Questões sobre falácia ad hominem

Em qual dos contextos abaixo seria mais relevante usar um argumento ad hominem?

Ao discutir os benefícios da energia solar, um participante acusa o outro de ser contra a energia solar apenas porque trabalha para uma empresa de combustíveis fósseis.

Esta alternativa ilustra um argumento ad hominem porque ataca a credibilidade do participante baseado em seu local de trabalho, em vez de abordar os méritos dos argumentos sobre a energia solar. Embora seja uma tentativa de vincular o interesse pessoal no argumento, não é o uso mais relevante, pois a discussão poderia se concentrar diretamente nos aspectos técnicos e nos benefícios da energia solar.
Em um debate sobre o melhor tratamento para diabetes, um médico sugere que o outro debatedor não é digno de confiança porque é obeso e não cuida da própria saúde.

Este exemplo é um argumento ad hominem claro, pois faz um ataque pessoal ao médico baseado na sua condição de saúde. Ainda que a intenção seja questionar a credibilidade do médico, o foco deveria ser nos argumentos e dados científicos que amparam as posições sobre os tratamentos de diabetes, não nas características pessoais dos debatedores.
Durante uma discussão sobre a teoria da evolução, um dos debatedores afirma que a opinião de seu oponente é inválida porque ele abandonou a faculdade de biologia.

A crítica ao fato de um debatedor ter abandonado a faculdade é um argumento ad hominem porque tenta minar a validade das opiniões dele com base na sua formação acadêmica, e não pelos argumentos que ele apresenta. Tal ataque não é relevante porque a formação acadêmica por si só não determina a validade de argumentos sobre a teoria da evolução. Mais importante seria analisar os argumentos científicos apresentados.
Em uma eleição para o conselho de uma escola, um dos candidatos é acusado de desvio de verbas em um cargo anterior, e isso é usado para questionar sua idoneidade como gestor.

Aqui, o argumento ad hominem é mais relevante porque toca diretamente na questão da idoneidade e confiabilidade do candidato em relação à sua capacidade de gerir recursos financeiros da escola. Neste contexto, questionar a moralidade e o passado de alguém pode ser vital para entender sua capacidade de desempenhar um cargo administrativo. Portanto, avaliar o caráter e o histórico de honestidade do candidato está diretamente relacionado ao assunto em discussão.

Qual é a principal diferença entre um argumento ad hominem válido e um falacioso?

Um ad hominem válido menciona características pessoais passadas que influenciam o contexto atual, enquanto o falacioso foca apenas em ataques sem conexão com o problema.

Esta alternativa está incorreta. Embora seja verdade que características pessoais passadas podem ser relevantes, a questão principal é a relevância dessas características para o problema atual, não simplesmente o fato de serem passadas ou presentes. O ataque se torna falacioso se essas características não tiverem impacto direto ou não forem pertinentes à discussão.
Um ad hominem válido é baseado em afirmações verdadeiras, enquanto o falacioso é baseado em mentiras e informações incorretas ou exageradas contra a pessoas que se está atacando.

Esta alternativa está incorreta. Mesmo que um ataque pessoal seja verdade, ele não se torna automaticamente relevante ou válido para a discussão se a característica não tiver relação direta com a questão em debate. A questão da falácia ad hominem não é a veracidade, mas a pertinência.
Um ad hominem válido faz referência às características pessoais quando essas são diretamente relevantes para a discussão, já o falacioso usa ataques pessoais sem relação com a questão.

Esta alternativa está correta. Um argumento ad hominem válido ocorre quando as características pessoais de alguém são de fato relevantes para a questão debatida. Por exemplo, se alguém está discutindo sobre honestidade em gestão e possui um histórico de fraude, atacar esse ponto é relevante. Já um ataque ad hominem falacioso faz críticas ao caráter da pessoa que não estão ligadas à discussão em andamento, apenas tentando desviar o foco ou desacreditar a pessoa injustamente.
Um ad hominem válido ataca o caráter da pessoa de maneira educada, enquanto o falacioso se utiliza de ofensas que não contribuem para o debate.

Esta alternativa está incorreta. A ideia de um argumento ad hominem não se trata de como o ataque é feito, mas sim se a característica atacada é relevante para a discussão. Mesmo que um ataque ao caráter seja feito de maneira educada, pode ainda assim ser irrelevante e, portanto, falacioso em uma discussão lógica.

Carlos, que é professor estadual, argumenta em favor do aumento do salário dos professores a partir de vários fatos e dados. Diante disso, um crítico responde que isso é o que deveríamos esperar, já que, sendo ele próprio professor, ele será beneficiado pelo aumento.

O argumento do crítico é um

argumento válido, porque é justo desconsiderar a opinião de alguém quando ela envolve um benefício direto para essa pessoa.

Essa alternativa está incorreta. A afirmação de que um argumento é válido porque desconsidera uma opinião devido ao benefício direto da pessoa não é justificada. Ter um benefício direto não invalida a capacidade de argumentar ou o valor do que se está dizendo. A motivação pessoal pode influenciar, mas não determina automaticamente a validade ou invalidez do argumento. É preciso avaliar o conteúdo dos argumentos apresentados.
um argumento envenenar o poço, porque o argumento sugere que Carlos defende o aumento salarial apenas porque ele se beneficiaria diretamente disso.

Essa alternativa está correta. O crítico está sugerindo que o argumento de Carlos não deve ser considerado válido porque ele tem interesse direto no resultado (o aumento salarial), e portanto, estaria "envenenando o poço" ao insinuar que quaisquer argumentos apresentados por Carlos sobre esse assunto são motivados pelo benefício próprio, e não por um juízo imparcial das circunstâncias.
ad hominem abusivo, porque o argumento ataca o caráter de Carlos ao invés de discutir o conteúdo de seu argumento sobre o aumento salarial.

Essa alternativa está incorreta. Um argumento ad hominem abusivo ocorre quando a crítica é direcionada à pessoa que está argumentando, atacando seu caráter, em vez de focar na lógica ou na validade do argumento que ela apresenta. Neste caso, o crítico não está atacando diretamente o caráter de Carlos, mas sim destacando um possível viés em seu argumento, devido ao interesse pessoal que ele tem no aumento salarial.
ad hominem tu quoque, porque o argumento afirma que Carlos está sendo hipócrita ao pedir algo de que ele próprio se beneficia.

Essa alternativa está incorreta. O ad hominem tu quoque é a acusação de hipocrisia, onde a validade do argumento é rejeitada porque o argumentador não a pratica de alguma maneira. Nesse caso específico, o crítico não está sugerindo que Carlos está sendo hipócrita, mas sim que ele advoga algo que o beneficiaria diretamente. Não há menção de Carlos contradizer seus próprios princípios, apenas de ele ser parte interessada.

O candidato à presidência do PL (Partido das Falácias) se apresenta como um liberal defensor das instituições democráticas e das liberdades individuais. No entanto, ao longo de sua vida, foi amplamente conhecido por criticar a democracia e defender a ditadura abertamente. Portanto, devemos ter cautela ao avaliar sua suposta mudança, já que ele tem um objetivo eleitoral.

Esse argumento é um

ad hominem tu quoque, porque o argumento critica o candidato apontando sua hipocrisia ao defender algo que antes atacava.

Essa alternativa está incorreta. O ad hominem tu quoque é focado na ideia de hipocrisia, dizendo que a pessoa não segue o que prega, mas isso não invalida o argumento apresentado. Aqui, o foco não é simplesmente apontar que ele já defendeu algo diferente, mas ponderar o interesse eleitoral por trás da mudança.
argumento válido, porque é razoável ter cautela ao avaliar alguém que sempre defendeu o oposto do que agora prega.

Essa alternativa está incorreta conceitualmente. Embora possa parecer razoável ter cautela, a estrutura do argumento ainda utiliza um raciocínio ad hominem, pois explora a contradição do candidato sem considerar suas propostas atuais. Um argumento ad hominem não é validado por parecer cauteloso ou razoável.
ad hominem circunstancial, porque o argumento sugere que o candidato defende a democracia apenas por conveniência eleitoral.

Esta alternativa está correta. O ad hominem circunstancial aponta que a pessoa pode ter um interesse oculto ou uma possível parcialidade que a faz defender uma posição. No caso, sugere-se que o candidato age por conveniência eleitoral, não por verdadeira convicção democrática.
ad hominem abusivo, porque o argumento ataca diretamente o caráter do candidato, sem avaliar suas novas propostas.

Essa alternativa está incorreta. O ad hominem abusivo ocorre quando o argumento é atacado pela desqualificação ou agressão ao caráter do oponente, o que não é exatamente o caso aqui. A crítica está ligada à mudança de posição do candidato, não a uma ofensa direta ao seu caráter.

O jornal Folha dos Bons Argumentos publicou um editorial criticando a poluição dos rios brasileiros, destacando a quantidade de lixo presente em rios que cortam cidades e resíduos químicos provenientes de indústrias e da agricultura, insistindo que todos os responsáveis deveriam repensar suas práticas.

Diante disso, um crítico respondeu que esse mesmo jornal já foi acusado de comprar papel barato de empresas altamente poluidoras e não usa papel reciclável.

A resposta do crítico é um

argumento válido, porque o jornal está cobrando que outros façam aquilo que ele mesmo não está fazendo.

Essa alternativa está incorreta. Embora o jornal possa estar sendo hipócrita, apontar essa hipocrisia não refuta a validade das preocupações ambientais levantadas por ele. O argumento do crítico descredita a entidade que faz a crítica, mas não aborda a questão ambiental em si.
ad hominem circunstancial, porque o argumento sugere que o jornal não segue o que prega ao criticar a poluição.

Essa alternativa está incorreta. O "ad hominem circunstancial" envolve sugerir que o proponente de um argumento tem um motivo oculto para defender determinada posição, não necessariamente que ele atue de maneira incoerente. A crítica ao jornal por ele não usar papel reciclável está mais associada a um comportamento contraditório, não a um motivo oculto.
envenenar o poço, porque sugere que o jornal tem um interesse financeiro em comprar papel barato, o que compromete sua crítica.

Essa alternativa está incorreta. "Envenenar o poço" é uma falácia em que se tenta desacreditar previamente alguém ou suas ideias, sugerindo que o que a pessoa pode vir a dizer é ilegítimo. No contexto, o crítico está mais apontando a hipocrisia do jornal do que tentando desacreditá-lo preventivamente por interesses financeiros.
ad hominem tu quoque, porque o argumento critica o jornal apontando que ele também contribui para a poluição.

Essa alternativa está correta. "Ad hominem tu quoque" é um tipo de falácia em que se acusa o proponente de um argumento de não agir de acordo com aquilo que prega. No caso, o crítico aponta que o jornal é hipócrita ao criticar a poluição enquanto também contribui para ela. Essa crítica não refuta a preocupação legítima com a poluição dos rios, mas desvia o foco para a suposta hipocrisia do jornal.

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