Questões sobre falácias causais

Bruno - Desde que a escola implementou o uso obrigatório de uniformes, as notas dos alunos melhoraram. Isso prova que os uniformes ajudam no desempenho acadêmico.

Juliana - Não tenho certeza se podemos fazer essa conexão tão diretamente. Existem muitos fatores que podem contribuir para a melhora nas notas.

Bruno - Mas a melhoria nas notas começou logo após a implementação dos uniformes. Isso não pode ser coincidência. Qual seria a outra explicação?

Com base no diálogo entre Bruno e Juliana sobre o uso obrigatório de uniformes e a melhoria nas notas dos alunos, quem está cometendo uma falácia causal?

Juliana, ao cometer a falácia post hoc ergo propter hoc, ao sugerir que outros fatores contribuíram para a melhora das notas, sem evidências claras.

Juliana não está cometendo a falácia post hoc ergo propter hoc porque essa é a falácia que ocorre ao presumir que, por um evento ter ocorrido após outro, o primeiro é necessariamente a causa do segundo. Na verdade, o argumento de Juliana está desafiando a simples relação causal que Bruno sugere, apontando que pode haver outros fatores envolvidos. Portanto, essa alternativa está incorreta.
Bruno, ao cometer a falácia post hoc, ao concluir que a implementação dos uniformes foi a causa direta da melhoria nas notas simplesmente por terem ocorrido em sequência.

Bruno está cometendo a falácia post hoc. Isso ocorre quando se assume que, porque um evento seguiu o outro, o primeiro evento foi necessariamente a causa do segundo. O fato de as notas terem melhorado após a implementação dos uniformes não prova que os uniformes causaram a melhoria. Outros fatores podem ter contribuído, e a correlação não implica necessariamente causalidade. Portanto, essa alternativa está correta.
Bruno, ao cometer a falácia de ignorar a relevância da causa próxima, pois conclui que os uniformes, que não têm conexão direta com as notas, foram responsáveis pela melhora.

Bruno não está cometendo uma falácia de ignorar a relevância da causa próxima. A falácia de ignorar a relevância envolve não considerar a relação entre causa e efeito, mas no seu caso, ele está dizendo explicitamente que acredita que os uniformes são a causa direta. A questão aqui está mais relacionada à forma como ele liga os dois eventos de maneira direta sem considerar outras possíveis causas. Portanto, essa alternativa está incorreta.
Ambos estão cometendo a falácia da ladeira escorregadia, ao pressupor que a implementação dos uniformes levará a mudanças drásticas e inevitáveis no desempenho acadêmico.

A falácia da ladeira escorregadia ocorre quando se argumenta que um primeiro passo irá inevitavelmente levar a uma cadeia de eventos negativos. Nenhum dos debatedores está sugerindo que o uso de uniformes conduzirá a uma série de consequências inevitáveis. Eles estão discutindo um possível efeito direto de um evento (uniformes) em outro (notas). Por isso, essa alternativa está incorreta.

O gráfico mostra a relação entre as vendas de sorvete e os ataques de tubarão ao longo do ano. Quando o número de sorvetes vendidos aumenta, o ataque dos tubarões também. Qual tipo de falácia poderia ocorrer se alguém concluísse que o aumento das vendas de sorvete é a causa direta do aumento nos ataques de tubarão?

Falácia de ladeira escorregadia, pois conclui que o aumento nas vendas de sorvete levará a um número muito maior de ataques de tubarão no futuro.

Incorreto. A falácia da ladeira escorregadia ocorre quando alguém argumenta que um evento levará a uma cadeia inevitável de eventos negativos sem fornecer evidências para tal. Aqui, a questão está mais focada em interpretar erroneamente uma correlação como causalidade, não em prever uma sequência inevitável de eventos.
É um argumento válido, já que o gráfico mostra uma correlação clara entre as vendas de sorvete e os ataques de tubarão, indicando uma relação de causa e efeito.

Incorreto. Embora o gráfico mostre correlação, correlação não implica causalidade. Isso é um erro comum. Há muitas situações em que dois eventos podem ocorrer juntos sem que um cause o outro. Pode muito bem haver uma terceira variável, como o clima, que afeta ambas as situações.
Falácia de ignorar a relevância da causa próxima, pois a pessoa estaria ignorando que a proximidade com o mar e o aumento de banhistas são causas mais diretas dos ataques.

Parcialmente correto, mas não é exatamente uma falácia. Ignorar outras explicações ou causas próximas é um erro de julgamento, mas a questão aqui é mais sobre a interpretação errada da correlação como causalidade do que sobre a relevância das causas imediatas.
Falácia post hoc ergo propter hoc, pois a sequência temporal não é evidência suficiente de uma relação causal entre dois eventos.

Correto. Quando um evento segue outro, é comum que as pessoas pensem que o primeiro evento causou o segundo. No entanto, a falácia post hoc ergo propter hoc nos lembra de que apenas porque um evento ocorre antes de outro não significa que foi a causa. No caso dos sorvetes e dos ataques de tubarão, ambos podem aumentar no verão devido ao clima quente, mas isso não significa que vender mais sorvetes cause ataques de tubarão.

O prefeito constata que, após a implementação de uma nova lei de trânsito, o número de acidentes diminuiu. Ele conclui que a nova lei é a responsável pela redução dos acidentes. Qual tipo de argumento (ou falácia) está sendo usado aqui?

Falácia da ladeira escorregadia, porque o prefeito está exagerando as possíveis consequências da lei, já que foi ele mesmo que ajudou a criar.

A segunda alternativa menciona a "falácia da ladeira escorregadia", que ocorre quando se assume que um evento levará a outro sem justificativa suficiente. No contexto do prefeito, ele não está assumindo consequências futuras extremas a partir da implementação da lei, mas sim que a lei já causou a redução de acidentes, então essa não é a falácia correta.
É um argumento válido, pois a nova lei deve ter causado uma melhoria nas condições de trânsito e redução dos acidentes.

A primeira alternativa sugere que o argumento do prefeito é válido, mas não observa uma questão fundamental: ele assume que a lei é a causa direta da redução dos acidentes sem verificar outras possíveis explicações. Isso é problemático, pois a correlação não implica necessariamente causalidade — ou seja, só porque duas coisas ocorrem juntas ou sequencialmente, não significa que uma causa a outra.
Falácia de ignorar a relevância da causa próxima, pois o político desconsidera que uma causa próxima pode ter influenciado a redução dos acidentes.

A quarta alternativa menciona uma falácia diferente. "Ignorar a relevância da causa próxima" não descreve adequadamente o erro do prefeito, porque aqui ele não está desconsiderando causas próximas ou imediatas, mas sim, como já identificado, assumindo uma relação causal sem provas entre dois eventos que apenas ocorreram em sequência.
Falácia post hoc, pois o prefeito assume que a redução dos acidentes foi causada pela lei apenas porque ela foi implementada antes da diminuição.

A alternativa "C" está correta ao identificar a falácia post hoc, uma falácia lógica onde se conclui que um evento é a causa de outro simplesmente porque aconteceu antes. Do latim "post hoc, ergo propter hoc," traduzido como "depois disso, logo por causa disso", o prefeito conclui que a nova lei causou a diminuição nos acidentes apenas porque a implementação da lei precedeu essa diminuição.

Durante uma discussão sobre a proibição de cigarros eletrônicos, alguém argumenta: "Se permitirmos que o governo proíba cigarros eletrônicos, logo ele estará proibindo cigarros tradicionais, e depois qualquer tipo de produto considerado prejudicial, até que a venda de bebidas alcoólicas também seja proibida." Que tipo de argumento é esse?

Falácia de ignorar a relevância da causa próxima, já que o argumento ignora o impacto imediato dos cigarros eletrônicos na saúde dos jovens.

Essa alternativa está incorreta. A falácia de ignorar a relevância da causa próxima ocorre quando se desconsidera a causa mais imediata de um evento em favor de causas mais remotas ou distantes. No argumento apresentado, a questão central não é sobre ignorar o impacto imediato dos cigarros eletrônicos, mas sim sobre prever uma sequência inevitável de ações futuras sem provas que justifiquem essa previsão. O foco aqui está na sequência hipotética de eventos, não na causa próxima do problema.
Falácia post hoc ergo propter hoc, porque assume que uma proibição sempre leva a outras, até que no final já um resultado catastrófico.

Essa alternativa está incorreta. A falácia post hoc ergo propter hoc é quando se assume que porque um evento segue outro, o primeiro deve ser a causa do segundo. No argumento analisado, não se afirma que uma ação leva diretamente a outra por estar apenas em sequência temporal, mas sim que uma proibição inicial levaria inevitavelmente a outras proibições sem justificativa sólida, o que caracteriza uma falácia da ladeira escorregadia e não uma post hoc.
É um argumento válido, pois mostra uma possível sequência de eventos se o governo começar a regular produtos prejudiciais.

Essa alternativa está incorreta. O argumento não é válido porque falta uma base lógica e evidencial que suporte a ideia de que a proibição de cigarros eletrônicos inevitavelmente levará à proibição de outros produtos prejudiciais. Argumentos válidos precisam ser baseados em premissas sólidas e claras, o que não é o caso aqui já que a conclusão é apresentada sem provas convincentes para cada passo sugerido na sequência de eventos.
Falácia da ladeira escorregadia, pois assume que uma ação inicial levará inevitavelmente a uma sequência de proibições, sem evidências claras.

Essa alternativa está correta. A falácia da ladeira escorregadia ocorre quando se argumenta que uma ação levará inevitavelmente a uma série de outros eventos negativos, sem fornecer evidências suficientes para justificar essa inevitabilidade. No caso, o argumento sugere que permitir a proibição dos cigarros eletrônicos resultará sucessivamente na proibição de outros produtos prejudiciais, como o cigarro tradicional e bebidas alcoólicas, sem oferecer provas concretas de que essas proibições aconteceriam de fato. É uma forma de raciocínio que assume uma escalada inevitável de eventos sem suporte lógico.

Ana - Desde que o governo implementou a política de aumentar a posse de armas, a taxa de criminalidade diminuiu. Isso prova que permitir mais armas nas mãos das pessoas reduz o crime.

João - Não tenho certeza se podemos fazer essa conexão tão diretamente. Existem muitos fatores que podem contribuir para a mudança na taxa de criminalidade.

Ana - Mas a queda na criminalidade começou logo após a nova política de armas ser implementada. Isso não pode ser coincidência. Qual seria a outra explicação?

João - Não sei, talvez a economia tenha melhorado, ou as forças policiais tenham se tornado mais eficientes.

Com base no diálogo entre Ana e João sobre a política de armas e a redução da criminalidade, quem está cometendo uma falácia causal?

Ambos estão cometendo a falácia da ladeira escorregadia, pois estão extrapolando os possíveis efeitos da política de armas e da redução de criminalidade.

A falácia da ladeira escorregadia acontece quando se afirma que um evento necessariamente levará a uma cadeia de eventos negativos, sem justificativa suficiente para essa alegação. Neste diálogo, nenhum dos interlocutores está dizendo que a política de armas levará inevitavelmente a algo mais. Estão discutindo as causas e consequências de um evento específico sem prever uma sequência de eventos ruins. Logo, essa falácia não está presente.
João, ao cometer a falácia de ignorar a relevância da causa próxima, ao sugerir outras causas possíveis, como a economia ou a polícia, sem considerar o impacto imediato da política de armas.

João está exercendo ceticismo saudável ao sugerir que a redução da criminalidade pode ter outras causas, como melhorias na economia ou na eficiência da polícia. Ele não está ignorando a relevância da política de armas, mas sim ampliando a discussão para incluir diferentes fatores que podem ter contribuído para a mudança nas estatísticas de criminalidade. Portanto, ele não está cometendo uma falácia ao fazer essas sugestões.
Nenhum dos dois está cometendo uma falácia causal, já que ambos estão discutindo possibilidades de forma razoável.

Embora ambos estejam discutindo possibilidades sobre as causas da queda na criminalidade, Ana está presumindo uma conexão causal direta sem evidência, o que constitui uma falácia. Portanto, não podemos afirmar que nenhum dos dois está cometendo uma falácia causal. João está, na verdade, tentando justamente evitar esse tipo de erro ao lembrar que existem outros fatores possíveis a serem considerados. Ana, por outro lado, está cometendo uma falácia.
Ana, ao cometer a falácia post hoc ergo propter hoc, ao concluir que a política de armas foi a causa direta da queda na criminalidade apenas por terem ocorrido em sequência.

Ana está cometendo a falácia conhecida como 'post hoc ergo propter hoc'. Essa é uma expressão em latim que significa 'depois disso, logo causado por isso'. Esse tipo de erro ocorre quando se assume que um evento é a causa de outro só porque aconteceu antes. No caso, Ana vê a implementação da política de armas e a redução da criminalidade como eventos sequenciais e assume que um causou o outro, mas isso não necessariamente é verdade. Podem haver outras causas para a redução da criminalidade, e a correlação não implica causalidade.

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