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Questões sobre o conceito de luta de classes
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ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2010.
No texto, o autor apresenta delineamentos éticos que correspondem ao (s).
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fundamentos do método científico.Essa alternativa está incorreta. O método científico é constituído por técnicas e princípios utilizados para investigar fenômenos, adquirir novos conhecimentos ou corrigir e integrar conhecimentos prévios. O texto de Engels não discute ou aplica princípios do método científico. Em vez disso, foca-se na relação entre classes sociais e em suas oposições de interesse, algo mais relacionado à sociologia e à política do que à metodologia científica.
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alicerce da ideia de mais-valia.Essa alternativa está incorreta. A mais-valia é um conceito econômico que se refere à diferença entre o valor produzido pelos trabalhadores e o valor que eles recebem como salário. No texto, Engels fala sobre divergências de interesse e simpatia aparente entre classes, mas não aborda o conceito de mais-valia, que está mais relacionado com a exploração econômica do trabalho do que com as considerações éticas apontadas no excerto.
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paradigmas do processo indagativo.Essa alternativa está incorreta. O processo indagativo refere-se, geralmente, a uma abordagem questionadora para chegar a um entendimento mais profundo da realidade. Engels, no texto, não está envolvido em um processo de indagação nesse sentido, mas está afirmando categoricamente suas observações sobre a classe média e a classe trabalhadora, sem explorar um processo de questionamento ou investigação contínua.
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domínios do fetichismo da mercadoria.Essa alternativa está incorreta. O fetichismo da mercadoria é um conceito que descreve a forma como as relações sociais são mascaradas por relações entre produtos ou mercadorias, de acordo com Karl Marx. O texto de Engels não aborda diretamente esse fenômeno. O foco está mais nas relações e conflitos entre classes sociais, não na forma como as mercadorias são percebidas ou no valor atribuído a elas. Portanto, essa alternativa não se aplica ao contexto do texto apresentado.
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conceito de luta de classes.Essa alternativa está correta. O excerto de Engels enfatiza a ideia de conflito entre interesses de classes sociais distintas, um conceito central na teoria de luta de classes. Engels descreve a classe média como adversária da classe trabalhadora, destacando que, apesar de aparentarem simpatia, na prática, os interesses da classe média se opõem aos da classe trabalhadora. Essa oposição de interesses é precisamente o que caracteriza a luta de classes, um conceito fundamental no pensamento marxista.
Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor feudal e servo, mestre de corporação e companheiro, em resumo, opressores e oprimidos em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre ou por uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em conflito. (MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo Editorial, 2005. p.40.)
Considerando o texto e a filosofia política de Marx e Engels sobre a História, assinale a alternativa correta.
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O motor da História é a luta de classes, na qual os opressores desempenham o papel da classe revolucionária por excelência.Essa alternativa está incorreta. Na filosofia de Marx e Engels, o motor da História é realmente a luta de classes, mas o papel da classe revolucionária não é desempenhado pelos opressores, mas sim pelos oprimidos. No contexto marxista, os oprimidos, como o proletariado na era capitalista, são os que buscam derrubar as estruturas existentes de poder, lutando por uma transformação revolucionária da sociedade.
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A História confirma a harmonia entre opressores e oprimidos, sendo ela a confirmação de uma ideia absoluta.Esta alternativa está incorreta porque ela descreve uma perspectiva oposta à de Marx e Engels. Eles não veem a História como uma confirmação de harmonia ou de uma ideia absoluta, mas como um processo de conflito e luta entre classes sociais antagônicas, como opressores e oprimidos.
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A História é a expressão de uma relação conflituosa entre opressores e oprimidos de uma mesma classe.A alternativa está incorreta pois sugere que o conflito ocorre dentro de uma mesma classe social. No entanto, segundo Marx e Engels, é a luta entre diferentes classes sociais, ou seja, opressores e oprimidos, que impulsiona a História, e não entre indivíduos de uma mesma classe.
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A História é movida pela luta entre classes antagônicas, na qual os detentores das forças produtivas oprimem os detentores dos meios de produção.Essa alternativa está incorreta porque confunde os conceitos de forças produtivas e meios de produção. No marxismo, os detentores das forças produtivas são aqueles que operam e trabalham com os meios de produção, estando, portanto, sujeitos aos detentores desses meios. Este erro na definição dos conceitos leva a uma interpretação que não está de acordo com a teoria marxista.
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A História é movida pela luta de classes, cujo fim é a destruição das classes em geral.Esta é a alternativa correta. Na visão de Marx e Engels, a História é impulsionada pela luta de classes, e esse processo continua a acontecer até que ocorra a destruição das classes sociais como um todo, levando a uma sociedade comunista sem classes.
A passagem clássica do pensamento sociológico aponta o surgimento das classes sociais: burguesia e operariado. A partir da análise desse trecho, é possível considerar que
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o trecho enfatiza a importância da luta de classes na análise das dinâmicas sociais da sociedade moderna.Correta. Essa alternativa está alinhada com a passagem do "Manifesto Comunista". Marx e Engels mostram que a luta de classes é fundamental para compreender a sociedade moderna. Segundo eles, todas as sociedades até então tinham histórias de lutas entre classes sociais com interesses opostos, e que na sociedade burguesa moderna isso se simplifica em uma luta entre a burguesia e o proletariado. Logo, reconhecer a importância desses antagonismos é crucial para entender a dinâmica social moderna.
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os antagonismos de classe seguem sendo os mesmos das épocas antigas, porém na época moderna há uma afinidade maior de interesses entre as classes sociais.Incorreta. A passagem não diz que os antagonismos de classe permanecem os mesmos das épocas passadas. Pelo contrário, Marx e Engels afirmam que a sociedade moderna simplificou esses antagonismos em duas grandes classes opostas. Além disso, não sugerem que haja uma afinidade maior de interesses entre as classes na época moderna, mas sim um aumento das tensões entre burguesia e proletariado.
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a passagem mostra que a luta de classes se tornaria um aspecto residual nas análises das dinâmicas sociais.Incorreta. Marx e Engels não previam que a luta de classes se tornaria menos relevante. Na verdade, eles acreditavam que seria um aspecto central para analisar as dinâmicas sociais da sociedade moderna. O antagonismo de classe é, para eles, o motor da história, impulsionando mudanças sociais profundas.
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a existência do antagonismo de classes indica que se deve adotar uma perspectiva funcionalista e compreensiva para se interpretar os posicionamentos das diferentes classes sociais.Incorreta. A perspectiva funcionalista geralmente busca entender como diferentes partes da sociedade contribuem para o seu funcionamento como um todo, às vezes minimizando os conflitos. No entanto, Marx e Engels enfatizam o conflito entre classes e não sugerem um enfoque funcionalista. A interpretação marxista foca nos conflitos e antagonismos como motores da mudança social, não em tentar harmonizar ou compreender posições, mas em entender a luta entre elas.
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houve um avanço histórico em relação às épocas passadas, pois a simplificação dos antagonismos de classe reduziu os conflitos entre diferentes classes sociais na época moderna.Incorreta. Embora a passagem mencione uma simplificação dos antagonismos de classe, isso não significa que houve uma redução dos conflitos. Marx e Engels argumentam que as lutas de classe estão agora organizadas em uma grande luta entre proletariado e burguesia, e não que os conflitos tenham diminuído. Na verdade, eles prevêem que o antagonismo entre essas duas classes principais seria a chave para a transformação social.
Na perspectiva dos autores, os antagonismos entre as classes sociais no capitalismo decorrem da separação entre aqueles que detêm os meios de produção e aqueles que
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controlam a propriedade da terraEssa alternativa está incorreta no contexto moderno do capitalismo que Marx e Engels analisam. Enquanto a propriedade da terra era uma questão central no feudalismo, Marx e Engels discutem o capitalismo industrial, que se concentra mais na posse dos meios de produção industrial do que simplesmente na terra.
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vendem a força de trabalhoEssa é a alternativa correta. Marx e Engels apontam que no capitalismo a classe que não detém os meios de produção é o proletariado, que é obrigado a vender sua força de trabalho para sobreviver. Esse é o antagonismo central que eles destacam: entre os proprietários dos meios de produção, a burguesia, e os trabalhadores assalariados, o proletariado.
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monopolizam o mercado financeiro.Essa alternativa está incorreta porque, na visão de Marx e Engels, o antagonismo principal no capitalismo não reside entre quem detém os meios de produção e quem monopoliza o mercado financeiro. O foco principal está na relação entre a burguesia, que possui os meios de produção, e o proletariado, que não possui meios de produção e, assim, precisa vender sua força de trabalho.
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exercem a atividade comercial.Essa alternativa também está incorreta. Marx e Engels não identificam o antagonismo principal entre a classe dos capitalistas e aqueles que exercem a atividade comercial. Os comerciantes podem ser parte da burguesia, mas o ponto principal que Marx e Engels levantam é a relação entre os detentores dos meios de produção (a burguesia industrial) e os trabalhadores assalariados (proletariado).
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possuem os títulos de nobreza.Esta alternativa é incorreta porque Marx e Engels falam sobre a superação da sociedade feudal, onde nobreza e títulos de nobreza eram relevantes. No capitalismo, que Marx e Engels discutem, as classes são a burguesia e o proletariado, não a nobreza, que era uma classe da época feudal.
Tal teoria, pela óptica marxista, defende que
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as sociedades mais avançadas são aquelas que melhor se adaptaram ao longo do processo histórico, sendo as menos aptas extintas.Esta opção remete à teoria da evolução social, que não se alinha à perspectiva marxista. Para Marx, não é uma questão de adaptação histórica ou sobrevivência do mais apto. Em vez disso, ele via o processo histórico como impulsionado pelo conflito de classes, onde as mudanças sociais acontecem através de lutas entre classes sociais opostas, e não como um processo de adaptação natural e linear.
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os conflitos sociais são culturais, sendo expressões do embate entre a tradição e a inovação.Esta alternativa também está incorreta. Embora a cultura tenha um papel relevante nas sociedades, para o marxismo, os conflitos sociais não são primordialmente culturais, mas sim econômicos. Marx argumentou que a estrutura econômica de uma sociedade cria classes sociais que entram em conflito. O embate central na teoria marxista é entre as classes que possuem e controlam os meios de produção e aquelas que são desprovidas desses meios, e não necessariamente entre tradição e inovação.
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os conflitos sociais são observados apenas nas sociedades anteriores à Revolução Industrial.Essa afirmação está incorrecta sob a óptica marxista. Marx observou que conflitos sociais existem tanto antes quanto depois da Revolução Industrial. A Revolução Industrial, de fato, intensificou os conflitos por causa da emergência e consolidação da classe trabalhadora urbana e o aumento das disparidades econômicas. Para Marx, o conflito de classes é um elemento constante das sociedades desde que existe propriedade privada dos meios de produção.
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os conflitos nascem das contradições, sendo estas resultantes do acesso desigual aos meios de produção.Esta é a alternativa correta. Na visão marxista, os conflitos surgem das contradições inerentes ao sistema econômico, principalmente devido à posse desigual dos meios de produção. As classes sociais - como a burguesia e o proletariado na época de Marx - têm interesses fundamentalmente opostos, criando uma tensão constante que se manifesta em conflitos sociais. Estes conflitos são vistos como um motor para a mudança social na teoria marxista.
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todas as relações sociais estão desvinculadas da esfera econômica, sendo os conflitos políticos o alicerce da vida em sociedade.Esta afirmação está incorreta porque, de acordo com a teoria marxista, as relações sociais estão intimamente ligadas à esfera econômica. Marx acreditava que o modo como uma sociedade organiza a produção e distribuição de produtos (a chamada base econômica) influencia todas as outras relações sociais, incluindo a política e a ideologia. Portanto, os conflitos nas sociedades, segundo Marx, estão muito mais relacionados às desigualdades econômicas do que exclusivamente a questões políticas.
Em relação às consequências do conflito para sociedade, é CORRETO afirmar:
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Para Karl Marx, o regime capitalista é capaz de produzir cada vez mais. A despeito desse aumento das riquezas, a miséria continua sendo a sorte da maioria. Essa contradição irá gerar conflitos que, mais cedo ou mais tarde, desencadearão um processo de reforma da sociedade que a reorganizará com critérios científicos.Marx realmente acreditava que as contradições do capitalismo iriam eventualmente levar a uma mudança social, mas ele previu uma revolução proletária, não simplesmente um processo de reforma. A sua visão era de que a luta de classes resultaria na derrubada do capitalismo, levando a uma sociedade sem classes, e não a uma reorganização conforme critérios científicos.
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Para Karl Marx, a supressão das contradições de classe deve levar logicamente ao desaparecimento do Estado, pois este é um dos subprodutos ou a expressão dos conflitos sociais.Para Marx, o Estado surge como um instrumento de opressão de uma classe sobre outra. Na sociedade capitalista, ele serve aos interesses da classe dominante - a burguesia. Quando as contradições de classe forem superadas, Marx acreditava que o Estado deixaria de existir, já que não haveria mais necessidade de uma estrutura para exercer essa repressão, pois não haveria mais classes em conflito.
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Durkheim diz que os conflitos entre trabalhadores e empresários demonstram a falta de organização ou a anomia parcial da sociedade moderna, que deve ser corrigida com uma revolução do proletariado, que restaure o consenso social.Durkheim, um sociólogo francês, via os conflitos em sociedade como resultados de estados anômicos, ou seja, quando a sociedade não está funcionando em harmonia. Porém, ele não defendia uma revolução do proletariado. Para Durkheim, o consenso social era restaurado através da reestruturação social e fortalecimento da solidariedade, e não através de revolução, que é uma ideia mais associada a Marx.
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Durkheim acredita que a forma como os indivíduos se organizam socialmente para produzir determina a sua visão de mundo. Ou seja, ele acredita que não é a consciência dos homens que determina a realidade, mas, ao contrário, é a realidade social e principalmente seus conflitos que determina a consciência coletiva.Essa descrição se assemelha mais com o materialismo histórico e dialético de Karl Marx e não com as ideias de Durkheim. Durkheim focava mais na coesão social e nas funções que as instituições sociais desempenham para manter a sociedade funcionando, ao invés de afirmar que os conflitos determinam a consciência coletiva.
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O marxismo exclui a possibilidade de haver um paralelismo entre o desenvolvimento das forças produtivas, a transformação das relações de produção, a intensificação da luta de classes e dos conflitos que marcam a marcha para a revolução.Na verdade, o pensamento marxista é conhecido por defender precisamente o contrário do que se afirma nessa opção. Marx fala sobre a relação direta entre o desenvolvimento das forças produtivas, as mudanças nas relações de produção e a intensificação dos conflitos de classe, que seriam motores para a revolução.
De acordo com a teoria de Marx, a desigualdade social se explica
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pelas diferenças de inteligência e habilidades inatas dos indivíduos, determinadas biologicamente.Marx não atribui a desigualdade social a fatores biológicos ou inatos, como inteligência ou habilidades. Sua análise é estrutural, centrando-se na organização econômica e nas relações de poder estabelecidas entre quem detém os meios de produção e os trabalhadores. Ele enfatiza que as condições sociais e históricas, e não as características inatas, são determinantes.
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pela apropriação das condições de trabalho pelos homens mais capazes em contextos históricos, marcados pela igualdade de oportunidades.Marx não explicava a desigualdade social com base na capacidade individual dos homens ou pela igualdade de oportunidades. Pelo contrário, ele criticava a ideia de que o capitalismo teria como base a meritocracia. Para ele, a desigualdade surgia da estrutura econômica e social que permitia que uma classe (burguesia) controlasse os meios de produção, enquanto outra (proletariado) trabalhava para essa classe, criando desigualdade.
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pela distribuição da riqueza de acordo com o esforço de cada um no desempenho de seu trabalho.Essa alternativa está incorreta, pois, segundo Marx, a distribuição de riqueza no sistema capitalista não ocorre de acordo com o esforço pessoal ou mérito. Ele via o sistema capitalista como inerentemente injusto, argumentando que o valor do trabalho dos trabalhadores é muitas vezes apropriado pelos proprietários dos meios de produção, ou seja, pelos capitalistas.
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pela divisão da sociedade em classes sociais, decorrente da separação entre proprietários e não proprietários dos meios de produção.Essa alternativa está correta. Para Marx, a desigualdade social é explicada pela divisão da sociedade em classes, ou seja, aqueles que possuem os meios de produção (a burguesia) e aqueles que não possuem (o proletariado). Esta divisão leva à exploração dos trabalhadores, que vendem sua força de trabalho, perpetuando a desigualdade.
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