Falácia do homúnculo
A falácia do homúnculo ocorre quando explicamos um fenômeno recorrendo a outra instância desse mesmo fenômeno.
Por exemplo:
Marcos: Você pensa que, em última análise, a vida teve início como?
Sara: Penso que alienígenas vieram de uma galáxia distante e trouxeram formas simples de vida a milhares de anos atrás.
Marcos: Certo, mas como esses seres vivos de outras galáxias surgiram? Como a vida começou lá?
Sara: Bem, alienígenas de outra galáxia distante trouxeram essa vida a bilhões de anos atrás.
Através do exemplo, já deve ter percebido porque esse tipo de argumentação é falaciosa. Podemos imaginar alienígenas ao infinito e ainda assim não teremos explicado nada sobre a origem da vida.
Um exemplo clássico dessa falácia foi usado a alguns séculos atrás na tentativa de explicar a visão humana.
Alguns teóricos tentaram explicá-la afirmando que, quando olhamos ao nosso redor, a retina forma uma imagem dos objetos e uma pequena pessoa dentro de nossa cabeça (por isso homúnculo) observa essas imagens como se estivesse em um cinema.
Como se vê, a teoria do homúnculo dentro da cabeça não explica nada. Apenas transfere o problema para outra instância. Devemos perguntar agora como esse pequeno ser é capaz de ver as imagens. Ele também tem um homúnculo em sua cabeça?
Postular a existência de outro homúnculo só irá levar à suposição de um número infinito deles sem explicar nada.