O brasileiro tem noção clara dos comportamentos éticos e morais adequados, mas vive sob o espectro da corrupção, revela pesquisa. Se o país fosse resultado dos padrões morais que as pessoas dizem aprovar, pareceria mais com a Escandinávia do que com Bruzundanga (corrompida nação fictícia de Lima Barreto). FRAGA, P. Ninguém é inocente. Folha de S. Paulo, 4 out. 2009 (adaptado).
O distanciamento entre “reconhecer” e “cumprir” efetivamente o que é moral constitui uma ambiguidade inerente ao humano, porque as normas morais são
cumpridas por aqueles que se dedicam inteiramente a observar as normas jurídicas.
decorrentes da vontade divina e, por esse motivo, utópicas.
amplas e vão além da capacidade de o indivíduo conseguir cumpri-las integralmente.
parâmetros idealizados, cujo cumprimento é destituído de obrigação.
criadas pelo homem, que concede a si mesmo a lei à qual deve se submeter.
TEXTO I
A ação democrática consiste em todos tomarem parte do processo decisório sobre aquilo que terá consequência na vida de toda coletividade. GALLO, S. etal. Ética e Cidadania. Caminhos da Filosofia. Campinas: Papirus, 1997 (adaptado). TEXTO II
É necessário que haja liberdade de expressão, fiscalização sobre órgãos governamentais e acesso por parte da população às informações trazidas a público pela imprensa. Disponível em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br. Acesso em: 24 abr. 2010.
Partindo da perspectiva de democracia apresentada no Texto I, os meios de comunicação, de acordo com o Texto II, assumem um papel relevante na sociedade por
propiciarem o entretenimento, aspecto relevante para conscientização política.
orientarem os cidadãos na compra dos bens necessários à sua sobrevivência e bem-estar.
promoverem a unidade cultural, por meio das transmissões esportivas.
fornecerem informações que fomentam o debate político na esfera pública.
apresentarem aos cidadãos a versão oficial dos fatos.
Parece-me bastante significativo que a questão muito discutida sobre se o homem deve ser “ajustado” à máquina ou se a máquina deve ser ajustada à natureza do homem nunca tenha sido levantada a respeito dos meros instrumentos e ferramentas. E a razão disto é que todas as ferramentas da manufatura permanecem a serviço da mão, ao passo que as máquinas realmente exigem que o trabalhador as sirva, ajuste o ritmo natural do seu corpo ao movimento mecânico delas. ARENDT, H. Trabalho, Obra e Ação. In: Cadernos de Ética e Filosofia Política 7. São Paulo: EdUSP, 2005 (fragmento).
Com base no texto, as principais consequências da substituição da ferramenta manual pela máquina são
o abandono da produção manufatureira e o aperfeiçoamento da máquina.
o adestramento do corpo e a perda da autonomia do trabalhador.
a reformulação dos modos de produção e o engajamento político do trabalhador.
a flexibilização do controle ideológico e a manutenção da liberdade do trabalhador.
o aperfeiçoamento da produção manufatureira criativa e a rejeição do trabalho repetitivo.
Subjaz na propaganda tanto política quanto comercial a ideia de que as massas podem ser conquistadas, dominadas e conduzidas, e, por isso, toda e qualquer propaganda tem um traço de coerção. Nesse sentido, a filósofa Hanna Arendt diz que “não apenas a propaganda política, mas toda a moderna publicidade de massa contém um elemento de coerção”. AGUIAR, O. A. Veracidade e propaganda em Hannah Arendt. In: Cadernos de Ética e Filosofia Política 10. São Paulo: EdUSP, 2007 (adaptado).
À luz do texto, qual a implicação da publicidade de massa para a democracia contemporânea?
O combate às práticas de distorção de informações.
A transparência política das ações do Estado.
O declínio do debate político na esfera pública.
O fortalecimento da sociedade civil.
A dissociação entre os domínios retóricos e a política.
O despotismo é o governo em que o chefe do Estado executa arbitrariamente as leis que ele dá a si mesmo e em que substitui a vontade pública por sua vontade particular. KANT, I. Despotismo. In: JAPIASSÚ, H.; MARCONDES, D. Dicionário básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2006.
O conceito de despotismo elaborado pelo filósofo Immanuel Kant pode ser aplicado na interpretação do contexto político brasileiro posterior ao AI-5, porque descreve
a divisão dos poderes de Estado.
a usurpação do poder pelo povo.
a sociedade sem classes sociais.
as relações democráticas de poder.
o autoritarismo nas relações de poder.
“Não à liberdade para os inimigos da liberdade”, dizia Saint-Just. Isso significa dizer: não à tolerância para os intolerantes. Héritier, F. O eu, o outro e a tolerância. In: Héritier, F.; CHANGEUX, J. P. (orgs.). Uma ética para quantos? São Paulo: Edusc, 1999 (fragmento).
A contemporaneidade abriga conflitos éticos e políticos, dos quais o racismo, a discriminação sexual e a intolerância religiosa são exemplos históricos. Com base no texto, qual é a principal contribuição da Ética para a estruturação política da sociedade contemporânea?
Criar novas leis éticas com a finalidade de punir os sujeitos racistas e intolerantes.
Revisar as leis e o sistema político como mecanismo de adequação às novas demandas éticas.
Instaurar um programa de reeducação ética fundado na prevenção da violência e na restrição da liberdade.
Propor modelos de conduta fundados na justiça, na liberdade e na diversidade humana.
Instituir princípios éticos que correspondam ao interesse de cada grupo social.
A memória não é um simples lembrar ou recordar, mas revela uma das formas fundamentais de nossa existência, que é a relação com o tempo, e, no tempo, com aquilo que está invisível, ausente e distante, isto é, o passado. A memória é o que confere sentido ao passado como diferente do presente (mas fazendo ou podendo fazer parte dele) e do futuro (mas podendo permitir esperá-lo e compreendê-lo). CHAUÍ, M. Convite à Filosofia. São Paulo: Ática, 1995 (fragmento).
Com base no texto, qual é o significado da memória?
É a perda de nossa relação com o presente, preservando o passado.
É o potencial de evocar o passado apontando para o futuro.
É a capacidade mais alargada para lembrar e recordar fatos passados.
É a prospecção e retenção de lembranças e recordações.
É o esforço de apagar o passado e inaugurar o presente.
Este é um recurso exclusivo para assinantes. Assinantes podem copiar e modificar mais de 500 textos e 2000 questões disponíveis no nosso banco de questões de Filosofia, além de milhares de questões de Sociologia, Geografia e História.