Forma lógica
A lógica estuda argumentos para verificar se são bons ou não, válidos ou inválidos. Ao analisar um argumento, podemos usar duas perspectivas: observar seu conteúdo ou sua forma lógica.
Vamos entender qual a diferença entre esses conceitos através alguns exemplos. Considere o argumento abaixo
Todo ser humano é mortal.
Sócrates é um ser humano.
Portanto, Sócrates é mortal.
Não é preciso muito esforço de análise para perceber que esse é um bom argumento. De fato, podemos concluir com toda certeza que Sócrates é mortal se as premissas do argumento forem verdadeiras.
Agora compare o argumento acima com o próximo:
Todos os mamíferos são animais.
Baleias são mamíferos.
Portanto, baleias são animais.
Se analisarmos o conteúdo dos argumentos acima, veremos que são diferentes. Um fala de seres humanos e de sua mortalidade, outro sobre animais mamíferos e baleias em particular.
Porém, sob outro ponto de vista, há semelhanças entre eles. Essa semelhança está na estrutura lógica do argumento. Uma forma de destacar essa semelhança é substituir os termos do argumento por variáveis.
O resultado é o seguinte:
Todo A (seres humanos) é B (mortais).
C (Sócrates) é A (ser humano).
Portanto, C (Sócrates) é B (mortal).
Todo A (mamíferos) é B (animais).
C (baleias) é A (mamífero).
C (baleia) é B (animal).
Portanto, a estrutura ou a forma lógica dos argumentos acima é
Todo A é B.
Todo C é A.
Portanto, C é B.
A lógica se interessa pela forma dos argumentos, porque um é argumento é válido ou inválido dependendo não do conteúdo das afirmações que o compõe, mas de sua estrutura.
Os argumentos acima são claramente válidos. Além disso, qualquer argumento que possua a mesma forma será válido, independente do seu conteúdo.