Imagem com logo do site

Questões sobre o método socrático de diálogo

Na Grécia antiga, a partir do século VII a.C., houve um fenômeno de proporções significativas que alcançou os dias atuais. Trata-se do surgimento da Filosofia como mecanismo de construção do conhecimento baseado na razão. Dentre as várias discussões, que iam da composição do Cosmo até a virtude moral do Ser Humano, destaca-se a criação de um método, por parte de Sócrates, que propunha o caminho do conhecimento rumo à verdade.

Assinale a alternativa que mostra a estrutura proposta por este método socrático.
A negação da realidade e a busca da retórica convincente, fazendo com que a narrativa fosse determinante. Este método ficou conhecido como homilia e afegese.
A construção do conhecimento pela sondagem e observação dos fenômenos comportamentais dos indivíduos. Este método ficou conhecido como empiria e ereyna.
A percepção dos conflitos como base do grande desafio, ou seja, o alcance da verdade residente no interior do indivíduo. Este método ficou conhecido como dialética e polemou.
A confirmação do ceticismo por meio da negação de qualquer possibilidade de se conhecer o universo ao redor. Este método ficou conhecido como skeptico e agnosto.
A refutação do senso comum para que o verdadeiro conhecimento, que residia no interior do indivíduo, viesse à tona. Este método ficou conhecido como ironia e maiêutica.

No final do diálogo entre Sócrates e Laques, o filósofo afirma o seguinte:

“Sou de opinião, amigos […] que nós quatro precisamos procurar, cada um para si mesmo, com o maior empenho, o melhor professor possível […] sem olharmos despesas ou o que quer que seja. O que não aconselho é ficarmos como estamos. E se alguém zombar de nós, por irmos à escola na idade em que estamos, amparar-nos-emos na autoridade de Homero, quando afirma que a vergonha é ruim companheira de quem necessita. E sem concedermos a mínima atenção ao que possam falar, cuidemos, a um tempo, com todo o empenho, da nossa educação.”

Qual elemento do método socrático abaixo é possível identificar no trecho acima?
A ênfase na importância de "reconhecer a própria ignorância", ilustrada pela afirmação de Sócrates de que todos devem buscar continuamente o conhecimento.
O conceito de maiêutica, que se refere a guiar o interlocutor para a descoberta da verdade através do questionamento, em vez de fornecer respostas prontas.
O foco de Sócrates na busca pela definição de conceitos éticos e morais, representado pela contínua busca do filósofo em aprofundar o entendimento sobre questões complexas
O elenchus socrático, caracterizado por Sócrates como um questionamento rigoroso para identificar contradições nas crenças dos interlocutores.
A prática de ironia socrática, em que Sócrates fingia ignorância sobre um assunto para incentivar o diálogo e o questionamento.
O que significa "reconhecer a própria ignorância" no contexto do método socrático?
É a aceitação de que as pessoas não têm a capacidade de alcançar qualquer conhecimento verdadeiro, pois a ignorância é inerente à condição humana.
Refere-se a uma negação completa de qualquer conhecimento existente, pois o conhecimento perfeito é inalcançável pela inteligência humana.
Trata-se de uma atitude de humildade intelectual, onde o indivíduo reconhece que não sabe tudo e está aberto para aprender e questionar suas próprias crenças.
Significa que Sócrates acreditava que as pessoas não poderiam aprender nada novo, pois tudo já era conhecido.
Significa que Sócrates incentivava seus interlocutores a confessarem que não possuíam qualquer conhecimento, e assim se tornavam totalmente dependentes de suas orientações.
Por que questões éticas e morais eram de particular interesse para Sócrates? Como isso é evidenciado no diálogo "Laques"?
Sócrates se preocupava com questões éticas porque acreditava que a sabedoria era fundamental para a boa vida. No diálogo "Laques", Sócrates explora o conceito de coragem, para entender como agir bem.
Sócrates se interessava por questões éticas e morais porque queria confrontar os costumes tradicionais. No diálogo "Laques", Sócrates desafia os valores da sociedade ateniense, que valoriza a coragem em função das guerras em que se envolvia.
Sócrates se interessava por questões éticas e morais porque queria se auto-promover como um filósofo moral. No diálogo "Laques", Sócrates utiliza argumentos morais para fazer Laques concordar com ele.
Sócrates focava em questões éticas e morais porque acreditava que a filosofia deveria ser usada para validar crenças religiosas. No diálogo "Laques", Sócrates tenta provar a existência dos deuses.
Sócrates se preocupava com questões éticas e morais porque queria ganhar influência política. No diálogo "Laques", Sócrates busca convencer Laques, um general influente em Atenas, a seguir seu conselho político.

Críton — Então me diz o que pensa sobre o que falei anteriormente, se concorda ou não que há boas razões para sua fuga.

Sócrates — Bem, pensa o seguinte. Eu não estaria destruindo a cidade ao fugir? Pois como uma cidade continuaria existindo se as sentenças anunciadas nos tribunais pudessem violadas por qualquer pessoa?

Críton — Parece ter razão nesse ponto, Sócrates.

Sócrates — E também penso mais. Olha só. Não devemos tentar acabar com as leis só porque pensamos sofrer uma injustiça. É nosso dever obedecer todas as leis, em qualquer situação, ou tentar mudá-las por meio do processo legal. Pois qualquer pessoa pode ser contra as leis e propor que elas sejam alteradas.

Críton — Não tenho como discordar do que diz, Sócrates.

Sócrates — Me ocorre ainda outro ponto, Críton. Devemos obediência às leis de nossa cidade porque foi, de certa forma, ela que nos educou, nos alimentou, proporcionou uma série de benefícios, como a segurança. Além disso, caso a pessoa não goste da cidade, pode, a qualquer momento, deixá—la e ir viver em outra, onde lhe agrade. Se a pessoa não vai embora, temos que concluir que, implicitamente, ela concorda e aceita as leis existentes e aceita cumprí-las. Então, não devo, agora que me prejudicaram, discordar do que até hoje concordei. Porque sempre gostei da cidade de Atenas e nunca pensei em ir embora. O que pensa Críton, poderia discordar disso?

Críton — Não, Sócrates.

No diálogo entre Sócrates e Críton, quais são as principais razões apresentadas por Sócrates para não fugir da prisão?
Sócrates não deseja fugir porque acredita que sua condenação é justa e que deve pagar pelos crimes que cometeu. Ele argumenta que a fuga seria uma forma de evadir a responsabilidade.
Sócrates acredita que fugir seria uma violação direta das sentenças de tribunal, o que minaria a existência da própria cidade. Além disso, ele insiste na obediência às leis, mesmo que pareçam injustas, e defende que as mudanças devem ocorrer por meios legais.
Sócrates decide não fugir porque teme que a fuga manche sua reputação como filósofo e líder, diminuindo a força de suas ideias e ensinamentos.
Sócrates acredita que, se fugir, colocará sua vida em risco, pois as autoridades perseguirão um fugitivo da lei. Ele também teme as consequências para seus amigos e família, que podem ser considerados cúmplices.