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Questões sobre críticas ao utilitarismo e à ética kantiana
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Qual das opções a seguir é uma crítica ao utilitarismo?
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Não leva em conta a felicidade da maioria.Esta alternativa está incorreta, pois o princípio fundamental do utilitarismo é exatamente maximizar a felicidade ou o bem-estar da maioria. Assim, ele se preocupa diretamente com a felicidade da maioria, e não ignora esse aspecto.
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Não leva em conta as consequências das ações.Essa alternativa é incorreta porque o utilitarismo, por definição, é uma teoria consequencialista, ou seja, ele se preocupa diretamente com as consequências das ações. A ideia principal é que uma ação é moralmente correta se ela maximiza a felicidade ou o bem-estar geral.
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Não garante de forma absoluta direitos básicos, como o direito à vida.Correto. Essa é uma crítica muito comum ao utilitarismo. A teoria pode, em situações extremas, justificar a violação de direitos individuais, como o direito à vida, se isso resultar em um aumento geral da felicidade. Por exemplo, sacrificar uma pessoa para salvar várias outras pode ser considerado moralmente aceitável pelo utilitarismo, já que o bem-estar total aumenta.
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Não fornece diretrizes claras para a tomada de decisões.Essa crítica é considerada válida por alguns filósofos, pois o utilitarismo pode ter dificuldades em fornecer diretrizes claras para a tomada de decisões em situações complexas. Contudo, os utilitaristas argumentam que, apesar disso, a regra básica de maximizar a felicidade é relativamente clara e útil.
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É muito focado na felicidade individual e ignora o bem-estar coletivo.Essa afirmação está incorreta porque o utilitarismo é, na verdade, uma teoria ética que preza pelo bem-estar coletivo. Ele busca maximizar a felicidade ou utilidade total para o maior número de pessoas. Portanto, não é focado apenas na felicidade individual, mas sim na coletiva.
Como utilitarismo responde a críticas que acusam a teoria de negligenciar direitos individuais?
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Restringindo o escopo da teoria para questões puramente utilitárias, deixando de lado questões éticas mais amplas.Essa alternativa está incorreta porque ela sugere que o utilitarismo simplesmente ignora questões éticas mais amplas, o que não é verdade. O utilitarismo tenta abordar questões éticas de forma abrangente através do princípio da maximização de felicidade ou utilidade. Restringir seu escopo e ignorar preocupações éticas mais amplas não seria uma forma eficaz de responder às críticas sobre direitos individuais.
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Abandonando completamente o objetivo de maximizar a felicidade geral em prol da proteção dos direitos individuais.Esta alternativa está incorreta, porque vai contra a essência do utilitarismo. O utilitarismo é a teoria que busca maximizar a felicidade ou o bem-estar geral, então abandonar completamente esse objetivo em prol da proteção dos direitos individuais significa abandonar a essência da teoria. Em vez disso, o utilitarismo tenta conciliar a proteção dos direitos com o objetivo de maximizar a felicidade.
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Através da ideia de que o respeito aos direitos individuais é uma forma de maximizar a felicidade geral a longo prazo.Esta alternativa está correta. O utilitarismo, especialmente nas visões mais modernas, reconhece que o respeito aos direitos individuais pode ser uma boa estratégia para maximizar a felicidade a longo prazo. A ideia aqui é que, ao proteger direitos, evitamos sofrimento e injustiças que poderiam prejudicar o bem-estar geral da sociedade no futuro. John Stuart Mill, um dos principais defensores do utilitarismo, argumentava que a proteção das liberdades individuais é essencial para garantir um progresso social que maximiza o bem-estar.
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Alegando que direitos individuais não são importantes para o bem-estar e a felicidade.Esta alternativa está incorreta. Embora o utilitarismo foque na maximização da felicidade geral, afirmar que direitos individuais não são importantes não seria uma resposta apropriada à crítica de que a teoria os negligencia. Na verdade, muitos utilitaristas reconhecem que direitos individuais podem ter um papel significativo na promoção do bem-estar geral.
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O utilitarismo considera os direitos individuais como um fator secundário na tomada de decisões, e não pode responder às críticas que acusam a teoria de negligenciá-los.Esta alternativa apresenta um ponto de vista incorreto de que o utilitarismo não pode responder às críticas sobre a negligência dos direitos individuais. Embora o utilitarismo não coloque os direitos individuais como prioridade principal, ele considera que preservar certos direitos pode ser instrumental para alcançar o bem maior a longo prazo. Portanto, é errôneo dizer que ele não pode responder a essas críticas.
O exemplo dos cristão jogados aos leões no coliseu para diversão pública é uma crítica ao utilitarismo que procura mostrar que
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o utilitarismo só leva em consideração em seu cálculo o prazer gerado por uma ação, desconsiderando a dor e o sofrimento.Esta alternativa está incorreta. O utilitarismo considera tanto o prazer quanto a dor em seu cálculo. A teoria busca maximizar o prazer e minimizar a dor, então desconsiderar o sofrimento não corresponde ao entendimento correto do utilitarismo. Este exemplo do coliseu é usado para ressaltar a crítica de que o cálculo utilitarista pode resultar em injustiça para minorias, não que ignore a dor e o sofrimento.
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o utilitarismo defende a diversão pública como um valor superior à vida humana.Esta alternativa não é correta. O utilitarismo não prioriza a diversão pública acima da vida humana. O princípio básico do utilitarismo é promover a maior felicidade para o maior número de pessoas. Embora alguns críticos digam que o utilitarismo poderia, teoricamente, justificar danos a indivíduos para o prazer da maioria, isso não significa que a teoria defenda a ideia de que diversão ou prazer sempre supera o valor da vida humana.
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o utilitarismo é uma teoria que se preocupa apenas com o presente, sem considerar as consequências futuras de suas ações.Esta alternativa está incorreta. De fato, o utilitarismo clássico, como o proposto por Jeremy Bentham e John Stuart Mill, leva em conta as consequências futuras das ações ao tentar maximizar a felicidade. A crítica central que este exemplo específico faz é sobre a possibilidade de ignorar os direitos e a dignidade de indivíduos, e não sobre a consideração de consequências futuras.
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o utilitarismo falha em proteger os direitos individuais, visto que pode justificar o sacrifício da vida de uma minoria em nome da felicidade da maioria.Esta alternativa está correta. Uma crítica comum ao utilitarismo é que ele pode permitir, em certas circunstâncias, o sacrifício de uma minoria se isso resultasse em maior felicidade ou benefício para a maioria. No exemplo dos cristãos no coliseu, a diversão da multidão poderia ser considerada um ganho de felicidade para muitos, enquanto a vida dos poucos cristãos era sacrificada, o que ilustra o potencial problema do utilitarismo de ignorar direitos individuais.
Thiago: Bem, eu sou um utilitarista, então acredito que devemos buscar maximizar a felicidade e minimizar a dor. Se a máquina trouxer mais felicidade do que dor, então eu seria a favor.
Nozick: Eu entendo sua perspectiva, mas e se eu dissesse que as pessoas poderiam escolher ficar permanentemente conectadas à máquina de experiência, renunciando à vida real?
Thiago: Bem, eu acho que ainda seria a favor, desde que a felicidade geral aumente.
Suponha que Felícia, também defensora do utilitarismo, discorde de Thiago. Ela acredita que as pessoas não deveriam ser obrigadas a viver na máquina de Nozick. Como ela poderia conciliar seu utilitarismo com a recusa da máquina de experiência?
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Felícia pode argumentar que a vida na máquina de Nozick pode ser insatisfatória a longo prazo, mesmo que pareça perfeita no curto prazo, e que o utilitarismo deve levar em consideração a felicidade a longo prazo.Esta alternativa está correta. A crítica aqui sugere que a experiência da máquina pode parecer boa inicialmente, mas se a felicidade não é sustentada a longo prazo ou se há insatisfação futura, então não podemos garantir que seja a melhor escolha. Este é um ponto utilitarista que leva em conta o impacto contínuo das decisões na felicidade das pessoas.
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Felícia pode argumentar que que o utilitarismo deve buscar maximizar a preferência das pessoas e não unicamente seu sentimento de prazer e bem-estarEsta alternativa está correta e é o ponto central do argumento. Felícia pode argumentar que, em vez de apenas buscar prazer ou felicidade de maneira simples, o utilitarismo poderia ser mais persuasivo se considerasse as preferências das pessoas como parte integrante do cálculo de felicidade. Isso significa que maximizar a felicidade envolve respeitar os desejos e a autonomia dos indivíduos, o que a máquina de experiências pode desconsiderar.
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Felícia pode sugerir que o utilitarismo deve levar em consideração a qualidade da felicidade e que a vida na máquina de Nozick pode não ser tão satisfatória quanto a felicidade encontrada na vida real.Esta alternativa está correta. É possível que Felícia defenda que não é apenas a quantidade de felicidade que importa, mas também sua qualidade. Felicidades superficiais, ou que não têm a profundidade de experiências reais, podem não proporcionar tanta satisfação. Assim, viver na máquina de Nozick pode não ser equivalente a viver a realidade, mesmo que ambas sejam felizes.
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Felícia poderia argumentar que a máquina de Nozick não leva em consideração as preferências individuais e, portanto, pode não produzir a maior felicidade possível para todos.Esta alternativa está correta. Felícia, como utilitarista, poderia argumentar que parte do cálculo para maximizar a felicidade envolve respeitar as preferências individuais das pessoas. A máquina de Nozick ignora esses desejos pessoais, forçando todos a uma única forma de felicidade programada. Se a máquina contradiz as preferências de alguns, pode acabar não maximizar a felicidade geral como deveria.
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Felícia pode defender que o utilitarismo deve parar de buscar maximizar o prazer, o bem-estar ou seja lá o que for.Esta alternativa está incorreta. Se Felícia dissesse que o utilitarismo deve parar de buscar maximizar o prazer, ela estaria essencialmente abandonando a filosofia utilitarista, que é centrada na maximização do bem-estar ou felicidade. Esta alternativa sugere uma mudança completa do que o utilitarismo busca, não uma adaptação do conceito para aplicá-lo à máquina de Nozick.
Qual é uma crítica à noção de imperativo categórico de Kant?
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É demasiado consequencialista e ignora a importância dos deveres e obrigações.A crítica de que o imperativo categórico é demasiadamente consequencialista está incorreta. Na verdade, Kant criticava as teorias consequencialistas porque elas se baseiam nos resultados das ações para julgar sua moralidade. Em vez disso, Kant propunha que o valor moral de uma ação deveria ser julgado pela intenção de cumprir o dever moral em si, não pelas consequências. Portanto, acusar Kant de ignorar a importância dos deveres e obrigações vai contra um dos pilares centrais de sua filosofia ética.
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Não admite exceções às regras morais.Esta é, de fato, uma crítica comum à visão kantiana. A noção de imperativo categórico não admite exceções às regras morais e exige que elas sejam seguidas de maneira universal e incondicional. Por exemplo, mesmo se mentir poderia salvar uma vida, Kant argumentaria que ainda não seria justificado, pois isso violaria a lei moral de honestidade e não poderia ser universalizado sem contradição. Críticos argumentam que esta inflexibilidade não leva em consideração cenários onde excepcções poderiam ser moralmente necessárias.
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É muito focado em emoções e sentimentos.A teoria do imperativo categórico de Kant é criticada precisamente por não levar em consideração as emoções e sentimentos. Kant focava nos princípios racionais e na lógica da moralidade, ao invés de nas emoções, pois acreditava que moralidade baseada em sentimentos poderia ser instável e subjetiva. Assim, esta alternativa é incorreta porque a crítica ao seu modelo é justamente o oposto: que é muito racionalista, desconsiderando emoções.
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É muito difícil de entender e aplicar na prática.A ideia de que o imperativo categórico de Kant é difícil de entender e aplicar na prática tem algum mérito, mas não é exatamente uma crítica à sua validade ou coerência teórica. Kant propunha que o imperativo categórico — uma regra ou lei moral incondicional que devemos seguir independentemente das nossas inclinações ou consequências — deveria ser uma ferramenta de orientação ética clara. No entanto, é verdade que a aplicação de princípios kantianos pode ser desafiadora, pois requer que nos afastemos das inclinações pessoais e analisem as ações em termos de universalizabilidade. Por essa razão, esta crítica é mais sobre a complexidade de aplicação do que uma falha teórica intrínseca.
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É muito subjetivo e varia de pessoa para pessoa.Esta alternativa está incorreta. O imperativo categórico de Kant é conhecido por sua tentativa de criar uma ética objetiva que não varia de pessoa para pessoa. Kant baseava sua ética em princípios que deveriam ser verdadeiros para todos os seres racionais, independentemente dos seus desejos ou contextos individuais. Críticos frequentemente apontam que este tipo de objetividade pode ser excessivamente rígido ou irrealista, mas não que seja subjetivo.
(Tim Mulgan, Utilitarismo)
Qual é o objetivo da crítica apresentada pelo exemplo do torturador na teoria utilitarista?
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Mostrar que a felicidade dos indivíduos não pode ser quantificada ou comparada de forma justa.Esta alternativa sugere uma crítica relacionada à quantificação da felicidade, mas o exemplo do torturador está mais focado em um dilema moral, especificamente sobre os direitos individuais, ao invés de abordar diretamente a eficácia da medição da felicidade ou do sofrimento. Portanto, essa não é a crítica mais direta ao utilitarismo no contexto do exemplo apresentado.
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Mostrar que o utilitarismo pode levar a violações de direitos individuais em nome da maximização do bem-estar geral.Esta alternativa capta corretamente a crítica apresentada. A ideia é que a aplicação prática do utilitarismo pode justificar ações moralmente questionáveis, como torturar um inocente, em nome de um bem maior. A crítica é que, ao buscar maximizar o bem-estar geral, a teoria pode permitir ou até exigir a violação de direitos individualmente inalienáveis.
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Mostrar que o utilitarismo é uma teoria incoerente que não leva em conta as consequências de longo prazo de suas ações.A alternativa sugere que o utilitarismo ignora as consequências de longo prazo, mas o exemplo dado está mais preocupado em mostrar como o foco na maximização do bem-estar pode levar a atrocidades no curto prazo, como a tortura de um inocente. A crítica é mais sobre as ações imediatas justificadas pela teoria, do que sobre uma falha em considerar impactos futuros. Portanto, essa explicação não é a crítica principal abordada no exemplo do torturador.
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Mostrar que utilitarismo é uma teoria egoísta que valoriza apenas o bem-estar pessoal do agente.Dizer que o utilitarismo é uma teoria egoísta não está alinhado ao exemplo. No contexto do utilitarismo, a teoria não prioriza o bem-estar pessoal do agente, mas o bem-estar geral de todos os afetados. O exemplo, ao contrário, critica como o bem-estar geral pode ser priorizado a ponto de ignorar direitos individuais, e não porque valoriza somente o bem-estar do agente.
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Mostrar que o bem-estar de poucos indivíduos deve sempre ser sacrificado em prol do bem-estar da maioria.Essa alternativa parece correta, mas o foco da crítica não é afirmar que o bem-estar de poucos deve sempre ser sacrificado, mas sim explorar as consequências dessa ideia. O exemplo do torturador chama a atenção precisamente para as situações em que sacrificar um inocente (neste caso, uma criança) é problemático, mesmo que as consequências possam beneficiar a maioria. Assim, a crítica está mais centrada nas implicações éticas e morais desse sacrifício do que em defendê-lo como uma regra.
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