Os produtos e seu consumo constituem a meta declarada do empreendimento tecnológico. Essa meta foi proposta pela primeira vez no início da Modernidade, como expectativa de que o homem poderia dominar a natureza. No entanto, essa expectativa, convertida em programa anunciado por pensadores como Descartes e Bacon e impulsionado pelo Iluminismo, não surgiu “de um prazer de poder”, “de um mero imperialismo humano”, mas da aspiração de libertar o homem e de enriquecer sua vida, física e culturalmente. CUPANI, A. A tecnologia como problema filosófico: três enfoques. Scientiae Studia, São Paulo, v. 2, n. 4, 2004 (adaptado).
Autores da filosofia moderna, notadamente Descartes e Bacon, e o projeto iluminista concebem a ciência como uma forma de saber que almeja libertar o homem das intempéries da natureza. Nesse contexto, a investigação científica consiste em
oferecer a última palavra acerca das coisas que existem e ocupar o lugar que outrora foi da filosofia.
explicitar as leis gerais que permitem interpretar a natureza e eliminar os discursos éticos e religiosos.
explicar a dinâmica presente entre os fenômenos naturais e impor limites aos debates acadêmicos.
ser a expressão da razão e servir de modelo para outras áreas do saber que almejam o progresso.
expor a essência da verdade e resolver definitivamente as disputas teóricas ainda existentes.
Se me mostrarem um único ser vivo que não tenha ancestral, minha teoria poderá ser enterrada. (Charles Darwin) Sobre essa frase, afirmou-se que:
I. Contrapõe-se ao criacionismo religioso.
II. Contrapõe-se ao essencialismo de Platão, segundo o qual todas as espécies têm uma essência fixa e eterna.
III. Sugere uma possibilidade que, se comprovada, poderia refutar a hipótese evolutiva darwiniana.
IV. Propõe que as espécies atuais evoluíram a partir da modificação de espécies ancestrais, não aparentadas entre si.
V. Nega a existência de espécies extintas, que não deixaram descendentes.
É correto o que se afirma em
I, II e III, apenas.
I, II, III, IV e V.
II e III, apenas.
IV, apenas.
III e IV, apenas.
Há muitas razões para valorizar a ciência. A importância de prever e explicar fenômenos naturais e facilitar nosso controle de ambientes hostis, facilitando nossa adaptação, é uma delas. Em função do sucesso que a ciência tem em explicar muitos fenômenos, a maioria das pessoas não diretamente envolvidas com atividades científicas tendem a pensar que uma teoria científica é um conjunto de leis verdadeiras e infalíveis sobre o mundo natural. Mudanças teóricas radicais na história da ciência (como a substituição de um modelo geocêntrico por um modelo heliocêntrico de explicação do movimento planetário) levaram filósofos a suspeitar dessa imagem das teorias científicas. A teoria da ciência do físico e filósofo austríaco Karl Popper se caracterizou por sustentar que as leis científicas possuem um caráter
I - hipotético e provisório.
II - assistemático e irracional.
III - matemático e formal.
IV - contraditório e tautológico.
É/São verdadeira(s) a(s) assertiva(s)
III apenas.
I e II apenas.
III e IV apenas.
I apenas.
II e IV apenas.
“A ideia de conduzir os negócios da ciência com o auxílio de um método que encerre princípios firmes, imutáveis e incondicionalmente obrigatórios, vê-se diante de considerável dificuldade, quando posta em confronto com os resultados da pesquisa histórica. Verificamos, fazendo um confronto, que não há uma só regra, embora plausível e bem fundada na epistemologia, que deixe de ser violada em algum momento. Torna-se claro que tais violações não são eventos acidentais, não são o resultado de conhecimento insuficiente ou de desatenção que poderia ter sido evitada. Percebemos, ao contrário, que as violações são necessárias para o progresso. Com efeito, um dos notáveis traços dos recentes debates travados em torno da história e da filosofia da ciência é a compreensão de que acontecimentos e desenvolvimentos tais como a invenção do atomismo na Antiguidade, a revolução copernicana, o surgimento do moderno atomismo (teoria cinética; teoria da dispersão; estereoquímica; teoria quântica), o aparecimento gradual da teoria ondulatória da luz só ocorreram porque alguns pensadores decidiram não se deixar limitar por certas regras metodológicas ‘óbvias’ ou porque involuntariamente as violaram.” Paul Feyerabend. Considerando o texto acima, que trata do método na ciência, seguem as afirmativas abaixo:
I. A história da atividade científica, segundo Feyerabend, mostra que os resultados alcançados pela ciência são fruto da perseverança e do trabalho duro dos cientistas em torno de um conjunto de métodos precisos.
II. O método em ciência, visto como a construção de um caminho que leve, inevitavelmente, a um conjunto de verdades imutáveis, é algo sumamente problemático.
III. O surgimento de avanços científicos significativos está intimamente ligado à violação involuntária de regras de método que, na sua simplicidade, emperram o avanço científico.
IV. Dada qualquer regra, por mais fundamental que se apresente para a ciência, sempre surgirão ocasiões nas quais é conveniente ignorar a regra e mesmo adotar uma regra contrária.
V. A epistemologia, à luz da pesquisa histórica, apresenta um conjunto de eventos não acidentais que se mostraram decisivos quando se trata de compreender o desenvolvimento exitoso de seus resultados.
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