Questões de filosofia ENEM 2018 corrigidas
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Pergunta 1 de 8
1. Pergunta
O filósofo reconhece-se pela posse inseparável do gosto da evidência e do sentido da ambiguidade. Quando se limita a suportar a ambiguidade, esta se chama equívoco. Sempre aconteceu que, mesmo aqueles que pretenderam construir uma filosofia absolutamente positiva, só conseguiram ser filósofos na medida em que, simultaneamente, se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto. O que caracteriza o filósofo é o movimento que leva incessantemente do saber à ignorância, da ignorância ao saber, e um certo repouso neste movimento.MERLEAU-PONTY, M. Elogio da filosofia. Lisboa: Guimarães, 1998 (adaptado).O texto apresenta um entendimento acerca dos elementos constitutivos da atividade do filósofo, que se caracteriza porCorreto
A alternativa correta é a letra D. Para um filósofo, é indispensável o rigor da investigação. Filosofia não é dizer frases de efeito. É preciso apresentar conclusões sólidas e bons argumentos. Vejo como no texto o autor afirma que o filósofo tem o “gosto da evidência”. Além disso, não é um filósofo quem não se mantem aberto ao questionamento. No texto, o autor afirma isso ao dizer que só conseguiram ser filósofos aqueles que “se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto”.
Incorreto
A alternativa correta é a letra D. Para um filósofo, é indispensável o rigor da investigação. Filosofia não é dizer frases de efeito. É preciso apresentar conclusões sólidas e bons argumentos. Vejo como no texto o autor afirma que o filósofo tem o “gosto da evidência”. Além disso, não é um filósofo quem não se mantem aberto ao questionamento. No texto, o autor afirma isso ao dizer que só conseguiram ser filósofos aqueles que “se recusaram o direito de se instalar no saber absoluto”.
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Pergunta 2 de 8
2. Pergunta
TEXTO I
Tudo aquilo que é válido para um tempo de guerra, em que todo homem é inimigo de todo homem, é válido também para o tempo durante o qual os homens vivem sem outra segurança senão a que lhes pode ser oferecida por sua própria força e invenção.HOBBES, T. Leviatã. São Paulo: Abril Cultural, 1983.TEXTO II
Não vamos concluir, com Hobbes que, por não ter nenhuma ideia de bondade, o homem seja naturalmente mau. Esse autor deveria dizer que, sendo o estado de natureza aquele em que o cuidado de nossa conservação é menos prejudicial à dos outros, esse estado era, por conseguinte, o mais próprio à paz e o mais conveniente ao gênero humano.ROUSSEAU, J.-J. Discurso sobre a origem e o fundamento da desigualdade entre os homens. São Paulo: Martins Fontes, 1993 (adaptado).Os trechos apresentam divergências conceituais entre autores que sustentam um entendimento segundo o qual a igualdade entre os homens se dá em razão de umaCorreto
A alternativa correta é a letra D. Tanto Hobbes como Rousseau pensavam que os seres humanos eram iguais, porque se encontravam em uma condição de igualdade naquela que é a condição original da existência humana, o Estado de Natureza.
Incorreto
A alternativa correta é a letra D. Tanto Hobbes como Rousseau pensavam que os seres humanos eram iguais, porque se encontravam em uma condição de igualdade naquela que é a condição original da existência humana, o Estado de Natureza.
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Pergunta 3 de 8
3. Pergunta
O século XVIII é, por diversas razões, um século diferenciado. Razão e experimentação se aliavam no que se acreditava ser o verdadeiro caminho para o estabelecimento do conhecimento científico, por tanto tempo almejado. O fato, a análise e a indução passavam a ser parceiros fundamentais da razão. É ainda no século XVIII que o homem começa a tomar consciência de sua situação na história.ODALIA, N. In: PINSKY, J.; PINSKY, C. B. História da cidadania. São Paulo: Contexto, 2003.No ambiente cultural do Antigo Regime, a discussão filosófica mencionada no texto tinha como uma de suas características aCorreto
A alternativa correta é a letra E. O contexto histórico mencionado no texto é conhecido como Iluminismo ou Século das Luzes. É um contexto em que se lutava pela liberdade de pensamento como forma de promover o saber e o conhecimento e assim o progresso na ciência, na tecnologia e uma melhoria geral da vida. E um dos obstáculos a isso era, e continua sendo, o clericalismo, a religião.
Incorreto
A alternativa correta é a letra E. O contexto histórico mencionado no texto é conhecido como Iluminismo ou Século das Luzes. É um contexto em que se lutava pela liberdade de pensamento como forma de promover o saber e o conhecimento e assim o progresso na ciência, na tecnologia e uma melhoria geral da vida. E um dos obstáculos a isso era, e continua sendo, o clericalismo, a religião.
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Pergunta 4 de 8
4. Pergunta
A primeira fase da dominação da economia sobre a vida social acarretou, no modo de definir toda realização humana, uma evidente degradação do ser para o ter. A fase atual, em que a vida social está totalmente tomada pelos resultados da economia, leva a um deslizamento generalizado do ter para o parecer, do qual todo ter efetivo deve extrair seu prestígio imediato e sua função última. Ao mesmo tempo, toda realidade individual tornou-se social, diretamente dependente da força social, moldada por ela.DEBORD, G. A sociedade do espetáculo. Rio de Janeiro: Contraponto, 2015.Uma manifestação contemporânea do fenômeno descrito no texto é o(a)Correto
A alternativa correta é a letra B. Debord está fazendo nesse texto uma análise da sociedade que ele chama de “sociedade do espetáculo”. No texto, ele destaca uma transição do ser para o ter e deste para o parecer. Em outras palavras, o que ele está dizendo é que em um determinado momento histórico o que importava era o ser, o que uma pessoa era. A partir de determinados desenvolvimentos econômicos isso se tornou secundário e o prestígio social passou a depender muito mais do que a pessoa tinha – um carro, uma casa etc. No entanto, isso também perdeu espaço. Na nossa sociedade, o importante é parecer, ostentar de alguma forma o que se tem. Caso isso não seja feito, de nada vale ter algo. Ou seja, não basta um carro importado, é importante que esse carro seja mostrado de várias formas.
Essa preocupação generalizada como o parecer gera a necessidade de “exposição nos meios de comunicação”, a alternativa correta.
Incorreto
A alternativa correta é a letra B. Debord está fazendo nesse texto uma análise da sociedade que ele chama de “sociedade do espetáculo”. No texto, ele destaca uma transição do ser para o ter e deste para o parecer. Em outras palavras, o que ele está dizendo é que em um determinado momento histórico o que importava era o ser, o que uma pessoa era. A partir de determinados desenvolvimentos econômicos isso se tornou secundário e o prestígio social passou a depender muito mais do que a pessoa tinha – um carro, uma casa etc. No entanto, isso também perdeu espaço. Na nossa sociedade, o importante é parecer, ostentar de alguma forma o que se tem. Caso isso não seja feito, de nada vale ter algo. Ou seja, não basta um carro importado, é importante que esse carro seja mostrado de várias formas.
Essa preocupação generalizada como o parecer gera a necessidade de “exposição nos meios de comunicação”, a alternativa correta.
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Pergunta 5 de 8
5. Pergunta
A quem não basta pouco, nada basta.EPICURO. os pensadores. São Paulo: Abril Cultural, 1985.Remanescente do período helenístico, a máxima apresentada valoriza a seguinte virtude:Correto
Epicuro foi um filósofo que defendia a moderação como forma de satisfazer os desejos. Ele raciocinava mais ou menos assim. Se desejo ter um carro caro, de nada adianta satisfazer esse desejo. Isso não me trará felicidade. Logo depois de adquirir o carro, sua posse não me satisfará mais. Irei querer um carro mais caro, e assim sucessivamente. Não importa quantos carros compre, sempre irei querer um carro mais caro ainda. É esse o sentido da frase “a quem não basta pouco, nada basta”.
Como forma de remediar essa insatisfação constante que aflige os seres humanos, Epicuro recomendava que praticássemos a temperança, ou seja, a moderação dos desejos. Assim seríamos felizes por não nos sentirmos a todo momento insatisfeitos.
Incorreto
Epicuro foi um filósofo que defendia a moderação como forma de satisfazer os desejos. Ele raciocinava mais ou menos assim. Se desejo ter um carro caro, de nada adianta satisfazer esse desejo. Isso não me trará felicidade. Logo depois de adquirir o carro, sua posse não me satisfará mais. Irei querer um carro mais caro, e assim sucessivamente. Não importa quantos carros compre, sempre irei querer um carro mais caro ainda. É esse o sentido da frase “a quem não basta pouco, nada basta”.
Como forma de remediar essa insatisfação constante que aflige os seres humanos, Epicuro recomendava que praticássemos a temperança, ou seja, a moderação dos desejos. Assim seríamos felizes por não nos sentirmos a todo momento insatisfeitos.
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Pergunta 6 de 8
6. Pergunta
Desde que tenhamos compreendido o significado da palavra “Deus”, sabemos, de imediato, que Deus existe. Com efeito, essa palavra designa uma coisa de tal ordem que não podemos conceber nada que lhe seja maior. Ora, o que existe na realidade e no pensamento é maior do que o que existe apenas no pensamento. Donde se segue que o objeto designado pela palavra “Deus”, que existe no pensamento, desde que se entenda essa palavra, também existe na realidade. Por conseguinte, a existência de Deus é evidente.Tomás de Aquino. Suma Teológica. Rio de Janeiro: Loyola, 2002.O texto apresenta uma elaboração teórica de Tomás de Aquino caracterizada porCorreto
Nesse texto, Tomás de Aquino apresenta um argumento para justificar a existência de Deus. Ou seja, está tentando “sustentar racionalmente” uma doutrina que é baseada na fé.
Incorreto
Nesse texto, Tomás de Aquino apresenta um argumento para justificar a existência de Deus. Ou seja, está tentando “sustentar racionalmente” uma doutrina que é baseada na fé.
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Pergunta 7 de 8
7. Pergunta
Não é verdade que estão ainda cheios de velhice espiritual aqueles que nos dizem: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra? Se estava ocioso e na realizava”, dizem eles, “por que não ficou sempre assim no decurso dos séculos, abstendo-se, como antes, de toda ação? Se existiu em Deus um novo movimento, uma vontade nova para dar o ser a criaturas que nunca antes criar, como pode haver verdadeira eternidade, se n’Ele aparece uma vontade que antes não existia?”A questão da eternidade, tal como abordada pelo autor, é um exemplo de reflexão filosófica sobre a(s)Correto
Nessa passagem, Agostinho está relatando um questionamento sobre Deus e alguns enigmas que rondam sua existência. Esse tipo de problema lava a questões sobre a “abrangência da compreensão humana”, ou seja, até que ponto somos capazes de conhecer realmente coisas misteriosas como Deus.
Incorreto
Nessa passagem, Agostinho está relatando um questionamento sobre Deus e alguns enigmas que rondam sua existência. Esse tipo de problema lava a questões sobre a “abrangência da compreensão humana”, ou seja, até que ponto somos capazes de conhecer realmente coisas misteriosas como Deus.
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Pergunta 8 de 8
8. Pergunta
No início da década de 1990, dois biólogos importantes, Redford e Robinson, produziram um modelo largamento aceito de “produção sustentável” que previa quantos indivíduos de cada espécie poderiam ser caçados de forma sustentável baseado nas suas taxas de reprodução. Os seringueiros do Alto do Juruá tinham um modelo diferente: a quem lhes afirmava que estavam caçando acima dos sustentável (dentro do modelo), eles diziam que não, que o nível de caça dependia da existência de áreas de refúgio em que ninguém caçava. Ora, esse acabou sendo o modelo batizado de “fonte-ralo” proposto dez anos após o primeiro por Novaro, Bodmer, e o próprio Redford e que suplantou o modelo anterior.CUNHA, M. C. Revista USP, n. 75, set~nov. 2007.No contexto da produção científica, a necessidade de reconstrução desse modelo, conforme exposto no texto, foi determinada pelo confronto com um(a):Correto
Essa é uma questão aborda a filosofia da ciência. No exemplo oferecido no texto, o confronto de uma teoria científica não satisfatória com um conhecimento popular baseado num longo período período de experiência e observação levou os cientistas a reformularem a teoria original e adotar uma teoria de senso comum.
Incorreto
Essa é uma questão aborda a filosofia da ciência. No exemplo oferecido no texto, o confronto de uma teoria científica não satisfatória com um conhecimento popular baseado num longo período período de experiência e observação levou os cientistas a reformularem a teoria original e adotar uma teoria de senso comum.