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Questões sobre o conceito de rei-filósofo
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Os verdadeiros filósofos, tornados senhores da cidade, sejam eles muitos ou um só, desprezam as honras como as de hoje, por julgá-las indignas de um homem livre e sem valor algum, mas, ao contrário, têm em alta conta a retidão e as honras que dela decorrem e, julgando a justiça como algo muito importante e necessário, pondo-se a serviço dela e fazendo-a crescer, administram sua cidade.
PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2006 (adaptado).
PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2006 (adaptado).
No contexto da filosofia platônica, o texto expressa uma perspectiva aristocrática acerca do exercício do poder, uma vez que este é legitimado pelo(a)
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decisão da maioria.Esta alternativa está incorreta. A decisão da maioria não é considerada por Platão como critério para a legitimação do poder. Em "A República", Platão critica a democracia e a ideia de que a maioria tenha o governo, pois para ele, a aptidão para governar está ligada à capacidade de compreender o bem e a justiça, algo que poucos realmente atingem na sua concepção filosófica.
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pertencimento de sangue.Esta alternativa está incorreta. Platão não fundamenta a legitimidade do poder no pertencimento de sangue. Ele não apoia a ideia de uma aristocracia baseada na hereditariedade. Em vez disso, o filósofo discute sobre uma aristocracia do espírito, onde os governantes são escolhidos por suas qualidades filosóficas e morais, e não pela sua origem familiar.
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consenso da elite.Esta alternativa está incorreta. Platão não acredita que o poder seja legitimado pelo consenso da elite. Para ele, o que legitima o poder é a justiça e a prática da virtude pelos filósofos-reis, que são os mais sábios e virtuosos. O consenso da elite, sem o fundamento da virtude, não seria suficiente para a legitimidade do governo, pois Platão desconfia dos desejos e interesses pessoais que podem corromper tal consenso.
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prática da virtude.Nesta alternativa, está correto dizer que Platão, em "A República", defende a ideia de que o poder é legitimado pela prática da virtude. Para Platão, os governantes ideais são aqueles que, por meio do conhecimento e da prática filosófica, alcançaram a virtude. Essa prática da virtude é o que lhes permite administrar a cidade de maneira justa. Portanto, essa é a interpretação correta do trecho apresentado, pois Platão argumenta que os verdadeiros filósofos, devido à sua sabedoria e virtude, devem governar.
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riqueza do indivíduo.Esta alternativa está incorreta. Platão não acredita que o poder deve ser legitimado pela riqueza do indivíduo. Para ele, o poder deve estar nas mãos daqueles que têm sabedoria e virtude, e não daqueles que possuem riquezas materiais. Platão critica a ideia de que fatores econômicos determinem quem deve ter o poder.
Na concepção política de Platão, é correto afirmar que a
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democracia é uma forma degenerada porque, por definição, o povo é incapaz de adquirir a ciência política.Essa afirmação não está completamente correta. Platão critica a democracia em sua obra "A República", não porque o povo seja incapaz de adquirir ciência política, mas porque ele acredita que a democracia pode levar à anarquia e ser facilmente manipulada por líderes demagogos. Ele vê a democracia como uma forma degenerada de governo porque coloca o poder nas mãos da maioria, que pode não ser informada ou sábia.
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timocracia deve ser implementada, já que privilegia o impulso guerreiro em relação ao culto da virtude.Platão menciona a timocracia como um dos regimes imperfeitos em seu ciclo de degeneração dos governos, mas ele não recomenda sua implementação. Timocracia é um governo dos honrados, em que o poder é dado aos que amam a honra e a glória militar. Para Platão, esse regime já representa uma degeneração da aristocracia, pois valoriza a guerra e a conquista em lugar da verdadeira virtude.
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aristocracia é um regime desejável, sempre que houver no poder uma família apta ao discurso filosófico.A afirmação está incorreta. Na concepção de Platão, a aristocracia é um regime desejável não por haver uma família apta ao discurso filosófico, mas sim porque é governada pelos filósofos-reis, que são aqueles que têm conhecimento verdadeiro e a capacidade de compreender as ideias do Bem e da Justiça. A liderança não é baseada em nascimento ou família, mas sim na capacidade de filosofar e compreender a verdade.
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tirania deve ser estabelecida nos momentos de guerra, para defender as fronteiras da “polis”.Esta afirmação está incorreta. Platão não defende a tirania em nenhuma circunstância. Para ele, a tirania é a forma mais degenerada de governo, caracterizada por ser governada por um tirano que governa segundo seus próprios interesses e não conforme a justiça. A tirania é vista como prejudicial para a sociedade, mesmo em tempos de guerra, pois o tirano se preocupa mais com sua própria sobrevivência do que com o bem da "polis".
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sofocracia é o modelo ideal de poder, por ser confiado aos melhores, aos mais inteligentes.Essa afirmação é correta. Platão realmente defende a sofocracia, que é o governo dos sábios ou filósofos, como o modelo ideal de governo. Ele acredita que aqueles que têm a capacidade de compreender as verdades filosóficas e praticar a justiça devem governar, pois são os mais aptos a tomar decisões justas e disciplinadas que promovem o bem comum.

Texto Exercita-te primeiro, caro amigo, e aprende o que é preciso conhecer para te iniciares na política; antes, não. Então, primeiro precisarás adquirir virtude, tu ou quem quer que se disponha a governar ou a administrar não só a sua pessoa e seus interesses particulares, como a cidade e as coisas a ela pertinentes. Assim, o que precisas alcançar não é o poder absoluto para fazeres o que bem entenderes contigo ou com a cidade, porém justiça e sabedoria. (PLATÃO, O primeiro Alcebíades. Trad. Carlos Alberto Nunes. Belém: EDUFPA, 2004. p.281-285.)
Com base na tirinha, no texto II e nos conhecimentos sobre a ética e a política em Platão, assinale a alternativa correta.
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Todo conflito desaparece em uma cidade se a virtude fizer parte da administração, mesmo que o dirigente não a possua.Esta alternativa está incorreta. Platão não sugere que todo conflito desapareceria automaticamente se a virtude fizer parte da administração. Ele reconhece que a presença de virtude pode mitigar muitos problemas, mas também entende que a realidade humana é complexa. Além disso, é essencial que o dirigente possua virtude para que a administração virtuosa tenha um impacto genuíno. Apenas através da prática da virtude por todos os líderes e cidadãos se pode ter uma cidade verdadeiramente harmoniosa.
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A virtude individual terá fraca influência sobre o governo da cidade, já que a administração da cidade independe da qualidade de seus cidadãos.Esta alternativa está incorreta. Platão, na verdade, acredita que a virtude individual tem uma forte influência sobre o governo da cidade. Para Platão, a cidade é constituída de cidadãos, e a qualidade destes, em termos de virtude, reflete diretamente na qualidade da administração e governança da cidade. Ele argumenta que líderes virtuosos farão uma cidade mais justa e próspera.
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O indivíduo deve possuir a virtude antes de dirigir a cidade, pois assim saberá bem governar e ser justo, já que se autogoverna.Esta alternativa está correta. Segundo Platão, antes de alguém dirigir uma cidade, é essencial que essa pessoa desenvolva virtude. O filósofo argumenta que apenas aqueles que se autogovernam, ou seja, aqueles que são capazes de governar seus próprios desejos e paixões através da razão, podem ser justos e governar bem. A virtude, para Platão, é uma condição prévia para o buenum governum.
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Justiça, sabedoria e virtude resultam da opinião do legislador sobre o que seria melhor para a cidade e para o indivíduo.Esta alternativa está incorreta. Para Platão, justiça, sabedoria e virtude não são apenas resultados da opinião subjetiva de um legislador. Pelo contrário, estes são conceitos objetivos que devem ser alcançados através do conhecimento verdadeiro e racional. O governante deve buscar o que é genuinamente bom para a cidade, baseando-se na verdade e não em meras opiniões.
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Para se iniciar em política, primeiro é necessário o poder absoluto para fazer o bem para a cidade e a si próprio.Esta alternativa está incorreta. Platão claramente se opõe à ideia de que o poder absoluto é necessário para o início na política. A essência de sua filosofia política sugere que o poder desperdiçado sem virtude conduz à tirania. Ao invés disso, a verdadeira política começa com a aquisição de virtude e conhecimento, permitindo ao governante utilizar o poder de forma justa e sábia.
(Sócrates) — Nós estabelecemos que cada um deve ocupar-se de uma função na cidade, aquela para qual a sua natureza é mais adequada. (Sócrates) — Quando um homem for, de acordo com a sua natureza, um artífice ou negociante, e depois, exaltado pela sua riqueza ou qualquer atributo deste gênero, tentar passar para a classe dos guerreiros, um guerreiro para a dos chefes e guardiões, ou quando o mesmo homem tentar exercer estes cargos ao mesmo tempo, nesse caso, penso que também acharás que esta mudança e confusão serão a ruína da cidade.
(Sócrates) — Assim, é isso a injustiça. E agora digamos a inversa: se a classe dos negociantes, auxiliares e guardiões se ocupar das suas próprias tarefas, executando cada um deles o que lhe compete na cidade, não se verificaria o contrário do caso anterior, a existência da justiça na cidade?
(Sócrates) — Assim, é isso a injustiça. E agora digamos a inversa: se a classe dos negociantes, auxiliares e guardiões se ocupar das suas próprias tarefas, executando cada um deles o que lhe compete na cidade, não se verificaria o contrário do caso anterior, a existência da justiça na cidade?
Conforme o diálogo platônico, a justiça se verifica na cidade quando cada classe social
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possui mobilidade e alternância nas diversas incumbências.Esta alternativa está incorreta. Sócrates não defende mobilidade e alternância nas funções sociais como um aspecto da justiça. Ele acredita que cada pessoa deve se manter em seu papel específico, definido pela sua natureza, para garantir a ordem e a justiça na cidade. Alternância e mobilidade poderiam levar à confusão e à eventual ruína da sociedade.
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extrapola as obrigações de cidadania próprias de sua comunidade.Esta alternativa está incorreta. Extrapolar as obrigações de cidadania significa assumir funções que não são próprias ou tentar exercer múltiplos papeis simultaneamente, o que Sócrates acredita ser uma fonte de injustiça e desordem. Ele defende que a ordem social depende de cada um cumprir as tarefas que lhe são apropriadas, de acordo com sua natureza, sem tentar fazer mais do que isso.
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cumpre as funções específicas de sua estirpe.Esta é a alternativa correta. De acordo com o diálogo, Sócrates argumenta que a justiça na cidade é alcançada quando cada classe social exerce a função para a qual sua natureza é mais adequada. Isso significa que cada pessoa deve dedicar-se à atividade que melhor corresponde às suas capacidades e características, sem tentar assumir papeis que pertencem a outras classes. O funcionamento harmonioso da cidade depende dessa especialização e dedicação exclusiva.
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questiona as tarefas adequadas à sua essência.Esta alternativa está incorreta. Sócrates não sugere que a justiça é alcançada questionando as tarefas adequadas à essência de cada um. Pelo contrário, a justiça surge quando todos aceitam suas funções na sociedade de acordo com suas capacidades naturais. O questionamento poderia provocar a desordem e a confusão, ameaçando a harmonia da cidade.
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exerce simultaneamente a totalidade das tarefas sociais.Esta alternativa está incorreta. A ideia de que cada pessoa deve exercer todas as tarefas sociais simultaneamente é contrária ao que Sócrates defende. Ele argumenta que a justiça implica em cada um fazer o que lhe compete, sem tentar acumular diferentes funções. Tal acumulação iria contra a especialização necessária para o bom funcionamento da sociedade.
Se os filósofos não forem reis nas cidades ou se os que hoje são chamados reis e soberanos não forem filósofos genuínos e capazes e se, numa mesma pessoa, não coincidirem poder político e filosofia e não for barrada agora, sob coerção, a caminhada das diversas naturezas que, em separado buscam uma dessas duas metas, não é possível, caro Glaucon, que haja para as cidades uma trégua de males e, penso, nem para o gênero humano.
PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
PLATÃO. A República. São Paulo: Martins Fontes, 2014.
A tese apresentada pressupõe a necessidade do conhecimento verdadeiro para a
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formação de um saber enciclopédicoA formação de um saber enciclopédico não é o que Platão defende nesse trecho. O filósofo está preocupado não com o acúmulo de informações gerais, mas com o conhecimento verdadeiro sobre o bem e a justiça, que capacitaria os governantes a dirigir a cidade de forma justa. Portanto, a simples acumulação de conhecimentos não atenderia a questão central apresentada por Platão.
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organização de uma sociedade justa.A alternativa correta é a organização de uma sociedade justa, pois é exatamente este o ponto central que Platão defende. Ele argumenta que a filosofia e o poder político devem estar nas mãos da mesma pessoa, que deveria ser um filósofo-rei, para garantir que as decisões sejam baseadas em um conhecimento verdadeiro e profundo sobre o bem e a justiça. Este é o modelo de uma sociedade onde as decisões são justas e bem fundamentadas, de acordo com Platão.
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superação de entraves dialógicos.A ideia da superação de entraves dialógicos não é o foco da tese de Platão. Ele não está falando sobre superar problemas de comunicação entre as pessoas, mas sim sobre quem deve governar. A questão é sobre como o verdadeiro conhecimento é necessário para organizar uma sociedade de forma justa e eficaz, e não sobre melhorar o diálogo entre os cidadãos.
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promoção da igualdade dos cidadãos.Platão não estava propondo a promoção da igualdade dos cidadãos como a principal tese desse trecho. Na sua visão, os governantes, que seriam filósofos, teriam um tipo de conhecimento superior. A tese se concentra na ideia de que apenas aqueles com verdadeiro conhecimento (filósofos) devem governar para assegurar que a cidade seja justa, não necessariamente para promover a igualdade completa entre todos os cidadãos.
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consolidação de uma democracia direta.A alternativa sobre a consolidação de uma democracia direta não está correta porque Platão não estava defendendo esse tipo de governo. Na visão dele, a democracia direta pode acabar levando a decisões impensadas e guiadas pela emoção, já que todos podem decidir sem, necessariamente, ter o conhecimento verdadeiro. Ele afirmava que, para uma sociedade justa, era necessário que os filósofos, que possuem o conhecimento verdadeiro, governassem. Portanto, o que Platão propunha era algo diferente da democracia como a conhecemos.
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