: Vozes, 1991 (adaptado).
No contexto do século XIII, a visão política do filósofo mencionado retoma o
paradigma de vida feliz de Agostinho.
ensinamento místico de Pitágoras.
conformismo estoico de Sêneca.
conceito de bem comum de Aristóteles.
pensamento idealista de Platão.
Ora, em todas as coisas ordenadas a algum fim, é preciso haver algum dirigente, pelo qual se atinja diretamente o devido fim. Com efeito, um navio, que se move para diversos lados pelo impulso dos ventos contrários, não chegaria ao fim de destino, se por indústria do piloto não fosse dirigido ao porto; ora, tem o homem um fim, para o qual se ordenam toda a sua vida e ação. Acontece, porém, agirem os homens de modos diversos em vista do fim, o que a própria diversidade dos esforços e ações humanas comprova. Portanto, precisa o homem de um dirigente para o fim. AQUINO, T. Do reino ou do governo dos homens: ao rei do Chipre. Escritos políticos de São Tomás de Aquino. Petrópolis: Vozes, 1995 (adaptado).
No trecho citado, Tomás de Aquino justifica a monarquia como o regime de governo capaz de
refrear os movimentos religiosos contestatórios.
promover a atuação da sociedade civil na vida política.
dissociar a relação política entre os poderes temporal e espiritual.
reformar a religião por meio do retorno à tradição helenística.
unir a sociedade tendo em vista a realização do bem comum.
Enquanto o pensamento de Santo Agostinho representa o desenvolvimento de uma filosofia cristã inspirada em Platão, o pensamento de São Tomás reabilita a filosofia de Aristóteles - até então vista sob suspeita pela Igreja -, mostrando ser possível desenvolver uma leitura de Aristóteles compatível com a doutrina cristã. O aristotelismo de São Tomás abriu caminho para o estudo da obra aristotélica e para a legitimação do interesse pelas ciências naturais, um dos principais motivos do interesse por Aristóteles nesse período. MARCONDES, D. Textos Básicos de filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2005.
A Igreja Católica por muito tempo impediu a divulgação da obra de Aristóteles pelo fato de a obra aristotélica
contribuir para o desenvolvimento de sentimentos antirreligiosos, seguindo sua teoria política.
criticar a Igreja Católica, instigando a criação de outras instituições religiosas.
declarar a inexistência de Deus, colocando em dúvida toda a moral religiosa.
valorizar a investigação científica, contrariando certos dogmas religiosos.
evocar pensamentos de religiões orientais, minando a expansão do cristianismo.
A inteligência humana é incapaz de apreender a substância ou a essência íntima de Deus. O nosso conhecimento intelectual tem seu ponto de partida nos sentidos corporais, de tal modo que tudo o que não cai sob o domínio dos sentidos não pode ser apreendido pela inteligência humana, a não ser na medida que os objetos sensíveis permitem deduzir a existência de tais coisas. Ora, os objetos sensíveis não podem conduzir a nossa inteligência a enxergar neles aquilo que constitui a substância ou essência divina, pois se verifica uma diferença de nível entre os efeitos e o poder da coisa. E, todavia, os objetos sensíveis conduzem a nossa inteligência a um certo conhecimento de Deus, até ao ponto de conhecermos que Ele existe. (Santo Tomás de Aquino. Súmula contra os gentios, 1973. Adaptado.)
Santo Tomás de Aquino (1225-1274) foi teólogo, filósofo e um dos mestres da Escolástica medieval. No excerto, ele sustenta que a inteligência humana, apesar de sua fragilidade, pode levar à comprovação da existência de Deus, considerando que é possível
sentir a existência divina nos momentos de paz e de alegria interior, em meio às contrariedades da vida e às turbulências do mundo.
proceder do efeito para a causa e conhecer a causa do mundo sensível, que é Deus, nas relações que ela estabelece com as suas criações.
concluir que, dado o caráter falível da razão humana, as verdades substanciais encontram-se nos decretos dos governos monárquicos.
ter certeza que a razão humana pode se tornar infalível, caso o fiel esteja isento da poluição do pecado.
deslocar-se do conhecimento da causa que produziu o mundo e tudo que existe para os objetos sensíveis.
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