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Questões sobre o conceito de bom selvagem
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Nesse sentido, é CORRETO afirmar sobre o estágio inicial do homem natural rousseauniano:
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Era solitário, forte e naturalmente agressivo. A sua falta de entendimento era compensada pela imaginação ativa. Ignorava a dor e a morte e não dependia dos seus semelhantes para garantir a própria vida e suprir as suas necessidades: fome, sede, repouso.Esta alternativa também está incorreta. Apesar de o homem natural rousseauniano ser, de fato, solitário e auto-suficiente, Rousseau não o retrata como naturalmente agressivo. Na visão de Rousseau, o homem natural não era malévolo; ele não tinha a necessidade de competir ou de ser agressivo, pois sua sobrevivência não dependia da interação social. Ademais, Rousseau considera que, no estado natural, o entendimento e a imaginação estavam adormecidos, não havendo, assim, uma imaginação ativa que compensasse qualquer falta de entendimento.
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O bom selvagem vivia em comunidade e em contato direto com a natureza. Com a imaginação e o entendimento “adormecidos”, ignorava a dor e temia a morte, estava voltado unicamente para suprir as suas necessidades: fome, reprodução, repouso.Esta alternativa está incorreta. Embora mencione o estado de faculdades "adormecidas" que Rousseau atribui ao homem natural, ela erra ao afirmar que ele vivia em comunidade. Rousseau defende que, no estado de natureza, os homens viviam de forma independente e isolada, uma condição que só mudaria com o surgimento das primeiras formas de sociedade.
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Vivia em comunidade, era pacífico, ignorava a morte e temia a dor. O seu entendimento e a sua imaginação eram faculdades “adormecidas.” Dependia dos seus semelhantes para garantir a própria vida e suprir as suas necessidades: fome, reprodução, repouso.Esta alternativa está incorreta. Segundo Rousseau, o homem natural primitivo era solitário e não vivia em comunidade. A ideia central do filósofo é que, nesse estado inicial, os humanos eram auto-suficientes e não dependiam uns dos outros para sobreviver. Quanto à pacificidade, é importante destacar que, em "O Discurso sobre a Origem e os Fundamentos da Desigualdade entre os Homens", Rousseau retrata o homem natural como alguém que não tinha contato frequente com outros, evitando, assim, conflitos.
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O bom selvagem era forte e espontaneamente pacífico. Vivia pela ação da imaginação e do entendimento. Temia a dor e a morte e contava com a transparência dos seus semelhantes para suprir as suas necessidades: fome, sede, repouso.A alternativa está incorreta. Rousseau descreve o homem natural como tendo faculdades apenas rudimentares de imaginação e raciocínio, não vivendo pela ação dessas faculdades. O "bom selvagem" não temia a morte nem contava com outras pessoas para suprir suas necessidades básicas, algo que só seria necessário em estágios mais avançados da organização social.
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O bom selvagem vivia em contato direto com a natureza, era forte e raramente interagia com os seus semelhantes. Com a imaginação e o entendimento “adormecidos”, ignorava a morte, temia a dor e estava voltado unicamente para suprir as suas necessidades: fome, reprodução, repouso.Esta é a alternativa correta. Para Rousseau, o homem natural, ou o "bom selvagem", vivia em isolamento, raramente interagindo com outros. Esta condição de isolamento contribuía para mantê-lo pacífico, pois ele não precisava competir por recursos. Esse homem tinha suas capacidades de imaginação e raciocínio ainda adormecidas, o que significa que ele não era motivado por desejos ou medos complexos, como a preocupação com a morte. O foco de suas ações estava em satisfazer necessidades básicas e imediatas, como fome, reprodução e descanso.
O príncipe Elias, espécie de “menino lobo” criado por feras e “esquecido de ser gente”, e Petrúcio, alegoria do nordestino condenado à diáspora em busca de sobrevida na cidade grande, por serem personagens “redondos” apresentam mudanças de comportamento que exemplificam:
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A tese defendida pelo filósofo Rousseau de que “o homem é produto do meio”.Rousseau defendia a ideia de que o homem é, em sua essência, bom, mas que é corrompido pela sociedade e pelo meio em que vive. A frase "o homem é produto do meio" se refere ao impacto que o ambiente tem no comportamento e no desenvolvimento moral e social das pessoas. No contexto da questão, Elias e Petrúcio, por serem personagens que mudam em resposta ao seu ambiente, exemplificam bem essa ideia de transformação em função do meio. Por isso, essa alternativa está correta.
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O Determinismo biológico defendido por autores realistas e naturalistas do século XIX.O determinismo biológico é a ideia de que características biológicas determinam o comportamento e o destino de uma pessoa. No naturalismo e realismo do século XIX, isso era aplicado para mostrar que os indivíduos eram produtos de herança genética e ambiente. Embora próximo, essa não é a melhor escolha para descrever a mudança de comportamento social e cultural de Elias e Petrúcio, que são mais influenciados por fatores sociais do que biológicos. Sendo assim, essa alternativa está incorreta.
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A Teoria da Evolução de Charles Darwin.A Teoria da Evolução de Charles Darwin é uma teoria biológica que explica como as espécies mudam ao longo do tempo através da seleção natural. Ela não se aplica diretamente a mudanças de comportamento de personagens literários, especialmente no sentido de adaptação ao meio social e cultural, como é o caso de Elias e Petrúcio. Portanto, essa alternativa está incorreta.
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A impossibilidade humana de fuga do destino traçado pelos deuses típica das tragédias da Antiguidade Clássica.As tragédias da Antiguidade Clássica muitas vezes lidavam com a ideia de destino e da imposição dos deuses, de que os humanos não poderiam escapar de seu destino traçado. Isso não se aplica bem aos casos de Elias e Petrúcio, pois suas histórias retratam transformação pessoal e mudança de comportamento devido ao ambiente, mais do que luta contra um destino predeterminado. Dessa forma, essa alternativa está incorreta.
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A tese defendida pelo filósofo Thomas Hobbes de que “o homem é o lobo do homem”.A frase de Thomas Hobbes, "o homem é o lobo do homem", sugere que, em um estado de natureza, os seres humanos são egoístas e vivem em guerra uns com os outros. Essa visão de natureza humana, voltada para a competição e confronto, não é central nos exemplos dados de Elias e Petrúcio, que refletem mais como o meio ambiente e as sociedades moldam as pessoas. Portanto, essa alternativa está incorreta.
“O homem selvagem, entregue pela natureza unicamente ao instinto, ou melhor, compensado daquele que talvez lhe falte, por faculdades capazes primeiro de o substituírem e depois de elevá-lo muito acima do que era, começará, pois, pelas funções puramente animais: perceber e sentir será seu primeiro estado, que lhe será comum com todos os animais. Querer e não querer, desejar e temer, serão as primeiras e quase as úni-cas operações de sua alma até que novas circunstâncias nele provoquem novos desenvolvimentos”. ROUSSEAU, Jean-Jacques. Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1999, p.174.
respeito do pensamento contratualista de Rousseau, podemos afirmar que:
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no estado de natureza, a propriedade, assim como a liberdade, é, naturalmente, um direito dos mais fortes.Esta afirmação está incorreta. No pensamento de Rousseau, a ideia de propriedade não existe no estado de natureza. A propriedade privada e os direitos associados a ela surgem apenas com a formação da sociedade civilizada e são, para Rousseau, uma das causas das desigualdades entre os homens. Ele não defende que a propriedade é um direito natural dos mais fortes.
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o bom selvagem, no estado de natureza, não é dotado de livre arbítrio.Esta afirmação está incorreta. Rousseau concebia o "bom selvagem" como alguém dotado de liberdade e predisposto a fazer escolhas. O "livre arbítrio" está presente de forma rudimentar no ser humano natural, que ainda não está determinado por normas ou pressões sociais. Portanto, ele não está destituído de livre arbítrio, mas este não está plenamente desenvolvido como no contexto social civilizado.
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o Estado tem por finalidade a manutenção do direito à propriedade, uma vez que este já seria existentes a partir do estado natural.Esta afirmação está incorreta. Rousseau vê a propriedade como uma instituição da sociedade civil, que surge só após a saída do estado de natureza. No estado de natureza, não há propriedade privada, apenas a liberdade natural dos indivíduos. A finalidade do Estado, segundo Rousseau, não é simplesmente manter o direito à propriedade, mas fazer possível uma forma de convivência mais justa e livre.
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defende o retorno do homem à animalidade, conservada no estado de natureza.Esta afirmação está incorreta. Embora Rousseau valorize o estado de natureza pela sua pureza e ausência de vícios sociais, ele não defende literalmente um retorno à animalidade. O estado natural é um conceito teórico que serve para criticar a sociedade civilizada. Rousseau busca compreender o desenvolvimento humano e social, não advogar por um retorno ao estado natural como meio de vida.
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a moral, no estado de natureza, é fundada na liberdade, isto é, na primazia do sentimento sobre a razão.Esta afirmação está correta. Segundo Rousseau, no estado de natureza, a moralidade é baseada principalmente na liberdade natural dos indivíduos, isto é, suas ações são guiadas pelas sensações e instintos mais básicos, sem a influência de normas sociais ou raciocínios complexos. A primazia do sentimento sobre a razão sugere que, nesse estado inicial, os instintos têm uma importância fundamental.
O trecho acima foi retirado do prefácio da obra de Rousseau. Neste trecho o autor está tratando de um dos seus temas fundamentais nesta obra. Assinale a alternativa CORRETA que contemple a explicação sobre o tema, segundo Rousseau:
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O trecho fala do Estado de Natureza, que segundo o autor, representa o momento histórico da cidade de Genebra, na qual, os cidadãos viviam uma vida feliz por serem “Bons Selvagens”.Esta alternativa está incorreta. Rousseau não vincula o "Estado de Natureza" a um momento histórico particular de Genebra, nem fala sobre felicidade derivada do estado de ser dos "Bons Selvagens" nesse contexto. O trecho discute a dificuldade de entender o "Estado de Natureza" como uma condição teórica e filosófica, não histórica.
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O trecho fala sobre o Estado Civil, que segundo o autor, representa o período em que o homem ainda não vivia em sociedade, fundamentando suas ações nos desejos e instintos mais profundos.A alternativa está incorreta. O "Estado Civil" é o oposto do "Estado de Natureza" e representa a sociedade estruturada e as instituições sociais. No trecho, Rousseau está discutindo o "Estado de Natureza", não o "Estado Civil". No "Estado Civil", as ações dos homens são influenciadas mais fortemente pela sociedade e suas leis do que por instintos primitivos.
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O trecho trata do conflito existente no homem entre seus desejos naturais e os desejos sociais, que segundo o autor, são resolvidos na sociedade pelo poder judiciário, geralmente composto por ho-mens que se qualificam como “Bons Selvagens”A alternativa é incorreta. Não há menção no trecho ao conflito entre desejos naturais e sociais resolvidos pelo poder judiciário ou a figura de "Bons Selvagens" dentro desse contexto. Rousseau está falando sobre entender o "Estado de Natureza" para avaliar o estado presente, sem mencionar diretamente o papel de instituições sociais como o judiciário.
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O trecho trata do Estado de Natureza, que segundo o autor, “talvez não tenha existido, que prova-velmente não existirá nunca...”A alternativa está correta porque Rousseau, em sua obra, realmente investiga o conceito do "Estado de Natureza". Ele descreve este estado como algo que pode nunca ter existido ou não existir mais, mas que ainda assim é essencial para compreender o estado atual da humanidade. Isso reflete a tentativa filosófica dele de distinguir o que é natural e artificial na condição humana.
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O trecho fala sobre a perspectiva ética do filósofo, no caso, representada pelas ações sempre conscientes, boas e justas realizadas pelo “Bom Selvagem” na vida em sociedade.Esta alternativa está incorreta. O "Bom Selvagem" é, de fato, um conceito de Rousseau, mas refere-se a um ser humano idealizado que vive de acordo com sua natureza, fora dos males da sociedade, não às ações éticas no contexto social. Além disso, o trecho não trata especificamente do "Bom Selvagem" ou de questões morais relacionadas às ações conscientes, boas e justas.
Segundo o texto:
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a coesão da sociedade acontece quando os homens aceitam seus papéis e máscaras sociais.Esta alternativa está incorreta. De acordo com Rousseau, a sociedade tende a corromper o homem, em vez de criar coesão através da aceitação de papéis e máscaras sociais. O texto destaca que as camadas sociais mais altas são, na verdade, prejudiciais às outras, e que a sociedade perverte o humano naturalmente bom. Portanto, Rousseau não está dizendo que a coesão social é positiva ou desejada numa forma em que as pessoas aceitam papéis artificiais, mas sim que a sociedade como está organizada acaba desfazendo essa coesão natural pela corrupção dos costumes.
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a organização da sociedade deve ser marcada pela igualdade econômica e social.Esta alternativa está incorreta em relação ao que está sendo discutido no texto. Embora Rousseau possa defender ideias de igualdade natural entre os homens, o trecho fornecido não trata diretamente sobre a organização econômica e social ideal, mas sim da corrupção causada pela sociedade atual. A crítica de Rousseau está mais voltada à corrupção moral e à perpetuação de papéis sociais que prejudicam a justiça do que a uma defesa explícita de mudanças estruturais para alcançar igualdade econômica.
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a sociedade é responsável pela corrupção do homem, gerando vícios de toda ordem.Esta alternativa está correta. Rousseau é conhecido por sua visão de que o homem nasce bom e é a sociedade que o corrompe. Ele acredita que é através da vida social que os homens adquirem vícios e se tornam depravados. O texto afirma que a sociedade deprava e perverte os homens, apontando os preconceitos como fonte dos vícios. Isso reflete a ideia central de Rousseau sobre a corrupção do ser humano pela organização social.
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a vida social é impossível, devendo cada homem atentar para os valores individuais.Esta alternativa está incorreta. O texto não defende a impossibilidade de vida social nem advoga o isolamento completo para focar unicamente em valores individuais. Na verdade, Rousseau aponta a sociedade como um espaço que tende a corromper o homem, mas isso não deve ser interpretado como uma rejeição total da vida em sociedade. Ele busca uma reforma dos valores sociais que permita a expressão dos bons valores naturais do indivíduo, não uma completa negação do convívio social.
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os preconceitos são inatos, não tendo a vida social influência sobre eles.Esta alternativa está incorreta. Rousseau argumenta que o ser humano é naturalmente bom, mas a sociedade é responsável por sua depravação. Os preconceitos, segundo ele, seriam frutos da vida social e seus vícios, e não algo inato e sem influência do convívio social. O trecho indica que o preconceito é a fonte dos vícios, sugerindo que esses são adquiridos através das interações sociais, não sendo de natureza inata.
Considerando a questão do “bom selvagem” no pensamento de Rousseau, é correto afirmar.
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A felicidade original do bom selvagem se realiza no suor de seu trabalho em sua propriedade, de onde retira o necessário para a sua sobrevivência.Esta alternativa está incorreta. Rousseau, em sua obra, descreve o "bom selvagem" como um ser que vive no estado de natureza, sem propriedade privada, instituições ou estruturas sociais complexas. O conceito de 'trabalho' e 'propriedade' não se aplica ao homem no estado de natureza em Rousseau, ele é mais focado na simplicidade e na satisfação imediata das necessidades, sem os desejos e complexidades impostas pela vida em sociedade.
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No estado de natureza, o bom selvagem é autossuficiente e vive isolado, sobrevivendo com o que a natureza lhe provê e de acordo com suas necessidades inatas.Esta alternativa está correta. Rousseau descreve o bom selvagem como um ser autossuficiente que vive de forma simples e isolada. Ele depende do que a natureza lhe fornece, sem luxos e sem desejos complexos, vivendo conforme suas necessidades naturais. Esta representação do estado de natureza enfatiza a independência e a harmonia com o ambiente natural.
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A idealização do bom selvagem, no estado de natureza, representa a exaltação da animalidade do homem primitivo que, no estado civil, adquire forma agressiva.Esta alternativa está incorreta. A "animalidade" do homem no estado de natureza não é exaltada como uma forma de brutalidade ou agressividade. Rousseau acredita que no estado de natureza, os seres humanos são mais pacíficos e guiados por instintos básicos de autopreservação e compaixão. A forma agressiva que a pergunta sugere é algo que Rousseau atribuiria ao estado civil, onde as instituições e a ideia de propriedade introduzem o conflito e a competição.
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O homem, degenerado pela civilização, só poderá recuperar a felicidade no estado de natureza com o retorno à vida isolada no meio das florestas.Esta alternativa está incorreta. Embora Rousseau critique os efeitos corruptores da civilização e veja o estado de natureza como livre de muitos dos males sociais, ele não propõe um retorno literal às florestas ou ao isolamento como solução. Na verdade, sua filosofia sugere a busca por um contrato social que recuperaria a liberdade natural de forma coletiva e harmoniosa.
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No estado de natureza, o bom selvagem busca satisfazer sua necessidade inata de reconhecimento de si e de admiração pelo outro.Esta alternativa está incorreta. A concepção de estado de natureza em Rousseau é mais focada na simplicidade e isolamento do indivíduo, sem a busca por reconhecimento ou admiração por parte dos outros. Estas necessidades surgem no contexto da vida em sociedade, onde as comparações e interações sociais criam novas formas de desejos e desigualdades. No estado de natureza, essas questões não se colocam.
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