Questões sobre o conceito de luta de classes
Questão 1
Segundo Marx, a história de toda a humanidade, até o momento em que viveu, é a história:
da desigualdade de gênero.
da luta de classes.
do racismo.
dos problemas políticos.
Questão 2
Sobre o conceito de luta de classes, é INCORRETO afirmar que:
A luta de classes na sociedade capitalista se expressa no conflito entre a classe política e os cidadãos.
A luta de classes é o motor da história.
A luta de classes é uma característica marcante do capitalismo.
Na sociedade capitalista, há apenas duas classes em conflito.
Questão 3
TEXTO I
Não é sem razão que o ser humano procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade.
Não é sem razão que o ser humano procura de boa vontade juntar-se em sociedade com outros que estão já unidos, ou pretendem unir-se, para a mútua conservação da vida, da liberdade e dos bens a que chamo de propriedade.
LOCKE, J. Segundo tratado sobre governo: ensaio relativo à verdadeira origem, extensão e objetivo do governo civil. São Paulo: Abril Cultural, 1978 (adaptado).
TEXTO II
Para que essas classes com interesses econômicos em conflitos não destruam a si mesmas e à sociedade numa luta estéril, surge a necessidade de um poder que, na aparência, esteja acima da sociedade, que atenue o conflito, mantenha-o dentro dos limites da ordem.
Para que essas classes com interesses econômicos em conflitos não destruam a si mesmas e à sociedade numa luta estéril, surge a necessidade de um poder que, na aparência, esteja acima da sociedade, que atenue o conflito, mantenha-o dentro dos limites da ordem.
ENGELS, F. In: GALLINO, L. Dicionário de sociologia. São Paulo: Paulus, 2005 (adaptado).
Os textos expressam duas visões sobre a forma como os indivíduos se organizam socialmente. Tais visões apontam, respectivamente, para as concepções:
Liberal, em defesa da liberdade e da propriedade privada — Conflituosa, exemplificada pela luta de classes.
Heterogênea, favorável à propriedade privada — Consensual, sob o controle de classes com interesses comuns.
Igualitária, baseada na filantropia — Complementar, com objetivos comuns unindo classes antagônicas.
Compulsória, na qual as pessoas possuem papéis que se complementam — Individualista, na qual as pessoas lutam por seus interesses.
Libertária, em defesa da razão humana — Contraditória, na qual vigora o estado de natureza.
Questão 4
“TEXTO I
Cidadão
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
“Tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?”
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer.”
Cidadão
Tá vendo aquele edifício, moço?
Ajudei a levantar
Foi um tempo de aflição
Eram quatro condução
Duas pra ir, duas pra voltar
Hoje depois dele pronto
Olho pra cima e fico tonto
Mas me vem um cidadão
E me diz desconfiado
“Tu tá aí admirado
Ou tá querendo roubar?”
Meu domingo tá perdido
Vou pra casa entristecido
Dá vontade de beber
E pra aumentar meu tédio
Eu nem posso olhar pro prédio
Que eu ajudei a fazer.”
BARBOSA, L. In: ZÉ RAMALHO. 20 Super Sucessos. Rio de Janeiro: Sony Music, 1999 (fragmento).
TEXTO II
O trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais riqueza e sua produção cresce em força e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata à medida que cria mais bens. Esse fato simplesmente subentende que o objeto produzido pelo trabalho, o seu produto, agora se lhe opõe como um ser estranho, como uma força independente do produtor.
O trabalhador fica mais pobre à medida que produz mais riqueza e sua produção cresce em força e extensão. O trabalhador torna-se uma mercadoria ainda mais barata à medida que cria mais bens. Esse fato simplesmente subentende que o objeto produzido pelo trabalho, o seu produto, agora se lhe opõe como um ser estranho, como uma força independente do produtor.
MARX, K. Manuscritos econômicos-filosóficos (Primeiro manuscrito). São Paulo: Boitempo Editorial, 2004 (adaptado).
Com base nos textos, a relação entre trabalho e modo de produção capitalista é
estruturada na distribuição equânime de renda e no declínio do capitalismo industrial e tecnocrata.
baseada na desvalorização do trabalho especializado e no aumento da demanda social por novos postos de emprego.
fundada no crescimento proporcional entre o número de trabalhadores e o aumento da produção de bens e serviços.
derivada do aumento da riqueza e da ampliação da exploração do trabalhador.
instaurada a partir do fortalecimento da luta de classes e da criação da economia solidária.
Questão 5
Para Karl Marx, de onde se origina a maior desigualdade de riqueza observada em uma sociedade capitalista?
Da diferença de inteligência dos indivíduos.
Do fato de que algumas pessoas são proprietárias dos meios de produção e outras não.
Da diferença de esforço e trabalho dos indivíduos.
Do fato de que nem todas as pessoas têm oportunidades educacionais iguais.
Da desigualdade de salário.
Questão 6
De acordo com a teoria de Marx, a desigualdade social se explica
pela apropriação das condições de trabalho pelos homens mais capazes em contextos históricos, marcados pela igualdade de oportunidades.
pela distribuição da riqueza de acordo com o esforço de cada um no desempenho de seu trabalho.
pelas diferenças de inteligência e habilidades inatas dos indivíduos, determinadas biologicamente.
pela divisão da sociedade em classes sociais, decorrente da separação entre proprietários e não proprietários dos meios de produção.
Questão 7
Uma das importantes preocupações sociológicas é a questão a respeito dos fatores que tornam possível a existência e a evolução das sociedades. A ideia de “conflito” assume uma posição contraditória, por este ser considerado ora como “motor das transformações”, ora como fator que “deixa a sociedade estagnada” e impede a evolução.
Em relação às consequências do conflito para sociedade, é CORRETO afirmar:
Durkheim diz que os conflitos entre trabalhadores e empresários demonstram a falta de organização ou a anomia parcial da sociedade moderna, que deve ser corrigida com uma revolução do proletariado, que restaure o consenso social.
Para Karl Marx, o regime capitalista é capaz de produzir cada vez mais. A despeito desse aumento das riquezas, a miséria continua sendo a sorte da maioria. Essa contradição irá gerar conflitos que, mais cedo ou mais tarde, desencadearão um processo de reforma da sociedade que a reorganizará com critérios científicos.
O marxismo exclui a possibilidade de haver um paralelismo entre o desenvolvimento das forças produtivas, a transformação das relações de produção, a intensificação da luta de classes e dos conflitos que marcam a marcha para a revolução.
Para Karl Marx, a supressão das contradições de classe deve levar logicamente ao desaparecimento do Estado, pois este é um dos subprodutos ou a expressão dos conflitos sociais.
Durkheim acredita que a forma como os indivíduos se organizam socialmente para produzir determina a sua visão de mundo. Ou seja, ele acredita que não é a consciência dos homens que determina a realidade, mas, ao contrário, é a realidade social e principalmente seus conflitos que determina a consciência coletiva.
Questão 8
A Escola Marxista tem na teoria do conflito um dos seus fundamentos mais importantes em termos sociológicos.
Tal teoria, pela óptica marxista, defende que
todas as relações sociais estão desvinculadas da esfera econômica, sendo os conflitos políticos o alicerce da vida em sociedade.
os conflitos sociais são culturais, sendo expressões do embate entre a tradição e a inovação.
as sociedades mais avançadas são aquelas que melhor se adaptaram ao longo do processo histórico, sendo as menos aptas extintas.
os conflitos sociais são observados apenas nas sociedades anteriores à Revolução Industrial.
os conflitos nascem das contradições, sendo estas resultantes do acesso desigual aos meios de produção.
Questão 9
A sociedade burguesa moderna, que brotou das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classes. Não fez senão substituir velhas classes, velhas condições de opressão, velhas formas de luta por outras novas. Entretanto, a nossa época, a época da burguesia, caracteriza-se por ter simplificado os antagonismos de classes.
MARX, K.; ENGELS, F. O manifesto comunista. São Paulo: Paz e Terra, 1998.
Na perspectiva dos autores, os antagonismos entre as classes sociais no capitalismo decorrem da separação entre aqueles que detêm os meios de produção e aqueles que
monopolizam o mercado financeiro.
exercem a atividade comercial.
possuem os títulos de nobreza.
controlam a propriedade da terra
vendem a força de trabalho
Questão 10
O texto a seguir é referência para a questão.
Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram o Manifesto Comunista. Segundo seus autores, “a burguesia desempenhou na História um papel iminentemente revolucionário. Onde quer que tenha conquistado o poder, a burguesia destruiu as relações feudais, patriarcais e idílicas. Rasgou todos os complexos e variados laços que prendiam ao homem feudal e seus superiores naturais, para só deixar subsistir, de homem para homem, o laço do frio interesse. […] Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as numerosas liberdades, conquistadas duramente, por uma única liberdade sem escrúpulos: a do comércio. Em uma palavra, em lugar da exploração dissimulada por ilusões religiosas e políticas, a burguesia colocou uma exploração aberta, direta, despudorada e brutal. […] Tudo o que era sólido e estável se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado e os homens são obrigados finalmente a encarar sem ilusões a sua posição social e as suas relações com outros homens”.
Em 1848, Karl Marx e Friedrich Engels publicaram o Manifesto Comunista. Segundo seus autores, “a burguesia desempenhou na História um papel iminentemente revolucionário. Onde quer que tenha conquistado o poder, a burguesia destruiu as relações feudais, patriarcais e idílicas. Rasgou todos os complexos e variados laços que prendiam ao homem feudal e seus superiores naturais, para só deixar subsistir, de homem para homem, o laço do frio interesse. […] Fez da dignidade pessoal um simples valor de troca; substituiu as numerosas liberdades, conquistadas duramente, por uma única liberdade sem escrúpulos: a do comércio. Em uma palavra, em lugar da exploração dissimulada por ilusões religiosas e políticas, a burguesia colocou uma exploração aberta, direta, despudorada e brutal. […] Tudo o que era sólido e estável se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado e os homens são obrigados finalmente a encarar sem ilusões a sua posição social e as suas relações com outros homens”.
(MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. O manifesto comunista. São Paulo: Boitempo, 2001, p. 42-43.)
Com base nessa passagem de O Manifesto Comunista, assinale a alternativa correta.
De acordo com Marx e Engels, a burguesia, enquanto nova classe social que emerge no mundo moderno, trouxe consigo uma série de elementos que não apenas denunciaram os aspectos arcaicos das sociedade antigas, suas formas arquetípicas de dominação, seu primitivismo religioso e sua ineficácia política, como também apresentaram a modernidade como novo projeto de sociedade, retirando os indivíduos de sua passividade social e lançando-os no processo histórico de desenvolvimento de suas relações de produção.
Marx e Engels demonstram uma grande empatia pela classe burguesa, na medida em que ambos possuíam origem social nessa classe. Entendem também que o proletariado cumpriu um papel importante na construção das sociedades capitalistas, mas que não o fariam de modo pleno sem a existência da burguesia e seus intelectuais, que forneciam as diretrizes necessárias para o desenvolvimento do capitalismo.
Para os autores, não haveria outra possibilidade de a burguesia revolucionar os meios de produção, por conseguinte, as relações de produção, que não fosse pelo modelo instituído pela Revolução Francesa, ocorrida em 1848. Daí a importância do Manifesto Comunista, escrito no mesmo ano, o que demonstra que Marx e Engels concordavam com os ideais comunistas da Revolução Francesa.
Quando Marx e Engels escrevem que “tudo o que era sólido e estável se desmancha no ar, tudo o que era sagrado é profanado e os homens são obrigados finalmente a encarar sem ilusões a sua posição social”, atestam quanto a revolução burguesa, com auxílio dos comunistas soviéticos, estava travando uma luta contra a igreja cristã ocidental.
Há muito, frações da burguesia e partidos de orientação comunista no continente europeu estavam associados numa campanha contra os valores modernos, cristãos e ocidentais. A revolução da burguesia descrita por Marx e Engels em O Manifesto Comunista já defendia o Estado totalitário e o fim das liberdades individuais, que, mais tarde, iriam resultar na formação de partidos políticos de extrema-esquerda, como o Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães, também conhecido como Partido Nazista.
Questão 11
A sociedade moderna burguesa, surgida das ruínas da sociedade feudal, não aboliu os antagonismos de classe, apenas estabeleceu novas classes, novas formas de opressão, novas formas de luta, em lugar das velhas. No entanto, a nossa época, a da burguesia, possui uma característica: simplificou os antagonismos de classes. A sociedade global divide-se cada vez mais em dois campos hostis, em duas grandes classes que se defrontam: a burguesia e o proletariado.
MARX, K.; ENGELS, F. O Manifesto do Partido Comunista – Jorge Zahar, 2006.
A passagem clássica do pensamento sociológico aponta o surgimento das classes sociais: burguesia e operariado. A partir da análise desse trecho, é possível considerar que
o trecho enfatiza a importância da luta de classes na análise das dinâmicas sociais da sociedade moderna.
houve um avanço histórico em relação às épocas passadas, pois a simplificação dos antagonismos de classe reduziu os conflitos entre diferentes classes sociais na época moderna.
os antagonismos de classe seguem sendo os mesmos das épocas antigas, porém na época moderna há uma afinidade maior de interesses entre as classes sociais.
a passagem mostra que a luta de classes se tornaria um aspecto residual nas análises das dinâmicas sociais.
a existência do antagonismo de classes indica que se deve adotar uma perspectiva funcionalista e compreensiva para se interpretar os posicionamentos das diferentes classes sociais.
Questão 12
Assinale a alternativa que apresenta, CORRETAMENTE, a autoria desse texto e a linha teórica seguida.
Mikhail Bakunin e Joseph Proudhon, Anarquismo.
Karl Marx e Friederich Engels, Materialismo Histórico
Karl Marx e Mikhail Bakunin, Socialismo Utópico.
Vladimir Ilitch Lênin e Leon Trótsky, Socialismo Científico.
Vladimir Ilich Lênin e Joseph Stálin, Socialismo Real.
Questão 13
Leia o texto para responder à questão.
O melhor método de análise social deve começar pelo real e pelo concreto. Em economia, começar-se-ia pela população, que é a base da produção como um todo. Mas, numa observação atenta, apercebemo-nos de que há aqui um erro. A população é uma abstração se desprezarmos as classes de que se compõe. Entretanto, essas classes são uma palavra oca se ignorarmos os elementos em que repousam, como o trabalho assalariado, o capital etc. O capital, sem o trabalho assalariado, sem o dinheiro, não é nada. Assim, se começássemos pela população teríamos uma visão caótica do todo e, através de uma análise, chegaríamos a conceitos e a determinações mais simples. Partindo daqui, seria necessário caminhar em sentido contrário até chegar finalmente de novo à população, que será, desta vez, uma totalidade de relações numerosas.
O melhor método de análise social deve começar pelo real e pelo concreto. Em economia, começar-se-ia pela população, que é a base da produção como um todo. Mas, numa observação atenta, apercebemo-nos de que há aqui um erro. A população é uma abstração se desprezarmos as classes de que se compõe. Entretanto, essas classes são uma palavra oca se ignorarmos os elementos em que repousam, como o trabalho assalariado, o capital etc. O capital, sem o trabalho assalariado, sem o dinheiro, não é nada. Assim, se começássemos pela população teríamos uma visão caótica do todo e, através de uma análise, chegaríamos a conceitos e a determinações mais simples. Partindo daqui, seria necessário caminhar em sentido contrário até chegar finalmente de novo à população, que será, desta vez, uma totalidade de relações numerosas.
(Karl Marx. “Introdução à crítica da economia política”. Contribuição à crítica da economia política, 2015. Adaptado.)
Marx resume nessa passagem o método de pesquisa, que ele denominou de caminho do “abstrato para o concreto”, porque
a percepção imediata do real esconde determinações factuais ainda indefinidas.
a análise deriva de ideias inatas e do senso comum.
as categorias da sensibilidade devem predominar sobre os dados empíricos.
o conhecimento inicial do fenômeno será confirmado no fim da análise.
a apreensão empírica é inútil para a reflexão filosófica.
Questão 14
Leia o texto a seguir.
Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor feudal e servo, mestre de corporação e companheiro, em resumo, opressores e oprimidos em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre ou por uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em conflito.
Homem livre e escravo, patrício e plebeu, senhor feudal e servo, mestre de corporação e companheiro, em resumo, opressores e oprimidos em constante oposição, têm vivido numa guerra ininterrupta, ora franca, ora disfarçada; uma guerra que terminou sempre ou por uma transformação revolucionária da sociedade inteira, ou pela destruição das duas classes em conflito.
(MARX, K.; ENGELS, F. Manifesto comunista. São Paulo: Boitempo Editorial, 2005. p.40.)
Considerando o texto e a filosofia política de Marx e Engels sobre a História, assinale a alternativa correta.
O motor da História é a luta de classes, na qual os opressores desempenham o papel da classe revolucionária por excelência.
A História confirma a harmonia entre opressores e oprimidos, sendo ela a confirmação de uma ideia absoluta.
A História é a expressão de uma relação conflituosa entre opressores e oprimidos de uma mesma classe.
A História é movida pela luta entre classes antagônicas, na qual os detentores das forças produtivas oprimem os detentores dos meios de produção.
A História é movida pela luta de classes, cujo fim é a destruição das classes em geral.