Questões sobre o fisicalismo

Quais são os principais desafios enfrentados pelo dualismo, de acordo com o fisicalismo?

Explicar como a mente, sendo não-material, pode influenciar diretamente no comportamento do corpo físico.

Esta alternativa está correta. Um dos principais desafios do dualismo é explicar como entidades imateriais, como a mente, podem interagir com o corpo físico - que é material. Esse é um dos problemas centrais, conhecido como o problema da interação mente-corpo, e tem sido uma preocupação desde os tempos de René Descartes, um dos filósofos mais proeminentes associados ao dualismo.
Justificar por que a mente e o corpo parecem ter origem na mesma substância física, sendo que a mente deveria ser imaterial.

Essa alternativa está incorreta. No dualismo, a ideia central é que mente e corpo são de naturezas distintas. O principal desafio para o dualismo, segundo os fisicalistas, não está em justificar por que parecem ter origem na mesma substância física, mas sim em como entidades de naturezas tão diferentes poderiam interagir.
Demonstrar que os processos mentais são influenciados diretamente pelas propriedades químicas dos alimentos.

Esta alternativa está incorreta. O dualismo não precisa demonstrar que processos mentais são influenciados diretamente pelas propriedades químicas dos alimentos, pois essa não é uma tese básica do dualismo. Essa afirmação está mais alinhada a uma perspectiva fisicalista, que explicaria processos mentais em termos de estados físicos e químicos.
Negar as evidências científicas de que a mente e o corpo são o mesmo, o que viola a base filosófica do dualismo.

Essa alternativa está incorreta porque não se trata de negar evidências científicas de que mente e corpo são o mesmo. O dualismo não nega esses tipos de evidências, mas tenta explicar a existência de dois tipos distintos de substância ou realidade, o físico e o mental. Assim, o fisicalismo, ao contrário, afirma que tudo pode ser explicado por processos físicos, negando a existência de substâncias imateriais.

Como o caso de Phineas Gage é usado para apoiar o fisicalismo?

Mostra que uma pessoa pode sobreviver a uma lesão cerebral grave, sugerindo que a mente é independente do cérebro.

Essa afirmação está incorreta. Na verdade, o caso de Phineas Gage é frequentemente citado para mostrar o oposto: que a mente e o cérebro estão profundamente interligados. Embora Gage tenha sobrevivido a uma grave lesão cerebral, muito da sua personalidade e comportamento foi alterado, sugerindo que tais facetas estão relacionadas ao estado físico do cérebro, não independentes dele.
Mostra que lesões cerebrais podem causar alterações de personalidade, sugerindo que a mente é o produto do cérebro.

Essa afirmação está correta porque o caso de Phineas Gage é frequentemente utilizado para mostrar que mudanças físicas no cérebro podem ter um impacto direto e profundo na personalidade e comportamento de uma pessoa. Isso sugere que aspectos mentais estão fortemente ligados às condições físicas do cérebro. Após o acidente, Gage sofreu alterações marcantes em sua personalidade, o que oferece evidência em favor da ideia de que a mente é um produto do cérebro, como proposto pelo fisicalismo.
Mostra que a personalidade humana é constante, independente das condições físicas do cérebro.

Esta alternativa está incorreta. O caso de Phineas Gage demonstra que mudanças físicas no cérebro resultaram em uma mudança significativa na personalidade dele, indicando que a personalidade está de fato ligada às condições físicas do cérebro.
Mostra que alterações cerebrais não afetam a capacidade de uma pessoa de pensar ou sentir.

Esta afirmação está incorreta. O caso de Phineas Gage é famoso precisamente porque seus pensamentos e sentimentos foram afetados pela lesão. Ele sobreviveu, mas suas alterações de comportamento indicam que o cérebro tem um papel crucial na capacidade de pensar e sentir, justamente o contrário do que essa alternativa sugere.

Como o fisicalismo se opõe ao dualismo de mente-corpo?

O fisicalismo argumenta que a mente e o corpo são substâncias idênticas e intercambiáveis.

Esta alternativa está incorreta. O fisicalismo defende que tudo é físico, mas não necessariamente que a mente e o corpo são idênticos ou intercambiáveis. Em vez disso, a mente é entendida como um fenômeno emergente de processos físicos. O conceito de intercambiabilidade não se aplica dentro do fisicalismo, pois isso implicaria que as funções mentais e corporais são permutáveis, o que não é o caso.
O fisicalismo argumenta que a mente e o corpo são uma única substância.

Esta alternativa está correta. O fisicalismo ou materialismo monista defende que tudo que existe é físico, incluindo a mente. Portanto, segundo essa visão, mente e corpo não são substâncias distintas, mas partes de uma única substância física. Essa afirmação está em oposição ao dualismo, que considera a mente e o corpo como entidades fundamentalmente diferentes.
O fisicalismo argumenta que a mente é inexistente, e só o corpo é real.

Esta alternativa está incorreta. Embora o fisicalismo afirme que tudo é físico, ele não nega a existência da mente. Em vez disso, o fisicalismo argumenta que experiências mentais são causadas por acontecimentos físicos no cérebro. Ou seja, a mente seria um conjunto de processos físicos. Negar a existência da mente seria uma posição mais radical que nem todos os fisicalistas aceitam.
O fisicalismo argumenta que a mente e o corpo são substâncias separadas e distintas.

Esta alternativa está incorreta. Descrever a mente e o corpo como substâncias separadas e distintas é, na verdade, uma característica do dualismo, não do fisicalismo. O dualismo, defendido por filósofos como Descartes, propõe que há uma distinção real entre a mente (aspecto não-físico) e o corpo (aspecto físico). Em contrapartida, o fisicalismo sustenta que tudo é físico e que não existe tal separação.

Considere o texto abaixo, de Georges Rey

Parece ser um fato espantoso a respeito de pessoas e animais que todo o seu comportamento, descrito de maneira não tendenciosa, possa ser explicado, em princípio, em termos de propriedades físicas apenas. Todos os movimentos de seu corpo [...] poderiam ser perfeitamente explicados em termos de impulsos elétricos ao longo das fibras nervosas que os precedem. Esses disparos, por sua vez, poderiam ser explicados por eventos neurológicos anteriores, que poderiam, por sua vez, ser explicados por eventos anteriores. [...] Nós não temos razão alguma para acreditar que haja qualquer ruptura na explicação física de seu movimento.

O que o autor quer dizer com "ruptura na explicação física de seu movimento"?

Rey está implicando que não temos razão para pensar que pode haver uma intervenção de uma entidade não-física ou sobrenatural que interrompe a sequência de eventos físicos.

Esta é uma leitura mais próxima do que Rey está sugerindo. Ele realmente fala sobre a ausência de qualquer necessidade de postular intervenções não físicas ou sobrenaturais para explicar o movimento. Rey defende uma visão de que as explicações físicas são completas e não necessitam de causas externas à física para serem compreendidas. Assim, a "ruptura" seria inserções de entidades sobrenaturais na explicação do movimento.
Rey está sugerindo que não temos razão para pensar que haveria uma pausa ou intervalo na continuidade do movimento físico.

Esta alternativa sugere que Rey está falando sobre uma interrupção na continuidade do movimento físico em si, como se houvesse uma pausa no movimento dos corpos. No entanto, a discussão de Rey não está focada em pausas no movimento físico, mas na cadeia causal que leva ao movimento. O ponto aqui é sobre explicações de como o movimento é gerado, onde ele fala sobre uma sequência ininterrupta de causas físicas.
Rey está indicando que não temos razão para pensar na possibilidade de um erro ou falha na teoria física que explica o movimento.

Aqui, a ideia seria que a "ruptura" se refere a erros ou falhas na teoria física, mas Rey não está preocupado com limitações ou falhas teóricas. O texto se concentra em como nosso entendimento do comportamento, em termos de ciência física, não sugere que haja uma quebra dessa cadeia explicativa, ou seja, não implica em defeitos das teorias atuais, mas na ausência de uma necessidade de causas não físicas.
Rey está afirmando que não temos razão para pensar que existe uma interrupção ou exceção na cadeia de eventos físicos que levam ao movimento, ou seja, tudo pode ser explicado por processos físicos.

Correta. Rey argumenta que não há interrupções ou exceções na cadeia de eventos físicos, implicando que cada movimento pode ser rastreado de volta a eventos físicos anteriores. Isso significa que a explicação de qualquer movimento é completa dentro dos termos da física, sem precisar de adições de outros tipos não físicos ou misteriosos de causas, que é exatamente o ponto central da afirmação de Rey.

Qual das alternativas abaixo apresenta argumentos usados por fiscalistas?

O fisicalismo argumenta que, assim como o corpo, a mente também pode ser pintada, pesada e medida, provando assim que ambas são substâncias físicas.

Esta alternativa está incorreta. O fiscalismo ou fisicalismo não argumenta que a mente pode ser pintada, pesada ou medida como substâncias físicas convencionais, como o corpo. Ele busca entender a mente usando conceitos físicos, mas reconhece que a realidade mental é experienciada de maneira diferente da realidade física tangível.
O fisicalismo alega que a mente é o produto de um software avançado que o cérebro executa, assim como um computador.

Esta alternativa está incorreta. Essa ideia de que a mente é produto de um 'software' que o cérebro executa é mais associada a outras teorias, como o funcionalismo. O fisicalismo foca em explicar a mente com base nas estruturas e processos físicos do cérebro, sem necessariamente usar a analogia de software e hardware.
O fisicalismo argumenta que a correlação observada na ciência entre estados cerebrais e estados mentais sugere que a mente é o resultado do funcionamento do cérebro, além de apontar para os problemas do dualismo ao explicar a interação mente-corpo.

Esta alternativa está correta. O fisicalismo argumenta que há uma correlação entre estados cerebrais e estados mentais, sugerindo que a mente é um produto do funcionamento do cérebro. Esta visão busca explicar a relação mente-corpo dentro de um quadro monista, ou seja, afirmando que só existe uma substância fundamental e que, nessa abordagem, é a substância física.
O fisicalismo baseia-se na ideia de que os pensamentos, emoções e consciência são meras ilusões produzidas por nossa percepção distorcida da realidade.

Esta alternativa está incorreta. O fisicalismo não trata pensamentos, emoções e consciência como 'meras ilusões'. Na verdade, ele tenta explicar como esses fenômenos mentais podem ser entendidos em termos das funções e processos do cérebro, que são físicos.

Recursos para ensinar filosofia

Você não está logado

Planos de aula de filosofia