A história do conhecimento humano é uma sucessão de teorias progressivamente mais eficientes para explicar, cada vez melhor, uma parcela do mundo cada vez maior. O método científico tem sido o mais bem-sucedido em formular teorias e hipóteses eficazes. Teorias científicas funcionam e, por isso, são valorizadas. Esse sucesso reflete-se no prestígio que a ciência tem nas sociedades modernas. Isto tudo apesar de reconhecer-se que toda teoria científica que mereça esse nome deve ser considerada inerentemente provisória e temporária, nunca definitiva. (LANDIM; MOREIRA. 2009, p. 365).
A alternativa que melhor expressa os conceitos sobre ciência expostos é a
As teorias científicas permanecem passíveis de revisões para que possam atestar, mesmo que de forma temporária, a explicação racional de uma parcela da realidade percebida pela humanidade.
Essa alternativa está correta. As teorias científicas são sempre passíveis de revisão porque representam o nosso melhor entendimento sobre um aspecto da realidade em um dado momento. Elas são construídas com base em observações e experimentações, mas estão sempre sujeitas a serem substituídas ou aprimoradas à medida que surgem novas evidências ou quando uma melhor compreensão é alcançada.
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O prestígio atribuído, nas sociedades modernas, ao poder da ciência é justificado pela capacidade do método científico de produzir verdades consolidadas e imutáveis.
Essa alternativa está incorreta. Uma característica fundamental da ciência é que suas teorias nunca são consideradas verdades absolutas ou imutáveis. O método científico baseia-se na ideia de que nossas compreensões sobre a realidade são sempre provisórias e dependem das melhores evidências disponíveis no momento.
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O conhecimento científico se alicerça na capacidade dos grandes pesquisadores em desenvolver, de forma inédita e independente, as novas teorias que revolucionam a ciência.
Essa alternativa está incorreta. Embora pesquisadores contribuam de forma significativa para o avanço científico, o conhecimento científico não se baseia nas capacidades de indivíduos isolados, mas sim na colaboração contínua e na replicação de resultados. A ciência é um esforço coletivo e a construção do conhecimento científico está sujeita a revisões e triangulações de múltiplos pesquisadores.
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A teoria científica é considerada provisória exatamente quando apresenta uma hipótese falha sobre um conhecimento específico, não revelando assim as informações corretas a respeito do tema abordado.
Essa alternativa está incorreta. A provisoriedade das teorias científicas não se deve a falhas nas hipóteses, mas sim à natureza do conhecimento científico que é sempre aberto a ser aprimorado. Mesmo quando uma teoria é bem-sucedida em explicar um aspecto do mundo, ela continua a ser considerada provisória até que novas evidências experimentais possam vir a complementá-la ou substituí-la por completo.
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As teorias científicas são enaltecidas na sociedade moderna por explicar cada vez melhor os mistérios existentes nos diversos campos do saber, como a filosofia, religião e a história.
Essa alternativa está incorreta porque simplifica demais o alcance das teorias científicas. Não é papel da ciência explicarem todos os mistérios dos diversos campos do saber, como filosofia e religião, que possuem suas próprias metodologias e interrogações. A ciência se foca mais nos fenômenos observáveis e mensuráveis.
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Leia o texto a seguir.
Toda teoria científica “boa” é uma proibição: ela proíbe certas coisas de acontecer. Quanto mais uma teoria proíbe, melhor ela é. (POPPER, K. Ciência: conjecturas e refutações. São Paulo: Cultrix, 1972. p.66.) Sobre os critérios estabelecidos para configurar a Ciência, considere as afirmativas a seguir.
I. Dizer que alguns fatos podem acontecer não é tão importante para a teoria quanto afirmar que determinados fatos não podem acontecer.
II. Teorias que afirmam de forma vaga certas possibilidades dificilmente podem ser refutadas, logo apresentam pouca cientificidade.
III. A proibição de certos fatos possibilita o falseamento de uma teoria, logo sua cientificidade.
IV. A melhor teoria científica é aquela que está estruturada de modo que resista às refutações.
Assinale a alternativa correta.
Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Incorreta. Embora as afirmativas II e III estejam corretas, a afirmativa IV não está em total acordo com a filosofia de Popper. Ele valoriza a possibilidade de refutação mais do que qualquer suposta robustez intrínseca de uma teoria.
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Somente as afirmativas I e IV são corretas.
Incorreta. Embora a afirmativa I esteja correta, pois reflete a ideia de Karl Popper de que a força de uma teoria está em suas proibições, a afirmativa IV está equivocada. Segundo Popper, não é tanto a resistência às refutações que torna uma teoria melhor, mas sim a possibilidade de ser testada e potencialmente refutada.
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Somente as afirmativas III e IV são corretas.
Incorreta. A afirmativa III está correta, pois reflete corretamente o pensamento de Popper sobre falseabilidade. No entanto, a afirmativa IV é um pouco enganosa e não está em alinhamento pleno com a visão de Popper, já que para ele, não é a resistência às refutações que define a qualidade de uma teoria, mas sim sua falseabilidade.
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Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
Correta. As afirmativas I, II e III são consistentes com a filosofia da ciência de Karl Popper. Ele enfatiza a importância das proibições em teorias, a necessidade de clareza para que as teorias possam ser refutadas e, portanto, testadas, e o papel crucial do falseamento na ciência.
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Somente as afirmativas I e II são corretas.
Incorreta. Embora as afirmações I e II estejam corretas, a alternativa não é ampla o suficiente porque a afirmativa III também está correta. Popper argumenta que a possibilidade de falsear uma teoria é fundamental para sua cientificidade.
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Ao rejeitar a indução – a construção de enunciados universais a partir de experiências e observações – como método científico e ao propor que as teorias devem poder ser falseadas, mas nunca verificadas pela experiência científica, Karl Popper inova a compreensão sobre o surgimento das teorias científicas. Sobre esse tema, considere as afirmativas a seguir.
I. Ao contrário de uma tese metafísica, que é apenas uma especulação, uma teoria científica surge imediatamente de uma observação.
II. Uma teoria científica, na medida em que surge de dados empíricos, tem uma validade universal.
III. Para que uma teoria seja considerada científica, ela deve oferecer a possibilidade de ser negada pela experiência.
IV. Se as teorias científicas são falseáveis, elas podem ser superadas.
Assinale a alternativa correta.
Somente as afirmativas I e II são corretas.
Esta alternativa está incorreta porque, como explicamos antes, a afirmativa I está errada segundo a visão de Popper, já que ele não acredita que teorias científicas surgem diretamente da observação. Além disso, a afirmativa II também está errada porque Popper nega que uma teoria possa ter validade universal apenas com base em dados empíricos.
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Somente as afirmativas I e IV são corretas.
Esta alternativa é incorreta. A afirmativa I está errada porque, de acordo com Popper, a ciência não parte de observações. Já a afirmativa IV está correta, porque Popper acredita que a falseabilidade de uma teoria é o que permite que ela seja superada ou refutada por novas evidências ou teorias.
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Somente as afirmativas I, II e III são corretas.
Esta alternativa está incorreta. A afirmativa I diz que uma teoria científica surge imediatamente de uma observação, mas Popper rejeita essa ideia. Ele argumenta que a ciência começa com problemas teóricos e não com a mera observação. A afirmativa II fala sobre a validade universal de uma teoria científica baseada em dados empíricos, mas Popper também discorda disso, pois acredita que não podemos garantir a verdade universal com base em observações limitadas. A afirmativa III está correta, pois Popper realmente defende que as teorias científicas devem ser falseáveis.
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Somente as afirmativas II, III e IV são corretas.
Esta alternativa está incorreta porque, apesar da afirmativa IV estar correta, a afirmativa II não está em consonância com a visão de Popper. Ele não aceita que uma teoria científica tenha validade universal apenas com base em dados empíricos, pois qualquer afirmação assim só é válida até que possamos refutá-la.
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Somente as afirmativas III e IV são corretas.
Esta é a alternativa correta. A afirmativa III está correta porque Popper defende que para uma teoria ser científica, ela deve ser sujeita a ser falseada, isto é, deve haver a possibilidade de ser provada errada. A afirmativa IV também está correta, pois se uma teoria é falseável, ela pode ser superada por novas descobertas ou por experimentos que a contradizem.
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Nas propagandas televisivas é comum a apresentação de produtos de uso doméstico (como sabão em pó ou creme dental) ao lado de cientistas vestindo jalecos brancos. Esse tipo de publicidade promove uma imagem da ciência como um conjunto de leis verdadeiras descobertas por cientistas e válidas eternamente. A teoria da ciência desenvolvida pelo físico e filósofo austríaco Karl Popper contesta essa imagem e caracteriza-se por sustentar que a ciência é um(a)
conjunto de processos assistemáticos de descoberta.
Esta alternativa está incorreta. Karl Popper não teria descrito a ciência como 'assistematizada'. Muito pelo contrário, ele acreditava que a ciência seguia um método rigoroso. O método científico, segundo Popper, envolve a formulação de hipóteses que podem ser testadas de forma estruturada e sistemática, sendo que o objetivo é sempre tentar refutá-las para chegar a um conhecimento mais próximo da verdade.
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conjunto de hipóteses corroboradas por testes empíricos.
Esta alternativa está correta. Segundo Karl Popper, a ciência consiste em hipóteses que podem ser testadas empiricamente. Se uma hipótese resiste a tentativas rigorosas de refutação, ela é considerada corroborada, mas não eternamente verdadeira. As hipóteses permanecem sempre sob a ameaça de serem aperfeiçoadas ou refutadas por novos dados ou experiências. Para Popper, a ciência avança por meio desse processo de tentativa e erro.
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conjunto de leis verdadeiras apoiadas em processos de observação e indução.
Esta alternativa está incorreta. Karl Popper, ao contrário do que diz esta alternativa, argumentava que a ciência não é um conjunto de leis verdadeiras. Pelo contrário, ele enfatizou a falibilidade da ciência. Para Popper, a ciência avança através da formulação de hipóteses que podem ser testadas e potencialmente refutadas, e não por meio de indução ou por observação que leva a verdades absolutas.
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grupo de crenças não muito mais consistente do que o vodu ou a magia.
Esta alternativa está incorreta. Karl Popper nunca indicou que a ciência fosse um grupo de crenças sem consistência, comparável ao vodu ou à magia. Embora Popper rejeite a ideia de que a ciência tem verdades eternas, ele ainda acredita que o método científico é uma forma poderosa e confiável de entender o mundo. Ele valorizava o caráter racional e empírico da ciência, sempre em busca de refutação e melhora.
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atividade social regulada pela presença de paradigmas.
Esta alternativa está incorreta no contexto de teorias de Karl Popper. Quem fala sobre a ciência como uma atividade social regulada por paradigmas é Thomas Kuhn, outro filósofo da ciência. Kuhn descreveu a ciência como uma série de períodos de 'ciência normal' interrompidos por revoluções científicas que introduzem novos paradigmas, ou estruturas de pensamento. Popper, por outro lado, não usou o termo 'paradigmas' e focou mais na refutação e na testabilidade das hipóteses.
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“As experiências e erros do cientista consistem de hipóteses. Ele as formula em palavras, e muitas vezes por escrito. Pode então tentar encontrar brechas em qualquer uma dessas hipóteses, criticando-a experimentalmente, ajudado por seus colegas cientistas, que ficarão deleitados se puderem encontrar uma brecha nela. Se a hipótese não suportar essas críticas e esses testes pelo menos tão bem quanto suas concorrentes, será eliminada”. Fonte: POPPER, Karl. Conhecimento objetivo. Trad. de Milton Amado. São Paulo: Edusp & Itatiaia, 1975. p. 226.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre ciência e método científico, é CORRETO afirmar:
O método crítico consiste em impedir que as hipóteses científicas tenham brechas.
Esta afirmação está incorreta. O método crítico no pensamento de Karl Popper não se concentra em impedir que as hipóteses tenham brechas, mas sim em testá-las e submetê-las a críticas rigorosas para verificar sua capacidade de resistir a tais brechas. O objetivo é fortalecer o conhecimento científico através de constantes tentativas de refutação.
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A crítica no meio científico significa o fracasso do cientista e a derrota da ciência.
Esta afirmação está incorreta. No contexto científico, a crítica não é vista como fracasso, mas como parte essencial do processo de avanço da ciência. A ciência se desenvolve precisamente através da crítica e do exame rigoroso das hipóteses. Quando uma teoria é criticada e superada por uma nova teoria mais robusta, isso não representa uma derrota, mas um progresso.
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Não deve haver a participação e a ajuda de outros cientistas quando ocorrer conflito de hipóteses científicas, devendo tal conflito ser resolvido por quem formulou tais hipóteses.
Esta afirmação está incorreta. O trabalho científico é um esforço coletivo e colaborativo. Popper destaca a importância da crítica coletiva no desenvolvimento científico, onde outros cientistas são incentivados a tentar encontrar falhas nas hipóteses propostas. Isso contribui para a robustez e validade das teorias científicas.
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O método científico implica a possibilidade constante de refutações teóricas por meio de experimentos essenciais e comprovados.
A afirmação está correta. Segundo Karl Popper, a ciência avança através da formulação de hipóteses que podem ser testadas e refutadas. O método científico popperiano se baseia na ideia de falseabilidade, ou seja, as hipóteses científicas devem ser expostas a experimentos que possam potencialmente refutá-las. Essa é a ideia de que o conhecimento científico é sempre provisório e passível de revisão diante de novas evidências.
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Leia o texto a seguir.
Esta é uma concepção de ciência que considera a abordagem crítica sua característica mais importante. Para avaliar uma teoria o cientista deve indagar se pode ser criticada - se se expõe a críticas de todos os tipos e, em caso afirmativo, se resiste a essas críticas. POPPER, Karl. Conjecturas e refutações. Trad. Sérgio Bath. Brasília: UnB, 1982. p. 284.
Com base no texto e nos conhecimentos sobre a filosofia de Popper, assinale a alternativa correta.
A concepção de ciência da qual fala Popper é aquela que possui o princípio de verificabilidade, com proposições rigorosas que procuram corrigir as teorias científicas.
Esta alternativa está incorreta. A concepção de ciência de Popper não se baseia no princípio de verificabilidade, mas sim no princípio de falsificabilidade. Enquanto o verificabilismo, associado a filósofos como os do Círculo de Viena, defende que uma teoria é científica se puder ser verificada empiricamente, Popper argumenta que uma teoria é científica se puder ser falsificada. Em outras palavras, uma teoria deve poder ser colocada à prova e potencialmente refutada por evidências.
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Uma teoria científica é verdadeira se suas proposições são empiricamente falsificáveis via testes, permitindo que sejam autocorrigidas e desenvolvidas na direção de uma verdade objetiva.
Esta alternativa está correta. Popper defende que uma teoria científica deve ser falsificável, ou seja, deve permitir a possibilidade de ser refutada por meio de testes empíricos. Segundo ele, isso é crucial para o desenvolvimento científico, pois teorias que não podem ser testadas e potencialmente refutadas não contribuem para o avanço do conhecimento científico. Essa visão enfatiza a importância de submeter teorias à crítica rigorosa como parte do método científico.
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Os testes empíricos nas ciências humanas, tais como psicologia e sociologia, visam confirmar seu valor de cientificidade, pois suas teorias são falsificáveis.
Esta alternativa está incorreta. Embora Popper defenda que tanto as ciências naturais quanto as ciências humanas deveriam produzir teorias falsificáveis, ele não afirma que testes empíricos em áreas como psicologia e sociologia visam confirmar o valor dessas disciplinas como científicas. Na verdade, Popper critica a ideia de que o objetivo é 'confirmar' teorias, defendendo que a ciência deve se concentrar em tentar refutar teorias para realmente testar sua validade e robustez.
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A concepção de ciência que Popper sustenta é a passivista ou receptacular, na qual as teorias científicas são elaboradas por meio dos sentidos e o erro surge ao interferirmos nos dados obtidos da experiência.
Esta alternativa está incorreta. A visão de Popper da ciência não é a passivista ou receptacular. Ele não acredita que a ciência se baseia apenas na coleta passiva de dados pelos sentidos. Em vez disso, Popper sustenta que a ciência é ativa e crítica, com teorias sendo desenvolvidas e testadas constantemente. O erro não surge simplesmente da interferência nos dados da experiência, mas sim do processo natural de conjecturar hipóteses que são, então, submetidas a testes rigorosos que podem refutá-las.
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A ciência busca alcançar o conhecimento de tipo essencial, pois ele garante a verdade de uma teoria científica, permitindo o desenvolvimento em direção à verdade objetiva visada pela ciência.
Esta alternativa está incorreta. Karl Popper não acredita que a ciência busca alcançar um conhecimento de tipo essencial que garante a verdade de uma teoria científica. Na filosofia de Popper, o destaque não está na busca por verdades eternas ou essências fixas, mas sim no processo contínuo de conjectura e refutação. Para ele, a ciência avança ao questionar e tentar falsificar teorias, não ao simplesmente afirmar verdades absolutas.
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