Questões sobre dualismo de propriedades

O que o argumento de Thomas Nagel "Como é ser um morcego" tenta ilustrar?

A maneira como os morcegos usam a ecolocalização.

Esta alternativa está incorreta. O argumento de Thomas Nagel em "Como é ser um morcego?" não está focado na maneira como os morcegos usam a ecolocalização por si só. O ponto central do texto não é a ecolocalização em si, mas o uso desta habilidade como uma metáfora para explicar o que é ter a experiência subjetiva de um morcego, algo que vai além do entendimento através de descrições objetivas e científicas.
A ideia de que a experiência subjetiva é inacessível à ciência objetiva, apresentando um problema para o fisicalismo.

Essa alternativa está correta. Thomas Nagel, em seu famoso ensaio "Como é ser um morcego?", argumenta que mesmo uma compreensão completa da estrutura física do cérebro não nos daria o conhecimento da experiência subjetiva de outro ser. Ele propõe que a consciência tem um aspecto subjetivo único que não pode ser capturado totalmente pela ciência objetiva, criando um desafio para o fisicalismo, que é a ideia de que tudo pode ser explicado pelos processos físicos.
A falta de entendimento humano sobre as experiências subjetivas dos morcegos.

Esta alternativa está parcialmente correta, mas não é a essência do argumento de Nagel. Embora ele discuta a dificuldade que os humanos têm em compreender a experiência subjetiva dos morcegos, o objetivo principal é usar essa dificuldade como uma forma de criticar a ideia de que a consciência pode ser completamente explicada por teorias físicas ou objetivas.
Como os humanos podem aprender a navegar usando a ecolocalização como os morcegos.

Esta alternativa está incorreta. Embora a ecolocalização seja mencionada no texto, Nagel não está defendendo que os humanos possam ou devam aprender a navegar como os morcegos. A menção à ecolocalização serve apenas para ilustrar o quão diferente pode ser a experiência consciente subjetiva entre espécies diferentes, destacando o quão inacessíveis são essas experiências.

De acordo com a teoria do epifenomenalismo, o que causa os estados emocionais?

Os estados emocionais são causados por atividades físicas no cérebro.

Essa alternativa está correta. De acordo com o epifenomenalismo, uma das principais ideias é que os estados mentais, como as emoções, são causados por processos físicos no cérebro, mas que em si não causam nada. Eles são como um subproduto, similar ao vapor que sai de uma locomotiva a vapor: é produzido pelo movimento da máquina, mas não influencia o funcionamento dela.
Os estados emocionais causam atividades físicas no cérebro.

Essa alternativa está incorreta. No epifenomenalismo, os estados emocionais, ou mentais em geral, não causam atividades físicas no cérebro. Eles são vistos como um subproduto desses processos, ou seja, ocorrem em consequência das atividades cerebrais, mas não têm influência causal sobre elas.
Os estados emocionais são independente de atividades físicas no cérebro.

Essa alternativa está incorreta. No epifenomenalismo, os estados emocionais não são independentes das atividades físicas no cérebro. Pelo contrário, eles são vistos como sendo causados por essas atividades, embora não tenham efeito causal sobre elas por serem considerados como epifenômenos.
Os estados emocionais causam e são causados por atividades físicas no cérebro.

Essa alternativa está incorreta. O epifenomenalismo não aceita que os estados emocionais causem atividades físicas no cérebro. Ele afirma que os estados emocionais são causados por processos físicos, mas não têm nenhum efeito sobre esses processos. Portanto, os estados emocionais e as atividades físicas não têm uma relação causal mútua.

O que o "problema de Mary" apresentado por Frank Jackson sugere?

Que ver o vermelho pela primeira vez não proporciona nenhuma experiência nova.

Essa alternativa está incorreta. Ver o vermelho pela primeira vez proporciona a Mary uma nova experiência, um tipo de conhecimento que ela ainda não tinha, mesmo sabendo tudo sobre as propriedades físicas da cor. Essa experiência adiciona uma dimensão qualitativa que vai além dos dados físicos.
Que a física pode capturar todos os aspectos da experiência de ver o vermelho.

Essa alternativa está incorreta. O problema de Mary é usado para argumentar que a física não pode capturar todos os aspectos da experiência, especialmente a experiência subjetiva ou qualitativa de ver uma cor. As famosas 'qualia', ou qualidades subjetivas da experiência, são o conhecimento que Mary adquire quando ela vê o vermelho pela primeira vez.
Que mesmo tendo todo o conhecimento físico sobre uma cor, a experiência subjetiva de vê-la fornece um novo conhecimento.

Essa alternativa está correta. O experimento mental do problema de Mary sugere que, mesmo que alguém conheça todos os fatos físicos sobre uma experiência, ainda há algo novo a ser aprendido ao passar por essa experiência. No caso de Mary, ainda que ela saiba tudo sobre as propriedades físicas do vermelho, a experiência subjetiva de ver essa cor pela primeira vez adiciona algo novo ao seu conhecimento.
Que a experiência de ver o vermelho pode ser totalmente explicada pela física.

Essa alternativa está incorreta. O problema de Mary sugere justamente o contrário: que a experiência de ver uma cor como o vermelho não pode ser totalmente explicada apenas pela física. Mary sabe tudo sobre a cor vermelha em termos físicos, mas nunca a viu. Quando ela a vê, experimenta algo novo, que sua compreensão física não capturou.

Segundo o dualismo de substância, a mente e o corpo são:

A mesma substância, sendo a distinção entre mental e físico apenas uma questão de perspectiva.

Esta alternativa é incorreta. Ela se refere a um conceito mais próximo do dualismo de propriedade ou do monismo neutro, onde a distinção é de perspectiva, não de substância. Mas no dualismo de substância, como proposto por Descartes, mente e corpo são substâncias completamente diferentes: uma é a 'res cogitans', a outra é a 'res extensa'.
Aspectos diferentes da mesma entidade fundamental, não existindo separadamente.

Esta alternativa está incorreta. Essa descrição está mais alinhada com o monismo, especificamente o monismo de propriedade ou o epifenomenalismo, onde mente e corpo são vistos como diferentes manifestações de uma única substância. No dualismo de substância, mente e corpo são entendidos como entidades distintas.
Tipos distintos de substâncias ou entidades que interagem de alguma forma, implicando uma distinção clara e categórica entre o mental e o físico.

Esta alternativa está correta. O dualismo de substância, proposto por René Descartes, afirma que a mente e o corpo são substâncias diferentes. A mente é imaterial e pensa, enquanto o corpo é material e se governa pelas leis físicas. Eles são distintos, mas interagem entre si, por exemplo, através da glândula pineal segundo Descartes.
Não são discutidos dentro da teoria do dualismo de substância, que se concentra apenas na natureza da matéria.

Esta alternativa está incorreta. O dualismo de substância aborda precisamente a diferença entre a mente (mental) e o corpo (físico), reconhecendo-os como substâncias distintas e independentes que interagem de alguma forma.

O que é epifenomenalismo, conforme defendido por Frank Jackson?

A teoria de que a consciência influencia a atividade física do cérebro.

Essa opção está incorreta. O epifenomenalismo, conforme defendido por Frank Jackson, argumenta que a consciência não influencia a atividade física do cérebro. A ideia central é que a consciência, incluindo os qualia, são subprodutos da atividade cerebral e não têm influência causal sobre processos físicos. Assim, esta opção contraria diretamente a tese central do epifenomenalismo.
A teoria de que a consciência e o cérebro são substâncias separadas.

Essa alternativa está incorreta. A ideia de que a consciência e o cérebro são substâncias separadas está mais alinhada com o dualismo cartesiano, que postula a existência de duas substâncias distintas: a mente e o corpo. O epifenomenalismo, por outro lado, geralmente se insere dentro de um contexto monista, onde os estados mentais são considerados fenômenos secundários resultantes das atividades do cérebro, sem eficácia causal sobre ele.
A teoria de que a consciência é causada pela atividade física do cérebro.

Essa opção está incorreta. Enquanto é verdade que o epifenomenalismo aceita que a atividade física do cérebro possa ser a causa dos estados conscientes, a definição dessa alternativa não capta o ponto principal do epifenomenalismo. O foco do epifenomenalismo, e da defesa de Frank Jackson, está na ideia de que estados conscientes, como os qualia, não têm poder causal. Essa explicação se concentra apenas na origem da consciência, mas o epifenomenalismo enfatiza a ausência de qualquer impacto causal da consciência sobre o cérebro.
A teoria de que os qualia são causados por atividades físicas do cérebro, mas não têm influência causal nelas.

Essa é a alternativa correta. De acordo com o epifenomenalismo, os qualia, que são as experiências subjetivas de consciência, são causados por processos físicos do cérebro, mas não exercem nenhuma influência causal sobre esses processos. Essa visão sugere que, embora tenhamos experiências conscientes que acompanham muitos eventos cerebrais, essas experiências não afetam o funcionamento físico do nosso cérebro.

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