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A arte é uma cópia da cópia pensava Platão

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Platão tinha uma visão bastante crítica da arte. Em geral, ele era cético em relação à arte e argumentava que ela era uma imitação imperfeita da realidade, devendo até mesmo ser abolida de uma sociedade bem organizada.

Para entender porque o filósofo criticava a arte, é importante compreender sua teoria das ideias. Ele argumentava que existem ideias universais e perfeitas que são a essência de todas as coisas, e que as coisas em si mesmas são apenas cópias imperfeitas dessas ideias. Por exemplo, segundo Platão, a ideia de “cão” é uma coisa perfeita e universal que existe independentemente de qualquer cão individual. Cada cão individual é apenas uma cópia imperfeita da ideia de “cão”, e nenhum cão individual pode ser a essência verdadeira do que é um cão.

Um segundo ponto a ser considerado para compreender as críticas de Platão é sua visão de que a arte é “mimese” de objetos particulares. Mimese é uma palavra de origem grega que significa imitação ou representação. No contexto da filosofia e da arte, a mimese é entendida como o processo pelo qual a arte imita ou representa a realidade.

Por exemplo, em uma peça de teatro, a mimese ocorre quando os atores representam personagens e cenas, imitando a forma como as pessoas e os eventos reais se comportam. Em uma pintura, a mimese ocorre quando o artista usa cores e formas para reproduzir a aparência de objetos e cenas reais.

Sendo assim, temos três objetos de naturezas diferentes:

  • A ideia ou forma (de sofá, de mesa), que é perfeita e sempre existiu.
  • Coisas individuais (sofás, mesas) feitas por humanos, que não são perfeitas e existem por um período determinado.
  • Pinturas (de sofá ou mesa) feitas por artistas, que são mais imperfeitas ainda e existem por um período determinado.

Vendo assim, a arte, na medida em que é uma imitação, é a imitação de uma imitação. O carpinteiro, ao fazer sofás ou mesas, analisa o que seria um sofá ou mesa ideal e a partir disso cria seu projeto, que ficará mais ou menos perfeito. O artista, por sua vez, observa aquilo que o carpinteiro fez e com base nisso desenvolve sua arte. Sendo assim, está três vezes afastado da verdade daquilo que procura representar.

O trabalho de Joseph Kosuth faz referência aos três níveis de realidade discutidos por Platão.