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Questões sobre dualismo de Descartes
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Um dos desafios do dualismo substancial de Descartes é o "problema da interação". O que isso significa?
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Como podemos conhecer outras mentes se elas são substâncias não-físicas.Esta alternativa está incorreta. Embora conhecer outras mentes seja um tópico interessante, não é o foco do problema de interação no dualismo de Descartes. Descartes não se preocupava tanto com o acesso a outras mentes, mas sim com a questão de como a mente e o corpo, como substâncias distintas, poderiam interagir entre si.
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Por que existem duas substâncias distintas em vez de uma única substância que incorpora mente e corpo.Esta alternativa está incorreta. Essa é uma crítica ao dualismo em geral, conhecida como "problema da duplicação", que questiona a necessidade de duas substâncias em vez de apenas uma. Porém, não se refere diretamente ao "problema da interação", que é especificamente sobre como as duas substâncias distintas interagem.
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Como as substâncias físicas e não-físicas podem coexistir no mesmo universo.Esta alternativa não está correta. A coexistência de substâncias no mesmo universo é uma questão mais geral e não encapsula especificamente o "problema da interação". O desafio para o dualismo de Descartes é menos sobre a coexistência e mais sobre a interação entre substâncias de naturezas fundamentalmente diferentes.
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Como uma mente não-física pode influenciar um corpo físico, e vice-versa.Esta alternativa está correta e resume o principal desafio levantado contra o dualismo de Descartes. O filósofo argumentava que a mente e o corpo são substâncias distintas — a primeira não-física e a segunda física. O problema surge quando se tenta explicar como duas substâncias tão diferentes poderiam influenciar uma à outra. Por exemplo, como um desejo mental pode provocar uma ação física se são de naturezas tão distintas? Nesse ponto, o "problema da interação" questiona a viabilidade dessa influência mútua.
A questão fundamental da filosofia da mente é “qual a natureza da mente?” Uma das respostas a essa questão é conhecida como dualismo de mente-corpo. Descartes foi um dos defensores mais destacados dessa concepção.
De acordo com o filósofo,
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mente e corpo são duas substâncias diferentes, mas interdependentes, já que uma não funciona ou existe sem a outra.Esta alternativa não está correta. Segundo Descartes, a mente e o corpo são substâncias distintas e independentes. O dualismo cartesiano afirma que a mente (ou a alma) é uma substância pensante, que não está subordinada às propriedades físicas, como o corpo. Apesar de haver uma interação entre elas, como ele sugere na sua teoria da glândula pineal, a independência de existência é uma característica do dualismo cartesiano.
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a existência do corpo é mais certa do que a existência da mente, já que o corpo pode ser observado enquanto que podemos apenas supor com base em certos indícios a existência da mente.Essa alternativa está incorreta. Na filosofia de Descartes, o conceito de "Cogito, ergo sum" ("Penso, logo existo") indica que a existência da mente é a primeira e mais certa de todas as verdades. Para Descartes, a mente é algo que pensa e, através da dúvida metódica, ele conclui que a única certeza inicial é a existência do próprio pensamento, ou seja, da mente, diferentemente do corpo, que pode ser posto em dúvida, já que seus sentidos podem enganar.
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o corpo é capaz de existir mesmo com a morte da mente, como ocorre em casos nos quais as pessoas ficam em coma pelo resto de suas vidas.Esta alternativa não está correta no contexto da filosofia de Descartes, já que ele não relaciona a mente apenas a estados de consciência ou funcionalidade cognitiva, mas a uma substância pensante e imaterial que transcende as condições físicas do corpo. Embora a função do corpo sem a mente em coma seja uma observação biológica possível, isso não reflete a visão cartesiana do dualismo.
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a mente é capaz de existir mesmo depois da morte do corpo, caso em que o corpo morre e amente sobrevive.Esta alternativa está correta. Descartes, em sua concepção dualista, defende a ideia de que a mente e o corpo são substâncias distintas. Segundo ele, a mente, ou a alma, é imaterial e pode continuar a existir após a morte do corpo físico. Essa é a base do dualismo mente-corpo de Descartes, onde a mente tem uma existência não dependente das condições materiais do corpo.
A noção de dualismo mente-corpo de Descartes enfrenta um desafio com relação à interação entre a mente e o corpo. Como ele tentou resolver este problema?
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Ele negou a existência da mente.Essa alternativa está incorreta. Descartes nunca negou a existência da mente. Pelo contrário, ele é bem conhecido por sua afirmação "Penso, logo existo", que coloca a existência da mente ou do pensamento como certa e fundamental. Ele defendia que a mente era uma substância distinta com existência própria, separada do corpo físico.
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Ele afirmou que a mente e o corpo não interagem.Essa alternativa está incorreta. Descartes não afirmou que a mente e o corpo não interagem. Na verdade, um dos pontos centrais do dualismo cartesiano é que, apesar de serem substâncias diferentes, há uma interação entre a mente e o corpo. Ele tentou resolver o problema da interação ao sugerir que a glândula pineal seria o ponto de contato entre as duas.
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Ele sugeriu que a interação ocorre através da glândula pineal.Essa alternativa está correta. Descartes acreditava que a mente (ou alma) e o corpo são duas substâncias distintas - uma é imaterial e a outra é material. No entanto, ele propôs que elas interagem entre si. Para explicar como isso poderia ocorrer, Descartes sugeriu que a glândula pineal, uma pequena estrutura no cérebro, seria o ponto de interação entre a mente e o corpo. Ele escolheu a glândula pineal porque é uma estrutura única no cérebro, ao contrário da maioria das outras que existem em pares, e por isso ele acreditava que poderia servir como o local de interseção das duas substâncias. Apesar de ser uma proposta interessante, a ideia de Descartes enfrentou críticas, pois não explicava satisfatoriamente como duas substâncias tão diferentes poderiam interagir.
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Ele sugeriu que a mente e o corpo são a mesma substância.Essa alternativa está incorreta. Descartes não sugeriu que a mente e o corpo são a mesma substância. Pelo contrário, ele é famoso por sua tese dualista, que postula que a mente (ou alma) e o corpo são substâncias distintas com propriedades diferentes: a mente é imaterial e pensante, enquanto o corpo é material e extenso.
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Ele propôs que a interação é puramente psicológica, não física.Essa alternativa está incorreta. Descartes não propôs que a interação entre a mente e o corpo é puramente psicológica e não física. Na verdade, ele acreditava que, apesar de a mente ser imaterial, ela pode influenciar o corpo físico e vice-versa. Esse é justamente o problema principal do dualismo cartesiano: explicar como duas substâncias tão diferentes podem interagir. Ele tentou abordá-lo sugerindo a glândula pineal como o local de interação.
O dualismo cartesiano tem um problema de difícil solução: como ocorre a interação entre a mente e o corpo. Descartes procurou resolver esse problema dizendo que a interação entre um e outro ocorria na chamada glândula pineal, através de “espíritos vitais”.
Por que o dualismo de mente e corpo está sujeito ao problema de interação?
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Porque mente e corpo possuem propriedades completamente distintas.Esta alternativa está correta. No dualismo cartesiano, a mente é definida como "res cogitans", ou seja, uma substância pensante, enquanto o corpo é "res extensa", uma substância extensa ou física. Essa diferença fundamental de propriedades significa que eles existem em domínios separados (mental vs físico), criando o famoso problema de como esses dois domínios interagem se são tão diferentes na sua essência.
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Porque a única forma pela qual a mente e o corpo podem interagir é através do cérebro, mas esse era um órgão desconhecido na época de DescartesEsta alternativa está incorreta. O cérebro e outras partes do corpo humano já eram bem conhecidos durante a época de Descartes. Além disso, Descartes identificou a glândula pineal como o ponto de interação entre a mente e o corpo, mostrando que ele tinha alguma familiaridade com a anatomia relevante. O problema do dualismo não era o desconhecimento do cérebro, mas sim como a mente imaterial pode interagir com um corpo material.
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Porque a mente é uma res extensa.Esta alternativa está incorreta. Descartes definiu a mente como "res cogitans" (coisa pensante), e não como "res extensa" (coisa extensa), que é o termo que ele usou para se referir ao corpo físico. Essa distinção é essencial para seu dualismo, pois enfatiza que a mente e o corpo pertencem a categorias ontológicas diferentes.
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Porque, de acordo com a física da época de Descartes, um objeto material era incapaz de interagir com a mente.Esta alternativa está correta, pois, de acordo com a física newtoniana predominante no tempo de Descartes, todos os fenômenos eram explicados em termos de movimento e matéria. A mente, sendo não material, não podia ser diretamente explicada pelos princípios físicos conhecidos, o que tornava a interação entre a mente e o corpo material um problema. Descartes tentou resolver isso teorizando sobre a glândula pineal, mas essa tentativa não explicou satisfatoriamente como uma substância imaterial poderia causar efeitos em uma substância material.
Elisabeth da Bohemia foi uma filósofa que manteve uma longa correspondência com René Descartes entre 1643 e 1649. Numa de suas cartas, escreveu o seguinte:
"Rogo que me diga como a alma do homem (que não passa de uma substância pensante) pode determinar que os espíritos do corpo produzam ações voluntárias. Porque parece que cada determinação de movimento acontece a partir de um impulso da coisa movida, de acordo com a maneira pela qual ela é empurrada por aquilo que a move, ou então, depende da qualificação e da forma das superfícies do último. O contato é necessário para as duas primeiras condições, e a extensão para a terceira. Você exclui totalmente a extensão da sua noção de alma, e o contato parece-me incompatível com uma coisa imaterial. E por isso que peço a você uma definição de alma mais particular do que em sua Metafísica — isto é, uma definição da substância separada de sua ação, o pensamento."
"Rogo que me diga como a alma do homem (que não passa de uma substância pensante) pode determinar que os espíritos do corpo produzam ações voluntárias. Porque parece que cada determinação de movimento acontece a partir de um impulso da coisa movida, de acordo com a maneira pela qual ela é empurrada por aquilo que a move, ou então, depende da qualificação e da forma das superfícies do último. O contato é necessário para as duas primeiras condições, e a extensão para a terceira. Você exclui totalmente a extensão da sua noção de alma, e o contato parece-me incompatível com uma coisa imaterial. E por isso que peço a você uma definição de alma mais particular do que em sua Metafísica — isto é, uma definição da substância separada de sua ação, o pensamento."
De acordo com esse trecho da carta, podemos concluir que Elisabeth estava:
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Ignorando o papel de Deus na interação entre mente e corpo proposta por Descartes.Na verdade, a carta de Elisabeth não menciona, de forma direta, questões relacionadas ao papel de Deus na interação entre mente e corpo. Ela está mais focada nos aspectos físicos e teóricos da interação entre substâncias material e imaterial que propriamente na intervenção ou no papel que Deus possa desempenhar. Assim, esta alternativa não abrange o ponto central da questão levantada por Elisabeth, tornando-a incorreta.
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Totalmente de acordo com o dualismo substancial de Descartes.Elisabeth da Bohemia, na carta mencionada, não está expressando total concordância com o dualismo substancial de Descartes. Pelo contrário, ela está levantando uma dúvida crucial sobre um dos aspectos centrais desse dualismo: a interação entre substâncias. Ela questiona como algo imaterial como a alma, definida por Descartes como apenas pensante e sem extensão, pode interagir e provocar movimentos em algo material, como o corpo humano. Se estivesse totalmente de acordo, a questão levantada por ela não faria sentido, pois aceitaria sem dúvida essa interação. Portanto, essa alternativa está incorreta.
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Rejeitando a ideia de que a mente é uma substância pensante.Elisabeth não rejeita a noção de que a mente seja uma substância pensante; ela parece aceitar essa parte da definição de Descartes. O que ela está fazendo é levantar uma dúvida sobre como tal substância pode interagir com a substância física do corpo, dado que é definida como desprovida de extensão e contato. Portanto, a alternativa que aponta para uma rejeição da ideia da mente como substância pensante está incorreta.
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Questionando a possibilidade de interação entre uma substância imaterial e uma substância material.Aqui, temos uma alternativa correta. No trecho da carta, Elisabeth evidencia seu ceticismo quanto à interação entre a alma (ou mente), que, segundo Descartes, é uma substância pensante e imaterial, e o corpo, que é material. Sua preocupação gira em torno de como uma coisa imaterial poderia influenciar algo material, já que, segundo ela, isso exigiria contato ou extensão, características que Descartes nega à alma. Assim, sua dúvida diretamente levanta a questão da interação entre duas substâncias distintas, um ponto problemático no dualismo cartesiano.
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Propondo uma alternativa ao dualismo, onde mente e corpo seriam a mesma substância.Elisabeth não está propondo uma alternativa monista onde mente e corpo sejam a mesma substância. O foco de sua carta é questionar a viabilidade da interação entre duas substâncias distintas, não propor uma solução alternativa ou sugerir que mente e corpo sejam idênticos. Portanto, essa leitura está incorreta. Ela está pedindo por uma explicação ou definição que esclareça o dualismo de modo que a interação pareça possível, mas não apresenta nesse trecho qualquer sugestão de que a mente e o corpo seriam a mesma substância.
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