TEXTO I
A ação democrática consiste em todos tomarem parte do processo decisório sobre aquilo que terá consequência na vida de toda coletividade. GALLO, S. etal. Ética e Cidadania. Caminhos da Filosofia. Campinas: Papirus, 1997 (adaptado). TEXTO II
É necessário que haja liberdade de expressão, fiscalização sobre órgãos governamentais e acesso por parte da população às informações trazidas a público pela imprensa. Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 24 abr. 2010.
Partindo da perspectiva de democracia apresentada no Texto I, os meios de comunicação, de acordo com o Texto II, assumem um papel relevante na sociedade por
apresentarem aos cidadãos a versão oficial dos fatos.
Esta alternativa está incorreta. Apresentar apenas a versão oficial dos fatos não alinha-se com a ideia de fomentar um debate aberto e democrático. A democracia requer que os cidadãos tenham acesso a diversas perspectivas e possam questionar criticamente qualquer informação, incluindo a versão oficial. Este papel crítico e multiplicador de vozes é o que permite o debate e a participação cidadã informada.
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propiciarem o entretenimento, aspecto relevante para conscientização política.
A afirmação é incorreta no contexto dado. Embora o entretenimento possa contribuir de várias formas para o tecido social, o seu papel na conscientização política é secundário no contexto aqui discutido. O foco está na circulação de informações e na facilitação do debate na esfera pública, que são fundamentais para o engajamento cívico e a ação democrática, conforme destacado no Texto II.
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orientarem os cidadãos na compra dos bens necessários à sua sobrevivência e bem-estar.
Esta afirmação está incorreta em relação ao papel dos meios de comunicação na democracia. A função principal da mídia em uma sociedade democrática não é orientar os cidadãos na compra de bens, mas sim informar e prover as condições para que participem do processo decisório. Enquanto a compra de bens pode ser importante para o bem-estar, não é essa a questão abordada no contexto da democracia participativa descrito no Texto I.
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promoverem a unidade cultural, por meio das transmissões esportivas.
Esta alternativa está incorreta no contexto dos textos apresentados. A promoção da unidade cultural por meio de transmissões esportivas não está diretamente ligada ao papel dos meios de comunicação na facilitação do debate político e na participação democrática. Embora tenha seu valor cultural e social, isso não atende à necessidade de fomentar a participação informada e ativa dos cidadãos no processo democrático, conforme discutido nos textos.
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fornecerem informações que fomentam o debate político na esfera pública.
Essa alternativa está correta pois, de acordo com o Texto II, os meios de comunicação são fundamentais para a democracia ao fornecerem informações necessárias que fomentam o debate político. Isso se alinha com a ideia do Texto I, onde todos devem participar do processo decisório. Assim, a disponibilização de informações é crucial para que as pessoas possam discutir, deliberar e tomar decisões informadas, o que é essencial para a saúde de uma democracia.
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No mundo árabe, países governados há décadas por regimes políticos centralizadores contabilizam metade da população com menos de 30 anos; desses, 56% tem acesso a internet. Sentindo-se sem perspectivas de futuro e diante da estagnação da economia, esses jovens incubam vírus sedentos por modernidade e democracia. Em meados de dezembro, um tunisiano de 26 anos, vendedor de frutas, põe fogo no próprio corpo em protesto por trabalho, justiça e liberdade. Uma série de manifestações eclode na Tunísia e, como uma epidemia, o vírus libertário começa a se espalhar pelos países vizinhos, derrubando em seguida o presidente do Egito, Hosni Mubarak. Sites e redes sociais – como o Facebook e o Twitter – ajudaram a mobilizar manifestantes do norte da África a ilhas do Golfo Persico. SEQUEIRA, C. D.; VILLAMEA, L. A epidemia da Liberdade. Istoé Internacional. 2 mar. 2011 (adaptado).
Considerando os movimentos políticos mencionados no texto, o acesso a internet permitiu aos jovens árabes
difundir ideias revolucionárias que mobilizaram a população.
Esta afirmação está correta. O texto destaca como os jovens árabes, com acesso à internet, puderam disseminar ideias revolucionárias pela rede, o que levou à mobilização social em busca de mudanças políticas e à queda de alguns líderes autoritários. A internet serviu como uma plataforma para a difusão de pensamentos que inspiraram movimentos pró-democracia e mobilizaram a população para agir.
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manter o distanciamento necessário a sua segurança.
Esta afirmação também está errada. O acesso à internet pode, em teoria, permitir que algumas pessoas mantenham distância de eventos perigosos, mas, no contexto do texto, destaca-se exatamente o contrário: os jovens estavam engajados e participando ativamente dos protestos, utilizando a internet como ferramenta de mobilização e engajamento.
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reforçar a atuação dos regimes políticos existentes.
Esta afirmação está incorreta. O texto menciona que o acesso à internet pelos jovens árabes, na verdade, facilitou a propagação de ideias que desafiaram os regimes políticos existentes e não que reforçaram a atuação desses regimes. Eles utilizaram a internet e as redes sociais para convocar manifestações e compartilhar informações, o que acabou enfraquecendo o poder dos governantes ditatoriais ao invés de fortalecê-lo.
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disseminar vírus capazes de destruir programas dos computadores.
Esta opção está incorreta. O termo "disseminar vírus" aqui é uma metáfora, usada para descrever a propagação fácil e rápida das ideias de liberdade e democracia. Não tem relação alguma com vírus de computador que destroem programas. O foco do texto é o uso da internet para mobilizar pessoas contra regimes autoritários.
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tomar conhecimento dos fatos sem se envolver.
Esta opção está incorreta. Mesmo que a internet permita que as pessoas fiquem informadas, os jovens árabes foram além do mero conhecimento passivo e utilizaram a informação como catalisador para ação, mobilizando protestos e reagindo contra os regimes através das redes sociais.
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Segundo Aristóteles, “na cidade com o melhor conjunto de normas e naquela dotada de homens absolutamente justos, os cidadãos não devem viver uma vida de trabalho trivial ou de negócios — esses tipos de vida são desprezíveis e incompatíveis com as qualidades morais —, tampouco devem ser agricultores os aspirantes à cidadania, pois o lazer é indispensável ao desenvolvimento das qualidades morais e à prática das atividades políticas”. VAN ACKER, T. Grécia. A vida cotidiana na cidade-Estado. São Paulo: Atual, 1994.
O trecho, retirado da obra Política, de Aristóteles, permite compreender que a cidadania:
tinha profundas conexões com a justiça, razão pela qual o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado às atividades vinculadas aos tribunais.
Aristóteles realmente acreditava que a justiça era uma virtude essencial na vida política, mas a afirmação de que o tempo livre dos cidadãos deveria ser dedicado exclusivamente às atividades dos tribunais é incorreta. Ele entendia que o tempo livre deveria ser usado para o desenvolvimento de virtudes cívicas e para a participação em diversas atividades políticas, não apenas nos tribunais.
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estava vinculada, na Grécia Antiga, a uma percepção política democrática, que levava todos os habitantes da pólis a participarem da vida cívica.
Essa afirmação está incorreta porque Aristóteles não defendia uma cidadania aberta a todos os habitantes da pólis. Em vez disso, ele acreditava que apenas aqueles com tempo e condições para se dedicarem às atividades políticas, que não precisavam trabalhar em funções manuais ou de negócios, podiam exercer a cidadania plena. Portanto, a cidadania na visão de Aristóteles não era democrática como a entendemos hoje, mas restrita a um grupo seleto de cidadãos.
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possui uma dimensão histórica que deve ser criticada, pois é condenável que os políticos de qualquer época fiquem entregues à ociosidade, enquanto o resto dos cidadãos tem de trabalhar.
Essa afirmação está incorreta porque mistura conceitos contemporâneos com a realidade da época de Aristóteles. Embora hoje possamos criticar a ideia de políticos ociosos enquanto outras pessoas trabalham, Aristóteles considerava o tempo livre essencial para a prática da política e desenvolvimento de virtudes, não se referindo à ociosidade no sentido negativo como entendemos hoje, mas sim à necessidade de dedicação plena à vida política e filosófica.
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vivida pelos atenienses era, de fato, restrita àqueles que se dedicavam à política e que tinham tempo para resolver os problemas da cidade.
Essa afirmação está correta. Aristóteles entendia que a cidadania era, de fato, algo restrito àqueles que tinham o tempo e os meios para se dedicarem à vida política da cidade. Ele acreditava que aqueles envolvidos em trabalho manual ou negócios estavam em uma posição que não permitia o desenvolvimento das virtudes necessárias para um bom cidadão. Isso fazia com que a participação política fosse reservada a um grupo específico com tempo livre, aspecto característico da cidadania ateniense na época.
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era entendida como uma dignidade própria dos grupos sociais superiores, fruto de uma concepção política profundamente hierarquizada da sociedade.
A afirmação é correta nesse sentido, pois Aristóteles acreditava que a cidadania era adequada aos grupos superiores da sociedade que não precisavam se envolver em trabalhos manuais. Ele via a sociedade de forma hierarquizada, onde aqueles que podiam se dedicar às artes e à política eram os mais adequados para exercer a cidadania plena, reforçando a visão hierárquica de sua época.
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O que implica o sistema da pólis é uma extraordinária preeminência da palavra sobre todos os outros instrumentos do poder. A palavra constitui o debate contraditório, a discussão, a argumentação e a polêmica. Torna-se a regra do jogo intelectual, assim como do jogo político. VERNANT, J. P. As origens do pensamento grego. Rio de Janeiro: Bertrand, 1992 (adaptado).
Na configuração política da democracia grega, em especial a ateniense, a ágora tinha por função
constituir o lugar onde o corpo de cidadãos se reunia para deliberar sobre as questões da comunidade.
Essa alternativa está correta. A ágora era o espaço público central onde os cidadãos atenienses se reuniam para deliberar e decidir sobre os assuntos da cidade. Era um espaço de debate e deliberação, onde a democracia direta era exercida com a participação dos cidadãos.
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agregar os cidadãos em torno de reis que governavam em prol da cidade.
Essa alternativa está incorreta. Na democracia ateniense, não havia reis. A cidade-estado de Atenas funcionava sob um sistema de democracia direta, onde os cidadãos tinham uma participação ativa nas decisões políticas, sem a intermediação de monarcas. Portanto, a ágora não era um local de agregação em torno de reis.
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permitir aos homens livres o acesso às decisões do Estado expostas por seus magistrados.
Essa alternativa está incorreta. Embora a ágora fosse um espaço em que os cidadãos tinham acesso às discussões políticas, ela não era apenas para ouvir as decisões dos magistrados. Na verdade, a ágora era o coração da vida política e social da cidade, onde os próprios cidadãos podiam participar ativamente das deliberações, revelando a natureza direta da democracia ateniense.
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reunir os exércitos para decidir em assembleias fechadas os rumos a serem tomados em caso de guerra.
Essa alternativa está incorreta. Embora questões militares pudessem ser debatidas na ágora, esta não era usada especificamente para reunir exércitos ou decidir exclusivamente questões de guerra em assembleias fechadas. Pelo contrário, as deliberações eram abertas e envolviam toda a comunidade de cidadãos, não somente questões militares.
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congregar a comunidade para eleger representantes com direito a pronunciar-se em assembleias.
Essa alternativa está incorreta. Na democracia ateniense, não havia a eleição de representantes para tomar decisões em nome dos cidadãos. A democracia era direta, e os próprios cidadãos participavam das assembleias e tomavam decisões. Portanto, a ágora não funcionava como um espaço para eleger representantes, mas sim para debate e decisão coletiva.
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A democracia deliberativa afirma que as partes do conflito político devem deliberar entre si, e, por meio de argumentação razoável, tentar chegar a um acordo sobre as políticas que seja satisfatória para todos. A democracia ativista desconfia das exortações à deliberação por acreditar que no mundo real da política, onde as desigualdades estruturais influenciam procedimento e resultados, processos democráticos que parecem cumprir as normas de deliberação geralmente tendem a beneficiar os agentes mais poderosos. Ela recomenda portanto, que aqueles que se preocupam com a promoção de mais justiça devem realizar principalmente a atividade de oposição crítica, em vez de tentar chegar a um acordo com quem sustenta estruturas de poder existentes ou delas se beneficia. YOUNG, I. M. Desafios ativistas à democracia deliberativa. Revista Brasileira de Ciência Política, n. 13, jan. abr. 2014.
As concepções de democracia deliberativa e de democracia ativista apresentadas no texto tratam como imprescindíveis, respectivamente,
a organização de eleições e o movimento anarquista.
Também incorreta. A organização de eleições não é destacada na definição de democracia deliberativa apresentada; o foco está mais na deliberação entre partes conflitantes para alcançar um acordo. O movimento anarquista não foi mencionado no texto em relação à democracia ativista, que foca mais em práticas de oposição e questionamento de estruturas de poder.
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a obtenção do consenso e a mobilização das minorias.
Essa alternativa é correta. Na democracia deliberativa, a obtenção de um consenso através de argumentação razoável e deliberação está no cerne das suas práticas. Ao mesmo tempo, a democracia ativista destaca a importância da mobilização das minorias como uma forma de desafiar as normas estabelecidas e buscar justiça, em vez de simplesmente tentar chegar a acordos com aqueles em posições de poder.
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a decisão da maioria e a uniformização de direitos.
Essa alternativa também está incorreta. Embora a decisão da maioria possa ser um componente de alguns processos democráticos, não é a característica central da democracia deliberativa, que foca em discussão até chegar a um consenso. Uniformização de direitos também não é o ponto central da democracia ativista, que se concentra em questionar estruturas de poder e promover justiça, não simplesmente uniformizar direitos.
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a imposição de resistência e o monitoramento da liberdade.
Incorreta. Imposição de resistência não está alinhada com a democracia deliberativa, que se baseia em diálogo e busca de consenso, não resistência. O monitoramento da liberdade também não é o foco da democracia ativista, que é mais voltada para a oposição crítica e questionamento de estruturas de poder que estabelecem desigualdades.
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a fragmentação da participação e a desobediência civil.
Essa alternativa é incorreta. A ideia de fragmentação da participação não está associada à democracia deliberativa, que na verdade busca integrar diferentes perspectivas através de um processo de discussão e argumentação. Por outro lado, desobediência civil não é o enfoque principal da democracia ativista conforme descrito, mas sim a oposição crítica e a mobilização para uma maior justiça social.
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