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Questões de filosofia ENEM 2012 2° aplicação
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O conceito de deliberação tratado por Aristóteles é importante para entender a dimensão da responsabilidade humana. A partir do texto, considera-se que é possível ao homem deliberar sobre
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coisas imagináveis, já que ele não tem controle sobre os acontecimentos da natureza.Esta alternativa está errada. Embora o ser humano possa imaginar muitas coisas, a deliberação, conforme Aristóteles, está relacionada ao agir sobre aquilo que está ao nosso alcance mudar. Portanto, imaginar algo não implica que possamos deliberar sobre isso se não tivermos controle ou a capacidade de agir sobre o que foi imaginado.
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ações humanas, ciente da influência e da determinação dos astros sobre as mesmas.Esta alternativa está incorreta. Embora as ações humanas sejam deliberáveis, Aristóteles não associa essa deliberação à influência dos astros. Na filosofia aristotélica, a deliberação refere-se às decisões racionais que podemos tomar em relação aos nossos próprios atos, não dependendo da influência cósmica, mas sim de nossa capacidade de escolha racional interna.
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fatos e ações mutáveis da natureza, já que ele é parte dela.Esta opção está incorreta. Aristóteles nos diz que não podemos deliberar sobre os fenômenos naturais que não são produzidos por nossa ação, como o nascer do sol ou os solstícios, mesmo sendo parte da natureza. A deliberação só faz sentido quando podemos agir de forma intencional sobre algo, o que não é o caso de fatos naturais que apenas observamos, mas não controlamos.
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coisas eternas, já que ele é por essência um ser religioso.Está incorreta. Aristóteles afirma que não deliberamos sobre coisas eternas porque estas estão além do nosso controle ou da nossa capacidade de mudança. As coisas religiosas ou eternas não são objetos de deliberação porque fogem à capacidade de intervenção direta por parte do ser humano. A deliberação requer a possibilidade de realizar efetivamente uma ação.
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fatos atingíveis pela ação humana, desde que estejam sob seu controle.Correto. Aristóteles explica que a deliberação está ligada à nossa capacidade de ação sobre algo que pode ser modificado pelo nosso comportamento. Assim, podemos deliberar sobre coisas em que nossa intervenção faz diferença e que estão sob nosso controle para serem modificadas por nossas ações.
O texto, extraído da carta escrita por Galileu (1564-1642) cerca de trinta anos antes de sua condenação pelo Tribunal do Santo Ofício, discute a relação entre ciência e fé, problemática cara no século XVII. A declaração de Galileu defende que
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os intérpretes precisam propor, para as passagens bíblicas, sentidos que ultrapassem o significado imediato das palavras.Esta é a alternativa correta. Galileu defende que, por vezes, é necessário que os intérpretes busquem significados que vão além do que as palavras parecem indicar à primeira vista. Isso reflete a ideia de que a interpretação das escrituras pode e deve contemplar sentidos que transcendam a superfície textual.
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a bíblia, por registrar literalmente a palavra divina, apresenta a verdade dos fatos naturais, tornando-se guia para a ciência.Esta alternativa está incorreta. Galileu não afirmou que a Bíblia é a guia para a ciência ao registrar literalmente a palavra divina. O que ele sugere na carta é que as passagens da Bíblia podem necessitar de diferentes exposições que não sigam o significado literal. Isso quer dizer que a Bíblia não apresenta necessariamente a verdade dos fatos naturais.
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a bíblia deve receber uma interpretação literal porque, desse modo, não será desviada a verdade natural.Esta alternativa está incorreta. Galileu não defende uma interpretação literal da Bíblia. Pelo contrário, ele sugere que uma interpretação que vá além da literalidade pode ser necessária para atingir uma compreensão mais adequada, especialmente em relação aos fatos naturais.
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as diferentes exposições quanto ao significado das palavras bíblicas devem evitar confrontos com os dogmas da Igreja.Esta alternativa está incorreta. Embora a prática hermenêutica na época de Galileu pudesse visar evitar confrontos diretos com a doutrina da Igreja, não é isso que ele está defendendo. Ele está falando sobre a necessidade de ultrapassar a literalidade das escrituras para se alcançar compreensões mais profundas, relacionadas aos conhecimentos naturais.
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o significado aparente daquilo que é lido acerca da natureza na bíblia constitui uma referência primeira.Esta alternativa está incorreta. Galileu acredita que nas discussões sobre a natureza deveria-se deixar a Bíblia em segundo plano. Ou seja, ele não tratava o significado aparente do texto bíblico como referência primeira, mas sim como algo que poderia ser interpretado diferentemente da literalidade das palavras.
De acordo com o texto, em um Estado de direito
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a vontade do governante deve ser obedecida, pois é ele que tem o verdadeiro poder.Esta alternativa está incorreta. De acordo com Kant, a soberania reside no Poder Legislativo. O governante, que representa o Executivo, deve seguir e aplicar as leis formuladas pelo Legislativo. O poder real não está na pessoa do governante, mas na legislação que ele tem o dever de executar.
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a lei do legislador deve ser obedecida, pois ela é a representação da vontade geral.Esta alternativa está correta. Kant afirma que a soberania em um Estado de direito está na vontade geral, representada pelo legislador. Isso significa que as leis feitas pelo Poder Legislativo são a expressão dessa vontade geral e, portanto, devem ser obedecidas. Esta é a garantia de que o Estado opere sob um regime de leis justas e não sob a vontade arbitrária de indivíduos específicos.
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o Poder Legislativo deve submeter-se ao Executivo, na pessoa do governante, pois ele que é soberano.Esta alternativa está incorreta. No texto, Kant descreve a divisão dos poderes em Estado de direito, onde a soberania é identificada com o Poder Legislativo. O Executivo não detém a soberania; sua função é aplicar as leis estabelecidas pelo Legislativo. Portanto, o Legislativo não deve submeter-se ao Executivo, mas sim, o contrário.
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o Poder Judiciário, na pessoa do juiz, é soberano, pois é ele que outorga a cada um o que é seu.Esta alternativa está incorreta. No texto, Kant identifica a soberania com o legislador, não com o juiz ou o Poder Judiciário. Embora o Judiciário tenha o papel crucial de garantir que cada um receba o que é seu por direito, a soberania não está concentrada nesse poder, mas no Legislativo.
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o Poder Executivo deve submeter-se ao Judiciário, pois depende dele para validar suas determinações.Esta alternativa está incorreta. Embora o Judiciário tenha a função de assegurar a justiça conforme as leis, o texto de Kant não implica que o Executivo deva submeter-se ao Judiciário. Cada poder possui sua independência dentro de suas funções específicas, e o Executivo deve aplicar as leis formuladas pelo Legislativo.
Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do pensamento Ocidental. No texto, é ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à
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adoção da experiência do senso comum como critério de verdade.Essa alternativa está incorreta. Platão e Aristóteles não acreditavam que o senso comum por si só era um critério de verdade. Platão, por exemplo, diferenciava o mundo sensível (senso comum) do mundo das ideias, sendo este último verdadeiro e imutável. Aristóteles, entretanto, valorizava mais o papel do mundo sensível, mas ainda assim acreditava na necessidade de uma investigação lógica sobre as experiências.
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pretensão de a experiência legitimar por si mesma a verdade.Essa alternativa está incorreta porque tanto Platão quanto Aristóteles valorizavam a razão e a lógica como meios para alcançar a verdade, não apenas a experiência em si. A experiência sensorial por si mesma não era considerada suficiente para legitimar a verdade sem uma análise racional. Aristóteles, em especial, trabalhava com a ideia de que a experiência deveria ser organizada e entendida através da razão.
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compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente.Essa alternativa está correta. Platão e Aristóteles são conhecidos por valorizarem a razão como necessária para justificar a verdade. Ambos acreditavam que as crenças e afirmações devem ser sustentadas por razões lógicas e evidências. Esse é um ponto central no desenvolvimento do pensamento filosófico ocidental.
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incapacidade de a razão confirmar o conhecimento resultante de evidências empíricas.Esta alternativa está incorreta porque, na verdade, Platão e Aristóteles acreditavam que a razão era capaz de confirmar o conhecimento, incluindo o que era resultado de evidências empíricas. Aristóteles, em particular, desenvolveu a lógica como uma ferramenta para entender o mundo natural através da observação e raciocínio.
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defesa de que a honestidade condiciona a possibilidade de se pensar a verdade.Esta alternativa está incorreta pois não é exatamente sobre a honestidade em si que Platão e Aristóteles focam, mas sim na responsabilidade de buscar a verdade através da razão e evidências. A ética e a honestidade são importantes, mas no texto em questão, o destaque vai para a busca racional da verdade.
A visão de Rousseau em relação à natureza humana, conforme expressa o texto, diz que
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o homem é forçado a sair da natureza para se tornar absoluto.Essa opção está incorreta. Rousseau não fala sobre o homem ser forçado a sair da natureza para se tornar absoluto. Pelo contrário, em sua visão, o homem "natural" já é visto como autônomo e completo, enquanto o homem civil, ao entrar na sociedade, perde essa autonomia e se torna parte do coletivo social, como uma fração de um todo, o que é o oposto de se tornar "absoluto".
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as instituições sociais expressam a natureza humana, pois o homem é um ser político.Esta alternativa está incorreta no contexto do argumento de Rousseau. Ele não considera que as instituições sociais expressam a natureza humana em sua essência natural, tampouco que o homem seja naturalmente um ser político. Rousseau argumenta que a civilização ou sociedade transforma a natureza humana original, que é autônoma e solitária, em um ser social que só tem valor em relação ao corpo social. Assim, a natureza humana, segundo Rousseau, não é expressa nas instituições sociais, mas é, na verdade, transformada por elas.
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as instituições sociais formam o homem de acordo com a sua essência natural.Essa opção está incorreta, pois Rousseau argumenta precisamente o contrário. Ele acredita que as instituições sociais alteram a natureza original do homem, enquanto que a opção sugere que essas instituições formam o homem em harmonia com sua essência natural. Ao contrário, Rousseau vê as instituições sociais como entidades que transformam o "homem natural" em "homem civil", modificando sua natureza original.
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o homem civil é formado a partir do desvio de sua própria natureza.Esta é a opção correta. Rousseau fala sobre como a civilização ou "homem civil" transforma e desvia o homem de sua natureza original, que ele descreve como "homem natural". O "homem natural" é autônomo e independente, vivendo para si mesmo, enquanto que o "homem civil" é moldado pelas instituições sociais, que retiram essa autonomia absoluta e inserem o indivíduo em uma rede de relações sociais. Essa "desnaturação" é o desvio mencionado: as instituições sociais afastam o homem de sua natureza original e o transformam em parte de um todo social.
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o homem civil é um todo no corpo social, pois as instituições sociais dependem deleEsta alternativa está incorreta porque, no texto, Rousseau não afirma que o homem civil é "um todo" no corpo social, mas sim uma "unidade fracionária". O homem civilizado, segundo Rousseau, é parte de um coletivo e seu valor vem da relação com o todo social, não como um todo independente dentro da sociedade. As instituições sociais, portanto, integram o indivíduo à coletividade ao invés de dependerem dele isoladamente.

De acordo com algumas teorias políticas, a formação do Estado é explicada pela renúncia que os indivíduos fazem de sua liberdade natural quando, em troca da garantia de direitos individuais, transferem a um terceiro o monopólio do exercício da força. O conjunto dessas teorias é denominado de
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anarquismo.Anarquismo é a teoria que se opõe totalmente à existência de um Estado, propondo uma sociedade sem governo. Portanto, essa teoria não defende a ideia de formação de um Estado através da renúncia de liberdade pessoal e transferência de controle ao Estado ou qualquer governante.
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contratualismo.O contratualismo é a teoria que propõe que o Estado se forma através de um contrato social, onde os indivíduos renunciam a certas liberdades em troca de proteção e garantia de direitos. Filósofos como Thomas Hobbes, John Locke e Jean-Jacques Rousseau discutiram diferentes versões do contratualismo. Hobbes, por exemplo, argumentou que a vida no estado de natureza seria 'solitária, pobre, desagradável, brutal e curta', e que a criação do Estado seria uma forma de proteger os indivíduos de tal condição.
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socialismo.Socialismo é uma teoria política que busca a igualdade social, propondo que os meios de produção, distribuição e troca sejam de propriedade coletiva ou estatal. Essa teoria não é focada na origem do Estado através de um pacto social para transferência do uso da força. Portanto, não se relaciona à ideia central de formação do Estado por renúncia à liberdade natural e concessão de poder a um terceiro.
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despotismo.Despotismo se refere a um sistema de governo onde o governante exerce poder absoluto, frequentemente de forma opressiva. Não é, portanto, uma teoria política que explica a formação do Estado por meio da renúncia da liberdade individual em troca de garantias.
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liberalismo.Liberalismo é uma teoria política que enfatiza a liberdade individual, o papel mínimo do Estado e os direitos individuais. Embora o liberalismo possa discutir o papel do Estado, ele não é a teoria que explica a formação do Estado por meio de uma renúncia coletiva da liberdade, como faz o contratualismo.
No texto, está relatado um exemplo de exercício da cidadania associado ao seguinte modelo de prática democrática:
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Socialista.A alternativa C é incorreta porque relaciona a prática democrática ao socialismo. O socialismo, como sistema político e econômico, propõe que os meios de produção sejam de propriedade coletiva e defende uma distribuição mais igualitária da riqueza. No entanto, o texto descreve um modelo de discussão política direta entre cidadãos em uma ágora, que remonta à prática democrática na Grécia Antiga, sem relação direta com as ideologias socialistas modernas.
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Direta.A alternativa B está correta. A prática democrática descrita no texto é um exemplo de democracia direta, onde os cidadãos participam diretamente da elaboração das leis e decisões políticas, discutindo livremente na ágora. Esta era uma característica das cidades-estado gregas como Atenas, onde os cidadãos tinham a oportunidade de discutir e decidir políticas sem a mediação de representantes. No contexto do texto, a convenção e o confronto de opiniões entre cidadãos na ágora ilustram a essência da democracia direta.
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Representativa.A alternativa E fala em democracia representativa, um sistema onde os cidadãos elegem representantes para tomar decisões em seu nome. No entanto, o texto destaca o debate direto entre cidadãos na ágora, onde as próprias pessoas estabeleciam as leis por meio de confronto de opiniões, sem a intermediação de representantes. Esse é, portanto, um exemplo de democracia direta e não representativa, tornando essa alternativa incorreta.
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Sindical.A alternativa A sugere que a prática democrática descrita seja sindical. No entanto, o sindicalismo é um movimento organizado de trabalhadores que buscam defender interesses comuns, geralmente relacionados ao trabalho, como melhores condições de emprego. Embora também envolva discussões e formulação de demandas, esse não é o modelo de prática democrática descrito no texto, que se refere a um debate aberto e geral entre cidadãos de uma polis, e não a um grupo específico como trabalhadores ou sindicatos. Portanto, essa alternativa está incorreta.
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Corporativista.A alternativa D menciona o modelo corporativista, que se refere a um sistema onde diferentes grupos de interesse, como empresariais e trabalhistas, têm representação oficial em processos de decisão política, geralmente controlados pelo Estado. O cenário grego, com o debate aberto na ágora, não reflete um sistema corporativista, mas sim um modelo em que os cidadãos agiam individualmente em uma esfera pública para decidir em conjunto, sem precisar de grupos ou corporações oficiais mediando o debate, portanto, está incorreta.
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