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Questões sobre dualismo de Descartes
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Qual destas é uma crítica comum ao dualismo de substâncias de Descartes?
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É incompatível com a nossa experiência cotidiana de unidade mente-corpo.Essa alternativa está correta, pois uma crítica comum ao dualismo de substâncias de Descartes é que ele não condiz com a nossa experiência diária. Na prática, percebemos que mente e corpo funcionam como uma unidade, enquanto o dualismo propõe que são duas substâncias separadas e distintas.
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Depende de uma visão antiquada da física.Correto. O dualismo cartesiano de substâncias se baseia em uma visão de mundo em que a realidade é composta por substâncias independentes, e não leva em conta os desenvolvimentos modernos da física, que sugerem uma visão mais integrada do universo.
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Falha em explicar como a mente e o corpo interagem.Exato! Esta é uma crítica central ao dualismo de Descartes: ele não consegue explicar satisfatoriamente como duas substâncias tão diferentes como mente e corpo podem interagir. Descartes sugeriu que isso ocorresse através da glândula pineal, mas essa explicação não é convincente para muitos filósofos e cientistas porque não esclarece o mecanismo de interação.
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Sustenta que a mente é apenas um produto do cérebro.Esta alternativa está incorreta. O dualismo de substâncias de Descartes sustenta o oposto: que a mente é uma substância separada e distinta do corpo (não é simplesmente um produto do cérebro). Um sistema que afirma que a mente é apenas um produto do cérebro estaria alinhado ao monismo materialista, não ao dualismo.
O dualismo cartesiano tem um problema de difícil solução: como ocorre a interação entre a mente e o corpo. Descartes procurou resolver esse problema dizendo que a interação entre um e outro ocorria na chamada glândula pineal, através de “espíritos vitais”.
Por que o dualismo de mente e corpo está sujeito ao problema de interação?
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Porque a mente é uma res extensa.Esta alternativa está incorreta. Descartes definiu a mente como "res cogitans" (coisa pensante), e não como "res extensa" (coisa extensa), que é o termo que ele usou para se referir ao corpo físico. Essa distinção é essencial para seu dualismo, pois enfatiza que a mente e o corpo pertencem a categorias ontológicas diferentes.
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Porque mente e corpo possuem propriedades completamente distintas.Esta alternativa está correta. No dualismo cartesiano, a mente é definida como "res cogitans", ou seja, uma substância pensante, enquanto o corpo é "res extensa", uma substância extensa ou física. Essa diferença fundamental de propriedades significa que eles existem em domínios separados (mental vs físico), criando o famoso problema de como esses dois domínios interagem se são tão diferentes na sua essência.
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Porque a única forma pela qual a mente e o corpo podem interagir é através do cérebro, mas esse era um órgão desconhecido na época de DescartesEsta alternativa está incorreta. O cérebro e outras partes do corpo humano já eram bem conhecidos durante a época de Descartes. Além disso, Descartes identificou a glândula pineal como o ponto de interação entre a mente e o corpo, mostrando que ele tinha alguma familiaridade com a anatomia relevante. O problema do dualismo não era o desconhecimento do cérebro, mas sim como a mente imaterial pode interagir com um corpo material.
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Porque, de acordo com a física da época de Descartes, um objeto material era incapaz de interagir com a mente.Esta alternativa está correta, pois, de acordo com a física newtoniana predominante no tempo de Descartes, todos os fenômenos eram explicados em termos de movimento e matéria. A mente, sendo não material, não podia ser diretamente explicada pelos princípios físicos conhecidos, o que tornava a interação entre a mente e o corpo material um problema. Descartes tentou resolver isso teorizando sobre a glândula pineal, mas essa tentativa não explicou satisfatoriamente como uma substância imaterial poderia causar efeitos em uma substância material.
Elisabeth da Bohemia foi uma filósofa que manteve uma longa correspondência com René Descartes entre 1643 e 1649. Numa de suas cartas, escreveu o seguinte:
"Rogo que me diga como a alma do homem (que não passa de uma substância pensante) pode determinar que os espíritos do corpo produzam ações voluntárias. Porque parece que cada determinação de movimento acontece a partir de um impulso da coisa movida, de acordo com a maneira pela qual ela é empurrada por aquilo que a move, ou então, depende da qualificação e da forma das superfícies do último. O contato é necessário para as duas primeiras condições, e a extensão para a terceira. Você exclui totalmente a extensão da sua noção de alma, e o contato parece-me incompatível com uma coisa imaterial. E por isso que peço a você uma definição de alma mais particular do que em sua Metafísica — isto é, uma definição da substância separada de sua ação, o pensamento."
"Rogo que me diga como a alma do homem (que não passa de uma substância pensante) pode determinar que os espíritos do corpo produzam ações voluntárias. Porque parece que cada determinação de movimento acontece a partir de um impulso da coisa movida, de acordo com a maneira pela qual ela é empurrada por aquilo que a move, ou então, depende da qualificação e da forma das superfícies do último. O contato é necessário para as duas primeiras condições, e a extensão para a terceira. Você exclui totalmente a extensão da sua noção de alma, e o contato parece-me incompatível com uma coisa imaterial. E por isso que peço a você uma definição de alma mais particular do que em sua Metafísica — isto é, uma definição da substância separada de sua ação, o pensamento."
De acordo com esse trecho da carta, podemos concluir que Elisabeth estava:
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Totalmente de acordo com o dualismo substancial de Descartes.Elisabeth da Bohemia, na carta mencionada, não está expressando total concordância com o dualismo substancial de Descartes. Pelo contrário, ela está levantando uma dúvida crucial sobre um dos aspectos centrais desse dualismo: a interação entre substâncias. Ela questiona como algo imaterial como a alma, definida por Descartes como apenas pensante e sem extensão, pode interagir e provocar movimentos em algo material, como o corpo humano. Se estivesse totalmente de acordo, a questão levantada por ela não faria sentido, pois aceitaria sem dúvida essa interação. Portanto, essa alternativa está incorreta.
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Ignorando o papel de Deus na interação entre mente e corpo proposta por Descartes.Na verdade, a carta de Elisabeth não menciona, de forma direta, questões relacionadas ao papel de Deus na interação entre mente e corpo. Ela está mais focada nos aspectos físicos e teóricos da interação entre substâncias material e imaterial que propriamente na intervenção ou no papel que Deus possa desempenhar. Assim, esta alternativa não abrange o ponto central da questão levantada por Elisabeth, tornando-a incorreta.
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Propondo uma alternativa ao dualismo, onde mente e corpo seriam a mesma substância.Elisabeth não está propondo uma alternativa monista onde mente e corpo sejam a mesma substância. O foco de sua carta é questionar a viabilidade da interação entre duas substâncias distintas, não propor uma solução alternativa ou sugerir que mente e corpo sejam idênticos. Portanto, essa leitura está incorreta. Ela está pedindo por uma explicação ou definição que esclareça o dualismo de modo que a interação pareça possível, mas não apresenta nesse trecho qualquer sugestão de que a mente e o corpo seriam a mesma substância.
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Questionando a possibilidade de interação entre uma substância imaterial e uma substância material.Aqui, temos uma alternativa correta. No trecho da carta, Elisabeth evidencia seu ceticismo quanto à interação entre a alma (ou mente), que, segundo Descartes, é uma substância pensante e imaterial, e o corpo, que é material. Sua preocupação gira em torno de como uma coisa imaterial poderia influenciar algo material, já que, segundo ela, isso exigiria contato ou extensão, características que Descartes nega à alma. Assim, sua dúvida diretamente levanta a questão da interação entre duas substâncias distintas, um ponto problemático no dualismo cartesiano.
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Rejeitando a ideia de que a mente é uma substância pensante.Elisabeth não rejeita a noção de que a mente seja uma substância pensante; ela parece aceitar essa parte da definição de Descartes. O que ela está fazendo é levantar uma dúvida sobre como tal substância pode interagir com a substância física do corpo, dado que é definida como desprovida de extensão e contato. Portanto, a alternativa que aponta para uma rejeição da ideia da mente como substância pensante está incorreta.
O dualismo cartesiano afirma a existência de duas substâncias, a res extensa (matéria, corpo) e a res cogitans (espírito, alma, mente).
Assinale a alternativa INCORRETA.
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A res extensa possui extensão e é divisível.Essa opção está correta. Dentro do dualismo cartesiano, a res extensa é caracterizada por ter extensão física. Isso significa que ela ocupa espaço e é divisível. A res extensa refere-se, portanto, aos aspectos físicos da existência, como o corpo e o mundo material que funciona de acordo com as leis físicas.
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O espírito está fora das leis da física e possui liberdade.Essa alegação está correta dentro do contexto do dualismo cartesiano. De acordo com Descartes, o espírito ou a mente (res cogitans) não está sujeita às leis da física. A mente tem liberdade, é indivisível e não possui extensão. Este conceito de liberdade contrasta com o determinismo da res extensa.
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O universo da matéria é regido pelas leis da física de forma determinista.Essa opção está correta. No dualismo cartesiano, o universo material, ou a res extensa, é regido por leis físicas de forma determinista. Isso significa que a matéria se comporta de acordo com regras fixas e previsíveis, como as leis de Newton, que eram bem conhecidas à época de Descartes.
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A mente não é a única capaz de ter estados conscientes, como pensamento, desejos, dúvidas.Esta afirmação está incorreta. No dualismo cartesiano, apenas a mente ou a res cogitans é capaz de ter estados conscientes, como pensamento, desejos e dúvidas. A res extensa, por ser de natureza material e divisível, não possui a capacidade de consciência ou pensamento. Apenas a res cogitans, que não tem extensão física e é considerada indivisível, possui essa característica.
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O cérebro é considerado uma res cogitans.Esta alternativa está incorreta. No dualismo cartesiano de Descartes, o cérebro não é uma res cogitans, mas parte da res extensa. O cérebro é um órgão físico que faz parte do corpo material. A res cogitans refere-se à mente ou à alma, que é imaterial, não tem extensão e é capaz de pensamento e consciência.
A questão fundamental da filosofia da mente é “qual a natureza da mente?” Uma das respostas a essa questão é conhecida como dualismo de mente-corpo. Descartes foi um dos defensores mais destacados dessa concepção.
De acordo com o filósofo,
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a existência do corpo é mais certa do que a existência da mente, já que o corpo pode ser observado enquanto que podemos apenas supor com base em certos indícios a existência da mente.Essa alternativa está incorreta. Na filosofia de Descartes, o conceito de "Cogito, ergo sum" ("Penso, logo existo") indica que a existência da mente é a primeira e mais certa de todas as verdades. Para Descartes, a mente é algo que pensa e, através da dúvida metódica, ele conclui que a única certeza inicial é a existência do próprio pensamento, ou seja, da mente, diferentemente do corpo, que pode ser posto em dúvida, já que seus sentidos podem enganar.
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mente e corpo são duas substâncias diferentes, mas interdependentes, já que uma não funciona ou existe sem a outra.Esta alternativa não está correta. Segundo Descartes, a mente e o corpo são substâncias distintas e independentes. O dualismo cartesiano afirma que a mente (ou a alma) é uma substância pensante, que não está subordinada às propriedades físicas, como o corpo. Apesar de haver uma interação entre elas, como ele sugere na sua teoria da glândula pineal, a independência de existência é uma característica do dualismo cartesiano.
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a mente é capaz de existir mesmo depois da morte do corpo, caso em que o corpo morre e amente sobrevive.Esta alternativa está correta. Descartes, em sua concepção dualista, defende a ideia de que a mente e o corpo são substâncias distintas. Segundo ele, a mente, ou a alma, é imaterial e pode continuar a existir após a morte do corpo físico. Essa é a base do dualismo mente-corpo de Descartes, onde a mente tem uma existência não dependente das condições materiais do corpo.
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o corpo é capaz de existir mesmo com a morte da mente, como ocorre em casos nos quais as pessoas ficam em coma pelo resto de suas vidas.Esta alternativa não está correta no contexto da filosofia de Descartes, já que ele não relaciona a mente apenas a estados de consciência ou funcionalidade cognitiva, mas a uma substância pensante e imaterial que transcende as condições físicas do corpo. Embora a função do corpo sem a mente em coma seja uma observação biológica possível, isso não reflete a visão cartesiana do dualismo.
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