Recursos para ensinar filosofia
Questões sobre o que é a filosofia?
Faça login ou crie uma conta para exportar questões
O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza por
-
compatibilizar as estruturas do pensamento aos princípios fundamentais.Esta alternativa sugere uma compatibilização entre estruturas de pensamento e princípios fundamentais, mas o texto de Merleau-Ponty destaca o contínuo movimento entre savoir e não savoir (saber e ignorância). Este movimento é mais dinâmico e não fala diretamente de compatibilização com princípios fundamentais, mas sim de repouso temporário nesse movimento constante.
-
conciliar o rigor da investigação à inquietude do questionamento.Esta alternativa é a correta porque reflete a ideia central do texto de Merleau-Ponty. Ele descreve a atividade filosófica como um balanceamento entre o conhecimento adquirido (o rigor da investigação) e o constante questionamento (a inquietude). Ou seja, o filósofo não se acomoda no conhecimento absoluto, mas permanece em movimento entre saber e não-saber, sempre questionando e reavaliando.
-
ajustar a clareza do conhecimento ao inatismo das ideias.O inatismo se refere à ideia de que alguns conhecimentos são inatos ou pré-existentes na mente humana. Entretanto, a discussão de Merleau-Ponty não se centra em ideias inatas, mas sim no movimento contínuo entre saber e ignorância, sem referência a ideias que já estão na mente antes da experiência. Portanto, essa alternativa não reflete o que o texto aborda.
-
associar a certeza do intelecto à imutabilidade da verdade.A imutabilidade da verdade sugere que há verdades que são estáticas e permanentes, enquanto o texto de Merleau-Ponty fala do filósofo como alguém que está sempre em movimento entre o saber e a ignorância. Isso sugere uma verdade mais dinâmica do que imutável, e essa alternativa não se alinha com o espírito de reflexão contínua mencionado no texto.
-
reunir os antagonismos das opiniões ao método dialético.O método dialético é uma forma de argumentação que busca examinar posições opostas para chegar a uma verdade mais profunda. No entanto, o texto de Merleau-Ponty enfatiza mais a relação entre o saber e a ignorância, e o repouso nesse movimento, do que uma síntese de antagonismos. Então, essa opção não captura precisamente a ideia central apresentada no texto.
No trecho citado, Aristóteles apresenta sua teoria sobre o nascimento da filosofia a partir da admiração. Segundo o autor, para que o homem admire algo e, assim, filosofe, é necessário que
-
crie histórias que expliquem as causas das coisas admiradas.Esta alternativa está incorreta. Embora Aristóteles mencione que aquele que ama o mito é de certo modo um filósofo, ele não diz que criar histórias ou mitos é um pré-requisito para a filosofia. O foco está na admiração e no reconhecimento da ignorância, não na invenção de narrativas para explicar o desconhecido.
-
admita sua ignorância sobre as coisas admiradas antes de afirmar algo sobre elas.Esta alternativa está correta. Aristóteles realmente destaca que a admiração e a filosofia estão enraizadas no reconhecimento da própria ignorância sobre as questões admiradas. Antes de tentar explicar ou entender algo, o filósofo admite que não sabe, e é esse reconhecimento que motiva a investigação filosófica.
-
assuma que sua ignorância não permite que a coisa admirada seja compreendida.Essa alternativa está incorreta. Aristóteles não afirma que a falta de compreensão sobre algo admirável impede totalmente a compreensão, mas sim que a admiração surge da percepção dessa ignorância. Ou seja, o reconhecimento inicial de ignorância é o motor para a busca do conhecimento, não uma barreira intransponível.
-
procure enfrentar sempre os problemas maiores antes de enfrentar os mais simples.Esta alternativa está incorreta porque, segundo Aristóteles, o processo de filosofar começa ao enfrentar problemas simples antes de evoluir para questões maiores. Ele descreve um progresso gradual no entendimento, começando pelas dificuldades mais simples antes de explicar fenômenos complexos como os do universo.
-
enfrente os problemas que lhe são apresentados com o conhecimento que já possui.Esta alternativa está incorreta. Aristóteles sugere que a filosofia começa com a admiração e, portanto, com o reconhecimento da ignorância, não necessariamente com o uso prévio de algum conhecimento já existente. A filosofia é impulsionada pela curiosidade e pelo questionamento frente ao desconhecido.
No texto, Nietzsche propõe que a formação do filósofo deve
-
restringir-se ao terreno da reflexão na busca por uma verdade absoluta.Nietzsche é um crítico da ideia de uma verdade absoluta, que ele considera uma limitação à liberdade intelectual e ao potencial de criação do filósofo. Ele pontua nesse trecho que o filósofo deve estar apto a criar novos valores, algo que está além da reflexão restrita em busca de uma verdade única e absoluta. Por isso, restringir-se à reflexão para descobrir uma verdade absoluta vai contra a proposta filosófica de Nietzsche.
-
conhecer e extrapolar as práticas de vida, os sentimentos e os valores presentes na sociedade.Neste texto, Nietzsche fala sobre a formação do verdadeiro filósofo, que deve, segundo ele, percorrer um caminho multifacetado, experimentando e entendendo uma ampla gama de experiências e perspectivas, como ser crítico, cético, dogmático, entre outros papéis. Este conhecimento abrangente dos vários aspectos da humanidade é uma preparação necessária para a tarefa final de um filósofo, que é a criação de novos valores. Dessa forma, a alternativa descreve corretamente a formação filosófica como o entendimento e a transcendência dos valores e sentimentos da sociedade vigente, preparando o filósofo para criar novos valores.
-
privilegiar e fortalecer o papel da religião nas atitudes críticas perante a vida e os humanos.Nietzsche é conhecido por sua crítica à religião, especialmente em termos de como ela pode limitar a liberdade intelectual e a criatividade. No texto, ele fala sobre o filósofo como alguém que deve ultrapassar várias fronteiras e experimentar múltiplas formas de ver o mundo. Assim, não há menção à religião como parte do que é valorizado na formação do filósofo e nem menção a uma atitude crítica baseada na religião.
-
assegurar e manter os poderes políticos do governante.Nietzsche não discute no trecho a respeito da manutenção de poderes políticos ou do papel do governante. Ele está focado na jornada pessoal e intelectual que um filósofo deve empreender para se tornar capaz de criar novos valores. A formação do filósofo, segundo o texto, não tem nada a ver diretamente com a afirmação ou perpetuação de estruturas de poder político.
-
retomar a origem una e indivisível dos humanos, na busca de sua liberdade de natureza.Nietzsche está mais interessado na capacidade do filósofo em transcender as noções estabelecidas e criar novos valores do que em buscar uma "origem una e indivisível" ou na "liberdade de natureza". A busca nietzschiana foca em ultrapassar os valores vigentes e tradicionalistas, e a ideia de "origem una e indivisível" não é algo que Nietzsche consideraria como a meta do filósofo. Portanto, a alternativa não traduz de forma correta o que ele propõe neste trecho.
Os textos levantam questões que permitem identificar uma característica importante da reflexão filosófica, qual seja, que
-
os conceitos são permanentes e derivados de verdades preestabelecidas.Essa alternativa está incorreta. Deleuze e Guattari afirmam que a filosofia é a disciplina de criar conceitos. Essa ideia se opõe à de que os conceitos são permanentes ou derivados de verdades preestabelecidas. A filosofia, para eles, está mais relacionada a um processo criativo contínuo do que à mera descoberta ou afirmação de algo já existente.
-
o conhecimento evolui a partir do desenvolvimento tecnológico.Essa alternativa está incorreta. O desenvolvimento do conhecimento a partir da tecnologia é uma ideia interessante, mas não está presente nos textos citados. Eles falam mais sobre a criação de conceitos e o papel da linguagem e cultura, ou seja, mais relacionados à evolução das ideias do que ao desenvolvimento tecnológico.
-
a mutabilidade da linguagem amplia o conhecimento do mundo.Essa alternativa está correta. O texto de Rodrigo Tadeu Gonçalves fala sobre como a língua, que pode ser vista como um tipo de linguagem, molda o pensamento, dizendo que a língua é uma forma variável de pensamento. Isso sugere que, como a linguagem é mutável, nossa compreensão do mundo também pode crescer e se expandir à medida que a linguagem e, por conseguinte, nosso pensamento se desenvolvem.
-
a cultura é constituída a partir da especulação teórica.Essa alternativa está incorreta. A cultura pode sim ser influenciada por teorias, mas também é o resultado de práticas, tradições e interações sociais cotidianas. A especulação teórica é apenas um dos muitos componentes que podem formar a cultura, mas não é a única nem sempre a principal forma de constituí-la.
-
a filosofia estabelece as balizas e diretrizes do fazer científico.Essa alternativa está incorreta. Embora a filosofia possa influenciar ou inspirar diretrizes científicas, os textos de Deleuze e Guattari falam da filosofia como criadora de conceitos, enquanto o texto de Gonçalves trata do papel da língua na formação de pensamentos. Eles não mencionam diretamente o estabelecimento de regras para a ciência.
De tudo se trata, pode-se dizer, ou se tem tratado na “filosofia”, e até os mesmos assuntos, ou aparentemente os mesmos, são considerados em perspectivas de tal modo apartadas uma das outras que não se combinam e entrosam entre si, tornando-se impossível contrastá-las. Para alguns, essa situação é não apenas normal, mas plenamente justificável. A filosofia seria isso mesmo: uma especulação infinita e desregrada em torno de qualquer assunto ou questão, ao sabor de cada autor, de suas preferências e mesmo de seus humores. Há mesmo quem afirme não caber à filosofia “resolver”, e sim unicamente sugerir questões e propor problemas, fazer perguntas cujas respostas não têm maior interesse, e com o fim unicamente de estimular a reflexão, aguçar a curiosidade. E já se afirmou até que a filosofia não passava de uma ginástica do pensamento, entendendo por isso o simples exercício e adestramento de uma função — no caso, o pensamento em vez dos músculos, sem outra finalidade que essa.
Apesar, contudo, de boa parte da especulação filosófica, particularmente em nossos dias, parecer confirmar tal ponto de vista, ele certamente não é verdadeiro. Há sem dúvida um terreno comum onde a filosofia, ou aquilo que se tem entendido como tal, se confunde com a literatura (no bom sentido, entenda-se bem) e não objetiva realmente conclusão alguma, destinando-se tão somente, como toda literatura, a par do entretimento que proporciona, levar aos leitores ou ouvintes, a partir destes centros condensadores da consciência coletiva que são os profissionais do pensamento, levar-lhes impressões e estados de espírito, emoções e estímulos, dúvidas e indagações. Mas esse terreno que a filosofia, ou pelo menos aquilo que se tem entendido por “filosofia”, compartilha com a literatura, não é toda filosofia, nem mesmo, de certo modo, a sua mais importante e principal parte.
Com toda sua heterogeneidade, confusão e hermetismo, a filosofia ainda encontra ressonância tal, que bastaria para comprovar que nela se abrigam questões que dizem muito de perto com interesses e aspirações humanas que devem, por isso, ser atendidos, e não frustrados pela ausência ou desconhecimento de objetivo e rumo seguros da parte daqueles que se ocupam do assunto.
Mas onde encontrar esse “objeto” último e profundo da especulação filosófica para o qual converge e onde se concentra a variegada problemática de que a filosofia vem através dos séculos e em todos os lugares se ocupando; e de que se trata?
(O que é filosofia, 2008. Adaptado.)
Para o autor do texto, a comparação à literatura configura
-
uma definição eficaz para o que seja a filosofia, que apaga as contradições produzidas por inúmeras definições imprecisas.Essa não é a posição do autor. Ele admite que a filosofia compartilha aspectos com a literatura, mas argumenta que essa não é a definição mais completa ou eficaz da filosofia, já que a filosofia possui um campo próprio devido à sua conexão com interesses e aspirações humanas mais profundas.
-
um esforço implausível de aproximar duas disciplinas que não possuem pontos em comum.O autor discorda dessa afirmação, pois ele reconhece que há, sim, um terreno onde filosofia e literatura se confundem. Ele aponta que ambos podem entreter e estimular emoções e reflexões nos leitores, mas isso não quer dizer que não possuam pontos em comum, assim como isso não abrange toda a filosofia ou sua parte mais importante.
-
uma solução definitiva para a definição de filosofia que, no entanto, deixa em aberto o problema de definir literatura.O autor não considera a comparação com a literatura uma solução definitiva para definir filosofia. Ele até aceita que compartilhem aspectos, mas frisa que há mais na filosofia do que apenas esses traços semelhantes à literatura, sugerindo que existe um objeto mais profundo que precisa ser considerado.
-
um jogo de linguagem, arguto embora ineficaz, que apenas transfere o problema de um lugar para outro, de definir filosofia para definir literatura.Embora a comparação da filosofia com a literatura possa parecer um jogo de linguagem, o autor não a considera uma mera transferência de problema, mas sim um reconhecimento parcial da natureza da filosofia. Contudo, ele ainda busca um objeto mais profundo e específico para a filosofia que não se limita apenas a essa comparação.
-
uma especulação justificável, mas que falha em não estabelecer qual é o objeto mais específico da filosofia.Essa é a correta. O autor do texto reconhece que a filosofia compartilha aspectos com a literatura, como a capacidade de estimular emoções e reflexões, mas argumenta que ela falha ao não definir o objeto mais específico e profundo da filosofia. Ele sugere que existe um campo próprio da filosofia relacionado a interesses humanos que são significativos e merecem ser explorados.
“A velha filosofia grega dividia-se em três ciências: a Física, a Ética e a Lógica. Esta divisão está perfeitamente conforme com a natureza das coisas, e nada há a corrigir nela a não ser apenas acrescentar o princípio em que se baseia, para deste modo, por um lado, nos assegurarmos da sua perfeição, e, por outro, podermos determinar exactamente as necessárias subdivisões”. KANT, Immanuel. Fundamentação da Metafísica dos Costumes. Tradução de Antônio Pinto de Carvalho. Lisboa: Companhia Editora Nacional. EDIÇÕES 70, 2007.
Sobre a Física, a Ética e a Lógica, é CORRETO afirmar que essas subdivisões
-
baseiam-se em princípios da experiência cujas doutrinas se apoiam em princípios a posteriori da filosofia pura.Esta alternativa está incorreta. Kant distingue claramente entre princípios a priori, que são independentes da experiência e pertencem à filosofia pura, e princípios a posteriori, que são derivados da experiência. As disciplinas mencionadas (Física, Ética e Lógica) são vistas por Kant não por se basearem em experiências, mas por como podem ser divididas entre conhecimentos a priori e empíricos. A Física pode ter ambos, a Ética em sua forma kantiana tende ao a priori e a Lógica é totalmente a priori.
-
ocupam-se da forma do entendimento e da razão em estabelecer a distinção das leis da natureza, das leis da liberdade e dos objetos materiais.Essa é a alternativa correta. Kant separa o domínio das ciências em Lógica, Física e Ética, onde cada uma possui um campo de atuação distinto. Ele destaca que a Lógica trata das formas do pensar (a priori), a Física das leis da natureza (em parte a priori e em parte empírico) e a Ética das leis da liberdade (a priori). Essa divisão ajuda a entender como diferentes tipos de leis regem diferentes aspectos do mundo e da ação humana, parte essencial do seu projeto de fundamentar a metafísica dos costumes.
-
não se contrapõem à filosofia natural, também não se contrapõem à filosofia moral, pois cada uma não possui parte empírica.Incorreto. Na filosofia de Kant, a distinção entre Filosofia Natural (Física) e Filosofia Moral (Ética) é significativa, e cada uma tem suas próprias bases que podem incluir tanto elementos empíricos quanto racionais. A Lógica, como uma disciplina a priori, não contém parte empírica, mas as áreas da Física e da Ética podem incluir dados empíricos em suas práticas. Além disso, uma das principais preocupações de Kant é exatamente a distinção entre conhecimento derivado de experiência (empírico) e conhecimento a priori.
-
ocupam-se de uma parte empírica em que as leis universais e necessárias do pensar não se assentam em princípios das experiências.Essa alternativa é incorreta. Kant enfatiza a importância de separar o conhecimento empírico (que depende da experiência) do conhecimento puro ou a priori (independente da experiência). A Lógica é exclusivamente a priori e não possui uma parte empírica, enquanto que a Física e a Ética podem ter tanto elementos empíricos quanto a priori em suas considerações. Portanto, as subdivisões mencionadas não se limitam exclusivamente a uma parte empírica, já que a Lógica, por exemplo, se baseia completamente em princípios a priori.
-
não ressaltam a ideia de uma metafísica da Natureza nem de uma Metafísica dos Costumes pelo fato de que não se pode nomeá-las como uma Antropologia prática.Essa alternativa está incorreta. Kant fala da importância de diferenciar entre a metafísica da Natureza, que se refere à Física, e a Metafísica dos Costumes, que se refere à Ética. Ambas são áreas distintas do conhecimento filosófico que ele analisa em suas obras. A Antropologia prática também é considerada outra área de estudo, mas o que Kant destaca é a subdivisão dessas áreas com base na distinção entre o empírico e o puramente racional, e não a nomeação como Antropologia prática. Portanto, as subdivisões de Física, Ética e Lógica realmente ressaltam a ideia de uma metafísica da Natureza e dos Costumes através dessa distinção.
Conteúdo exclusivo para usuário
Esse conteúdo é exclusivo para usuários cadastrados. Crie uma conta ou faça login abaixo para ter acesso a ele.