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Questões sobre Karl Marx
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MARX, K.; ENGELS, F. O manifesto do Partido Comunista. São Paulo: Boitempo, 2010 (adaptado).
Típico de sociedades urbanas industriais, o conflito social apresentado no texto é uma consequência da.
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consolidação da democracia representativa.A consolidação da democracia representativa, que se refere ao estabelecimento de um sistema político em que o poder é exercido por representantes eleitos pelo povo, não é o foco do texto de Marx e Engels. No "Manifesto Comunista", o principal interesse é nas relações econômicas e de classe que moldam a sociedade industrial, mais do que nos sistemas políticos em si. Embora a democracia representativa possa existir em um contexto capitalista, ela não cria diretamente o antagonismo de classes descrito por Marx e Engels.
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implantação da abertura comercial.A abertura comercial se refere ao processo pelo qual um estado adota políticas que visam aumentar o seu comércio com o exterior, geralmente através da redução de tarifas e barreiras comerciais. No entanto, o texto do "Manifesto Comunista" está lidando com uma análise sobre as estruturas internas e dinâmicas de exploração de uma sociedade capitalista industrial nascente. A questão do comércio internacional não é o ponto focal da análise de Marx e Engels nesse contexto, portanto, esta alternativa não se alinha corretamente com o que é discutido no texto.
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exploração da propriedade privada.Para entender por que esta é a alternativa correta, devemos focar no papel da propriedade privada na análise marxista. Marx e Engels argumentam que a exploração econômica na sociedade capitalista se baseia na propriedade privada dos meios de produção pela burguesia. Essa relação de propriedade cria uma divisão entre os proprietários (burguesia) e os trabalhadores (proletariado), com os últimos sendo explorados. Essa exploração é a base para o conflito de classes que eles descrevem. Assim, o texto discute, de fato, a exploração decorrente da propriedade privada como causa do conflito social.
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repressão de movimentos sindicais.A repressão aos movimentos sindicais é uma ação que um governo ou empregadores tomam para limitar ou acabar com a organização dos trabalhadores. No entanto, no texto analisado, Marx e Engels estão descrevendo a emergência de dois grandes antagonistas dentro do sistema capitalista, a burguesia e o proletariado, e não necessariamente a resposta repressiva a sindicatos. Ainda que a repressão sindical seja uma realidade em muitos contextos históricos, não é o ponto básico destacado por Marx e Engels que está mais presente no texto apresentado.
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imposição de políticas neoliberais.Compreender o conceito de neoliberalismo é importante aqui. Ele se refere a uma abordagem de política econômica que enfatiza a desregulamentação, livre mercado e redução do papel do estado. No contexto do texto do "Manifesto Comunista", Marx e Engels falam sobre um conflito de classes que surge no início da sociedade industrial, com a formação da burguesia e do proletariado. Isso acontece muito antes do período histórico em que o neoliberalismo se tornou proeminente. Assim, o conflito que Marx e Engels discutem não é uma consequência de políticas neoliberais, mas sim de circunstâncias que antecedem esse conceito.
ENGELS, F. A situação da classe trabalhadora na Inglaterra. São Paulo: Boitempo, 2010.
No texto, o autor apresenta delineamentos éticos que correspondem ao (s).
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conceito de luta de classes.Essa alternativa está correta. O excerto de Engels enfatiza a ideia de conflito entre interesses de classes sociais distintas, um conceito central na teoria de luta de classes. Engels descreve a classe média como adversária da classe trabalhadora, destacando que, apesar de aparentarem simpatia, na prática, os interesses da classe média se opõem aos da classe trabalhadora. Essa oposição de interesses é precisamente o que caracteriza a luta de classes, um conceito fundamental no pensamento marxista.
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domínios do fetichismo da mercadoria.Essa alternativa está incorreta. O fetichismo da mercadoria é um conceito que descreve a forma como as relações sociais são mascaradas por relações entre produtos ou mercadorias, de acordo com Karl Marx. O texto de Engels não aborda diretamente esse fenômeno. O foco está mais nas relações e conflitos entre classes sociais, não na forma como as mercadorias são percebidas ou no valor atribuído a elas. Portanto, essa alternativa não se aplica ao contexto do texto apresentado.
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paradigmas do processo indagativo.Essa alternativa está incorreta. O processo indagativo refere-se, geralmente, a uma abordagem questionadora para chegar a um entendimento mais profundo da realidade. Engels, no texto, não está envolvido em um processo de indagação nesse sentido, mas está afirmando categoricamente suas observações sobre a classe média e a classe trabalhadora, sem explorar um processo de questionamento ou investigação contínua.
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alicerce da ideia de mais-valia.Essa alternativa está incorreta. A mais-valia é um conceito econômico que se refere à diferença entre o valor produzido pelos trabalhadores e o valor que eles recebem como salário. No texto, Engels fala sobre divergências de interesse e simpatia aparente entre classes, mas não aborda o conceito de mais-valia, que está mais relacionado com a exploração econômica do trabalho do que com as considerações éticas apontadas no excerto.
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fundamentos do método científico.Essa alternativa está incorreta. O método científico é constituído por técnicas e princípios utilizados para investigar fenômenos, adquirir novos conhecimentos ou corrigir e integrar conhecimentos prévios. O texto de Engels não discute ou aplica princípios do método científico. Em vez disso, foca-se na relação entre classes sociais e em suas oposições de interesse, algo mais relacionado à sociologia e à política do que à metodologia científica.
Na perspectiva dos autores, os antagonismos entre as classes sociais no capitalismo decorrem da separação entre aqueles que detêm os meios de produção e aqueles que
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exercem a atividade comercial.Essa alternativa também está incorreta. Marx e Engels não identificam o antagonismo principal entre a classe dos capitalistas e aqueles que exercem a atividade comercial. Os comerciantes podem ser parte da burguesia, mas o ponto principal que Marx e Engels levantam é a relação entre os detentores dos meios de produção (a burguesia industrial) e os trabalhadores assalariados (proletariado).
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controlam a propriedade da terraEssa alternativa está incorreta no contexto moderno do capitalismo que Marx e Engels analisam. Enquanto a propriedade da terra era uma questão central no feudalismo, Marx e Engels discutem o capitalismo industrial, que se concentra mais na posse dos meios de produção industrial do que simplesmente na terra.
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possuem os títulos de nobreza.Esta alternativa é incorreta porque Marx e Engels falam sobre a superação da sociedade feudal, onde nobreza e títulos de nobreza eram relevantes. No capitalismo, que Marx e Engels discutem, as classes são a burguesia e o proletariado, não a nobreza, que era uma classe da época feudal.
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vendem a força de trabalhoEssa é a alternativa correta. Marx e Engels apontam que no capitalismo a classe que não detém os meios de produção é o proletariado, que é obrigado a vender sua força de trabalho para sobreviver. Esse é o antagonismo central que eles destacam: entre os proprietários dos meios de produção, a burguesia, e os trabalhadores assalariados, o proletariado.
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monopolizam o mercado financeiro.Essa alternativa está incorreta porque, na visão de Marx e Engels, o antagonismo principal no capitalismo não reside entre quem detém os meios de produção e quem monopoliza o mercado financeiro. O foco principal está na relação entre a burguesia, que possui os meios de produção, e o proletariado, que não possui meios de produção e, assim, precisa vender sua força de trabalho.

A forma de organização interna da indústria citada gera a seguinte consequência para a mão de obra nela inserida:
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Eficiência na prevenção de acidentes.A eficiência na prevenção de acidentes seria uma consequência positiva da boa organização do trabalho. No entanto, simplesmente organizar a forma de trabalho na indústria, como por meio da divisão do trabalho em etapas, não garante que os acidentes serão reduzidos. A eficiência na segurança está mais relacionada à implementação de normas de segurança, treinamentos e fiscalização rigorosa, que são ações específicas além da simples organização dos processos produtivos.
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Melhoria da qualidade do trabalho.A ideia de que a organização interna da indústria resultaria em melhorias na qualidade do trabalho pode ser um pouco enganosa quando pensamos sobre a condição dos trabalhadores. A organização de trabalho em sistemas industriais nem sempre visa melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. Em muitos casos, busca-se eficiência e redução de custos, e isso pode gerar empregos mais mecânicos e repetitivos, sem impactos diretos na qualidade do trabalho em termos de satisfação ou condições melhores para os trabalhadores.
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Ampliação da jornada diária.Esta alternativa fala sobre a ampliação da jornada diária. Quando falamos sobre organização interna da indústria, isso se refere mais ao modo como o trabalho está estruturado, do que diretamente à duração da jornada de trabalho. A organização pode, sim, ter impactos, como a segmentação de tarefas ou especialização, mas não necessariamente leva a uma ampliação do horário de trabalho. Logo, essa alternativa não é a mais apropriada para responder à questão que fala sobre as consequências diretas da organização interna.
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Desconhecimento das etapas produtivas.Esta alternativa está correta porque uma forma de organização comum na indústria, especialmente quando falamos em linhas de produção e divisão do trabalho, é a especialização. Nesse modelo, o trabalhador se concentra em uma única etapa ou tarefa, o que acaba levando ao desconhecimento das outras etapas do processo produtivo. Isso é uma característica marcante dos sistemas produtivos modernos, onde cada trabalhador foca no que faz melhor em vez de entender todo o processo, como acontecia em uma produção mais artesanal.
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Instabilidade nos cargos ocupados.A alternativa que menciona a instabilidade nos cargos ocupados sugere que a forma de organização interna poderia levar a uma alta rotatividade ou insegurança no trabalho. Porém, a organização interna em si, como linha de produção e especialização, não gera necessariamente instabilidade. A instabilidade pode estar mais relacionada a outras questões, como condições de mercado, políticas empresariais ou contratuais, que não estão diretamente ligadas a como o trabalho é organizado de forma interna.
Cidadão
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
“Tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?”
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer." BARBOSA, L. In: ZÉ RAMALHO. 20 Super Sucessos. Rio de Janeiro: Sony Music, 1999 (fragmento). TEXTO II
O trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais riqueza e sua produção cresce em força e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata à medida que cria mais bens. Esse fato simplesmente subentende que o objeto produzido pelo trabalho, o seu produto, agora se lhe opõe como um ser estranho, como uma força independente do produtor. MARX, K. Manuscritos econômicos-filosóficos (Primeiro manuscrito). São Paulo: Boitempo Editorial, 2004 (adaptado).
Com base nos textos, a relação entre trabalho e modo de produção capitalista é
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estruturada na distribuição equânime de renda e no declínio do capitalismo industrial e tecnocrata.Essa alternativa não está correta. Tanto o texto de Zé Ramalho quanto o de Marx não indicam uma distribuição equânime de renda. Pelo contrário, o poema de Zé Ramalho descreve uma sensação de alienação e injustiça que o trabalhador sente após contribuir para a construção do edifício, enquanto o trecho de Marx descreve a exploração e o empobrecimento dos trabalhadores dentro do modo de produção capitalista. A ideia de declínio do capitalismo industrial e tecnocrata tampouco é mencionada ou sugerida em qualquer dos textos.
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fundada no crescimento proporcional entre o número de trabalhadores e o aumento da produção de bens e serviços.Essa opção não é correta. Embora o texto de Marx fale sobre a alienação do trabalhador na produção capitalista, ele não menciona um crescimento proporcional entre o número de trabalhadores e a produção de bens e serviços. Marx aponta que o aumento da produção muitas vezes ocorre à custa do empobrecimento e alienação dos trabalhadores, algo que não necessariamente implica um aumento proporcional nessa relação.
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baseada na desvalorização do trabalho especializado e no aumento da demanda social por novos postos de emprego.Essa afirmação está incorreta. O texto de Marx menciona a alienação e a exploração que ocorrem no capitalismo, mas não aborda a desvalorização do trabalho especializado. O poema de Zé Ramalho também fala sobre as dificuldades do trabalhador, mas não menciona especificamente a desvalorização de trabalho especializado ou aumento de demanda por novos empregos.
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derivada do aumento da riqueza e da ampliação da exploração do trabalhador.Esta é a alternativa correta. Tanto o fragmento de Marx quanto o de Zé Ramalho abordam o aumento de riqueza em contraste com a exploração do trabalhador. O trecho de Marx explícita que a produção capitalista resulta em objetos que se tornam estranhos aos trabalhadores, enquanto a música de Zé Ramalho retrata a tristeza e a injustiça sentida pelo trabalhador que não se beneficia do que ajudou a criar. Em ambos os casos, o aumento da riqueza está associado à exploração dos trabalhadores, caracterizando bem a relação no modo de produção capitalista.
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instaurada a partir do fortalecimento da luta de classes e da criação da economia solidária.Esta alternativa está incorreta. Marx, em suas obras, discute a luta de classes, mas nem o texto de Zé Ramalho nem o trecho de Marx mencionado tratam do fortalecimento da luta de classes ou da criação de uma economia solidária como fundações da relação entre trabalho e modo de produção capitalista. A economia solidária não é um aspecto discutido ou implícito nesses textos específicos.
Para o autor, a relação entre economia e política estabelecida no sistema capitalista faz com que
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o trabalho se constitua como o fundamento real da produção material.A opção está correta. Karl Marx sostiene que o trabalho é o fundamento real da produção material. Ele explica que as relações de produção e a estrutura econômica estão alicerçadas no trabalho humano. É o trabalho que transforma a natureza e cria produtos, sendo, portanto, a base material da sociedade.
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a autonomia da sociedade civil seja proporcional ao desenvolvimento econômico.Essa alternativa está incorreta. Marx argumenta que a autonomia da sociedade civil não é proporcional ao desenvolvimento econômico no sistema capitalista. Na verdade, o desenvolvimento econômico capitalista tende a condicionar a vida social e política, restringindo a autonomia através de relações de dominação e exploração.
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o proletariado seja contemplado pelo processo de mais-valia.Essa alternativa está errada. No sistema capitalista, segundo Marx, o proletariado não é contemplado pelo processo de mais-valia, pois a mais-valia é, na verdade, o valor excedente produzido pelos trabalhadores que é apropriado pelos capitalistas. A mais-valia é um mecanismo de exploração, em que o trabalhador não recebe o valor total do que produz.
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a burguesia revolucione o processo social de formação da consciência de classe.Essa afirmação está incorreta. No pensamento de Marx, a burguesia não tem interesse em revolucionar a consciência de classe dos trabalhadores, pois isso poderia ameaçar seu domínio e privilégios. A conscientização de classe surge como parte da luta dos trabalhadores contra a exploração burguesa, e não por iniciativa da própria burguesia.
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a consolidação das forças produtivas seja compatível com o progresso humano.Essa alternativa está incorreta. A proposição sugere que a consolidação das forças produtivas é compatível com o progresso humano dentro do capitalismo. Segundo Karl Marx, embora o capitalismo desenvolva imensamente as forças produtivas, esse progresso não leva necessariamente a um progresso humano geral. Isso ocorre porque o desenvolvimento capitalista gera desigualdades, alienação e exploração dos trabalhadores.
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