Os sofistas inventam a educação em ambiente artificial, o que se tornará uma das características de nossa civilização. Eles são os profissionais do ensino, antes de tudo pedagogos, ainda que seja necessário reconhecer a notável originalidade de um Protágoras, de um Górgias ou de um Antifonte, por exemplo. Por um salário, eles ensinavam a seus alunos receitas que lhes permitiam persuadir os ouvintes, defender, com a mesma habilidade, o pró e o contra, conforme o entendimento de cada um.
HADOT, P. O que é a filosofia antiga? São Paulo: Loyola, 2010 (adaptado).
O texto apresenta uma característica dos sofistas, mestres da oratória que defendiam a(o)
relativismo, evidenciado na convencionalidade das instituições políticas.
ética, aprimorada pela educação de cada indivíduo com base na virtude.
ideia do bem, demonstrado na mente com base na teoria da reminiscência.
ciência, comprovada empiricamente por meio de conceitos universais.
religião, revelada pelos mandamentos das leis divinas.
Para os adversários do sofismo, como Platão, o conteúdo de uma enunciação é que decidiria sobre a verdade. Para os retóricos, o critério do “verdadeiro” estaria no próprio discurso, ou melhor, na perfeição modal pela qual ele é proferido; aliás, o único critério “objetivo” de avaliação. Isso porque o sofismo, no limite, seria incapaz de distinguir ser e parecer, e porque nele a “verdade” seria construída pela própria comunicação e pelo bem dizer.
De acordo com o texto, em comparação com os seus adversários, a característica dos discursos elaborados pelos sofistas é a
consolidação de relatos absolutos.
construção da verdade universal.
naturalização das práticas culturais.
relativização das verdades enunciadas.
definição dos princípios das coisas.
A crítica de Sócrates aos sofistas consiste em mostrar que o ensinamento sofístico limita-se a uma mera técnica ou habilidade argumentativa que visa a convencer o oponente daquilo que se diz, mas não leva ao verdadeiro conhecimento. A consequência disso era que, devido à influência dos sofistas, as decisões políticas na Assembleia estavam sendo tomadas não com base em um saber, ou na posição dos mais sábios, mas na dos mais hábeis em retórica, que poderiam não ser os mais sábios ou virtuosos. (Danilo Marcondes. Iniciação à história da filosofia, 2010.)
De acordo com o texto, a crítica socrática aos sofistas dizia respeito
à defesa de formas tirânicas de exercício do poder desenvolvida pela retórica convincente.
à desvalorização da pluralidade de opiniões e de posicionamentos político-ideológicos.
ao prevalecimento das técnicas discursivas nas decisões da Assembleia acerca dos rumos das cidades-Estado.
ao predomínio de líderes pouco sábios e com poucas virtudes na composição da Assembleia.
ao entendimento de que o verdadeiro conhecimento baseava-se no exercício da retórica.
Leia o texto a seguir sobre o conhecimento filosófico:
O século de Péricles (V a.C) constitui o período áureo da cultura grega, quando a democrática Atenas desenvolve intensa vida cultural e artística. No âmbito da especulação filosófica, os sofistas vivem nessa época, e alguns deles são interlocutores de Sócrates. (ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993, p. 93.). Adaptado. O texto sinaliza a significância do pensamento grego nesse período de intensa revolução cultural. Os sofistas entram em cena com o uso da especulação racional na tentativa de compreender a realidade, que se manifesta aos homens.
Os sofistas tinham como primazia
a persuasão e o exercício da função política que dependiam do bom uso da palavra.
o enfoque sobre o pensamento mítico e sua verdade.
a especulação sobre a natureza.
o valor da teoria em detrimento da prática.
a reflexão sobre a religião.
No período socrático ou antropológico, no âmbito da filosofia grega, surgem os sofistas. A palavra era antigamente sinônimo de sábio. Porém, no século V a.C., toma um matiz pejorativo e se aplica a um grupo de mestres ambulantes, que recorrem aos cidadãos gregos, ensinando o que eles chamam de sabedoria. (COLOMER, Klimke. Historia de la filosofia. Madrid: Labor, 1961, p.39) Adaptado.
No âmbito do conhecimento filosófico, o texto retrata que, no período socrático ou antropológico, os sofistas representam algo totalmente novo nesse cenário com relação ao estudo do homem. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA.
Os sofistas foram sábios nos estudos da natureza cosmológica e deram pouca importância ao problema antropológico.
Os sofistas influenciaram parcialmente o curso da investigação filosófica, com seu enfoque teórico frente aos problemas prático-educativos.
Com a sofística, inicia-se uma nova fase no período filosófico, o estudo de Deus.
Os sofistas não reconheceram o valor formativo do saber e elaboraram o conceito de natureza, excluindo o homem da sua consideração.
Os sofistas foram, na verdade, reputados como grandes mestres de cultura; inicia-se a fase antropológica.
Alguns pensam que Protágoras de Abdera pertence também ao grupo daqueles que aboliram o critério, uma vez que ele afirma que todas as impressões dos sentidos e todas as opiniões são verdadeiras, e que a verdade é uma coisa relativa, uma vez que tudo o que aparece a alguém ou é opinado por alguém é imediatamente real para essa pessoa. KERFERD, G. B. O movimento sofista. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).
O grupo ao qual se associa o pensador mencionado no texto se caracteriza pelo objetivo de
preservar as regras de convivência entre os cidadãos.
alcançar o conhecimento da natureza por meio da experiência.
justificar a veracidade das afirmações com fundamentos universais.
priorizar a diversidade de entendimentos acerca das coisas.
analisar o princípio do mundo conforme a teogonia.
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