O problema do livre-arbítrio
Esse texto aborda o chamado problema do livre-arbítrio. A questão metafísica discutida aqui é se os seres humanos possuem liberdade de escolha ao se essa escolha é determinada por forças que não dependem das decisões humanas.
Por exemplo. Para ler esse texto, você escolheu, entre outras coisas, em que lugar e horário fazer isso. No entanto, alguns filósofos negam que nós tenhamos de fato qualquer liberdade de escolha, inclusive em relação a decisões simples como essas.
Diante dessa questão, há duas respostas alternativas. A primeira, mais de acordo com a visão comum sobre o problema, é chamada de libertismo. Segundo essa concepção, pelo menos algumas das ações humanas são livres. É claro que nem tudo pode ser escolhido. Mas pelo menos algumas ações (como o lugar e o momento de uma leitura, por exemplo) são frutos de escolhas humanas.
O libertismo também afirma que somos moralmente responsáveis por aquilo que escolhemos. Se, de livre e espontânea vontade, causo algum prejuízo a outra pessoa, devo ser punido por isso.
Por outro lado, há uma perspectiva bastante radical sobre o assunto: o determinismo. Segundo determinismo, nenhuma ação humana é livre, nenhuma ação humana é o resultado de escolhas que fazemos. Pelo contrário, todas as ações são determinadas por causas anteriores e, dada uma circunstância qualquer, faremos exatamente aquilo que uma dada sequência causal determinar.
Assim como o libertismo, o determinismo afirma que a liberdade de escolha é uma condição para a responsabilidade moral. Portanto, defende que os seres humanos não possuem responsabilidade moral, uma vez que não são livres. Imagine que uma pessoa cometa um assassinato. Prontamente diríamos que essa pessoa deve ser responsabilizada e arcar com as consequências. Porém os deterministas pensam o contrário. Um exemplo clássico disso pode ser visto na estratégia de defesa de um assassino de Clarence Darrow, uma das mais famosas entre os advogados criminais dos EUA.
Por fim, temos o chamado compatibilismo. Essa é uma concepção que mescla partes de cada uma das teorias anteriores, criando uma posição intermediária. Para o compatibilismo, os seres humanos são determinados, porém possuem a liberdade que é necessária para a responsabilidade moral. Ou seja, para o compatibilismo, temos responsabilidade moral mesmo tendo nossas ações determinadas.
O debate sobre o livre-arbítrio
Nos próximos textos, você vai encontrar o relato de algumas pesquisas sobre casos de gêmeos idênticos que compartilham muitas semelhanças de comportamento, que mostra em que sentido nossas escolhas podem ser determinadas por causas que não nossa vontade.
Em seguida, terá um texto sobre o determinismo, seu significado e os principais argumentos utilizados em sua defesa.
Por fim, poderá ler um texto sobre o libertismo e os argumentos utilizados para defender que o ser humano possui livre-arbítrio.