Observe a fotografia e leia o texto acima e depois leia o texto.
A névoa que recobre os primórdios da fotografia é menos espessa que a que obscurece as origens da imprensa; já se pressentia, no caso da fotografia, que a hora da sua invenção chegara, e vários pesquisadores, trabalhando independentemente, visavam o mesmo objetivo: fixar as imagens da câmera obscura, que eram conhecidas pelo menos desde Leonardo (Da Vinci). (BENJAMIN, W. Obras Escolhidas. Magia e Técnica, Arte e Política. São Paulo: Brasiliense, 1996, p. 91.) Com base na obra de Walter Benjamin, no texto e nos conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar:
I. O domínio do processo técnico de fixação das imagens teve sua trajetória retardada devido às reações de natureza religiosa que fizeram com que a fotografia surgisse apenas na segunda metade do século XIX.
II. Em virtude da expectativa gerada pela descoberta da fotografia no século XIX, o seu caráter artístico, desde o início, torna-se evidente entre os pintores.
III. A presença do rosto humano nas fotos antigas representa um último traço da aura, isto é, aquilo que significa a existência única da obra de arte.
IV. O valor de exposição triunfa sobre o valor de culto à medida que a figura humana se torna ausente nas fotografias.
Assinale a alternativa correta.
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Essa alternativa está incorreta. A afirmativa II não está correta em dizer que o caráter artístico da fotografia tornou-se evidentemente aceito entre os pintores desde o início. A afirmação III e IV são corretas, mas a adição da afirmativa errada II torna toda a alternativa inválida.
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Somente as afirmativas I e II são corretas.
Essa alternativa está incorreta. A afirmativa I menciona que a fotografia foi retardada por reações religiosas. No entanto, a história da fotografia não é marcada principalmente por esse tipo de impedimento. A afirmativa II também está incorreta, pois o caráter artístico da fotografia não foi imediatamente evidente entre os pintores, muitos dos quais viram a fotografia mais como uma ameaça do que como uma expressão artística desde o início.
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Somente as afirmativas I e III são corretas.
Essa alternativa está incorreta. A afirmativa I, como já foi mencionado, não está correta, pois não foram principalmente reações religiosas que retardaram o desenvolvimento da fotografia. Embora a afirmativa III esteja correta, citada em B, essa combinação de afirmações não valida a alternativa.
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Somente as afirmativas III e IV são corretas.
Essa alternativa está correta. A afirmativa III está correta. Segundo Walter Benjamin, a "aura" é a qualidade única que uma obra de arte possui em sua singularidade temporal e espacial. O rosto humano nas fotos antigas pode ser visto como um último vestígio dessa singularidade. A afirmativa IV também está correta. O valor de exposição refere-se à capacidade de reprodução e disseminação de uma imagem, que se sobrepôs ao valor de culto com a popularização das fotografias que podiam ser reproduzidas em massa.
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Somente as afirmativas I, II e IV são corretas.
Essa alternativa está incorreta. Novamente, a afirmativa I está incorreta, assim como a afirmativa II, que incorretamente credita à fotografia um reconhecimento artístico imediato entre os pintores. Embora a afirmativa IV esteja correta, a presença das outras duas erradas torna essa alternativa inválida.
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Com base no pensamento estético de Adorno e Benjamin, considere as afirmativas a seguir.
I. Apesar de terem o mesmo ponto de partida, a saber, a análise crítica das técnicas de reprodução, Adorno e Benjamin chegam a conclusões distintas. Adorno entende que a reprodutibilidade das obras de arte é algo negativo, pois transforma esta última em mercadoria; para Benjamin, apesar de a reprodutibilidade ter aspectos negativos, uma forma de arte como o cinema pode ser usada potencialmente em favor da classe operária.
II. Para Adorno, o discurso revolucionário na arte torna esta forma de expressão humana instrumentalista, e isto significa abolir a própria arte. Por seu turno, Benjamin considerava que os novos meios de comunicação não deveriam ser substituídos, mas sim transformados ou subvertidos segundo os interesses da comunicação burguesa.
III. Para Adorno, a noção de aura na obra de arte preservava a consciência de que a realidade poderia ser melhor, mas o processo de massificação da arte dissolveu tal noção e, com ela, a dimensão critica da arte. Para Benjamin, a perda da aura destruiu a unicidade e a singularidade da obra de arte, que perde o seu valor de culto e se torna acessível.
IV. Adorno vê positivamente a reprodutibilidade da arte, já que a obra de arte se transforma em mercadoria padronizada que possibilita a todos o acesso e o desenvolvimento do gosto estético autônomo; para Benjamin, a reprodução tem como dimensão negativa essencial o fato de impossibilitar às massas o acesso às obras.
Assinale a alternativa correta.
Somente as afirmativas II e IV são corretas.
Esta alternativa está incorreta. As afirmativas II e IV não são corretas. A afirmativa II contém uma visão errônea sobre a perspectiva de Benjamin, que não sugere manter os meios de comunicação conforme o interesse burguês. Além disso, a afirmativa IV faz uma interpretação errada da visão de Adorno sobre a reprodutibilidade da arte e suas consequências, ao sugerir que ele veria isso como positivo.
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Somente as afirmativas I e II são corretas.
Esta alternativa está incorreta. Embora a afirmativa I esteja correta, a afirmativa II está incorreta. Adorno realmente critica a arte que se torna instrumento de ideologias, mas a interpretação de Benjamin sobre os meios de comunicação é que eles devem ser utilizados de formas novas e revolucionárias, não afirmando necessariamente que devem seguir os interesses da comunicação burguesa.
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Somente as afirmativas I e III são corretas.
Esta alternativa está correta. A afirmativa I está certa ao dizer que Adorno e Benjamin começam com a análise das técnicas de reprodução, mas chegam a conclusões diferentes. Adorno critica a transformação da arte em mercadoria, enquanto Benjamin vê potencial revolucionário em formas de arte como o cinema, que podem servir aos interesses da classe trabalhadora. A afirmativa III também está correta ao afirmar que Adorno lamenta a perda da "aura" que a reprodução em massa traz, enquanto Benjamin considera que, embora a perda da aura destrua a singularidade da obra, ela também a torna mais acessível ao público.
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Somente as afirmativas I, III e IV são corretas.
Esta alternativa está incorreta. Embora as afirmativas I e III sejam corretas, a afirmativa IV está errada. Adorno não vê a reprodutibilidade da arte de forma positiva; pelo contrário, ele critica como essa transformação da arte em mercadoria prejudica sua autenticidade e valor estético. Além disso, Benjamin não critica a reprodução pela acessibilidade às massas, mas pela perda de "aura" e singularidade.
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Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Esta alternativa está incorreta. Afirmativas II, III e IV não estão todas corretas. A afirmativa II erra ao afirmar que Benjamin desejava que os novos meios seguissem interesses burgueses, quando na verdade ele era a favor de subverter esses meios. A afirmativa IV está errada sobre a visão de Adorno quanto à reprodutibilidade. Afirmativa III é a única correta neste grupo.
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“Em suma, o que é a aura? É uma figura singular, composta de elementos espaciais e temporais: a aparição única de uma coisa distante, por mais perto que ela esteja. Observar, em repouso, numa tarde de verão, uma cadeia de montanhas no horizonte, ou um galho, que projeta sua sombra sobre nós, significa respirar a aura dessas montanhas, desse galho. Graças a essa definição, é fácil identificar os fatores sociais específicos que condicionam o declínio atual da aura. Ele deriva de duas circunstâncias, estreitamente ligadas à crescente difusão e intensidade dos movimentos de massas. Fazer as coisas ‘ficarem mais próximas’ é uma preocupação tão apaixonada das massas modernas como sua tendência a superar o caráter único de todos os fatos através da sua reprodutibilidade”. Fonte: BENJAMIN, W. “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica”. In: Magia e Técnica, Arte e Política. Obras Escolhidas. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1985, p. 170.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre Benjamin, assinale a alternativa correta:
O declínio da aura decorre do desejo de diminuir a distância e a transcendência dos objetos artísticos.
Esta é a alternativa correta. Benjamin argumenta que a reprodutibilidade técnica da arte, que é um desejo das massas modernas, diminui a distância e a transcendência associadas a uma obra de arte única e não reproduzida, levando ao declínio da aura.
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Ao passar do campo religioso ao estético, a obra de arte perdeu sua aura.
Essa afirmação está incorreta. Benjamin discute a transição do valor da obra do campo religioso para o estético em termos de transformação de seu valor de culto para um valor de exposição. Contudo, não é essa mudança de campos que, por si só, leva à perda da aura, e sim a reprodução técnica, que diminui a singularidade da obra.
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O declínio da aura não tem relação com as transformações contemporâneas.
Essa afirmação está incorreta. O texto de Benjamin discute precisamente como as transformações contemporâneas, especialmente a reprodutibilidade técnica e a mobilização de massas, afetam a aura das obras de arte, diminuindo sua singularidade e distância transcendental.
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O valor de culto de uma obra de arte suscita a reprodutibilidade técnica.
Essa afirmação está incorreta. Segundo Benjamin, é o valor de culto que é diminuído em função da reprodutibilidade técnica, e não o contrário. A possibilidade de reproduzir a obra em diversas cópias acessíveis tira a aura e o caráter único das obras de arte, afetando seu valor de culto.
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Ao se tornarem autônomas, as obras de arte perderam sua qualidade aurática.
A afirmação é incorreta. Para Benjamin, o conceito de aura nas obras de arte está relacionado com a originalidade e a singularidade, mas não é a autonomia que faz uma obra de arte perder essa qualidade aurática. É a reprodutibilidade técnica e a capacidade de tornar a obra acessível a um número maior de pessoas que são apontadas como fatores que diminuem a aura.
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“A rua era das mais animadas da cidade; por todo o dia estivera cheia de gente. Mas agora, ao anoitecer, a multidão crescia de um minuto para outro; e quando se acenderam os lampiões de gás, duas densas, compactas correntes de transeuntes cruzavam diante do café. Jamais me sentira num estado de ânimo como o daquela tarde; e saboreei a nova emoção que de mim se apossara ante o oceano daquelas cabeças em movimento. Pouco a pouco perdi de vista o que acontecia no ambiente em que me encontrava e abandonei-me completamente à contemplação da cena externa.” (Walter Benjamin – Sobre alguns temas em Baudelaire)
O texto nos leva a uma compreensão de estética como:
uma concepção de que o belo não está em uma forma definida, mas na plasticidade do cotidiano.
Esta alternativa está correta. Aqui, Benjamin enfatiza a experiência subjetiva e a beleza que se encontra no cotidiano, quando descreve sua emoção em meio à movimentação da cidade. Isso sugere que a estética bela é encontrada na dinâmica e na plasticidade do cotidiano, não em formas fixas e pré-determinadas de beleza.
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estabelecimento de um padrão de beleza para a obra de arte.
Está incorreto. O texto não trata de um 'padrão de beleza' tradicional como aquele que define regras ou normas específicas para a obra de arte. Pelo contrário, Benjamin está focando na experiência subjetiva e pessoal provocada pela observação do espaço urbano.
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imitação do mundo sensível.
Essa explicação está incorreta. A teoria da imitação do mundo sensível refere-se tradicionalmente ao conceito de mimesis, que é a imitação da realidade nas artes. No entanto, o texto de Benjamin destaca mais a experiência direta e pessoal dele no ambiente urbano em vez de uma simples imitação do que ele vê.
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técnica de reprodução da obra de arte em massa.
Está incorreto. A estética como técnica de reprodução da obra de arte em massa se refere mais à questão abordada por Walter Benjamin em seu ensaio 'A Obra de Arte na Era de Sua Reprodutibilidade Técnica'. No texto fornecido, Benjamin parece estar explorando mais a experiência estética ao observar a multidão e não sobre a reprodução mecânica ou técnica da obra de arte.
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um estudo do caos humano representado pela multidão e suas relações econômicas.
Esta opção está incorreta. Ainda que a descrição da multidão e a cena da cidade possam ter conotações de caos e complexidade, o foco de Benjamin no texto está mais relacionado à experiência estética e menos a análises econômicas diretas. Quando ele fala sobre a impressão da multidão e o estado de ânimo, está mais ligado à percepção estética da cidade enquanto vivência, do que a relações econômicas.
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Leia os textos a seguir.
[…] seria possível reconstituir a história da arte a partir do confronto de dois polos, no interior da própria obra de arte, e ver o conteúdo dessa história na variação do peso conferido seja a um polo, seja a outro. Os dois polos são o valor de culto da obra e seu valor de exposição. […] À medida que as obras de arte se emancipam do seu uso ritual, aumentam as ocasiões para que elas sejam expostas. (p. 172). (BENJAMIN, W. “A obra de arte na era de sua reprodutibilidade técnica – Primeira versão”. In: Magia e técnica, arte e política: ensaios sobre literatura e história da cultura. 7. ed. São Paulo: Brasiliense, 1994.)
Com base no texto e nos conhecimentos sobre o pensamento de Walter Benjamin, é correto afirmar:
A arte, na sociedade primitiva, tinha por finalidade atender aos rituais religiosos, por isso possuía um caráter aurático vinculado ao valor de culto, o qual se perde com o avanço da reprodutibilidade técnica, na época moderna.
Esta é a afirmação correta. Benjamin observa que a arte, em contextos primitivos ou tradicionais, muitas vezes tinha um caráter aurático devido ao seu valor de culto, geralmente associado a rituais religiosos. Com o advento das técnicas de reprodução, especialmente na modernidade, essa aura se dissipa, pois a arte torna-se mais acessível e perde seu caráter único e ritualístico.
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O resgate da aura artística da obra de arte promovido pela reprodutibilidade técnica amplia sua função potencialmente democratizadora, permitindo o acesso de um número maior de pessoas à sua contemplação.
Esta afirmação está incorreta. Para Benjamin, a reprodutibilidade técnica não resgata a aura da obra de arte; na verdade, ela contribui para o seu declínio. A reprodutibilidade técnica, ao contrário, democratiza a arte, permitindo que mais pessoas tenham acesso a ela, mas exatamente por isso é que a dimensão aurática é esvaziada. A democratização está mais no acesso do que na revitalização da unicidade da obra.
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O cinema manifesta-se como uma obra de arte aurática, pois suscita em cada um dos espectadores uma forma singular e única de se relacionar com o objeto artístico no interior do qual mergulha e nele se distrai.
Esta afirmação está incorreta. Walter Benjamin argumenta que o cinema, como uma das formas de arte da era da reprodutibilidade técnica, é menos aurático justamente porque apresenta a arte de forma serial e acessível, reduzindo a unicidade que caracterizava a percepção aurática. O cinema é visto mais como uma arte de massa, não uma que provoca uma experiência única e singular em cada espectador.
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O declínio da aura da obra de arte, decorrente de sua crescente elitização e das novas técnicas de reprodução em série, reforça seu valor tradicional de culto e amplia a percepção estética das coletividades humanas.
Esta afirmação está incorreta. Segundo Walter Benjamin, o declínio da aura da obra de arte ocorre precisamente porque a arte está se tornando mais acessível às massas, não por sua elitização. A aura é ligada à singularidade e exclusividade da obra de arte, aspectos que se perdem quando ela pode ser facilmente reproduzida. Não há uma ampliação da percepção estética tradicional; a questão é que a arte deixa de ser apenas algo de valor de culto e torna-se também um objeto de valor de exposição.
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O que determina o esvaziamento da aura da obra de arte reproduzida tecnicamente é a sua reclusão e a perda do valor de exposição, o que restringe o acesso das massas, que se tornaram alienadas.
Esta afirmação está incorreta. Segundo Benjamin, o que contribui para o esvaziamento da aura da obra de arte é a crescente acessibilidade proporcionada pela reprodutibilidade técnica, e não a sua reclusão ou perda de valor de exposição. Na verdade, o valor de exposição é ampliado, permitindo que mais gente tenha contato com a obra artística, mas isso acontece às custas do valor de culto e da aura, não o contrário.
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