Todas as coisas são diferenciações de uma mesma coisa e são a mesma coisa. E isto é evidente. Porque se as coisas que são agora neste mundo - terra, água, ar e fogo e as outras coisas que se manifestam neste mundo -, se alguma destas coisas fosse diferente de qualquer outra, diferente em sua natureza própria e se não permanecesse a mesma coisa em muitas mudanças e diferenciações, então não poderiam as coisas, de nenhuma maneira, misturar-se umas às outras, nem fazer bem ou mal umas às outras, nem a planta poderia brotar da terra, nem um animal ou qualquer outra coisa vir à existência, se todas as coisas não fossem compostas de modo a serem as mesmas. Todas as coisas nascem, através de diferenciações, de uma mesma coisa, ora em uma forma, ora em outra, retomando sempre a mesma coisa. DIÓGENES. In: BORNHEIM, G. A. Os filósofos pré-socráticos. São Paulo: Cultrix, 1967.
O texto descreve argumentos dos primeiros pensadores, denominados pré-socráticos. Para eles, a principal preocupação filosófica era de ordem
hermenêutica, construindo uma explicação unívoca da realidade.
política, discutindo as formas de organização da pólis ao estabelecer as regras da democracia.
estética, procurando investigar a aparência dos entes sensíveis.
ética, desenvolvendo uma filosofia dos valores virtuosos que tem a felicidade como o bem maior.
cosmológica, propondo uma explicação racional do mundo fundamentada nos elementos da natureza.
A representação de Demócrito é semelhante à de Anaxágoras, na medida em que um infinitamente múltiplo é a origem, mas nele a determinação dos princípios fundamentais aparece de maneira tal que contém aquilo que para o que foi formado não é, absolutamente, o aspecto simples para si. Por exemplo, partículas de came e de ouro seriam princípios que, através de sua concentração, formam aquilo que aparece como figura. HEGEL, G. W. F. Crítica moderna. In: SOUZA, J. C. (Org.) Os pré-socráticos: vida e obra. São Paulo: Nova Cultural, 2000 (adaptado)
O texto faz uma apresentação crítica acerca do pensamento de Demócrito, segundo o qual o “princípio constitutivo das coisas” estava representado pelo(a)
Átomo, que explica o surgimento dos entes.
Devir, que simboliza o constante movimento dos objetos.
Água, que expressa a causa material da origem do universo.
Imobilidade, que sustenta a existência do ser atemporal.
Número, que fundamenta a criação dos deuses.
Empédocles estabelece quatro elementos corporais – fogo, ar, água e terra –, que são eternos e que mudam aumentando e diminuindo mediante mistura e separação; mas os princípios propriamente ditos, pelos quais são movidos, são o Amor e o Ódio. Pois é preciso que os elementos permaneçam alternadamente em movimento, sendo ora misturados pelo Amor, ora separados pelo Ódio.
SIMPLÍCIO. Física, 25, 21. In: Os pré-socráticos. São Paulo: Nova Cultural, 1996.
O texto propõe uma reflexão sobre o entendimento de Empédocles acerca da arché, uma preocupação típica do pensamento pré-socrático, porque.
exalta a investigação filosófica.
evoca a discussão cosmogônica.
transcende ao mundo sensível.
corresponde à explicação mitológica.
fundamenta as paixões humanas.
A maior parte dos primeiros filósofos considerava como os únicos princípios de todas as coisas os que são da natureza da matéria. Aquilo de que todos os seres são constituídos, e de que primeiro são gerados e em que por fim se dissolvem. Pois deve haver uma natureza qualquer, ou mais do que uma, donde as outras coisas se engendram, mas continuando ela a mesma.
ARISTÓTELES. Metafísica. São Paulo: Abril Cultural, 1973.
O texto aristotélico, ao recorrer à cosmogonia dos pré-socráticos, salienta a preocupação desses filósofos com a
sistematização crítica do conhecimento.
mutação ontológica dos entes.
modificação imediata da espiritualidade.
alteração estética das condutas.
transformação progressiva da ascese.
TEXTO I
Anaxímenes de Mileto disse que o ar é o elemento originário de tudo o que existe, existiu e existirá, e que outras coisas provêm de sua descendência. Quando o ar se dilata, transforma-se em fogo, ao passo que os ventos são ar condensado. As nuvens formam-se a partir do ar por feltragem e, ainda mais condensadas, transformam-se em água. A água, quando mais condensada, transforma-se em terra, e quando condensada ao máximo possível, transformase em pedras. BURNET, J. A aurora da filosofia grega. Rio de Janeiro: PUC-Rio, 2006 (adaptado). TEXTO II
Basílio Magno, filósofo medieval, escreveu: “Deus, como criador de todas as coisas, está no princípio do mundo e dos tempos. Quão parcas de conteúdo se nos apresentam, em face desta concepção, as especulações contraditórias dos filósofos, para os quais o mundo se origina, ou de algum dos quatro elementos, como ensinam os Jônios, ou dos átomos, como julga Demócrito. Na verdade, dão a impressão de quererem ancorar o mundo numa teia de aranha.” GILSON, E.; BOEHNER, P. História da Filosofia Cristã. São Paulo: Vozes, 1991 (adaptado).
Filósofos dos diversos tempos históricos desenvolveram teses para explicar a origem do universo, a partir de uma explicação racional. As teses de Anaxímenes, filósofo grego antigo, e de Basílio, filósofo medieval, têm em comum na sua fundamentação teorias que
defendiam que Deus é o princípio de todas as coisas.
eram baseadas nas ciências da natureza.
tinham origem nos mitos das civilizações antigas.
refutavam as teorias de filósofos da religião.
postulavam um princípio originário para o mundo.
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