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4 Tipos de argumentos

- 3 min leitura

Para escrever um texto ou participar de um debate, seja formal ou informal, é importante conhecer alguns tipos de argumentos válidos que podem ser usados para justificar sua opinião. Na lista abaixo, apresentamos quatro desses tipos de argumentos, ilustrados com uma série de exemplos para facilitar a compreensão e utilização dessas informações.

esquema com tipos de argumentos

Esquema com significado e exemplos dos quatro tipos de argumentos abordados no texto.

Argumento de autoridade

Esse tipo de argumento consiste em citar uma autoridade num determinado assunto para justificar uma opinião. Essa autoridade pode ser uma instituição de pesquisa renomada, um pesquisador conhecido em sua área, um grande cientista, um filósofo etc.

Exemplo

Se o governo não usar a polícia para garantir a segurança, o crime vai tomar conta da cidade, porque, de acordo com Hobbes, se o homem for deixado à vontade, haverá uma “guerra de todos contra todos”.

Nesse argumento, para justificar a conclusão de que o crime tomará conta da cidade caso o governo não use a política, o autor citou uma afirmação de Thomas Hobbes, um filósofo do século XVII que pode ser considerado uma autoridade sobre o tema da violência.

Argumento indutivo

Esse é um argumento que tira uma conclusão geral a partir de fatos particulares. Ele também é chamado, em alguns contextos, de argumento por exemplificação.

A corrupção é um problema generalizado no Brasil, e não só na política. Podemos ver isso através de um grande número de exemplos. Pense nas pessoas que furam a fila do supermercado,  que sonegam imposto de renda, no guarda que toma um café na padaria de graça em troca de uma proteção especial para o estabelecimento, no estudante que tira xerox no trabalho para economizar etc. Definitivamente, no Brasil a corrupção é generalizada.

Nesse argumento, a conclusão de que a corrupção é generalizada no Brasil foi tirada com base na enumeração de exemplos, fatos particulares, que mostram isso.

Argumento por analogia

Argumentos por analogia usam a comparação entre duas coisas semelhantes para estabelecer uma conclusão. O pressuposto desse argumento é que coisas semelhantes se comportam de formas semelhantes ou deveriam ser tratadas da mesma maneira.

Os exemplos desse tipo de argumento são abundantes. Abaixo listamos alguns deles.

Primeiro exemplo

Ninguém deixaria qualquer pessoa pilotar um avião, pois isso exige conhecimento especializado. Ora, governar um país também exige conhecimento especializado, portanto deveria ser proibido que pessoas que não têm conhecimento governem de alguma forma um país.

Segundo exemplo

Um medicamento testado em ratos para a cura do câncer deu bons resultados. Portanto,  se for usado em seres humanos, provavelmente também trará bons resultados.

Em ambos os casos, a conclusão foi tirada com base na comparação entre duas coisas semelhantes. No primeiro é feita uma comparação entre pilotar um avião e governar um país; no segundo, entre ratos e seres humanos.

Argumento dedutivo

O argumento dedutivo é o favorito dos filósofos, porque leva a um tipo de conclusão inquestionável. Se a argumentação fosse uma luta, o argumento dedutivo seria considerado o golpe fatal.  Um argumento dedutivo é aquele que, se as premissas forem verdadeiras, a conclusão também será necessariamente verdadeira.

Primeiro exemplo

(P1)A diminuição dos índices de mortalidade infantil exige tempo, trabalho coordenado e planejamento. Ora, (P2) o índice de mortalidade infantil de São Caetano do Sul, em São Paulo, foi o que mais caiu no país. (C) Portanto, São Caetano do Sul foi o município do Brasil que mais investiu tempo, trabalho coordenado e planejamento na área.

O raciocínio acima é um argumento dedutivo válido, porque a conclusão (C) é verdadeira, se as premissas (P1 e P2) forem verdadeiras. A única forma de questionar esse tipo de argumento é mostrando que as premissas nas quais se apoia são falsas.

Tipos de argumentos inválidos

O mau uso de algum desses tipos de argumentos pode fazer com que você cometa uma falácia. Falácias são argumentos que parecem válidos mais não são. Essa é uma falha grave na argumentação que deve ser evitada.

Assim, ao usar um argumento de autoridade, tome cuidado para não cometer a falácia do apelo à autoridade irrelevante; ao usar um argumento indutivo, tome cuidado para não fazer uma generalização apressada; ao usar um argumento por analogia, tome cuidado de não fazer uma falsa analogia; por fim, ao usar um argumento dedutivo, tome cuidado para não cometer uma falácia formal.

Referências e leitura adicional

Para conhecer mais sobre esses tipos de argumentos, veja os artigos Argumento dedutivo, Argumento indutivo, Argumento por analogia e Argumento de autoridade. Para uma análise mais aprofunda, sugerimos a leitura de Lógica Informal, um livro de Douglas Walton. Esse é o livro mais abrangente em português sobre o assunto e é ele que usamos como referência para a produção desse texto.

Douglas Walton. Lógica Informal: manual de argumentação crítica. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2012.