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Questões de filosofia ENEM 2012
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Experimentei algumas vezes que os sentidos eram enganosos, e é de prudência nunca se fiar inteiramente em quem já nos enganou uma vez. DESCARTES, R. Meditações Metafísicas. São Paulo: Abril Cultural, 1979. TEXTO II
Sempre que alimentarmos alguma suspeita de que uma ideia esteja sendo empregada sem nenhum significado, precisaremos apenas indagar: de que impressão deriva esta suposta ideia? E se for impossível atribuir-lhe qualquer impressão sensorial, isso servirá para confirmar nossa suspeita. HUME, D. Uma investigação sobre o entendimento. São Paulo: Unesp, 2004 (adaptado).
Nos textos, ambos os autores se posicionam sobre a natureza do conhecimento humano. A comparação dos excertos permite assumir que Descartes e Hume
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são legítimos representantes do criticismo quanto à gênese do conhecimento.Essa alternativa está incorreta. O criticismo é um termo mais especificamente associado a Kant, que desenvolveu a ideia de que conhecemos o mundo através de categorias a priori do entendimento. Descartes e Hume têm suas próprias abordagens críticas, mas elas não se enquadram no criticismo kantiano. Descartes é um racionalista que desconfia dos sentidos, e Hume é um empirista que defende a importância dos dados sensoriais.
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atribuem diferentes lugares ao papel dos sentidos no processo de obtenção do conhecimento.Essa alternativa está correta. Descartes e Hume têm posturas distintas sobre o papel dos sentidos no conhecimento. Descartes é célebre por sua dúvida metódica, desconfiando dos sentidos e acreditando que a razão é o caminho para o conhecimento seguro. Hume, inversamente, enfatiza o papel das experiências e impressões sensoriais como origem das ideias, sendo um representante do empirismo. Assim, eles atribuem diferentes papéis aos sentidos no processo de conhecimento.
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entendem que é desnecessário suspeitar do significado de uma ideia na reflexão filosófica e crítica.Essa alternativa está incorreta. Descartes, no texto, expressa uma desconfiança em relação aos sentidos, afirmando que eles podem enganar. Isso é um alerta para sermos críticos com as ideias que temos. Hume também sugere uma metodologia crítica ao questionar de onde as ideias derivam. Ambos, portanto, falam sobre a importância de suspeitar e questionar a origem e significado das ideias, e não indicam que isso seja desnecessário.
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concordam que conhecimento humano é impossível em relação às ideias e aos sentidos.Essa alternativa está incorreta. Apesar de Descartes e Hume reconhecerem dificuldades e limitações no conhecimento humano, ambos apresentam perspectivas afirmativas sobre como o conhecimento pode ser obtido, seja pela razão (Descartes) ou pelas impressões sensoriais (Hume). Eles não concluem que o conhecimento humano é impossível, mas sim que devemos ser cautelosos e críticos em sua obtenção.
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defendem os sentidos como critério originário para considerar um conhecimento legítimo.Essa alternativa está incorreta. Descartes desconfia dos sentidos, afirmando que eles podem enganar. Sua abordagem é mais racionalista, contando com a razão para alcançar verdades. Hume, por outro lado, enfatiza a importância das impressões sensoriais na formação das ideias, alinhando-se mais ao empirismo. Portanto, eles não defendem de maneira uniforme os sentidos como critério originário do conhecimento.
O texto apresenta um discurso de disciplinarização dos corpos, que tem como consequência
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o controle do consumo, impulsionando uma crise econômica na indústria de alimentos.Incorreta. A afirmação não está correta porque o texto não aborda a questão do controle do consumo ou de uma crise econômica na indústria de alimentos. O foco do texto é a questão da imagem corporal e a autoimagem das pessoas, e não os efeitos econômicos sobre a indústria de alimentos. O texto destaca mais a forma como as pessoas se veem e são vistas em termos de disciplina corporal, não sendo mencionado um impacto nos níveis macroeconômicos.
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a culpabilização individual, associando obesidade à fraqueza de caráter.Correta. Essa alternativa está correta porque o texto sugere que a culpa pela obesidade é direcionada ao indivíduo, ao associar o excesso de peso ao pecado da gula, o que implica uma fraqueza de caráter. Essa visão representa um discurso de disciplinarização dos corpos, onde as pessoas são responsabilizadas individualmente por suas condições físicas, como se fosse uma escolha pessoal e não influenciada por fatores sociais, genéticos, etc.
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a ampliação dos tratamentos médicos alternativos, reduzindo os gastos com remédios.Incorreta. Essa alternativa está errada porque não há menção no texto sobre tratamentos médicos alternativos ou gastos com remédios. O texto trata de questões sobre imagem corporal e a percepção individual em relação ao peso, mas não fala sobre alternativas médicas ou medicamentos. Portanto, essa interpretação não se alinha ao que foi apresentado.
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a democratização do padrão de beleza, tornando-o acessível pelo esforço individual.Incorreta. O texto não sugere que há uma democratização do padrão de beleza, nem o torna acessível pelo esforço individual. Pelo contrário, ele levanta a ideia de que a cultura atual distorce a percepção corporal, sugerindo que há desafios na forma como as pessoas percebem seu próprio corpo no contexto de padrões de beleza. Falar em democratização do padrão de beleza seria contraditório ao foco do texto.
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o aumento da longevidade, resultando no crescimento populacional.Incorreta. Essa alternativa está errada porque o texto em nenhum momento menciona o aumento da longevidade ou o crescimento populacional como consequência da disciplinarização dos corpos. O texto está centrado na percepção de imagem corporal e nos julgamentos morais associados ao peso, sem discutir efeitos sobre a longevidade ou tamanho da população.
A reivindicação dos direitos culturais das minorias, como exposto por Habermas, encontra amparo nas democracias contemporâneas, na medida em que se alcança
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a secessão, pela qual a minoria discriminada obteria a igualdade de direitos na condição da sua concentração espacial, num tipo de independência nacional.Esta alternativa está incorreta porque propõe a secessão como solução para a obtenção de igualdade de direitos para as minorias. A secessão implica na criação de um estado independente para a minoria, mas não resolve as questões da coexistência democrática dentro de um mesmo território. Segundo Habermas, a democracia deve lidar com os conflitos culturais internamente, através do debate público e da busca pelo consenso através do "melhor argumento", em vez de criar divisões territoriais.
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o desaparecimento de quaisquer limitações, tais como linguagem política ou distintas convenções de comportamento, para compor a arena política a ser compartilhada.Esta alternativa está incorreta porque sugere que deve haver um desaparecimento das distinções linguísticas e culturais nas arenas políticas. Habermas defende a inclusão e o reconhecimento das diferenças culturais, não o seu desaparecimento. A arena política deve ser um espaço de diálogo onde essas diferenças podem ser expressas e negociadas no contexto de um entendimento compartilhado e democrático.
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a reunificação da sociedade que se encontra fragmentada em grupos de diferentes comunidades étnicas, confissões religiosas e formas de vida, em torno da coesão de uma cultura política nacional.Esta alternativa está incorreta porque sugere que a solução para os conflitos culturais é a reunificação em torno de uma única cultura política nacional. Habermas não defende a uniformização cultural, mas sim a convivência das multiplicidades através do diálogo e do entendimento mútuo. A coesão deve ser construída com respeito às diferenças culturais e não pela assimilação em uma única cultura homogênea.
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a coexistência das diferenças, considerando a possibilidade de os discursos de autoentendimento se submeterem ao debate público, cientes de que estarão vinculados à coerção do melhor argumento.Esta alternativa está correta porque descreve a ideia de coexistência das diferenças através do debate público, onde os grupos minoritários podem expressar sua identidade e valores. Habermas defende que o autoentendimento cultural deve ser submetido ao debate público, vinculado à força do melhor argumento, promovendo o diálogo e a integração nas democracias contemporâneas. Isso fortalece a inclusão das minorias sem eliminar as diferenças.
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a autonomia dos indivíduos que, ao chegarem à vida adulta, tenham condições de se libertar das tradições de suas origens em nome da harmonia da política nacional.Esta alternativa está incorreta porque propõe a autonomia individual como uma libertação das tradições culturais de origem. Habermas valoriza o papel das tradições e das identidades culturais, mas argumenta que elas devem ser submetidas ao diálogo democrático e ao debate público. A ênfase está na convivência democrática e não na liberação das tradições, que pode ser vista como uma forma de isolamento cultural.
Kant destaca no texto o conceito de Esclarecimento, fundamental para a compreensão do contexto filosófico da Modernidade. Esclarecimento, no sentido empregado por Kant, representa
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o exercício da racionalidade como pressuposto menor diante das verdades eternas.Esta alternativa está incorreta. Kant não considera o exercício da racionalidade um pressuposto menor em relação a verdades eternas. Ao contrário, ele vê a racionalidade como o meio pelo qual podemos alcançar a autonomia e a maioridade. O Esclarecimento é sobre ter a coragem de usar a própria razão para entender o mundo, ao invés de depender de verdades pré-estabelecidas, sejam elas eternas ou dogmáticas.
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a reivindicação de autonomia da capacidade racional como expressão da maioridade.Esta alternativa está correta. Kant define o Esclarecimento como a capacidade de o ser humano sair da sua situação de menoridade, o que significa conquistar a autonomia de pensamento. Ele acredita que as pessoas permanecem na menoridade por preguiça e covardia, não por falta de entendimento. O lema do esclarecimento é "tenha coragem de usar o seu próprio entendimento", incentivando assim o uso autônomo da razão, sem a tutela de outra pessoa. Isso se alinha com a reivindicação da autonomia racional como uma expressão de maioridade.
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a compreensão de verdades religiosas que libertam o homem da falta de entendimento.Esta alternativa está incorreta. Kant não fala sobre alcançar o Esclarecimento através da compreensão de verdades religiosas. Na verdade, ele fala sobre a importância de usar a própria razão de forma independente, sem depender de dogmas ou verdades externas impostas por religiões ou outras instituições. Para Kant, o Esclarecimento envolve justamente a emancipação do pensamento crítico em relação a essas verdades heterônomas.
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a imposição de verdades matemáticas, com caráter objetivo, de forma heterônoma.Esta alternativa está incorreta. Kant não propõe a imposição de verdades matemáticas de forma heterônoma. Seu argumento é precisamente o contrário: é sobre libertar-se de qualquer forma de heteronomia, incluindo a imposição de verdades alheias, sejam elas religiosas, científicas ou de outra natureza. O Esclarecimento trata da valorização da autonomia e do uso crítico e independente da razão.
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a emancipação da subjetividade humana de ideologias produzidas pela própria razão.Esta alternativa está incorreta. Embora Kant defenda a ideia de emancipação do pensamento crítico, ele não vê as ideologias como resultados apenas da razão. Para Kant, a razão é a ferramenta que usamos para nos emanciparmos de heteronomia e dependência de ideologias ou dogmas externos. O foco está na autonomia e no uso da razão para escapar da menoridade, e não necessariamente em rejeitar a subjetividade humana ou ideologias."
Em O Príncipe, Maquiavel refletiu sobre o exercício do poder em seu tempo. No trecho citado, o autor demonstra o vínculo entre o seu pensamento político e o humanismo renascentista ao
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rejeitar a intervenção do acaso nos processos políticos.Maquiavel não rejeita completamente o acaso nos processos políticos. Na citação, ele menciona que a sorte, que podemos entender também como acaso, decide metade de nossos atos. Ele reconhece a presença do acaso, porém destaca a importância do livre-arbítrio humano. Assim, essa alternativa está incorreta quanto à posição de Maquiavel.
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romper com a tradição que valorizava o passado como fonte de aprendizagem.Maquiavel não está necessariamente rompendo com toda a tradição que valoriza o passado como fonte de aprendizado. Em seu trabalho, ele frequentemente olha para a história para tirar lições, mas ele sugere que o livre-arbítrio nos permite criar novos registros no presente. Ele está mais focado no equilíbrio entre fortuna e virtù do que na rejeição da aprendizagem do passado, então essa alternativa não se encaixa com precisão no contexto dado.
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valorizar a interferência divina nos acontecimentos definidores do seu tempo.Aqui, Maquiavel não está exatamente valorizando a interferência divina, mas mencionando a crença popular de que Deus e o acaso controlam o mundo. Ele concede que o acaso e, talvez implicitamente, a providência divina têm um papel, mas ele se concentra mais no livre-arbítrio e no que os humanos podem controlar. Portanto, essa alternativa não está correta, pois o foco de Maquiavel é mais sobre o papel da razão e do esforço humano do que da intervenção divina.
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redefinir a ação política com base na unidade entre fé e razão.A reinterpretação que Maquiavel faz não é sobre a unidade entre fé e razão, mas sim sobre a relação entre fortuna (sorte) e virtù (virtude ou habilidade humana). Ele não está focado em unir fé e razão, mas em destacar a capacidade do homem de agir e influenciar seu próprio destino. Esta abordagem não se alinha corretamente com a presente na citação, tornando essa alternativa incorreta.
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afirmar a confiança na razão autônoma como fundamento da ação humana.Essa resposta está correta. Maquiavel insere a ideia do livre-arbítrio ao lado da sorte, concedendo que temos controle sobre metade de nossas ações. Isso é um reflexo do humanismo renascentista, que enfatiza a capacidade humana de raciocínio e ação. Ele não aceita completamente a casualidade como única força, mas defende que humanos podem moldar seu destino usando a razão e suas próprias ações.
A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito
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ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si mesmo.Esta alternativa está incorreta segundo a ideia de Montesquieu apresentada no texto. O filósofo não refere-se diretamente ao processo de tomada de decisão individual como um meio para obter cidadania. Em vez disso, ele foca na importância das leis no contexto da liberdade, o que sugere que o status de cidadania está mais ligado ao respeito e à conformidade a essas leis do que à mera tomada de decisão individual.
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ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais.Esta alternativa está incorreta. Embora a liberdade pessoal seja importante, Montesquieu não a define como o direito de agir conforme valores pessoais sem restrições. Ele destaca que a verdadeira liberdade existe no âmbito das leis, e não fora delas, pois agir apenas segundo valores pessoais pode conflitar com a liberdade de outros e levar a um estado de desordem se as leis forem desconsideradas.
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ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências.Essa alternativa está incorreta. Montesquieu não defende que os cidadãos tenham livre-arbítrio em relação ao que é proibido, mesmo cientes das consequências. Ele afirma que a liberdade está em fazer o que as leis permitem, não em ter a possibilidade de violar a lei. O livre-arbítrio, nesse contexto, seria contrário ao conceito de liberdade verdadeira que depende do cumprimento das leis.
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à possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis.Esta alternativa está incorreta. Montesquieu não sugere que o cidadão, ao participar do poder, está livre da submissão às leis. Pelo contrário, ele argumenta que a liberdade existe dentro do espaço que as leis estabelecem. Mesmo sendo parte do poder, é necessário seguir as normas e leis para manter a ordem e a liberdade para todos.
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ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis.Essa afirmação está correta. Montesquieu aborda a diferença entre liberdade e independência ao defender que a liberdade não é fazer tudo que se quer, mas sim fazer tudo que as leis permitem. Na democracia, a liberdade dos cidadãos está vinculada às leis estabelecidas, ou seja, às regras acordadas em sociedade. Por isso, a liberdade política, segundo ele, é garantida pela conformidade às leis, já que, sem essa conformidade, a liberdade individual representaria um risco à liberdade dos outros, criando um cenário de caos e desordem.
O texto faz referência à relação entre razão e sensação, um aspecto essencial da Doutrina das Ideias de Platão (427 a.C.-346 a.C.). De acordo com o texto, como Platão se situa diante dessa relação?
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Privilegiando os sentidos e subordinando o conhecimento a eles.Incorreto. Platão não privilegia os sentidos; ele os vê como enganosos e pouco confiáveis para gerar conhecimento verdadeiro. Em sua Doutrina das Ideias, ele prioriza a razão, pois é através dela que se pode alcançar o conhecimento das Formas, que são a verdadeira realidade.
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Atendo-se à posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis.Incorreto. Platão não adota a posição de Parmênides de que razão e sensação são inseparáveis. Parmênides, de fato, enfatiza a importância da razão, mas Platão acredita que a sensação é incapaz de fornecer acesso ao conhecimento verdadeiro por si só. Ele estabelece uma hierarquia em que a razão é superior à sensação.
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Afirmando que a razão é capaz de gerar conhecimento, mas a sensação não.Correto. De acordo com Platão, o verdadeiro conhecimento não pode ser baseado nas sensações, pois elas são enganosas e mudam constantemente. O conhecimento verdadeiro deve tratar das Ideias ou Formas, que são perfeitas e eternas, e só podem ser alcançadas pela razão. Assim, Platão considera a razão como a fonte do conhecimento verdadeiro, enquanto a sensação é insuficiente.
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Estabelecendo um abismo intransponível entre as duas.Incorreto. Embora Platão privilegie a razão sobre a sensação, ele não afirma que existe um abismo intransponível entre razão e sensação. Na verdade, ele reconhece que os sentidos podem ter um papel limitado, como um ponto de partida para se alcançar o conhecimento verdadeiro através da razão. Assim, a relação não é de uma completa separação, mas de subordinação.
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Rejeitando a posição de Parmênides de que a sensação é superior à razão.Incorreto. Não é uma posição de Platão que Parmênides considera a sensação superior à razão. Parmênides, como Platão, favorece a razão, mas Platão desenvolve essa ideia ao considerar a sensação como insuficiente para o conhecimento verdadeiro, sem partir do pressuposto de que a sensação é vista como superior por Parmênides.
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transformase em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.” GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).
Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que
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eram baseadas nas ciências da natureza.Essa alternativa está incorreta. Apesar de Anaxímenes realmente utilizar observações sobre a natureza para desenvolver sua teoria (como a transformação do ar em diferentes substâncias), a fundamentação teórica de Basílio Magno não se baseia nas ciências da natureza, mas sim na religião e teologia, fato que afasta a possibilidade de ambos os filosofos terem em comum essa fundamentação.
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postulavam um princípio originário para o mundo.Esta é a alternativa correta. Ambas as teses de Anaxímenes e Basílio Magno buscam encontrar um princípio originário que explique a existência e a formação do universo. Anaxímenes propõe o ar como elemento fundamental, enquanto Basílio Magno postula Deus como o criador e princípio de todas as coisas. Assim, apesar de suas diferenças, ambas as teorias buscam um princípio originário para o mundo.
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defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.Essa alternativa está incorreta. Apenas Basílio Magno defende que Deus é o princípio de todas as coisas. Anaxímenes, ao contrário, propõe o ar como o elemento fundamental que dá origem a tudo no universo. Portanto, a defesa do princípio divino não é uma fundamentação comum às duas teorias.
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tinham origem nos mitos das civilizações antigas.Esta alternativa está incorreta. Embora tanto Anaxímenes quanto Basílio vivam em tempos onde o mito tinha importância, suas propostas são de busca racional por explicações para a origem do mundo, afastando-se de explicações míticas. Eles procuram substituir os mitos antigos por princípios racionais, cada qual a seu modo: Anaxímenes pelo ar e Basílio por Deus.
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refutavam as teorias de filósofos da religião.Essa alternativa está incorreta. Nenhum dos dois filósofos menciona explicitamente a refutação das teorias dos filósofos da religião. Na verdade, Basílio Magno, sendo um filósofo medieval cristão, está mais alinhado com os conceitos religiosos em sua teoria. Portanto, essa característica não é comum às teorias de Anaxímenes e de Basílio.
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