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Questões sobre Stuart Mill
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No que tange à participação popular no governo, a origem da preocupação enunciada no texto encontra-se na
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conquista do sufrágio universal.Esta alternativa aborda o sufrágio universal, que é o direito de todos adultos votarem, independentemente de gênero, raça ou classe social. A conquista do sufrágio universal ampliou a participação popular nos processos democráticos, mas não é a origem da preocupação mencionada por John Stuart Mill. Ele está discutindo o problema da democracia representativa, onde, na prática, é a maioria que exerce o poder e não todo o povo. Em suma, ainda que o sufrágio universal seja importante para a participação popular, a preocupação de Mill se foca em outra questão específica.
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criação do regime parlamentarista.O regime parlamentarista é um sistema de governo em que o poder executivo depende do apoio direto ou indireto do legislativo, muitas vezes representado pelo parlamento. Embora tenha sua própria dinâmica de representação e participação, a preocupação mencionada por Mill sobre a maioria dominando a minoria se encaixa mais na crítica ao sistema de democracia representativa em geral, do que em um regime específico como o parlamentarismo.
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decadência das monarquias hereditárias.A decadência das monarquias hereditárias marca um movimento em direção a sistemas de governo mais democráticos, mas a preocupação de Mill é especificamente sobre a prática dentro de democracias, especialmente representativas, onde a vontade da maioria pode se sobrepor aos direitos dos indivíduos ou minorias. Portanto, enquanto a queda das monarquias é um contexto histórico interessante, não se relaciona diretamente com a crítica feita por Mill sobre a representação política.
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institucionalização do voto feminino.A institucionalização do voto feminino é uma conquista extremamente importante no sentido de ampliar a participação popular nas decisões políticas de um país. No entanto, a questão levantada por Mill está mais relacionada à natureza do governo representativo e como ele pode falhar em proteger os interesses de todos, não apenas das minorias, e as conquistas relacionadas ao voto feminino são parte de outro debate sobre igualdade de direitos.
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consolidação da democracia representativa.John Stuart Mill está, de fato, associando seu comentário à democracia representativa. Nesse sistema, embora o governo seja eleito pelo povo, as decisões são tomadas por representantes eleitos que podem não refletir diretamente a vontade de todos. A crítica de Mill está voltada para o fato de que o poder nem sempre é exercido por todos, mas sim pela maioria que elege esses representantes. Isso pode culminar em uma situação em que a verdadeira vontade popular não seja refletida, dando origem à preocupação sobre as limitações do verdadeiro autogoverno do povo.
Nadja Hermann – PUCRS
Stuart Mill (1806-1873) acrescenta à ideia de tolerância religiosa a importância do pluralismo, da liberdade de opinião e crença, baseado na independência do indivíduo. A liberdade compreende a “liberdade de pensamento e de sentimento, absoluta independência de opinião e de sentimento em todos os assuntos, práticos ou especulativos, científicos, morais ou teológicos” (MILL, 2000, p.21). Desse modo, Stuart Mill defende a tolerância a partir de um princípio bastante simples de que
a autoproteção constitui a única finalidade pela qual se garante à humanidade individual ou coletivamente, interferir na liberdade de ação de qualquer um. O único propósito de se exercer legitimamente o poder sobre qualquer membro de uma comunidade civilizada, contra sua vontade, é evitar danos aos demais.[...] Na parte que diz respeito apenas a si mesmo, sua independência é, de direito, absoluta. Sobre si mesmo, seu corpo e sua mente, o indivíduo é soberano (2000, p.18). MILL, John Stuart. A liberdade. In: ____. A liberdade, utilitarismo. Trad. Eunice Ostrensky. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
Trecho de artigo publicado no site do Grupo de Pesquisa “Racionalidade e Formação”. Disponível em: http://w3.ufsm.br/gpracioform/artigo%2002.pdf. Acesso em: 24 out.2015.
Indique o princípio de Stuart Mill do qual tanto Hélio Schwartsman como Nadja Hermann se valem para sustentar suas ideias.
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A legitimidade de o Estado operar de modo ativo “para promover a coesão social, mesmo que, para isso, force o indivíduo a conformar-se ao \'statu quo\'”.Esta alternativa está incorreta. Mill não defende a intervenção do Estado para forçar a conformidade ao 'status quo'. Na verdade, ele é crítico ao uso do poder coercitivo sobre os indivíduos, a menos que seja para prevenir danos a outros. A ideia de Mill é promover a liberdade individual em vez da conformidade forçada.
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“Sobre si mesmo, seu corpo e sua mente, o indivíduo é soberano.”Esta alternativa está correta. A frase citada expressa um dos princípios centrais defendidos por John Stuart Mill na sua obra 'Sobre a Liberdade'. Ela reforça a ideia de que o indivíduo possui soberania sobre sua própria mente e corpo, o que significa que suas decisões pessoais devem ser respeitadas, desde que não prejudiquem os outros. Este princípio está alinhado com a defesa da liberdade individual de pensamento, uma ideia que tanto Hélio Schwartsman quanto Nadja Hermann usariam para sustentar suas análises baseadas na independência individual.
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O autoritarismo inerente a “sociedades que colocam os interesses coletivos acima dos individuais tendem a apresentar menores índices de violência interpessoal e menos desigualdade”.Esta alternativa também está incorreta. Mill destaca a importância da liberdade individual acima de tudo, enquanto a frase dessa alternativa sugere o contrário: que interesses coletivos deveriam prevalecer, justificando autoritarismo e menor liberdade individual. Isso não se alinha com os princípios de Mill de soberania individual e proteção contra danos, que ele defende de maneira consistente.
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Tolerância religiosa e importância do pluralismo, da liberdade de opinião e crença, com base na coerção do indivíduo.Esta alternativa está incorreta, pois contém uma distorção do pensamento de Mill. Enquanto ele realmente valoriza o pluralismo e a liberdade de opinião e crença, Mill não defende a coerção para garantir a liberdade. Pelo contrário, ele acredita que a interferência na liberdade individual só é justificada para impedir danos a terceiros, nunca para coercitivamente impor crenças ou ideias.
(BENTHAM, Jeremy. Uma introdução aos princípios da moral e da legislação. São Paulo: Abril Cultural, 1974. p. 10)
Texto 2: “Para compreendermos o valor que Mill atribui à democracia, é necessário observar com mais atenção a sua concepção de sociedade e indivíduo [...]. O governo democrático é melhor porque nele encontramos as condições que favorecem o desenvolvimento das capacidades de cada cidadão”.
(WEFFORT, F. (org.). Os clássicos da política 2. 3 ed. São Paulo: Ática, 1991. p. 197-98).
Sobre o utilitarismo e o pensamento de Bentham e Stuart Mill, é INCORRETO afirmar.
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Utilitaristas como Bentham defendem que o papel do legislador é o de produzir leis que sejam do interesse dos indivíduos que constituem uma comunidade e que resultem na maior felicidade para o maior número deles.Esta afirmação está correta. Bentham, um dos fundadores do utilitarismo, defendia que o papel do legislador é criar leis que atendam aos interesses dos indivíduos de uma comunidade e que contribuam para a maior felicidade do maior número de pessoas. O legislador deveria buscar o bem-estar coletivo como critério para a formulação de leis.
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O pensamento de Stuart Mill propõe mudanças importantes à agenda política, na medida em que reconhece que a participação política não pode ser tomada como privilégio de poucos. O Estado deverá, portanto, adotar mecanismos que garantam a institucionalização da participação mais ampliada dos cidadãos.Esta afirmação está correta. Stuart Mill reconhece a importância da participação política ampla e não restrita a uma elite. Ele defende a democracia como um meio de promover o desenvolvimento individual e social, propondo mudanças que garantam a participação política mais abrangente, como forma de garantir o desenvolvimento das capacidades dos cidadãos.
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Para os utilitaristas Bentham e Stuart Mill, uma ação é considerada moralmente correta se promove a felicidade e o bem-estar para o indivíduo, não importando suas consequências em relação ao conjunto da sociedade.Esta afirmação está incorreta. Tanto Bentham quanto Stuart Mill, como representantes do utilitarismo, defendem que as ações devem ser avaliadas pelo seu impacto no bem-estar geral, e não apenas individual. Para eles, a moralidade de uma ação está ligada às suas consequências para o conjunto da sociedade, buscando o maior bem para o maior número de pessoas. A ideia de considerar apenas o bem-estar individual, desconsiderando os efeitos sobre a sociedade, não está alinhada com o utilitarismo.
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Para o utilitarismo clássico, o principal critério para a moralidade é o princípio da utilidade, que defende como morais as ações que promovem a felicidade e o bem-estar para o maior número de pessoas envolvidas.Esta afirmação está correta. O utilitarismo clássico, defendido por filósofos como Jeremy Bentham, realmente propõe que o critério principal de moralidade é o princípio da utilidade. Esse princípio considera que uma ação é moral se tende a promover a felicidade e o bem-estar da maior quantidade de pessoas afetadas. A moralidade de uma ação, portanto, é determinada pelo seu potencial de maximizar a felicidade coletiva.
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Enquanto Bentham defendia a democracia representativa como sendo uma forma de impedir que os governos imponham seus interesses aos do povo, Stuart Mill defende tal forma de governo como a melhor forma para se controlar os governantes e ao mesmo tempo aumentar a riqueza total da sociedade.Esta afirmação está correta. Bentham via a democracia representativa como uma maneira de evitar que os governos se sobreponham aos interesses do povo e para manter o controle sobre os governantes. Stuart Mill, por sua vez, além de ver a democracia como um meio de controle, a via como uma forma de promover o aumento da riqueza social, pois acreditava que isso favorecia o desenvolvimento das capacidades de cada cidadão e, por extensão, da sociedade como um todo.
Considerando a citação anterior, o que Mill diria da ideia do Rei Filósofo de Platão?
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Que o rei filósofo iria governar em benefício de todos, sem ignorar os interesses de ninguém.Na visão de Platão, o Rei Filósofo governaria de forma justa, baseado em sua sabedoria e racionalidade. No entanto, Mill acreditava na importância da participação ativa dos indivíduos em defender seus próprios interesses. Ele não deixaria a segurança dos direitos das pessoas nas mãos de um governante, por mais sábio que fosse. Portanto, essa alternativa também está incorreta, pois Mill não acreditaria que um único governante, mesmo que filósofo, atenderia adequadamente aos interesses de todos sem excluí-los em alguma medida.
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Que a visão do Rei Filósofo é limitada, assim como sua vontade, o que faria com que prejudicasse uma parte da sociedade.Essa alternativa é correta. Mill acreditava que todo indivíduo deve ter a capacidade de defender seus próprios interesses. A visão do Rei Filósofo é de que um único indivíduo ou um pequeno grupo governe com base na sabedoria e razão, enquanto Mill destacava que mesmo o mais sábio dos governantes poderia ter uma visão limitada e, portanto, falhar em representar adequadamente todos os interesses. A citação reflete a importância de não ignorar os direitos das pessoas, algo que a visão platônica pode comprometer.
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Que concorda, já que também defende um tipo de aristocracia.Para entender essa alternativa, é importante saber que John Stuart Mill era um defensor dos sistemas democráticos e do liberalismo, que valorizam a participação e a liberdade individual. A ideia de aristocracia, que seria o governo de poucos por uma suposta virtude, é contrária à defesa que Mill faz das liberdades individuais e da participação popular na política. A citação destaca a importância de cada pessoa ser capaz de defender seus próprios interesses. Assim, a alternativa está incorreta, pois Mill não concordaria com a aristocracia defendida por Platão.
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Que o Rei Filósofo é uma forma de governo preferível à democracia.Mill acreditava que a democracia era a melhor forma de governo porque permitia a todos participarem do processo político e garantirem seus próprios interesses. Para ele, isso seria mais seguro do que confiar nos interesses de um único governante ou grupo pequeno, como no caso do Rei Filósofo de Platão. Portanto, a alternativa está incorreta, visto que Mill consideraria a democracia superior à ideia platônica.
A citação acima foi retirada do livro Os Princípios do Governo Representativo, de Stuart Mill. Considerando essa afirmação, o que Mill diria da ideia de Rei Filósofo de Platão?
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Que o Rei Filósofo é uma forma de governo preferível à democracia.Essa questão está incorreta no contexto do pensamento de Mill. Ele acreditava na democracia e na capacidade dos indivíduos de participar ativamente na defesa de seus interesses. A ideia do Rei Filósofo, onde uma pessoa sábia toma todas as decisões, se opõe a essa concepção, pois subtrai dos cidadãos o poder de defender seus próprios interesses. Portanto, Mill não veria o governo de um Rei Filósofo como preferível à democracia.
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Que concorda com a ideia de Platão, já que também defende uma aristocracia.Esta afirmação está incorreta quando relacionada a Stuart Mill. Embora Mill apreciasse a importância de governantes sábios e informados, ele não compartilhava a visão de Platão de que uma aristocracia de filósofos deveria governar. Mill era um grande defensor do governo representativo e da importância da participação cidadã no processo democrático. Ele não concordaria com uma aristocracia no sentido platônico, que priva os indivíduos do direito de defenderem seus próprios interesses.
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Que a visão do Rei Filósofo é limitada, assim como sua vontade, o que faria com que prejudicasse uma parte da sociedade.Essa afirmação está correta. Mill poderia argumentar que, mesmo um Rei Filósofo, por ser humano, teria uma visão limitada e, portanto, poderia facilmente ignorar ou não compreender completamente os interesses de todas as partes da sociedade. Para Mill, é essencial que cada pessoa tenha a capacidade e a motivação para defender seus próprios interesses, o que não seria possível se um rei governasse por todos.
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Que o rei filósofo iria governar em benefício de todos, sem ignorar os interesses de ninguém.Essa afirmação está incorreta quando relacionada à visão de Stuart Mill. Mill era um defensor da democracia e acreditava na importância de as pessoas terem o poder e a capacidade de defender seus próprios interesses. No modelo de Rei Filósofo de Platão, apenas uma pessoa ou um pequeno grupo de sábios governariam em benefício de todos, mas essa ideia é contrária ao pensamento de Mill. Ele não acreditaria que uma única pessoa, por mais sábia que fosse, seria capaz de considerar verdadeiramente os interesses de todas as pessoas de forma justa.
O texto acima foi retirado do livro Ensaio Sobre a Liberdade, de John Stuart Mill. Sobre o texto acima é correto afirmar que
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E possível concluir a partir desse excerto que Mill se opunha à liberdade religiosa.Incorreto. Não há nada no excerto que indique que Mill se opunha à liberdade religiosa. Na verdade, o pensamento de Mill sobre a liberdade está intimamente relacionado ao respeito pela liberdade individual, incluindo a liberdade de crença e prática religiosa, desde que essas práticas não prejudiquem outras pessoas. Portanto, sem evidências textuais que indiquem a oposição de Mill à liberdade religiosa, não é correto inferir isto apenas a partir deste trecho.
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Mill defende que se uma pessoa vai provocar um dado a si mesma com uma ação (por exemplo, ingerindo álcool), ela deve ser impedida de alguma forma.Incorreto. Mill argumenta que o próprio bem do indivíduo não é uma justificativa suficiente para restringir sua liberdade. Segundo ele, se uma ação prejudica somente o próprio indivíduo, como no caso do consumo de álcool, o mesmo tem o direito de escolher fazê-lo. Este tipo de escolha pessoal, por mais prejudicial que possa ser para o próprio indivíduo, não deve ser regulada ou proibida, desde que não cause dano a outras pessoas.
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O autor acredita que, embora o Estado não deva proibir ações que prejudicam apenas a si mesmo, a opinião pública deve se manifestar contrariando tais ações.Incorreto. Mill faz uma clara distinção entre ações que prejudicam apenas a si mesmo e aquelas que prejudicam outros. Ele não acredita que seja papel do Estado ou da sociedade impor julgamentos morais ou recriminar ações que afetam apenas o próprio indivíduo. A coerção moral de que ele fala refere-se a situações em que existe um dano a outrem, e não a intervenções em escolhas pessoais auto-prejudiciais. Dessa forma, a afirmação de que a opinião pública deve se manifestar contrária a tais ações não está em concordância com o princípio do dano de Mill.
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Mill está dizendo que a única razão para proibir as pessoas de fazerem algo é evitar que provoquem danos a outras pessoas.Correto. John Stuart Mill é conhecido por defender a ideia do princípio do dano. Este princípio estabelece que a única justificativa válida para interferir na liberdade de ação de uma pessoa é prevenir danos a outras pessoas. Mill sugere que a única razão legítima para impor restrições à liberdade dos indivíduos, seja através de leis ou da pressão social, é a autoproteção, ou seja, proteger os outros de serem prejudicados. Portanto, a afirmativa aqui reflete corretamente a ideia central do texto apresentado de Mill.
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