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Questões sobre os Sofistas
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HADOT, P. O que é a filosofia antiga? São Paulo: Loyola, 2010 (adaptado).
O texto apresenta uma característica dos sofistas, mestres da oratória que defendiam a(o)
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ciência, comprovada empiricamente por meio de conceitos universais.Esta alternativa está incorreta. Os sofistas não baseavam seu ensino na ciência comprovada empiricamente ou nos conceitos universais. Em vez disso, eles ensinavam habilidades de argumentação e persuasão que poderiam ser utilizadas independentemente de verdade objetiva ou universal. Eles se preocupavam mais com o efeito do discurso do que com a matéria de verdade em si.
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ideia do bem, demonstrado na mente com base na teoria da reminiscência.Esta alternativa está incorreta porque a ideia do bem, demonstrada pela teoria da reminiscência, é um conceito associado a Platão, e não aos sofistas. Platão acreditava na reminiscência como uma forma de alcançar verdades universais e atemporais, enquanto os sofistas focavam na retórica e no relativismo, sem compartimentalizar a verdade como algo objetivo e imutável.
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ética, aprimorada pela educação de cada indivíduo com base na virtude.Esta alternativa está incorreta porque os sofistas não estavam centrados na ética nem baseavam suas ensinanças na virtude como orientação essencial. O foco principal deles era a arte de argumentar e persuadir, que podia ser usada de várias maneiras, independentemente de um ideal ético, isto é, os sofistas ensinavam como vencer em debates mais do que buscar uma vida virtuosa.
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relativismo, evidenciado na convencionalidade das instituições políticas.Esta alternativa está correta. Os sofistas são frequentemente associados ao relativismo, uma vez que acreditavam que a verdade podia ser moldada e que a percepção e as normas sociais eram variáveis. Eles argumentavam que as instituições políticas e convenções sociais são produtos da cultura e, portanto, são relativas ao contexto específico de cada sociedade.
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religião, revelada pelos mandamentos das leis divinas.Esta alternativa está incorreta porque os sofistas não estavam preocupados em defender a religião ou as leis divinas. Em vez disso, eles eram mais orientados para a prática laica da argumentação e se concentravam em aspectos como política e linguagem, geralmente adotando pontos de vista que destacavam a relatividade cultural e social em vez de preceitos religiosos inquestionáveis.
De acordo com o texto, em comparação com os seus adversários, a característica dos discursos elaborados pelos sofistas é a
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construção da verdade universal.A alternativa trata da "construção da verdade universal". Porém, esta ideia vai contra o princípio central do sofismo, que é justamente a relativização da verdade. Os sofistas acreditavam que verdades universais ou absolutas não podiam ser estabelecidas, pois as verdades variam de acordo com os contextos culturais e as perspectivas individuais. Por isso, a alternativa está incorreta.
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consolidação de relatos absolutos.A ideia de "consolidação de relatos absolutos" contraria a abordagem sofista. Sofistas não procuravam criar ou sustentar uma verdade absoluta, mas sim trabalhavam com o conceito de que a verdade pode ser ajustada conforme o discurso e a situação. Eles eram, portanto, mais focados em argumentos retóricos do que em absolutos universais. Assim, essa alternativa está incorreta.
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relativização das verdades enunciadas.Essa alternativa está correta. Os sofistas eram conhecidos por relativizar as verdades, argumentando que elas poderiam mudar dependendo das circunstâncias ou de quem estava enunciando. Isso está em linha com a ideia de que a "verdade" seria construída pela comunicação e persuadida através da arte retórica. Portanto, a relativização das verdades enunciadas é uma característica dos discursos sofistas.
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definição dos princípios das coisas.A "definição dos princípios das coisas" sugere uma busca por essências ou verdades fundamentais, algo mais associado aos filosofos como Platão. Os sofistas, por outro lado, tratavam as questões de verdade como dependentes de contexto e discurso, e não algo fundado em princípios imutáveis. Então, essa alternativa está incorreta.
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naturalização das práticas culturais.A alternativa que menciona "naturalização das práticas culturais" não reflete corretamente a abordagem sofista. O que os sofistas faziam era usar a retórica para desafiar e questionar essas práticas, mostrando como a verdade poderia ser considerada de diferentes formas em diferentes culturas. Não se tratava de tornar essas práticas naturais ou evidentes, mas sim de expor sua relatividade. Portanto, está incorreta.
De acordo com o texto, a crítica socrática aos sofistas dizia respeito
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à defesa de formas tirânicas de exercício do poder desenvolvida pela retórica convincente.Esta alternativa está incorreta. Sócrates não acusava os sofistas de defenderem formas tirânicas de poder por meio da retórica. Sua crítica estava mais fundamentada no uso enganoso da retórica para convencer os outros, em vez de buscar a verdade. Ele estava mais preocupado com o uso superficial da argumentação para ganho pessoal e influência do que com um plano político específico como a tirania.
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à desvalorização da pluralidade de opiniões e de posicionamentos político-ideológicos.Esta alternativa está incorreta. Sócrates não critica os sofistas por desvalorizarem a pluralidade de opiniões. Na verdade, a crítica de Sócrates está mais centrada no fato de os sofistas usarem a retórica para persuadir, sem se importar com a verdade. Isso não significa que eles desvalorizavam opiniões diferentes, mas que não buscavam a verdade objetiva em suas discussões.
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ao prevalecimento das técnicas discursivas nas decisões da Assembleia acerca dos rumos das cidades-Estado.Esta alternativa está correta. A crítica de Sócrates se direcionava para o fato de que, na Assembleia, se tomavam decisões com base em discursos persuasivos e não em conhecimento verdadeiro. Isso significa que era a habilidade retórica que prevalecia, e não a sabedoria ou a virtude, como ele acreditava que deveria ser.
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ao predomínio de líderes pouco sábios e com poucas virtudes na composição da Assembleia.Esta alternativa está parcialmente correta, mas não é a crítica principal que Sócrates fazia. Embora ele criticasse o fato de que líderes pouco sábios ou virtuosos poderiam ganhar influência devido à sua retórica, a afirmação central de sua crítica era sobre como a retórica estava substituindo o conhecimento fundamentado nas decisões políticas, não apenas a composição de liderança.
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ao entendimento de que o verdadeiro conhecimento baseava-se no exercício da retórica.Esta alternativa está incorreta. Sócrates argumentava justamente o oposto: ele acreditava que o verdadeiro conhecimento vem do exercício do pensamento crítico e do diálogo, e não apenas da retórica. Ele criticava os sofistas por ensinarem técnicas de argumentação que não necessariamente levavam ao conhecimento verdadeiro, mas sim à persuasão.
O século de Péricles (V a.C) constitui o período áureo da cultura grega, quando a democrática Atenas desenvolve intensa vida cultural e artística. No âmbito da especulação filosófica, os sofistas vivem nessa época, e alguns deles são interlocutores de Sócrates. (ARANHA, Maria Lúcia de Arruda; MARTINS, Maria Helena Pires. Filosofando: Introdução à Filosofia. São Paulo: Moderna, 1993, p. 93.). Adaptado. O texto sinaliza a significância do pensamento grego nesse período de intensa revolução cultural. Os sofistas entram em cena com o uso da especulação racional na tentativa de compreender a realidade, que se manifesta aos homens.
Os sofistas tinham como primazia
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a especulação sobre a natureza.Essa alternativa está incorreta. A especulação sobre a natureza era mais característica dos pré-socráticos, como Tales e Anaximandro, que buscavam compreender a physis ou essência do mundo natural. Os sofistas, por outro lado, estavam mais voltados para questões humanas e sociais, como a linguagem, a moral e a política.
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a persuasão e o exercício da função política que dependiam do bom uso da palavra.Essa alternativa está correta. Os sofistas valorizavam a persuasão e o exercício da função política, destacando-se pelo uso habilidoso da palavra. Em uma sociedade democrática como Atenas, a capacidade de argumentar bem era crucial, pois frequentemente determinava o sucesso em debates públicos e políticos. Assim, os sofistas muitas vezes eram contratados para ensinar retórica, visto que isso era essencial para o exercício eficaz das funções políticas.
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a reflexão sobre a religião.Essa alternativa está incorreta. Embora religião fosse um tema importante na Grécia antiga, os sofistas eram mais conhecidos por sua abordagem secular e prática em relação ao ensino e ao conhecimento. Eles centravam suas discussões em habilidades práticas, como a retórica e a argumentação, e não na reflexão religiosa.
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o enfoque sobre o pensamento mítico e sua verdade.Essa alternativa está incorreta. Os sofistas se destacavam por sua habilidade em argumentar e ensinar a retórica, não por defender o pensamento mítico. Na verdade, eles ajudaram a transição do pensamento mítico para um racional, promovendo abordagens mais críticas e discursivas sobre a realidade, ao invés de explicações baseadas apenas nos mitos.
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o valor da teoria em detrimento da prática.Essa alternativa está incorreta. Os sofistas eram conhecidos por seu enfoque prático no uso da linguagem e da retórica para persuasão e sucesso cívico, ao invés de uma valorização teórica apenas. Eles enfatizavam habilidades que pudessem ser aplicadas na vida pública, especialmente na política e na oratória.
No âmbito do conhecimento filosófico, o texto retrata que, no período socrático ou antropológico, os sofistas representam algo totalmente novo nesse cenário com relação ao estudo do homem. Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA.
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Os sofistas influenciaram parcialmente o curso da investigação filosófica, com seu enfoque teórico frente aos problemas prático-educativos.Essa afirmação é parcialmente enganosa. Embora os sofistas realmente tenham contribuído para a investigação filosófica com enfoques que incluíam aspectos prático-educativos, sua influência não foi apenas "parcial". Eles foram bastante significativos na transição do foco filosófico para o estudo do homem, abraçando uma gama de assuntos ligados à retórica e educação. Portanto, minimizá-los ao que sugere a afirmação não é adequado.
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Os sofistas foram, na verdade, reputados como grandes mestres de cultura; inicia-se a fase antropológica.Esta é a alternativa correta. No período socrático ou antropológico, os sofistas, realmente, se tornaram grandes mestres de cultura e foram responsáveis por inaugurar a fase antropológica na filosofia. Eles foram fundamentais na transição do interesse filosófico dos objetos naturais para os aspectos sociais e éticos da vida humana. Enfatizavam a importância da retórica e da persuasão e abordavam questões práticas da vida cotidiana.
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Com a sofística, inicia-se uma nova fase no período filosófico, o estudo de Deus.Essa afirmação está incorreta. A sofística não foi marcada por um estudo sobre Deus ou questões teológicas. Na verdade, os sofistas se concentraram principalmente em assuntos humanos e no papel do homem na sociedade, mais especificamente, em temas como retórica, ética e política. Eles se afastaram dos problemas cosmológicos, que eram focados no estudo do universo, dos primeiros filósofos pré-socráticos.
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Os sofistas foram sábios nos estudos da natureza cosmológica e deram pouca importância ao problema antropológico.Essa afirmação também é incorreta. Os sofistas não foram conhecidos por seus estudos da natureza cosmológica, como os filósofos pré-socráticos. Pelo contrário, eles colocaram grande ênfase no estudo do homem, na sociedade e em como ele pode ser moldado pela educação e pela retórica. Foi um movimento que marcou a transição para o interesse pelas questões humanas e sociais.
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Os sofistas não reconheceram o valor formativo do saber e elaboraram o conceito de natureza, excluindo o homem da sua consideração.Esta alternativa está incorreta. Embora os sofistas possam ter tido uma visão relativista do valor do saber — por exemplo, defendendo o ponto de vista de que a verdade pode ser subjetiva —, eles valorizavam a formação através do conhecimento e procuravam ensinar habilidades práticas e retóricas aos seus alunos para ter sucesso na vida pública. Logo, excluí-los de qualquer consideração sobre o papel formativo do conhecimento seria uma interpretação equivocada de suas contribuições.
O grupo ao qual se associa o pensador mencionado no texto se caracteriza pelo objetivo de
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justificar a veracidade das afirmações com fundamentos universais.Esta alternativa está incorreta. A afirmação de que Protágoras buscava justificar a veracidade das afirmações com fundamentos universais está em desacordo com o seu pensamento. Protágoras é famoso pela afirmação de que 'o homem é a medida de todas as coisas', o que implica que o conhecimento e a verdade são relativos a cada pessoa, ao invés de universais.
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preservar as regras de convivência entre os cidadãos.Esta alternativa está incorreta. Apesar de os sofistas se interessarem pelas questões práticas relacionadas à vida na cidade (polis), sua principal característica não era a preservação das regras de convivência, mas sim o questionamento e a relativização dos conceitos de verdade e moralidade.
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priorizar a diversidade de entendimentos acerca das coisas.Esta alternativa está correta. Protágoras e os sofistas enfatizavam a diversidade de entendimentos ao afirmar que o conhecimento e a verdade são subjetivos e relativos a cada indivíduo. Eles entendiam que as percepções sensoriais e opiniões pessoais eram válidas, mesmo quando divergiam entre si.
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analisar o princípio do mundo conforme a teogonia.Esta alternativa está incorreta. A análise de princípios do mundo conforme uma teogonia geralmente se relaciona a explicações míticas ou religiosas acerca da origem do cosmos, algo mais associado a filósofos pré-socráticos ou mitologia grega, não à abordagem relativista e centrada no humano dos sofistas.
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alcançar o conhecimento da natureza por meio da experiência.Esta está incorreta. Protágoras e os sofistas, em geral, não estavam focados no estudo da natureza ou em alcançá-la por meio da experiência empírica, como faziam os filósofos pré-socráticos ou cientistas posteriores. Seu interesse estava mais voltado para a retórica, linguagem e questões humanas.
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