Os verdadeiros filósofos, tornados senhores da cidade, sejam eles muitos ou um só, desprezam as honras como as de hoje, por julgá-las indignas de um homem livre e sem valor algum, mas, ao contrário, têm em alta conta a retidão e as honras que dela decorrem e, julgando a justiça como algo muito importante e necessário, pondo-se a serviço dela e fazendo-a crescer, administram sua cidade.
PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2006 (adaptado).
No contexto da filosofia platônica, o texto expressa uma perspectiva aristocrática acerca do exercício do poder, uma vez que este é legitimado pelo(a)
prática da virtude.
consenso da elite.
decisão da maioria.
riqueza do indivíduo.
pertencimento de sangue.
Na concepção política de Platão, é correto afirmar que a
timocracia deve ser implementada, já que privilegia o impulso guerreiro em relação ao culto da virtude.
tirania deve ser estabelecida nos momentos de guerra, para defender as fronteiras da “polis”.
democracia é uma forma degenerada porque, por definição, o povo é incapaz de adquirir a ciência política.
aristocracia é um regime desejável, sempre que houver no poder uma família apta ao discurso filosófico.
sofocracia é o modelo ideal de poder, por ser confiado aos melhores, aos mais inteligentes.
Texto Exercita-te primeiro, caro amigo, e aprende o que é preciso conhecer para te iniciares na política; antes, não. Então, primeiro precisarás adquirir virtude, tu ou quem quer que se disponha a governar ou a administrar não só a sua pessoa e seus interesses particulares, como a cidade e as coisas a ela pertinentes. Assim, o que precisas alcançar não é o poder absoluto para fazeres o que bem entenderes contigo ou com a cidade, porém justiça e sabedoria. (PLATÃO, O primeiro Alcebíades. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2004. p.281-285.)
Com base na tirinha, no texto II e nos conhecimentos sobre a ética e a política em Platão, assinale a alternativa correta.
A virtude individual terá fraca influência sobre o governo da cidade, já que a administração da cidade independe da qualidade de seus cidadãos.
Para se iniciar em política, primeiro é necessário o poder absoluto para fazer o bem para a cidade e a si próprio.
O indivíduo deve possuir a virtude antes de dirigir a cidade, pois assim saberá bem governar e ser justo, já que se autogoverna.
Justiça, sabedoria e virtude resultam da opinião do legislador sobre o que seria melhor para a cidade e para o indivíduo.
Todo conflito desaparece em uma cidade se a virtude fizer parte da administração, mesmo que o dirigente não a possua.
(Sócrates) — Nós estabelecemos que cada um deve ocupar-se de uma função na cidade, aquela para qual a sua natureza é mais adequada. (Sócrates) — Quando um homem for, de acordo com a sua natureza, um artífice ou negociante, e depois, exaltado pela sua riqueza ou qualquer atributo deste gênero, tentar passar para a classe dos guerreiros, um guerreiro para a dos chefes e guardiões, ou quando o mesmo homem tentar exercer estes cargos ao mesmo tempo, nesse caso, penso que também acharás que esta mudança e confusão serão a ruína da cidade.
(Sócrates) — Assim, é isso a injustiça. E agora digamos a inversa: se a classe dos negociantes, auxiliares e guardiões se ocupar das suas próprias tarefas, executando cada um deles o que lhe compete na cidade, não se verificaria o contrário do caso anterior, a existência da justiça na cidade?
Conforme o diálogo platônico, a justiça se verifica na cidade quando cada classe social
exerce simultaneamente a totalidade das tarefas sociais.
extrapola as obrigações de cidadania próprias de sua comunidade.
questiona as tarefas adequadas à sua essência.
possui mobilidade e alternância nas diversas incumbências.
cumpre as funções específicas de sua estirpe.
Se os filósofos não forem reis nas cidades ou se os que hoje são chamados reis e soberanos não forem filósofos genuínos e capazes e se, numa mesma pessoa, não coincidirem poder político e filosofia e não for barrada agora, sob coerção, a caminhada das diversas naturezas que, em separado buscam uma dessas duas metas, não é possível, caro Glaucon, que haja para as cidades uma trégua de males e, penso, nem para o gênero humano. PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
A tese apresentada pressupõe a necessidade do conhecimento verdadeiro para a
Este é um recurso exclusivo para assinantes. Assinantes podem copiar e modificar mais de 500 textos e 2000 questões disponíveis no nosso banco de questões de Filosofia, além de milhares de questões de Sociologia, Geografia e História.