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Questões sobre o conceito de alienação
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A forma de organização interna da indústria citada gera a seguinte consequência para a mão de obra nela inserida:
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Desconhecimento das etapas produtivas.Esta alternativa está correta porque uma forma de organização comum na indústria, especialmente quando falamos em linhas de produção e divisão do trabalho, é a especialização. Nesse modelo, o trabalhador se concentra em uma única etapa ou tarefa, o que acaba levando ao desconhecimento das outras etapas do processo produtivo. Isso é uma característica marcante dos sistemas produtivos modernos, onde cada trabalhador foca no que faz melhor em vez de entender todo o processo, como acontecia em uma produção mais artesanal.
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Melhoria da qualidade do trabalho.A ideia de que a organização interna da indústria resultaria em melhorias na qualidade do trabalho pode ser um pouco enganosa quando pensamos sobre a condição dos trabalhadores. A organização de trabalho em sistemas industriais nem sempre visa melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores. Em muitos casos, busca-se eficiência e redução de custos, e isso pode gerar empregos mais mecânicos e repetitivos, sem impactos diretos na qualidade do trabalho em termos de satisfação ou condições melhores para os trabalhadores.
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Eficiência na prevenção de acidentes.A eficiência na prevenção de acidentes seria uma consequência positiva da boa organização do trabalho. No entanto, simplesmente organizar a forma de trabalho na indústria, como por meio da divisão do trabalho em etapas, não garante que os acidentes serão reduzidos. A eficiência na segurança está mais relacionada à implementação de normas de segurança, treinamentos e fiscalização rigorosa, que são ações específicas além da simples organização dos processos produtivos.
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Instabilidade nos cargos ocupados.A alternativa que menciona a instabilidade nos cargos ocupados sugere que a forma de organização interna poderia levar a uma alta rotatividade ou insegurança no trabalho. Porém, a organização interna em si, como linha de produção e especialização, não gera necessariamente instabilidade. A instabilidade pode estar mais relacionada a outras questões, como condições de mercado, políticas empresariais ou contratuais, que não estão diretamente ligadas a como o trabalho é organizado de forma interna.
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Ampliação da jornada diária.Esta alternativa fala sobre a ampliação da jornada diária. Quando falamos sobre organização interna da indústria, isso se refere mais ao modo como o trabalho está estruturado, do que diretamente à duração da jornada de trabalho. A organização pode, sim, ter impactos, como a segmentação de tarefas ou especialização, mas não necessariamente leva a uma ampliação do horário de trabalho. Logo, essa alternativa não é a mais apropriada para responder à questão que fala sobre as consequências diretas da organização interna.
Com base no texto, as principais consequências da substituição da ferramenta manual pela máquina são
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a flexibilização do controle ideológico e a manutenção da liberdade do trabalhador.Esta afirmação não é suportada pelo texto de Arendt. Ele aponta uma redução na autonomia do trabalhador devido à necessidade de se ajustar ao funcionamento das máquinas. Essa mudança tende a intensificar o controle sobre o trabalhador, não a flexibilizar tal controle ou a manter a liberdade do trabalhador.
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o aperfeiçoamento da produção manufatureira criativa e a rejeição do trabalho repetitivo.A alternativa está incorreta em relação às ideias de Arendt. Embora as máquinas possam levar ao aperfeiçoamento da produção, o texto não sugere que isso resulte em mais criatividade. Pelo contrário, Arendt descreve a adaptação do ritmo humano ao das máquinas, o que indica uma perda de liberdade e potencial criativo, ao invés de uma rejeição do trabalho repetitivo.
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o abandono da produção manufatureira e o aperfeiçoamento da máquina.A alternativa é incorreta. Arendt não sugere que a produção manufatureira tenha sido abandonada em prol do aperfeiçoamento da máquina. O foco da discussão é o impacto das máquinas no trabalho manual, especialmente no que se refere ao ajuste do trabalhador a elas, não no aperfeiçoamento das próprias máquinas ou no abandono da produção prática.
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a reformulação dos modos de produção e o engajamento político do trabalhador.Essa alternativa é incorreta no contexto do texto de Arendt. O texto discute como as máquinas exigem a adaptação do trabalhador, mas não menciona especificamente uma reformulação nos modos de produção que leve ao engajamento político. Embora a troca por máquinas possa levar a uma reorganização do trabalho, engajamento político não é uma consequência direta tratada no trecho mencionado.
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o adestramento do corpo e a perda da autonomia do trabalhador.A afirmação aqui está correta, e essa alternativa reflete bem a ideia expressa por Arendt. Quando a ferramenta manual é substituída pela máquina, o trabalhador precisa ajustar seu corpo para funcionar em sintonia com a máquina. Isso é o que o texto chama de "ajustar o ritmo natural do seu corpo ao movimento mecânico", ou seja, o trabalhador perde parte de sua autonomia e se torna mais como uma extensão da máquina, sendo adestrado para se adaptar às suas exigências em vez de controlar o processo de trabalho.
Ao correlacionar o trabalho humano ao da máquina, o autor vale-se da disposição visual do texto para
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destacar a inutilidade do trabalhador moderno.Esta alternativa está incorreta. Embora o texto discuta a monotonia e a opressão do trabalho moderno, a disposição visual do texto não tem como foco destacar a inutilidade do trabalhador, mas sim a desumanização e a perda de identidade que o trabalho repetitivo e automatizado pode causar. A alternativa correta captura melhor a intenção do autor ao comparar trabalhadores a máquinas sem identidade.
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realçar a falta de sentido de atividades burocráticas.Embora essa alternativa possa parecer atraente, visto que o texto faz pesadas críticas à burocracia, ela não está correta no contexto da pergunta. O foco da questão é sobre a relação entre o trabalho humano e o das máquinas e como essa relação afeta a condição humana. Logo, a disposição visual não serve especificamente para realçar a falta de sentido, mas para evidenciar um conceito mais amplo relacionado à desumanização e à perda de identidade.
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expressar a ideia de desumanização e de perda de identidade.Esta é a alternativa correta. O autor utiliza a disposição visual do texto para expressar a ideia de desumanização e perda de identidade. O texto compara trabalhadores a máquinas, mostrando como, em um ambiente burocrático, os indivíduos perdem sua humanidade e se tornam peças de uma engrenagem maior. A disposição visual ajuda a transmitir uma sensação de repetição e mecanização, reforçando a crítica à desumanização.
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sinalizar a alienação do funcionário de repartição.Embora o tema de alienação esteja presente no texto, a alternativa não captura totalmente a intenção por trás da disposição visual utilizada. Alienação refere-se a um distanciamento ou isolamento do indivíduo em relação a aspectos de sua vida ou comunidade, o que pode ser parte do problema, mas não é abordado no mesmo nível de desumanização e perda de identidade, como expresso na obra. Por isso, esta não é a melhor resposta.
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ironizar a realização de tarefas repetitivas e acríticas.Esta alternativa está incorreta porque, embora o texto destaque a natureza repetitiva do trabalho e a abordagem irônica pode ser percebida, a disposição visual do poema não tem como foco principal ironizar a repetição das tarefas. Em vez disso, ela vai mais além, abordando a máquina desumanizada que o trabalho se torna, que é melhor expressa pela alternativa correta.
O conceito de alienação pressupõe diferentes entendimentos conforme seu emprego, como na esfera jurídica em que indica a perda da posse de um bem; no campo da psiquiatria, refere-se à perda da dimensão de si na relação com os outros; no âmbito religioso, aponta para à idolatria e a perda da autonomia. Para Jean Jacques Rousseau, tal fenômeno acontece quando se perde a compreensão do mundo, tornando-se alheio à própria realidade. Na concepção marxista, a alienação, fruto da divisão de trabalho produzido pela mecanização fabril e que atingiu seu auge, no século XX, com as linhas de montagem, é caracterizada quando:
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o trabalho é feito apenas por técnicos especialistas.Esta alternativa está incorreta. A existência de trabalho especializado e de técnicos não é, por si só, um indicador de alienação. O conceito marxista de alienação está mais associado à relação de posse e controle sobre o produto e o processo de trabalho do que à natureza técnica ou especializada das tarefas realizadas.
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o produto do trabalho deixa de pertencer a quem o produziu.Esta alternativa está correta. Na concepção de Karl Marx, a alienação no trabalho ocorre justamente porque o trabalhador não possui mais controle sobre o produto do seu trabalho. Ele cria algo, mas esse "algo" pertence ao capitalista, ao dono dos meios de produção, e não a ele próprio. Isso faz com que o trabalhador se sinta desconectado tanto do produto quanto do processo de produção, levando a uma sensação de estranheza em relação ao que ele mesmo produziu.
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o salário pago pelo empregador fica abaixo dos índices de mercado.Esta alternativa está incorreta. Embora salários baixos sejam uma questão importante na teoria marxista, eles não são, por si só, a definição de alienação. A alienação está mais relacionada com a perda de controle sobre o processo produtivo e o resultado do trabalho, não apenas com as questões de remuneração ou injustiça salarial.
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o trabalhador perde seu emprego e para sobreviver aceita um subemprego.Esta alternativa está incorreta. Perder o emprego e aceitar um trabalho com remuneração inferior é uma consequência de problemas econômicos e de emprego, mas não se refere diretamente à alienação como definida por Marx. A alienação diz respeito ao fato de o trabalhador não ser dono das condições e resultados do trabalho, e não à sua posição no mercado de trabalho.
Segundo Marx, as mudanças nas relações descritas no texto, devido ao sistema capitalista, levaram à
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superação da divisão social do proletariado.Esta alternativa está incorreta. Marx não sugere que o capitalismo leva à superação da divisão social do proletariado. Na verdade, ele argumenta que o capitalismo cria e exacerba essa divisão, pois segrega mais claramente a classe dos trabalhadores e a dos proprietários dos meios de produção.
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alienação da perda do objeto e do produto.Essa alternativa está correta. Segundo Karl Marx, a alienação do trabalhador ocorre quando ele não reconhece mais o produto do seu trabalho como parte dele, pois, no capitalismo, esse produto é apropriado pelo capitalista. O trabalhador, portanto, perde a conexão com o objeto que produz, pois não participa de suas decisões e não desfruta dos produtos de seu trabalho. Esse conceito é central na análise de Marx sobre a exploração no sistema capitalista.
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exploração ampla e injusta da mão de obra.Embora a exploração da mão de obra seja um conceito central na teoria de Marx, nesta questão específica, a alternativa correta deve abordar diretamente a alienação, que se refere à desconexão do trabalhador com o produto de seu trabalho, não apenas exploração por si só. No trecho, a exploração é o contexto em que a alienação acontece, mas não o foco principal da questão.
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apropriação das propriedades comunitárias.Essa alternativa está incorreta. A apropriação das propriedades comunitárias se refere mais ao conceito de "cercamento" (Enclosure) e não é o foco principal no trecho citado. Marx está mais preocupado com o processo de alienação e exploração no trabalho do que com a questão das terras comunais especificamente nesse contexto.
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contestação dos ganhos erários da burguesia.Esta alternativa está incorreta. Embora a contestação dos ganhos da burguesia possa ser uma consequência do pensamento marxista, o foco do trecho citado está na alienação do trabalhador e na desvalorização humana frente à valorização das mercadorias. Não se trata diretamente de uma contestação aos ganhos financeiros da burguesia, mas sim das consequências do sistema capitalista para os próprios trabalhadores.
Com base no fragmento do texto acima e levando-se em conta o pensamento de Marx, é CORRETO afirmar que:
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um indivíduo alienado é aquele que padece de uma doença mental grave, que o leva a ter visões distorcidas do meio em que vive, perdendo o sentido da realidade e até mesmo levando-o a um quadro psicótico, de acordo com Marx.Esta alternativa está incorreta. Enquanto que o termo 'alienação' pode ser associado a condições psiquiátricas em contextos diferentes, em Marx, alienação refere-se principalmente à experiência de separação que os trabalhadores sentem em relação ao fruto de seu trabalho e a si mesmos, devido ao capitalismo, e não a um quadro clínico ou psicótico específico.
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Marx está falando das várias formas de alienação que acometem o homem na sociedade capitalista: a alienação econômica, social e religiosa.Esta alternativa está correta. De acordo com Marx, o conceito de alienação é desenvolvido em várias dimensões, como a alienação econômica, social e religiosa. Ele explora como, sob o capitalismo, o trabalhador é separado dos produtos do seu trabalho, dos seus próprios processos de trabalho, e excede seu controle sobre sua vida pessoal e social. Marx examina como essas formas de alienação impactam a vida do trabalhador e a sua relação com a sociedade.
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Marx é o criador da ideia de alienação fiduciária, que corresponde à transferência, por parte do devedor, de um bem móvel ou imóvel como garantia de pagamento de uma dívida.Esta alternativa está incorreta. Marx não é o criador da ideia de alienação fiduciária, que é um conceito jurídico moderno relacionado a garantias de pagamento de dívida. Marx discute a alienação principalmente em termos econômicos, sociais e religiosos, conforme ocorre dentro do sistema capitalista, e não nesse contexto jurídico moderno.
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a palavra alienação deriva do latim alienus e significa aquilo que pertence a Deus. Neste sentido, é comum vermos a palavra alienação relacionada à ideia de dízimo como correspondendo àquilo que não nos pertence e, portanto, deve ser entregue a Deus.Esta alternativa não está correta. A palavra 'alienação' de fato vem do latim e envolve a ideia de algo estrangeiro ou externo, mas no contexto de Marx, a alienação está mais relacionada à separação do trabalhador de sua própria essência e do fruto de seu trabalho, não especificamente ligada a uma conotação religiosa ou a ideia de dízimo.
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costuma-se dizer que a televisão tem um poder alienador imenso. Não se pode generalizar essa fala em relação às novelas, já que elas, em sua maioria, podem ser consideradas mecanismos culturais de alta qualidade, importantes para o trabalhador, que passa boa parte do seu tempo entregue ao trabalho, esse sim alienador.Esta alternativa está incorreta. Aqui, o foco da discussão está na definição de alienação de acordo com as ideias de Marx. Quando falamos sobre alienação em Marx, nos referimos ao processo pelo qual o trabalhador se separa dos produtos de seu trabalho e de sua própria essência humana devido à estrutura capitalista. Assim, a questão não está nas novelas ou em qualquer forma de arte ou entretenimento, mas sim na alienação resultante das condições de trabalho sob o capitalismo.
"Vocês que fazem parte dessa massa,
Que passa nos projetos, do futuro
É duro tanto ter que caminhar
E dar muito mais, do que receber.
E ter que demonstrar, sua coragem
A margem do que possa aparecer.
E ver que toda essa engrenagem
Já sente a ferrugem lhe comer.
Eh, ô ô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz
Eh, ô ô, vida de gado
Povo marcado, ê
Povo feliz […]" Fonte: RAMALHO, Zé. Vida de Gado. Disponível em: . Acesso em: 12 ago. 2013.
A forma de vida cantada pelo eu-poético em \'Vida de gado\' revela a atitude de um povo diante das questões de vida. Pode-se relacionar a atitude cantada ao conceito de alienação, na perspectiva filosófica. Um comportamento alienado significa que uma pessoa está
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alinhada com as questões políticas e desejosa do consumismo.Esta opção está incorreta. Ser "alinhada com as questões políticas e desejosa do consumismo" não caracteriza uma alienação no sentido filosófico. De fato, estar em sintonia com as questões políticas geralmente indica algum nível de consciência e preocupação com o mundo ao redor, que é o oposto da alienação. A alienação implica em uma desconexão e não em engajamento.
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abstraída das relações governamentais e indaga sobre seus direitos sociais.Esta opção está incorreta. Aqui, "abstraída das relações governamentais e indaga sobre seus direitos sociais" implica que há uma reflexão crítica sobre a própria situação e os direitos sociais, que contrasta com a ideia de alienação, que é uma falta de consciência crítica e questionamento sobre a realidade ao redor. Indagar sobre direitos sociais indica um nível de conscientização que não está presente no estado alienado.
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afastada da vida e se desconhece naquilo que produz.Esta é a opção correta. Estar "afastada da vida e se desconhece naquilo que produz" se alinha com a definição de alienação, especialmente no sentido marxista. Marx descreveu alienação como uma situação onde o trabalhador se sente separado do produto do seu trabalho, não reconhecendo a si mesmo ou suas capacidades naquilo que produz. Essa falta de conexão e a percepção de não pertencer ou não compreender o próprio papel é uma característica central do conceito de alienação.
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revoltada quanto aos conceitos morais e oferece novas experiências.Esta opção está incorreta. O comportamento alienado, na perspectiva filosófica, geralmente envolve uma falta de consciência crítica em relação à própria situação e às influências externas. Aqui, "revoltada quanto aos conceitos morais e oferece novas experiências" sugere uma postura ativa, crítica e inovadora, o que é o oposto de alguém que está alienado. A alienação implica mais frequentemente em conformismo e não em revolta e inovação.
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naturalizada nas participações políticas e questiona sua existência profissional.Esta opção está incorreta. Se alguém está "naturalizada nas participações políticas e questiona sua existência profissional," isso sugere um nível de engajamento e reflexão pessoal que é inconsistente com alienação. A alienação, especialmente no contexto filosófico, envolve a ausência de questionamento e aceitação passiva das circunstâncias, o oposto de alguém que questiona ativamente sua própria vida e papel profissional.
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