No Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens, Rousseau elabora conceitualmente a ideia de homem natural como antítese do homem social.
Nesse sentido, é CORRETO afirmar sobre o estágio inicial do homem natural rousseauniano:
O bom selvagem era forte e espontaneamente pacífico. Vivia pela ação da imaginação e do entendimento. Temia a dor e a morte e contava com a transparência dos seus semelhantes para suprir as suas necessidades: fome, sede, repouso.
O bom selvagem vivia em contato direto com a natureza, era forte e raramente interagia com os seus semelhantes. Com a imaginação e o entendimento “adormecidos”, ignorava a morte, temia a dor e estava voltado unicamente para suprir as suas necessidades: fome, reprodução, repouso.
Era solitário, forte e naturalmente agressivo. A sua falta de entendimento era compensada pela imaginação ativa. Ignorava a dor e a morte e não dependia dos seus semelhantes para garantir a própria vida e suprir as suas necessidades: fome, sede, repouso.
Vivia em comunidade, era pacífico, ignorava a morte e temia a dor. O seu entendimento e a sua imaginação eram faculdades “adormecidas.” Dependia dos seus semelhantes para garantir a própria vida e suprir as suas necessidades: fome, reprodução, repouso.
O bom selvagem vivia em comunidade e em contato direto com a natureza. Com a imaginação e o entendimento “adormecidos”, ignorava a dor e temia a morte, estava voltado unicamente para suprir as suas necessidades: fome, reprodução, repouso.
O príncipe Elias, espécie de “menino lobo” criado por feras e “esquecido de ser gente”, e Petrúcio, alegoria do nordestino condenado à diáspora em busca de sobrevida na cidade grande, por serem personagens “redondos” apresentam mudanças de comportamento que exemplificam:
O Determinismo biológico defendido por autores realistas e naturalistas do século XIX.
A tese defendida pelo filósofo Rousseau de que “o homem é produto do meio”.
A tese defendida pelo filósofo Thomas Hobbes de que “o homem é o lobo do homem”.
A Teoria da Evolução de Charles Darwin.
A impossibilidade humana de fuga do destino traçado pelos deuses típica das tragédias da Antiguidade Clássica.
Leia atentamente o fragmento a seguir:
“O homem selvagem, entregue pela natureza unicamente ao instinto, ou melhor, compensado daquele que talvez lhe falte, por faculdades capazes primeiro de o substituírem e depois de elevá-lo muito acima do que era, começará, pois, pelas funções puramente animais: perceber e sentir será seu primeiro estado, que lhe será comum com todos os animais. Querer e não querer, desejar e temer, serão as primeiras e quase as úni-cas operações de sua alma até que novas circunstâncias nele provoquem novos desenvolvimentos”. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p.174.
respeito do pensamento contratualista de Rousseau, podemos afirmar que:
o bom selvagem, no estado de natureza, não é dotado de livre arbítrio.
defende o retorno do homem à animalidade, conservada no estado de natureza.
o Estado tem por finalidade a manutenção do direito à propriedade, uma vez que este já seria existentes a partir do estado natural.
a moral, no estado de natureza, é fundada na liberdade, isto é, na primazia do sentimento sobre a razão.
no estado de natureza, a propriedade, assim como a liberdade, é, naturalmente, um direito dos mais fortes.
“Que os meus leitores não imaginem, pois, que ouso me vangloriar de ter visto o que me parece tão difícil de ver. Comecei alguns raciocínios, arrisquei algumas conjecturas, menos na esperança de resol-ver a questão do que na intenção de a esclarecer e de a reduzir ao seu verdadeiro estado. Outros pode-rão facilmente ir mais longe no mesmo caminho, sem que seja fácil a ninguém chegar ao termo; porque não é empresa suave discernir o que há de originário e artificial na natureza atual do homem, e conhecer bem um estado que não existe mais, que talvez não tenha existido, que provavelmente não existirá nun-ca, e do qual é, contudo, necessário ter noções justas, para bem julgar do nosso estado presente. Seria preciso mesmo que tivesse mais filosofia do que se pensa quem pretendesse determinar as precauções que tomar para fazer sobre este assunto sólidas observações...” Fonte: ROUSSEAU, Jean Jacques – Discurso sobre a origem e os fundamentos das desigualdades entre os homens / Jean Jac-ques Rousseau; [introdução de João Carlos Brum Torres]; tradução de Paulo Neves. – Porto Alegre, RS : L&PM, 2008.
O trecho acima foi retirado do prefácio da obra de Rousseau. Neste trecho o autor está tratando de um dos seus temas fundamentais nesta obra. Assinale a alternativa CORRETA que contemple a explicação sobre o tema, segundo Rousseau:
O trecho trata do Estado de Natureza, que segundo o autor, “talvez não tenha existido, que prova-velmente não existirá nunca...”
O trecho trata do conflito existente no homem entre seus desejos naturais e os desejos sociais, que segundo o autor, são resolvidos na sociedade pelo poder judiciário, geralmente composto por ho-mens que se qualificam como “Bons Selvagens”
O trecho fala sobre o Estado Civil, que segundo o autor, representa o período em que o homem ainda não vivia em sociedade, fundamentando suas ações nos desejos e instintos mais profundos.
O trecho fala sobre a perspectiva ética do filósofo, no caso, representada pelas ações sempre conscientes, boas e justas realizadas pelo “Bom Selvagem” na vida em sociedade.
O trecho fala do Estado de Natureza, que segundo o autor, representa o momento histórico da cidade de Genebra, na qual, os cidadãos viviam uma vida feliz por serem “Bons Selvagens”.
“As camadas sociais elevadas, que se pretende ser, úteis às outras, são de fato úteis a si mesmas, à custa das outras (...). Saiba ele (o jovem Emílio) que o homem é naturalmente bom (...), mas veja ele como a sociedade deprava e perverte os homens, descubra no preconceito a fonte de todos os vícios dos homens; seja levado a estimar cada indivíduo, mas despreze a multidão; veja que todos os homens carregam mais ou menos a mesma máscara, mas saiba também que existem rostos mais belos do que a máscara que o cobre”. Fonte: ROUSSEAU, Jean Jacques. Emílio ou Da Educação. São Paulo: Martins Fontes, 1999. P. 311
Segundo o texto:
a coesão da sociedade acontece quando os homens aceitam seus papéis e máscaras sociais.
a vida social é impossível, devendo cada homem atentar para os valores individuais.
a sociedade é responsável pela corrupção do homem, gerando vícios de toda ordem.
a organização da sociedade deve ser marcada pela igualdade econômica e social.
os preconceitos são inatos, não tendo a vida social influência sobre eles.
Oswald de Andrade, no Manifesto Antropofágico, procurou transformar o “bom selvagem” de Rousseau num aguerrido selvagem devorador, que digere e transforma a cultura europeia do colonizador, tornando-a parte de sua própria cultura.
Considerando a questão do “bom selvagem” no pensamento de Rousseau, é correto afirmar.
A idealização do bom selvagem, no estado de natureza, representa a exaltação da animalidade do homem primitivo que, no estado civil, adquire forma agressiva.
No estado de natureza, o bom selvagem busca satisfazer sua necessidade inata de reconhecimento de si e de admiração pelo outro.
No estado de natureza, o bom selvagem é autossuficiente e vive isolado, sobrevivendo com o que a natureza lhe provê e de acordo com suas necessidades inatas.
O homem, degenerado pela civilização, só poderá recuperar a felicidade no estado de natureza com o retorno à vida isolada no meio das florestas.
A felicidade original do bom selvagem se realiza no suor de seu trabalho em sua propriedade, de onde retira o necessário para a sua sobrevivência.
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