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Questões do ENEM sobre os pré-socráticos
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Fragmento B91: Não se pode banhar duas vezes no mesmo rio, nem substância mortal alcança duas vezes a mesma condição; mas pela intensidade e rapidez da mudança, dispersa e de novo reúne. HERÁCLITO. Fragmentos (Sobre a natureza) São Paulo: Abril Cultural, 1996 (adaptado). TEXTO II
Fragmento B8: São muitos os sinais de que o ser é ingênito e indestrutível, pois é compacto, inabalável sem fim; não foi nem será, pois é agora um todo homogêneo, uno, contínuo. Como poderia o que é perecer? Como poderia gerar-se? PARMÊNIDES. Da natureza. São Paulo: Loyola, 2002 (adaptado).
Os fragmentos do pensamento pré-socrático expõem uma oposição que se insere no campo das
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preocupações do período mitológico.Esta alternativa está incorreta. O período mitológico refere-se a uma era anterior aos filósofos pré-socráticos, na qual explicações sobre o mundo e a existência eram dadas por meio de mitos e histórias de deuses e heróis. Tanto Heráclito quanto Parmênides estão entre os pensadores que começaram a afastar-se dessas explicações míticas, buscando compreensões mais racionais e filosóficas da realidade. Portanto, seus fragmentos não se inserem principalmente nas preocupações do período mitológico, mas sim em discussões filosóficas mais avançadas.
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discussões de base ontológica.Esta alternativa está correta. A ontologia é a área da filosofia que se dedica ao estudo do ser e da existência. Os fragmentos de Heráclito e Parmênides ilustram duas visões opostas sobre o ser e a mudança. Heráclito fala sobre o constante fluxo e transformação das coisas (a mudança), enquanto Parmênides defende a ideia de que o ser é permanente e imutável (a permanência). Essa oposição de ideias está inserida nos problemas ontológicos que buscam entender a natureza do ser.
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investigações do pensamento sistemático.Esta alternativa não está correta. O pensamento sistemático é uma abordagem estruturada e metódica que ficou mais evidente em filósofos posteriores como Platão e Aristóteles. Os pré-socráticos, embora tenham dado início às investigações racionais sobre o ser e o mundo, ainda não desenvolviam seus pensamentos de forma sistemática no sentido que se atribui posteriormente. Além disso, a oposição nos textos de Heráclito e Parmênides refere-se a questões sobre a mudança e a permanência, temas que são tratados na ontologia, não em métodos sistematizados específicos.
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habilidade da retórica sofística.Esta alternativa está incorreta. A retórica sofística refere-se à arte da argumentação e persuasão que foi desenvolvida principalmente pelos sofistas na Grécia Antiga. Heráclito e Parmênides não estavam envolvidos na habilidade de persuadir ou argumentar de maneira retórica; em vez disso, estavam mais preocupados em entender e explicar a natureza da realidade, do ser e da mudança. Seus textos não tratam da prática retórica, mas de conceitos filosóficos profundos.
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verdades do mundo sensível.Esta alternativa está incorreta. O "mundo sensível" é uma expressão frequentemente associada a Platão, que fazia a distinção entre o mundo das ideias (inteligível) e o mundo sensível (observável pelos nossos sentidos, mas enganador e em constante transformação). Os fragmentos de Heráclito e Parmênides tratam de questões sobre a natureza do ser, a mudança e a permanência que vão além do engajamento com a mera observação sensível do mundo. Eles estão mais preocupados com a natureza fundamental da realidade do que com as verdades empíricas observáveis.
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transformase em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.” GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).
Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que
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tinham origem nos mitos das civilizações antigas.Esta alternativa está incorreta. Embora tanto Anaxímenes quanto Basílio vivam em tempos onde o mito tinha importância, suas propostas são de busca racional por explicações para a origem do mundo, afastando-se de explicações míticas. Eles procuram substituir os mitos antigos por princípios racionais, cada qual a seu modo: Anaxímenes pelo ar e Basílio por Deus.
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refutavam as teorias de filósofos da religião.Essa alternativa está incorreta. Nenhum dos dois filósofos menciona explicitamente a refutação das teorias dos filósofos da religião. Na verdade, Basílio Magno, sendo um filósofo medieval cristão, está mais alinhado com os conceitos religiosos em sua teoria. Portanto, essa característica não é comum às teorias de Anaxímenes e de Basílio.
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defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.Essa alternativa está incorreta. Apenas Basílio Magno defende que Deus é o princípio de todas as coisas. Anaxímenes, ao contrário, propõe o ar como o elemento fundamental que dá origem a tudo no universo. Portanto, a defesa do princípio divino não é uma fundamentação comum às duas teorias.
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postulavam um princípio originário para o mundo.Esta é a alternativa correta. Ambas as teses de Anaxímenes e Basílio Magno buscam encontrar um princípio originário que explique a existência e a formação do universo. Anaxímenes propõe o ar como elemento fundamental, enquanto Basílio Magno postula Deus como o criador e princípio de todas as coisas. Assim, apesar de suas diferenças, ambas as teorias buscam um princípio originário para o mundo.
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eram baseadas nas ciências da natureza.Essa alternativa está incorreta. Apesar de Anaxímenes realmente utilizar observações sobre a natureza para desenvolver sua teoria (como a transformação do ar em diferentes substâncias), a fundamentação teórica de Basílio Magno não se baseia nas ciências da natureza, mas sim na religião e teologia, fato que afasta a possibilidade de ambos os filosofos terem em comum essa fundamentação.
SIMPLÍCIO. Física, 25, 21. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
O texto propõe uma reflexão sobre o entendimento de Empédocles acerca da arché, uma preocupação típica do pensamento pré-socrático, porque.
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exalta a investigação filosófica.Esta alternativa está incorreta. Embora a investigação filosófica sempre busque um entendimento mais profundo da realidade, a afirmação em questão trata especificamente do conceito de 'arché', que remete à origem ou princípio fundamental do universo, uma preocupação voltada mais para a compreensão cosmológica do que filosófica de um modo geral.
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evoca a discussão cosmogônica.Esta alternativa está correta. A preocupação de Empédocles está diretamente relacionada à cosmogonia, que é o estudo da origem e organização do universo. Ao discutir os quatro elementos e as forças de Amor e Ódio, Empédocles está propondo uma explicação sobre como o mundo surgiu e se mantêm em movimento, ou seja, uma teoria cosmogônica.
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fundamenta as paixões humanas.A alternativa é incorreta. Embora Empédocles use as forças do Amor e do Ódio para explicar a dinâmica do cosmos, ele não está se referindo às paixões humanas, mas sim a forças universais que regem a união e separação dos elementos. Portanto, sua ideia não se destina a fundamentar as paixões humanas, mas sim a descrever princípios cósmicos.
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corresponde à explicação mitológica.Esta alternativa também está incorreta. Enquanto a explicação mitológica depende de narrativas sobre deuses e entidades sobrenaturais para descrever o mundo, Empédocles está empregando uma abordagem mais sistemática e lógica para explicar a realidade através dos elementos e forças que os regem, que é uma característica das investigações pré-socráticas.
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transcende ao mundo sensível.Transcender ao mundo sensível seria uma característica de teorias que buscam explicações além do que podemos perceber fisicamente, como algumas correntes metafísicas. No entanto, a abordagem de Empédocles ainda está bastante ligada aos elementos do mundo físico que, apesar de estarem em constante mudança, são identificáveis sensorialmente. Por isso, essa alternativa está incorreta neste contexto.
ARISTÓTELES. Metafísica. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
O texto aristotélico, ao recorrer à cosmogonia dos pré-socráticos, salienta a preocupação desses filósofos com a
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sistematização crítica do conhecimento.Essa alternativa está incorreta. "Sistematização crítica do conhecimento" poderia se relacionar mais com as preocupações filosóficas dos períodos posteriores, como Sócrates, Platão e Aristóteles, que buscaram métodos críticos e sistemáticos para entender a realidade. Os pré-socráticos estavam mais interessados nos princípios materiais do universo e suas transformações, não necessariamente na sistematização crítica do conhecimento.
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alteração estética das condutas.Essa alternativa está incorreta. "Alteração estética das condutas" não é o foco dos primeiros filósofos, como explicado por Aristóteles. A estética (o estudo da beleza e da arte) e as condutas (formas de agir) não eram o centro das preocupações dos pré-socráticos. Eles estavam mais interessados na compreensão dos princípios fundamentais do universo, os elementos constitutivos e permanentes da realidade. Não era uma questão de estética ou comportamento, mas de entendimento da essência das coisas.
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mutação ontológica dos entes.Essa alternativa está correta. "Mutação ontológica dos entes" refere-se à mudança na substância ou na natureza das coisas, algo que os primeiros filósofos pré-socráticos estavam muito interessados em compreender. Eles queriam saber de que tudo é feito, o que muda e o que permanece ao longo do tempo. Aristóteles menciona que esses filósofos buscavam algo que fosse a origem de todas as coisas, uma "natureza qualquer" que continuasse a mesma, mesmo que outras coisas mudassem. Isso é um foco claro na ontologia, que é o estudo do ser e da existência.
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transformação progressiva da ascese.Essa alternativa está incorreta. "Transformação progressiva da ascese" não se aplica ao texto ou aos interesses dos pré-socráticos que Aristóteles descreve. A ascese refere-se a práticas de autonegação para crescimento espiritual, e os filósofos pré-socráticos estavam focados mais na compreensão e explicação naturalista do mundo físico, das substâncias e fenômenos do universo, não em práticas espirituais.
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modificação imediata da espiritualidade.Essa alternativa está incorreta. "Modificação imediata da espiritualidade" não é o que o texto menciona sobre os pré-socráticos. O enfoque desses filósofos, segundo Aristóteles, era entender a natureza material e os princípios constitutivos de tudo que existe. Eles não estavam tão focados em questões espirituais ou em mudanças imediatas nessas áreas, mas sim na busca de entendimento sobre os elementos permanentes e imutáveis do universo físico.
O texto faz uma apresentação crítica acerca do pensamento de Demócrito, segundo o qual o “princípio constitutivo das coisas” estava representado pelo(a)
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Número, que fundamenta a criação dos deuses.Essa alternativa está incorreta. Embora o conceito de número tenha sido importante para outros filósofos pré-socráticos, como Pitágoras, ele não é o foco do pensamento de Demócrito. Demócrito estava mais preocupado com a ideia de átomos como os fundamentos do universo material, e não com números ou a fundação de deuses.
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Átomo, que explica o surgimento dos entes.Essa alternativa está correta. Demócrito é famoso por sua teoria atomista, que sugere que a realidade é composta de átomos, pequenas partículas indivisíveis e imutáveis, que se combinam para formar tudo o que existe. Segundo ele, o "princípio constitutivo das coisas" são os átomos, que através de suas diferentes combinações explicam a diversidade dos entes no mundo.
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Água, que expressa a causa material da origem do universo.Essa alternativa está incorreta. A água como princípio primordial é uma tese de Tales de Mileto, não de Demócrito. Demócrito defendia que tudo era composto por átomos, não por nenhum dos quatro elementos clássicos como água, ar, terra ou fogo.
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Devir, que simboliza o constante movimento dos objetos.Essa alternativa está incorreta. O conceito de devir, que é o princípio do eterno movimento e mudança, é mais associado a Heráclito do que a Demócrito. Demócrito e Leucipo falaram sobre o movimento dos átomos no vácuo, mas sua atenção estava nos átomos como unidades básicas da matéria, não no devir enquanto transformação constante do ser.
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Imobilidade, que sustenta a existência do ser atemporal.Essa alternativa está incorreta. O conceito de imobilidade está mais associado a Parmênides, que argumentava que o ser verdadeiro era único, imóvel e eterno, em contraste com Demócrito que considerava o movimento dos átomos no vazio como essencial para explicar a realidade dinâmica e diversa que observamos. Demócrito via o mundo como constituído por átomos em movimento constante, não em imobilidade.
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